– Seus pais não podem estar falando sério.. como assim? Você vai simplesmente jogar tudo pro alto e começar tudo de novo em uma cidadezinha.. que qual é mesmo o nome? - Não Jenna, não era brincadeira deles infelizmente, não dessa vez. Respirei fundo.

– Sayreville.. - Respirei fundo de novo tentando afastar aquela memória - Sayreville, Nova Jersey. - Mais conhecida como "cidade fim de mundo que ninguém conhece, ninguém vai e não tem porra nenhuma pra fazer". Jenna segurou minha mão.

– Amiga, vai dar tudo certo ouviu? A gente vai estar aqui pra te apoiar. - disse ela sorrindo. Se eu não soubesse que por trás daquele sorriso havia uma intenção de roubar meu lugar no domínio da escola eu até acreditaria nela. Mas como resposta só sorri de volta e tomei meu Frappuccino. Não sei bem ao certo o momento no qual Jack entrou pela porta e me supreendeu com um beijo. Logo depois sentou ao meu lado.

– Você disse que precisava falar comigo. O que foi? - perguntou curioso. Enquanto isso Jenna se levantou e se sentou em uma mesa bem afastada.

– É sobre a gente.. nós..- ele me olhou com cara de assustado.

– Sim, o que tem nós?

Respirei fundo.

– Nós.. não tem nada de nós no que vou te falar, o que é o maior problema.. É como se cada peça que eu juntei estivesse se soltando e tudo estivesse desmoronando em mim.. é como se..

– Rosie - Jack me interrompeu. - Você está me assustando, muito! - olhei em seus olhos, aqueles olhos dos quais nunca iria esquecer e respirei fundo.

– Vou voltar pra Nova Jersey na semana que vem. - ele me olhou com cara de quem não estava entendendo.

– Como assim? Desde quando.. Quando você decidiu?.. Quando você ia me contar? - tentei evitar que as lágrimas escorresem por meu rosto mas minha tentativa foi falha.

– Ahm estou tão confusa como você. Estou sabendo há exatas.. - olhei no relógio - 12 horas que vou voltar para aquele inferno. Não decidi. Meus pais resolveram assim do nada, eles são muito pirados... - Comecei então a lhe contar toda a história do que aconteceu. Olhei para ele.. ele estava com uma expressão que não entende de primeira. Ele então se aproximou de mim e secou as lágrimas que não paravam de escorrer pelo meu resto. - Me desculpe. - pedi.

– Não há do que se desculpa Rosie, você não tinha como decidir nada.. Pelo o que você falou foi totalmente desprevinido! - ele deu um meio sorriso. – Bom, então vamos aproveitar o tempo que nos resta, não? - ele sorriu. E foi com essas palavras que entrei no carro dele em plena Terça-feira com o destino sem saber ao certo, mas certa de que teríamos uma boa noite!


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Minha quarta-feira começou em um bar em algum lugar de Nova Iorque. O pub estava lotado havia gente bêbada por todos os lados. Sério? Em uma madrugada de terça para quarta? Mesmo? Enfim, eu estava tão puta com tudo o que estava acontecendo que eu nem queria saber de nada, só queria beber e esquecer o que passou. Esquecer que minha vida iria mudar completamente.

– Vou pegar uma bebida. - sussurrei no ouvido de Jack, que foi comigo até o balcão.

– O que vão pedir? - perguntou a barwoman levantando do chão. - Quantos anos vocês tem? Não deviam estar aqui! Segurança! - Jack segurou sua mão.

– Está tudo bem, dê uma olhada. - Jack apresentou para ela o que parecia ser uma identidade. Uma identidade falsa. Lancei um olhar pra Jack, que me retribui com um 'calada'.

– Bom, se for assim.. - a barwoman devolveu o documento a Jack enquanto o olhava de cima a baixo com cara de quem até gostou - .. o que querem?

– Tequila, tem José Cuervo?

– Sim.

– Então vai ser essa mesma, certo? - ele piscou para mim. Certíssimo.

Sentamos em um canto meio escuro e começamos a beber. Um copo, dois copos, três copos.. A partir desse momento a minha memória falha.