Laços Por Contrato!

Dane-se a Moral, Dane-se a Dignidade, Dane-se os Sonhos!


POV. Paulina

Cheguei em minha casa exausta. Percebi que minha mãe estava dormindo sentada em uma cadeira. Ela sempre foi uma santa, sempre se sacrificou por mim, ela sim merece tudo de melhor no mundo... E se depender de mim ela terá.

Fui para meu quarto, joguei-me em minha cama pensativa. Meus olhos pareciam ter vontade própria, queriam se fechar a todo custo... Já meus pés doíam, eu precisava dormir um pouco.... Tinha acordado um pouco antes de 5 da manhã para procurar emprego, passei a tarde inteira andando e só agora, um pouco mais de 6 da tarde eu tinha conseguido voltar. Pelo menos, com meus problemas resolvidos!

Por um minuto senti medo e recriminei-me pelo que iria fazer, será que valeria a pena para salvar minha mãe passar em cima dos meus princípios e dos meus sonhos? Acho que... Claro que sim!

E a pequena eu interior tão sonhadora, já estava me dando dor de cabeça de tanto reclamar... Ela sempre tinha comandado minhas vontades, de sonhos cor de rosa, casamentos felizes, amores eternos, família feliz, e agora eu havia a decepcionado... Vou parar de falar de mim mesma como se fosse outra pessoa, isto é ridículo. A única coisa que estou querendo dizer é que me decepcionei, decepcionei meus planos.... Eu tinha aceitado me casar com um homem que eu nem conhecia! Ele poderia ser um louco ou algo assim... A visão que ele me passou no nosso encontro foi exatamente essa.... Ou pior, imagine só se ele for um maníaco por controle como Christian Grey, só de pensar na possibilidade já tenho calafrios. Preferi deixar de lado esses pensamentos, dirigi-me até o banheiro e tomei um banho relaxante, preparei um macarrão básico, pois eu estava morrendo de fome. Acordei minha mãe e pedi para que ela fosse dormir no quarto, ela estava tão cansada que nem pareceu se preocupar com a montanha de roupas que tinha para passar ali, me doía muito essa situação, ela estava tão doente e tinha que se matar trabalhando. Após ajuda-la a chegar no quarto eu acabei de passar as roupas para ela e depois finalmente, pude dormir um pouco.

POV.Carlos Daniel

Cheguei em meu apartamento um pouco mais de oito da noite, tirei aquele terno que já estava me matando e deite-me no sofá, apenas de cueca, ligando a TV. Ficar nesse apartamento gigante sozinho todos os dias era depressivo, pelo menos agora terei uma esposa. Se é que posso chamar assim. A empregada entrou na sala e começou a tagarelar:

—Olá senhor Bracho, boa noite! Eu já arrumei a casa e a comida já está pronta. Algumas pessoas te ligaram e eu anotei o recado que elas deixaram na mesa do lado do telefone. Inclusive, sua mãe veio te visitar há mais ou menos uma hora atrás, parece que seu pai queria falar contigo.

—Tudo bem, Bruna. Pode sair agora! (Eu disse revirando os olhos.)

—Tá certo, o senhor precisa de mais alguma coisa? Por que já passou do meu horário de ir embora. (Ela disse, pelo visto não estava contente com meu atraso.)

—Pode ir. (Disse pegando o controle e mudando de canal.)

A loira obedeceu-me, saindo da sala em seguida. Peguei meu celular e leguei para meu pai.

***Cell onn***

—Alô!

—Oi pai, a Bruna disse que minha mãe esteve aqui mais cedo. (Eu disse.)

—Sim, queria que você jantasse aqui hoje. Sua mãe sente sua falta, você já não vem aqui há uma semana. (Disse meu pai.)

—Hoje eu não posso, estou cansado. Mas amanhã eu quero jantar com vocês! Pai... Você disse que gostaria que eu tomasse juízo e me casasse para você fazer o testamento em meu nome, certo?

—Sim..(ele concordou.)

—Então, nem te conto! Já faz um tempo que eu conheci uma moça e estou completamente apaixonado por ela, não tinha falado antes por que queria confirmar que seria algo sério. (Menti com um pouco de medo, nem queria imaginar o que ele faria se descobrisse que era mentira.)

—Que bom, Carlos Daniel! Por que não faz bem a minha reputação que você saia ficando com meio mundo! E vai me apresentar a moça amanhã? (Ele disse sem parecer estar muito animado.)

—Vou sim... (Concordei.)

—Ótimo! Traga-a amanhã. E escute bem, se pensa que pode me enganar fácil assim está muito enganado, não acredito que tenha se regenerado rápido assim. (Revirei os olhos, eu sabia que ele falaria isso.)

—Papai, não estou mentindo. É tão sério que pretendo me casar na próxima semana mesmo!

—Olha, isso sim é uma ótima noticia. Mas tenho que ver se aprovo a mulher, afinal, você não pode se casar com qualquer uma também, imagine o que todos iriam dizer!

—Acredito que você vai gostar dela papai...

—É rica? Sabe que não vou aceitar uma mulher de baixo nível em nossa família. (Engoli seco, até por que a Paulina obviamente era a pessoa mais pobre que meus olhos já tinham visto.)

—Claro que sim... Muito rica.. (Menti novamente.)

—Então ok! Agora tchau filho! Nos vemos aqui em casa, amanhã. (Foi tudo que ele disse antes de desligar o telefone.)

**Cell Off***

Um frio percorreu por todo meu corpo, tenho apenas um dia para fazer essa mulher ter cara de rica e agir como rica... Talvez não seja tão fácil como eu imagino... Enfim, só o tempo poderá dizer o que vai acontecer!

DIA SEGUINTE...

POV. Autora

Paulina acordou um pouco mais de 7 horas da manhã, estava exausta, não tinha conseguido dormir nem 5 horas se quer. Levantou-se da cama e foi até o banheiro, fez sua higiene pessoal e trocou de roupa. Seguiu até a cozinha encontrando sua mãe chorando, sentada na mesa com uma foto de Marcio, pai de Paulina.

—Mamãe... _Paulina sentou-se ao lado da mãe._ Não quero vê-la triste.

—Não estou triste filha, ao contrario, estou feliz! Logo irei me encontrar com seu pai, só me sinto mal por você que ficara sozinha nesse mundo! Mas sei que você saberá se cuidar, sempre foi muito forte não é meu amor?

—Não diga isso, por favor mamãe... Eu não me imagino sem você, não me imagino nem quero imaginar... (Paulina abraçou a mãe deixando algumas lágrimas caírem por sua face.)

—Tudo nessa vida se acostuma, meu amor! (Disse Paula, retribuindo o abraço, tinha muita pena de sua filha.)

—Não mamãe, não quero me acostumar a ficar sem você! Já perdi o papai há nem 3 anos direito e agora a senhora quer me deixar também? Não mamãe, não. Eu vou dar um jeito de salvar você, vou dar um jeito de conseguir todo dinheiro que você precisa, eu juro! Não importa o que eu tenho que fazer! (Disse Paulina decidida.)

— Você me dá medo quando fala assim, Paulina. Tudo vai ser como Deus quiser.

—Deus não quer que você me deixe e se quiser ele está sendo muito cruel mamãe! A senhora ainda é nova, não pode me deixar. Ainda vou te dar netos como você sempre sonhou, ainda vamos viajar, vamos ser felizes juntas!

—Tudo que quero é a sua felicidade minha filha! Você deveria se desapegar de mim um pouco e arrumar um namorado. Você se mata trabalhando para tentar me dar o melhor, mas é em vão... Precisa dedicar-se mais a si própria!

—Não mamãe, você é a prioridade. Quero você ao meu lado sempre e ninguém vai te tirar de mim, NINGUÉM! (Paulina disse abraçando sua mãe bem mais forte.)

Agora sim ela já havia se decidido, dane-se a moral, dane-se a dignidade, dane-se os solhos, agora tudo que ela queria era ter sua mãe viva e se fosse precisar se casar para isso, se casaria.

POV. Paulina

1 hora depois...

Agora eu estava no meu quarto, andando apreensiva de um lado para o outro com o cartão de Carlos Daniel Bracho em minhas mãos! Eu devo ligar para ele? Se ficar pensando tanto assim vou acabar ficando louca... Peguei o celular e após pensar muito, disquei o número!

***Cell onn***

—Alô! (Disse com sua voz grossa.)

—Er..hm...Alô! Er...o senhor me mandou te ligar e er... bem... (Por que eu não parava de gaguejar?)

—Paulina? (Indagou soltando uma gargalhada.)

—Er! Sim, sou eu! (Disse tentando manter a voz firme.)

—Me passe seu endereço que já passo para te buscar! (Ele pediu e eu obedeci, logo em seguida, após passar meu endereço e tudo mais desliguei o telefone.)

***Cell off***

Que coisa, sinto meu coração sair pela boca em apenas pensar que daqui a poucos minutos vou voltar a vê-lo... Tudo bem, deve ser por que estou nervosa com tudo isso que ele me propôs... Nada mais que isso, nada. Logo comecei a me arrumar, tomei um banho rápido, preparei o café para minha mãe já eu comi apenas uma maçã... Me despedi dela com a desculpa que eu iria procurar emprego já que ontem não tinha conseguido nada e sai, eu preferia espera-lo do lado de fora, por enquanto não queria que minha mãe o visse ou se quer desconfiasse de algo... Não demorou muito para eu ver seu carro se aproximando, respirei fundo. É agora que essa loucura começa e eu realmente não acredito que estou fazendo parte disso...