POV.Paulina

Entrei na sala e o observei em sua cadeira de couro, ele observava o notebook atentamente, mas quando me viu, subiu seus olhos até o meu, fitando-me. Ele acenou com a cabeça para que eu me sentasse em sua frente, logo o fiz.

Não pude deixar de notar em sua aparência, seus cabelos sedosos e lisos o deixavam muito charmoso, seus olhos, penetrantes e castanhos, eu poderia me perder ali... Seu corpo então... Era escultural, apesar de ele estar utilizando um terno notei que ele tinha uma ótima musculatura.

—Bom dia Senhor Bracho!_Falei o observando.

Ele me olhou e ergueu a sobrancelha como se eu fosse uma louca, temi que minha blusa estivesse do lado errado ou que tivesse sardinha no meu cabelo. Mas não, nada estava errado comigo! Então a única alternativa era que esse cara misterioso queria me deixar sem jeito de fato...

—Eu... Estou... Procurando em...prego!! _Disse e não entendi por que havia gaguejado, eu não costumava ficar sem ação, e ele realmente estava me deixando meio sem graça com aquele silêncio todo como se estivesse prestes a me sentenciar ou algo do tipo._ Bom como dizia, eu fiquei sabendo que o senhor precisa de mulheres jovens então gostaria de saber se poderia me contratar? Eu realmente preciso muito. Posso fazer qualquer coisa, de verdade. E se eu não souber posso aprender. _Comecei a falar enquanto sentia seu olhar intimidador me encarar.

—Cale a boca, menina._ Olha, ele resolveu se manifestar. E que arrogante forma de fazer isso!_ Realmente preciso de mulheres, mas não é exatamente para um trabalho.

—Como? _Indaguei confusa.

—É um contrato. Na verdade me meti em uma enrascada e preciso dar um jeito de concertar. Serei claro... Se você estiver disposta a se casar comigo está contratada.

Aquele cara era louco ou o que? Preferi não responder. Coitado, devia ser um louco ou algo do tipo ou simplesmente um retardado que gostava de fazer hora com a cara das pessoas.

—Olha, eu sei que deve estar me achando um louco, mas não sou! Meu pai me acha irresponsável por estar cada dia com uma mulher diferente!_ Notei que ele revirou os olhos._ Ameaçou colocar todas as empresas no nome do meu irmão, Rodrigo se eu não desse uma prova de que sou maduro para tomar conta das empresas, ou seja me casando. Não posso arriscar perder toda minha fortuna... Não por algo assim. Por isso resolvi me casar por contrato, assim não perco minha liberdade nem meu dinheiro.

—Er... Você... Meu Deus... Eu... Não posso me submeter a isso! _Afirmei levantando-me assustada da cadeira.

—Calma. Não é coisa de outro mundo! Em nenhum outro emprego vai receber tanto quanto nesse! _Disse ele observando-me.

—Não, não mesmo. Procure outra mulher! Eu não sou assim, não posso fazer isso._Falei apanhando minha bolsa e indo em direção à porta.

Ele me seguiu e segurou-me pelo braço, senti uma choque estranha demais com o contato por isso rapidamente me afastei.

—Acontece que você é perfeita! Apesar de muito mal arrumada poderia ficar muito elegante e fina com alguns cuidados. Olha, não terá que fazer nada desagradável demais, apenas teremos que passar a imagem de casal perfeito e feliz até meu pai morrer ou passar todas as empresas em meu nome... _Ele disse colocando as mãos no bolso, me senti um pouco ofendida com a parte do mal arrumada, mas... Sabia que era verdade, apesar de eu ter ido o mais apresentável possível, eu nunca estaria em um nível de uma mulher elegante!

—Mas isso incluiria morar com o senhor também, nem o conheço! _Falei encarando-o.

—Garanto que não mordo! E não vamos precisar fazer sexo, mesmo morando juntos teremos vidas individuais... Você tem quantos amantes desejar e vice-versa! Isso sem ninguém saber, claro. _Explicou passando a mão por seu lindo e sexy cavanhaque._ O que me diz?_Ouvi sua voz grossa dizer.

Já ia recusar quando pensei... o que eu teria a perder? Poderia aceitar, salvar minha mãe e ainda ficar rica sem esforço nenhum, ou por orgulho poderia recusar ver minha mãe morrer, sem trabalho e passando necessidades, a primeira opção parecia mais sensata.

—Ok, eu aceito... _Falei e o mirei.

Ele sorriu e não sei por qual motivo isso me desconcertou totalmente.

POV. Carlos Daniel

Quando eu vi aquela menina entrar no meu escritório pensei em imediato era que ela seria a mais adequada. Alta, pele macia e dócil, olhos verdes encantadores, corpo perfeito e sexy, parecia uma deusa. Perfeita para meus planos!

Não estava prestando muito atenção no que ela dizia, pois estava ocupado demais a analisando, mas, ela começou a falar tanto que tive que mandá-la calar a boca.

Após feito, expliquei a ela que na verdade o trabalho oferecido era um casamento por contrato. Senti que fui muito direto, pois ela me olhou como se eu estivesse maluco... Então resolvi explicar com clareza, expondo todos os detalhes da minha ideia. A medida que eu explicava pude notar que ela me olhava com certo interesse mas ao mesmo tempo com receio, senti que ela estava nervosa e assustada, a compreendi totalmente. Não era qualquer dia que aparecia um homem dizendo que queria se casar contigo por contrato... Por isso expliquei sem me estressar, com bastante paciência... E deixei claro também que ela não precisaria transar comigo, mas na verdade o que eu realmente queria era tacá-la na mesa do meu escritório e ali mesmo fazê-la minha, mas tive que me controlar no momento e depois veremos...

Após alguns instantes, como era de se esperar a moça aceitou minha proposta. Perfeito! Vi todos meus problemas sumirem como pó.

Sorri e ela me olhou como se estivesse um tanto desconcertada.

—Ótimo! Será que eu poderia saber o nome da minha noiva?_Falei a encarando.

Ela me olhou ainda desconfiada.

—Paulina, meu nome é Paulina Martins!

—Paulina Martins Bracho a partir da próxima semana!_Alertei sentando-me novamente em minha cadeira. Percebi em sua face que ela havia ficado surpresa ao constatar que eu realmente tinha muita pressa em me casar.

—Ok._Ela disse balançando a cabeça em concordância e sentando-se novamente também.

—Tem alguma pergunta a fazer? Dúvidas?

—Claro que sim. Dúvidas são o que mais tenho agora e a maior de todas é saber o que se passa em sua cabeça para me fazer uma proposta assim! _Ela disse franzindo o cenho.

—O mesmo que passa na sua por ter aceitado, não é mesmo?_Ironizei e senti seus olhos me fuzilarem.

—Minha mãe está doente, ela precisa de remédios muito caros senhor. Isso é o que passa na minha cabeça agora.

—Deveria me agradecer então, o nosso casamento de mentirinha beneficiará os dois! _Disse inclinando-me sobre a mesa.

—S-sim senhor..._Ela disse sem graça.

—Vamos nos casar e insiste em me tratar de senhor? _Falei sorrindo e ela por sua vez apenas me olhou como se eu fosse louco.

—Tenho que ir. _Ela disse se levantando e me encarando.

Ergui a mão pra ela e disse:

—Temos um trato então, certo?

Ela fez que sim com a cabeça e apertou minha mão... Embora seu olhar mostrasse que ela desejava fazer o contrário... Sempre me dei bem com pessoas, era fácil para eu decifrá-las. Mas com ela era pior ainda, parecia que nos conhecíamos a séculos.

—Te vejo amanhã cedo para comprarmos roupas para você, pois amanhã mesmo á noite, quero que meu pai te conheça... _Falei e a entreguei meu cartão_ Ai tem meu número, me ligue amanhã assim que acordar.

Ela pegou o cartão e após me encarar pela última vez saiu da sala sem dizer nada... Ótimo, extremamente comunicativa e educada! Pensei me jogando no sofá e revirando os olhos.

Eu irei enganar a todos por dinheiro... Será que isso é certo? Claro que não, mas o que isto importa, não é mesmo? Não serei o primeiro nessa sociedade de hipócritas a enganar alguém... Enfim, dane-se tudo isto, que os jogos comecem... E que tenham o fim que tiver que ter!