P.O.V. Henry.

Quando acordei eu reconheci o quarto. Não foi um sonho.

—Não. Não foi.

Quando olhei para ela... vi todas aquelas marcas no seu corpo.

—O que houve?

—Oh! Isso. Isso aqui são runas.

—São como marcas de bruxa?

—Não existe esta coisa de marca de bruxa. Á menos que se seja realeza bruxa, como eu. Mas, as runas não tem nada a ver com a minha marca Asheroniana de nascença.

—O que?

—Certo. Temos que começar do começo. Meu nome é Medusa Levesque Cullen Volturi. Sou uma bruxa Levesque, a família do meu pai é uma das primeiras famílias de bruxos do mundo. E também somos descendentes do primeiro vampiro do mundo. Marius Corvinos. Mas, não sou só... uma bruxa. Sou vampira porque meu pai é um vampiro e minha mãe é uma híbrida. E eu tenho sangue puro de anjo que injetaram na minha mãe enquanto ela ainda estava... grávida.

—E isto te torna...

—Uma Tri-híbrida. Híbrida de três criaturas diferentes. Meio bruxa, meio vampira, meio shadowhunter. É por isso que a Adamas não queima a minha carne até o osso. Por causa do sangue do meu padrinho.

Disse balançando a espada.

—Adamas.

—É um metal angelical, encontrado no solo da cidade de Alicante que fica numa outra dimensão, outro mundo. Pense na realidade como um bolo, um bolo de muitas camadas, o que você vê é apenas uma camada. O mundo das sombras é um mundo dentro do mundo, dentro do mundo. Vampiros, bruxas, anjos, lobisomens e até mesmo demônios.

—Sim. Eu me lembro. Você disse que não era mais... donzela. Já foi casada?

—Não. Neste século as mulheres podem transar com quem elas quiserem sem serem chamadas de vadias. Não precisa casar pra transar.

—Transar.

—Fazer sexo.

Ela estava usando calças, podia ver seus braços que estavam decorados com aquelas... runas. O pescoço, o colo, o cabelo que estava curto novamente.

—Fui ao cabeleireiro e pedi pra ele cortar.

Seus lábios pareciam molhados e convidativos. Ela se sentou ao meu lado na cama.

—Se importa se eu...

—Não. Vá enfrente. Só... não toque nos meus peitos ou na minha bunda.

—Você tem a minha palavra.

A pele dela era fria, porém macia. Lisa, pálida.

—Porque fez isso a si mesma?

—As runas me concedem poderes adicionais. Algumas potencializam os poderes que eu já possuo. Como força, velocidade, audição, visão noturna, cura.

Disse apontando para cada símbolo.

Então, ela baixou a blusa e eu vi. Era diferente das runas, mais claro. Era como um... olho.

—O que é isso?

—É a minha... como você chamou? Marca de bruxa. Os egípcios chamavam de Udjat, o olho que tudo vê. No seu cérebro há uma glândula, com este mesmo formato. Assim como no meu, no do meu pai e no de todos os humanos ou submundanos. Os ocultistas dizem que é a nossa conexão com o divino. Minha é super aberta. Posso sentir tudo. A terra, o ar, o fogo, as vibrações, a dor, a raiva, o amor, a bondade, a maldade, a paixão, a verdade, a mentira. Ás vezes o meu cérebro dá tiu-tiu. É muita informação, então eu não consigo falar, tenho problemas com o equilíbrio. É como estar embriagada só que pior. Por dentro estou explodindo, por fora estou colapsando.

—Quando sofre um dos ataques?

—Sim. Posso ouvir tudo, absolutamente tudo, conversas, até mesmo as batidas do coração de alguém, porém sou incapaz de falar, balbuciar no máximo. É difícil me locomover, minha cabeça parece que vai explodir tamanha é a dor. Preciso que alguém me carregue, me deite, preciso ficar na escuridão e silêncio totais por um tempo, dormir. Ou o meu cérebro frita.

—Onde vai com esta espada?

—Já fui. Ao Instituto, treinar. E eu desci o sarrafo no meu ex-namorado traidor. Se ele não fosse um Shadowhunter estaria morto.