P.O.V. Medusa.

Isso vai ser um pé no saco.

P.O.V. Henry.

Posso ver os braços dela, o colo e até um pouco dos seios. A espada com aquelas marcas e o palito amarrado na coxa.

Estávamos todos no Festival. Até o Rei.

—Olá demônio.

Ela atirou uma das lâminas que atravessou o crânio do homem, mas ele não morreu. Arrancou a lâmina e o corpo do homem torceu-se e contorceu-se numa posição não natural.

A cabeça deu um giro de trezentos e sessenta graus.

—Puta merda. É o exorcista de setenta e três.

Disse atirando a outra lâmina. Ela tinha uma mira incrível. Mas, a criatura pegou a lâmina e jogou longe.

—Ok. Você não é Raviner.

Medusa pegou o palito e desenhou algo na mão. E dela saiu uma rajada de luz. O corpo foi despedaçado e a criatura alada saiu voando apavorando o povo do vilarejo. Mas, não Medusa. Ela não parou, continuou perseguindo a criatura. E com o palito desenhado algo na mão e a luz saindo.

—Onde é que você está?!

A ruiva encarou a criatura que estava pousada no telhado duma das casas.

—Você me quer?! Então vem me pegar!

Ela foi de encontro a criatura e deslisou pelo chão lançando uma rajada de luz no monstro que queimou. Então, Medusa se levantou pegou suas lâminas de volta e pronto.

—Um demônio Manipus. Não são banidos facilmente. Na verdade, eles nunca são banidos. Mas, eu sou uma Shadowhunter que dispara luz angelical pelas mãos.

—Bem, isso já é alguma coisa.

A festa continuou, mas todos tentavam manter distância dela.

—Gostaria de dançar?

—Medo. É um fogo que desde o nascimento queima até mesmo no mais gélido e morto dos corações. Ele motiva e paralisa até o melhor dos homens. Ou é usado como arma pelos piores. Os Clérigos, os Reis e os Magnatas. Mas, quando seu caminho é de traição e decepção, o maior medo de todos... é que a verdade seja absoluta, que você acabe se tornando tudo aquilo que mais despreza. Tudo o que jurou destruir.

Ela respirou fundo.

P.O.V. Medusa.

Eu sei o que eu tenho que fazer, tenho que achar o meu caminho de volta para o século vinte e um, mas neste vilarejo cercada por estes aldeões analfabetos e apavorados... não tenho chance. Preciso que ir encontrar o meu pai. Mas, não posso dizer a ele que ele é o meu pai.

—Em que está pensando?

—Não posso mais ficar aqui. Preciso achar um jeito de voltar pra casa e aqui não tem nada que me ajude neste propósito. E tenho plena certeza de que agora que o seu irmão Real está com o ego ferido... não vai me ajudar. Então... foi um prazer conhecer você. Tchau Henry. Se precisar de mais shampoo, peça para a Roxanne.

Peguei a estela e desenhei a minha runa de portal, empurrando-a com a mão.

—Adeus povo de Daggerhorn!

Disse passando pelo portal. E eu acabei no patio do Castelo de São Marcus. Cercada de membros da Guarda Volturi, entre eles.

—Olá Santiago.

Ele veio pra cima de mim e cara... que escolha ruim.

P.O.V. Santiago.

Foi surrado por uma garota. Ela me deu um murro que me colocou para dormir. E quando acordei todo um contigente de guardas estava no chão.

—O que diabos é isso?

Colocamos todos os guardas atrás da menina.

P.O.V. Medusa.

É tão engraçado. Com a minha runa de ocultação total estou passando bem na frente de um bando de guardas que estão loucos atrás de mim. E... passei direto pra dentro da Sala do Trono. E eu vi além dos três patetas, minha tia e meu pai. O cabelo dele tava comprido e amarrado num rabo de cavalo, mas... fora isso. Ele ainda era o meu pai.

—Mestres, estamos sendo invadidos.

—O que?

Tirei a runa.

—Correção. Vocês foram invadidos.

P.O.V. Aro.

Ver aquela mulher aparecer do meio do nada. Então ela começou a rir.

—Os todos poderosos Volturi... foram trolados... por uma garota de cinco anos.

Ela se contorcia de rir. Gargalhava.

—O que?

—Trolados, enganados. Passei a perna em vocês.

—É mesmo? Jane.

—Mestre.

Agora ela vai se contorcer duma outra forma.

P.O.V. Medusa.

Eu sei o que ela vai fazer.

—Dor.

Não consegui me conter. Eu comecei a cantar e a dançar.

—With a thousend lies and a good diaguise, hit them right between the eyes...

E eu rachei de rir da cara dela.

—Isso foi... hilário. Se ferrou tia Jane.

Falei meio que no automático.

—E quem você pensa que é para chamar-me de tia Jane?

—Ok. Isso não deveria ter acontecido.

—Você me chamar de tia?

—Basicamente. Mas, gostando ou não você é minha tia mesmo. Eu sei tudo o que há para se saber sobre você.

—Pois diga.

P.O.V. Jane.

Sabe tudo o que há para se saber sobre mim.

—Seu nome de batismo é Jehanne Mary Beaubier, nasceu na Bretanha em 800 depois de Cristo, o nome da sua mãe que por acaso é minha vó era Genevieve Levesque, o vovô era Percival Beaubier. Genevieve era uma bruxa de verdade e você também era, mas agora é vampira. Você e o papai são gêmeos. Vocês tem 1200 anos de idade, são as armas ofensivas mais poderosas já criadas, o vampirismo supriu sua magia de bruxa, mas potencializou a sua mutação e a do papai. Por isso a coisinha da dor e a névoa.

—Minha mãe não era uma bruxa.

—Tem razão. Ela não era uma bruxa. Ela era A Bruxa.

—Não existem bruxas.

—E alguém te perguntou?! Eu to falando com a minha tia. A conversa não chegou em você e nem vai chegar.

Ela foi extremamente rude com o Mestre Caius.

—Esse filho da puta vai matar a minha outra tia. Não pode me... certo. Não. Não vai. Você não vai.

—Vai? No futuro.

—Sim. Mas, esse futuro... simplesmente não vai acontecer. Porque você... não vai estar por perto... para concretizá-lo.

Todas as velas da sala do Trono se acenderam. A expressão no rosto dela ficou vazia. Os olhos pareciam um buraco negro. E ela mirou no Mestra Caius.

Félix tentou se interpor no caminho, mas ele foi segurado.

—Eu não quero te machucar tio Félix. Então... durma bem.

Ela moveu a mão e ouvi o barulho dum osso sendo quebrado e Félix caiu estatelado. Então, o Mestre Caius caiu no chão berrando apertando a cabeça.

—Você tem razão Caius. Não existem essas tais bruxas.

Ela massacrou o Mestre. Deu lhe uma surra e quando estava, creio prestes á matá-lo... parou.

—Não. Matar você seria... fácil demais. Muita misericórdia da minha parte. Não é atoa que eu sou filha da minha mãe. Todo esse poder e ainda assim... misericordiosa, não peguei isso de você pai. Mas, desde que a mamãe ainda não está aqui. Eu vou mostrar pra você seu... maldito loiro com cara de fuinha! O que é bom pra tosse.

Ela tinha a velocidade de um vampiro. Com um aceno de mão quebrou todos os pescoços de um contingente inteiro de soldados.

E voltou arrastando Athenodora pelos cabelos. Usando-a para limpar o chão.

—Agora, vou matar essa vadia que você chama de esposa bem na sua frente. E você... vai poder assistir de camarote.

A menina surrou Athenodora. Quebrou-lhe os ossos. Jogou-a de um lado para o outro como se ela fosse uma boneca de pano.

—A ti eu clamo chama que adormecia, tome forma não teime, faça a noite clara como o dia e queime... querida, QUEIME.

Athenodora pegou fogo. Combustão espontânea. Então com todos ainda em choque, ela agarrou Caius pelo pescoço.

—Então, como é a sensação? De ver alguém que você ama morrer bem diante dos seus olhos e não ser capaz de fazer absolutamente nada para impedir? Deve ter se sentido poderoso quando matou a tia da minha mãe. Quando a despedaçou e queimou sabendo que ela era inocente do crime ao qual a acusavam. Se sente poderoso agora?

P.O.V. Caius.

A criatura encolerizada me agarrava pelo pescoço.

—Você não é poderoso. Nunca foi. E isso... meu querido, te deixa puto. Você é invejoso. Tem inveja do meu pai, da minha tia, de mim, do meu avô e até do Aro. Porque você além de ser um homem pequeno, não tem nenhum... poder. É um genérico.

Ela me atirou longe. Me levantei e estava ataquei-a, mas nem cheguei perto.

—Vocês são todos tão cruéis. Acho que são vocês que precisam ser punidos.

Um aceno de mão e todos voamos longe.

P.O.V. Aro.

Agora estou com medo.

—Bom. É melhor ter medo mesmo, meu querido.

Ela agarrou a cabeça de Caius e senti o cheiro de sangue. Quando ela o largou, ele estava... os olhos tinham virado uma pasta, saia sangue dos olhos do nariz.

—Não precisava ter agarrado a cabeça dele, mas eu queria que eu fosse última coisa que ele visse antes de morrer.

Então com outro aceno de mão...

—Um aceno da sua mão e o cérebro dele derreteu?

—Eu não preciso mais dele. De nenhum deles e nem vocês. Eles estão te atrasando. Te mantendo prisioneira.

Quando ela olhou pra mim.

—Por favor, você não precisa fazer isso.

—Tem razão. Não preciso fazer isso, mas eu QUERO fazer isso. Por mim, pelo meu pai, pela minha tia, pela minha vó, meu avô, minhas outras tias. Toda a minha família. E você não faz parte... dela. Você é um buraco negro, de energia e tempo e amor e até mesmo de poder. Só... sugando tudo. Nunca devolvendo nada. Você salvou a minha tia e o meu pai de morrerem na fogueira, é verdade. Mas, não porque se importava com eles... mas porque você sabia o quanto eles eram especiais. Para usá-los.

—Não. Eu os amo.

—Sou empata, meu filho. Sei que não os ama. Eu não caio nessa. Mas, eles amam você ainda e por esta razão nunca vão... derrubar o seu mundo. Então, eu vou fazer isso por eles.

Eu vi a névoa, era idêntica a de Alec. Bem quase. A de Alec era negra, mas a dela era rosa. Quando me atingiu fiquei... sem sentidos.

P.O.V. Alec.

Ver a névoa sair das mãos dela foi... chocante. Ninguém, além de mim consegue fazer isso.

Ela queimou Aro vivo. Mas, como ele estava sedado não gritou, não sentiu nada.

Então a névoa foi retraída.

—Bem, isso foi bom. Com certeza. Eu os matei todos eles. E foi ótimo. Nunca mais vou ter que ouvir a voz irritante deste ser. Mamãe tinha razão, você pode ouvir a mentira na voz dele. O teatro. E Marcus? Ele não estava absorvendo mais nada. Estava morto de dentro pra fora e de fora pra dentro.

—Como você fez aquilo?

—Do mesmo jeito que você. Você me ensinou a controlar. Não me ouviu? Sou sua filha. Não sua cria. Sua filha. E eu serei mais poderosa do que você pode se quer imaginar.

Vi sua aproximação, liberei a névoa, mas senti quando ela me abraçou.

—Eu te amo papai. Eu sei que fez coisas ruins, você e a mamãe tentaram me manter fora disso, não pensavam a respeito, não falavam á respeito e me protegeram de tudo desde antes de eu nascer. Inclusive dos rumores horríveis que estão sempre flutuando por ai á seu respeito e á respeito da tia Jane. Mas, eventualmente eu descobri tudo sobre as suas reputações. Mas, não importa. Você ainda é o meu pai e eu ainda amo você.