Escondido entre arbustos, Bonifácio Vieira observa àquela movimentação formada próxima à pensão onde sua ex-amante e sua suposta filha se encontram. Sem se deixar ver, tomara um coche e seguira Edgar, Fernando e Laura até o Rio Comprido. Ouve atentamente o que o grupo combina e percebe quando seu filho caçula começa a executar o plano...
Fernando (entrando no local): Venham... É por aqui...
Recepcionista: Um momento! Vocês não podem entrar assim neste estabelecimento!
Delegado (mostrando a ordem de busca enquanto os outros adentram as dependências): Polícia! Temos ordem para prender uma de suas hospedes!
O irmão de Edgar conduz todos pelos corredores daquele local mal iluminado até chegarem em frente a porta do dormitório onde se encontram Melissa e a cantora...O advogado olha para aquela abertura, toma algum impulso e, com um golpe de ombro, arrebenta a dobradiça, abrindo o acesso daquele lugar..
Catarina (levantando assustada): Mas o que é isso!?
Edgar: Acabou Catarina! Você está cercada!(olhando para Melissa) Vem minha abelhinha!... O papai vai te levar para casa!...

A menina corre ao encontro do pai, mas é barrada pela mãe que rapidamente pega a faca que está sobre a mesa... Todos ficam atônitos!.... Subitamente Melissa está rendida pela mãe, com a lâmina afiada da faca rente a seu pescoço...
Melissa: Papai!
Edgar: Catarina, não!
Catarina: Manda a polícia sair daqui ou eu corto a garganta dela!
Laura: Não faça isso!
Catarina: Quer arriscar, mosca morta? Você ainda não sabe do que sou capaz?
Fernando: Saiam! Saiam daqui, por favor!
Delegado: D. Catarina... Seja razoável!... Isso só vai piorar sua situação...
Catarina: Saia!
Edgar: Delegado... por favor... Saia!
Catarina(depois de ver que os policiais se foram): Edgar... O dinheiro... Cadê o dinheiro?
Edgar: Catarina... eu não tenho como conseguir essa quantia agora... por favor... solta a Melissa... eu juro... eu te entrego amanhã assim que o banco abrir...
Catarina: Claro... e assim que eu soltar a polícia entra e me prende...
Filipa: Eles não vão fazer isso...
Fernando: Solta a Melissa... Eu fico no lugar dela...
Catarina: Você Fernando? Você não me vale de nada!
Laura: Eu fico!
Edgar: Laura!
Catarina: Eu aceito a troca... (Rindo da situação, indo em direção a Laura, soltando a menina e rapidamente passando o braço pelo pescoço da professora)
Laura: Filipa... Leva a Melissa para casa...
Catarina: Isso... Quanto menos gente aqui melhor! (olhando com certo carinho para a menina) Tchau meu docinho... Um dia nós voltamos a nos ver!
Edgar (explodindo): Oras sua!
Fernando (segurando o irmão): Calma Edgar!
Filipa e Manoela deixam o aposento levando a menina, ainda assustadas com tudo aquilo que presenciaram... Melissa está em choque... A criança não esboça reação... não diz uma palavra sequer...
Manoela (tentando confortar a menina): Vamos pequena... Tudo vai ficar bem...
Delegado (na porta principal da pensão tendo seus homens pela rua): O que está acontecendo?
Filipa: Ela libertou a Melissa... Aceitou uma troca pela Laura.. exige que o Edgar consiga dinheiro para ela fugir...

Delegado: Ela não entende? Nós não vamos deixar que ela saia dessa pensão... Ela vai ser presa!
Manoela (apontando a criança): Delegado!
Filipa: Manoela... me espere no carro com a Melissa... (vendo a moça afastar-se com a menina) Além do mais... o senhor há de pensar que se ela tem uma refém e está armada há de se fazer o que ela está exigindo para que isto não acabe mal..
Delegado: Eu sei... E eu deveria ajudar nas negociações...
Filipa: Sei que sou apenas uma advogada e que não devo me meter nos assuntos da polícia, mas... acho que o senhor deveria combinar com seus homens o seguinte se querem prender essa senhora... O delegado fica escondido ouvindo o que acontece dentro daquele quarto... Quanto ao resto do contingente... Não fiquem aqui... Espalhem-se pelas imediações e sigam-na sem que perceba quando sair daqui... Assim vão conseguir prende-la e a Sra. Vieira não correrá tantos riscos...
Delegado: Mocinha... realmente isto não lhe diz respeito... mas... tenho que admitir que é uma boa ideia... (olhando para os guardas) Homens... Ouçam com atenção... Vamos fazer o seguinte!
Enquanto isto, na residência dos Vieira, Joaquim, após sem saber tudo o que acontecera após ter deixado D. Margarida em sua casa, é recebido por Gertrudes e informado sobre os últimos acontecimentos...
Joaquim: Como assim, o Sr. Fernando chegou aqui e todas saíram?
Gertrudes: Foi o que pude entender Dr. Castro. Segundo ele, Catarina estava com Melissa e foi com D. Laura avisar o Dr. Edgar. Enquanto isto D. Filipa e D. Manoela foram à delegacia para irem a esse lugar que ele falou levando o delegado...
Joaquim: E agora? Ficar aqui não adianta nada...podem precisar de ajuda... Ainda mais em se tratando do Fernando... ele não me inspira confiança... (saindo e encontrando com Guerra no jardim)
Guerra: Joaquim...
Joaquim: Guerra...
Guerra: Deixei a Celinha em casa e fechei a edição do jornal... Sabe se tem alguma novidade? Encontraram a menina?
Joaquim: Aconteceram várias coisas desde que você saiu daqui... estou indo até a delegacia...
Guerra: Eu vou contigo... me conte no caminho...
Enquanto o advogado e o jornalista dirigem-se ao distrito policial, longe dali, na pensão, o delegado Praxedes mantém-se próximo à porta que fora arrombada, a uma distância onde não pode ser visto mas onde pode ouvir tudo o que se passa naquele quarto. Dentro do dormitório, Catarina, mantendo a faca junto ao pescoço da professora sentada a sua frente, olha para os irmãos, atordoados diante da cena que presenciam...
Laura: Catarina... Não há necessidade disso... eu não vou fugir... Ninguém aqui vai tentar nada...
Catarina: Cale a boca, mosca morta! Quem decide o que fazer ou não aqui sou eu! Vamos passar uma noite agradabilíssima graças ao Edgar! Se tivesse levado o dinheiro até o lugar que eu tinha indicado... a estas horas eu já tinha devolvido a Melissa e sumido daqui! Mas não... Tinham que vir atrás de mim...
Fernando: E quem garante que você devolveria a menina?
Catarina: Devolveria sim! Por mais que eu goste dela e tenha me sacrificado por ela...
Fernando: Sacrificado? Ela sempre foi um estorvo para você!
Catarina: Sacrificado sim! Quando engravidei tive de abrir mão de minha carreira... Depois acabei vindo para o Brasil... para uma terra em que não conhecia ninguém... Não passei necessidades, mas o dinheiro que Edgar dava , mal chegava para sustentar a casa e a Melissa... Desde que engravidei dessa menina minha vida virou de pernas para o ar!
Edgar: Eu fazia o que era importante para a minha filha... eu te dava o que era suficiente para o bem estar dela!
Catarina: Você devia era me agradecer! Eu cuidei muito bem da sua delicada florzinha... Te dei um presente precioso! Você acabou com a minha vida! E nem sequer tentou consertar o erro! Não concorda Laura? Sei que estão juntos agora... Mas mesmo durante esses tempo que estiveram separados... Ele nunca pensou em dar uma família para a filha! Claro... sempre só teve olhos para você... (rindo com sarcasmo e passando delicadamente a folha da faca na face alva de Laura) Sabe... por mais que olhe para você... não entendo o que Edgar viu em ti.. Tem a aparência tão frágil... tão inssossa... Mal me viu chegar resolveu fugir... como um bichinho assustado... Enquanto isso... Eu fiquei aqui... cuidei para que Melissa restabelecesse sua saúde, alimentei, criei, eduquei a menina e, acima de tudo, respeitei você (apontando para o advogado)... E agora como você, Edgar, me retribui por todos esses anos de dedicação? Me entregando para a polícia!
Edgar: Eu não a entreguei para polícia... Quem entregou teu paradeiro não interessa.... Quanto aos anos de dedicação... bem... acho que cuidar e educar um filho é a obrigação de uma mãe e de um pai... mesmo que esse pai não seja de sangue, não é mesmo?
Catarina: O que disse?
Fernando: Vamos Catarina... Sejamos francos... Provavelmente esta será a última noite que nos verá....
Catarina: Não tentem me ludibriar... não vão conseguir...
Laura: Sabemos que Edgar não é o pai de Melissa..
Edgar: Catarina... Sei que Bonifácio Vieira foi seu amante quando você esteve no Brasil em turnê em 1903... Melissa é filha dele...
Fernando: Temos todas as provas... Sabemos que Melissa é nossa meia irmã... Não negue... Não há por que fazer isso mais...
Catarina (baixando a guarda): Sim! É filha dele sim! Edgar... o que queria que fizesse? Eu era uma cantora famosa, admirada, invejada! Vivia na alta sociedade lisboeta!Volto de uma turnê internacional e descubro-me grávida... durante algum tempo ainda consigo manter alguns contratos, mas eles foram escasseando... assim como o meu dinheiro...Pouco antes da menina nascer, entrei em contato primeiro com seu pai...escrevi uma... duas... nem sei quantas vezes...nunca lhe contei isso, mas... Melissa nasceu antes do tempo... por isso com problemas... como não obtive resposta... tentei com outros dois homens com quem tive um relacionamento na mesma época que você... você deve lembrar do político que me sustentava... e do seu colega Joaquim... que você nem imaginava... Bem... nem um deles me deu ouvidos... A menina estava mal... Eu precisava de ajuda....
Edgar: Ela não estava tão mal assim... Nós sabemos que você pagou para que adulterassem os prontuários dela...
Fernando: Como é? Eu não sabia disso!
Catarina: Pelo que vejo você sabe mais do que eu imaginava... Bem... Se quer a verdade... Terá a verdade então! Eu tinha certeza que Edgar não iria ficar imune ao meu apelo... Iria me ajudar. Contei com a ajuda de um médico que falsificou os laudos de Melissa e que convenceu Edgar que o melhor para a menina era que viesse para o Brasil pois o clima daqui seria benéfico para seus pulmões.
Fernando: Não entendo...
Catarina: Fernando... eu precisava vir para o Brasil... Edgar era o meu passaporte... para essa terra de índios...
Laura: E para a fortuna dos Vieira...
Catarina: Sim, mosca morta... mas existia você! E vou confessar... Pensei que seria mais difícil terminar com esse casamento... mas não... nunca foi tão fácil!.. (rindo) Falei com o gerente do hotel em que Edgar estava hospedado e ele entregava toda correspondência dele para eu verificar antes... E todas as cartas que o Edgar escrevia também... ele me entregava... Você deve ter morrido de preocupação não? Ele estava preocupadíssimo! Mas... não podia sair dali... A filhinha estava muito doente!... Sabe Laura... lembro bem de sua expressão quando nos vimos pela primeira vez... E daria tudo para ter visto tudo o que aconteceu naquela casa na noite em que chamei Edgar por uma febre de Melissa... que eu inventei... quando ele passou a noite dormindo no sofá da casa que alugou para a filha depois de uns goles de chá com algumas gotas de laudano...
Laura: Laudano! Como não desconfiei!
Catarina: Você estava cega de ciúmes... Com a confiança em seu marido completamente abalada... Separa-los foi quase uma brincadeira...Tudo estava saindo como planejado... Edgar estava arrasado... E eu... como uma boa amiga... tentava consola-lo... Esperava que em algum momento ele resolvesse que Melissa devia ter uma família... Ainda bem que logo que cheguei a esta cidade procurei por Bonifácio... Sempre fui uma mulher precavida... E nada como a ameaça de revelar a existência de uma filha ilegítima para um político que na época já estava envolvido em um escândalo público... Bonifácio ficou calado... E fez tudo o que pedi... Me deu uma quantia mensal em troca de meu silêncio...E com isso consegui manter-me razoavelmente no Rio de Janeiro... (rindo) Fernando... de onde acha que tirei o dinheiro com que paguei o Oswaldo para publicarem a notícia do divórcio logo que Laura voltou para a Capital?
Enquanto isto, após um pequeno percurso de coche, Filipa, Manoela e Melissa finalmente chegam à residência do casal Vieira, sendo recebidas por Gertrudes e Matilde
Gertrudes: Melissa, meu anjo! Estava tão preocupada contigo! (Abraçando a menina que reage fracamente) O que foi meu amor? O que fizeram com você?
Filipa( percebendo que a criança não está bem) Gertrudes... a Melissa deve estar cansada...
Gertrudes: Eu entendo... Vem... Eu vou cuidar de você...
Matilde (vendo as duas senhoras e a menina subirem): D. Manoela, sei que não é de minha conta, mas, o que aconteceu? O Senhor Fernando estava certo?
Manoela: Sim Matilde. Ele estava certo. Catarina estava mantendo a Melissa como refém. Foi horrível. Quando chegamos lá ela colocou uma faca no pescoço da menina...
Matilde: Meu Deus! Pobrezinha! Mas... e como está aqui agora? E onde estão D. Laura e o Dr. Vieira?
Manoela: Ainda devem estar lá... Para libertar Melissa, Catarina aceitou que Laura trocasse de lugar com a menina até que Edgar consiga o dinheiro que ela pediu...
Matilde: Mas essa mulher ainda acha que vai conseguir fugir? E D. Laura... Deus... essa louca pode fazer algo com ela...
Manoela: Temos que ter fé que tudo irá terminar bem... o único que nos resta é esperar e rezar... (fazendo uma pausa) Joaquim voltou?
Matilde: Voltou e tornou a sair... Disse que ia a delegacia em busca de informações...
Manoela: Se bem o conheço deve ter ir ao Rio Comprido...
Já nas proximidades da pensão, Bonifácio Vieira do lugar onde se encontra, observa Guerra e o advogado chegarem e entrarem naquele local de má fama... A dupla segue pelos corredores vazios dirigindo-se ao delegado Praxedes que ao vê-los faz um sinal para que fiquem onde estão e em silêncio... No dormitório, a cantora continua com seu relato...
Catarina: Sim... admito que fui eu quem pagou aquele jornalistazinho para que publicasse a nota mencionando o divórcio de vocês. Depois de anos de esforço, quando minha vida parece que vai começar a voltar ao normal... Quando pelo menos vou voltar aos palcos... um belo dia, andando pela Rua do Ouvidor, o que eu vejo? Laura! E o que é pior! Com um menino... um menino igualzinho ao Edgar... Eu precisava agir... E rápido! (Baixando a faca e virando o rosto da professora de frente para o seu) Você precisava voltar para onde o lugar de onde nunca devia ter saido, levando essa criança que só ia atrapalhar os meus planos... A matéria foi publicada... Os comentários maldosos pipocaram pelas ruas... Mas foi inútil... Você permaneceu aqui...
Edgar: Os seus planos... os seus planos... Você queria que eu continuasse a sustentar você e Melissa eternamente e sonhava com o dia que resolveria formar uma família contigo... Laura e depois Daniel eram uma ameaça para esse seu plano... até agora eu só não entendo uma coisa... Por que se envolveu com Fernando?
Catarina (andando pelo quarto riscando o ar com a faca): Oras Edgar... não vejo por que tenho que lhe dar explicações sobre com quem tenho ou não envolvimentos amorosos... mas.. já que quer saber... um dia, após um dos ensaios no Alheira, Fernando apareceu... Apesar dele pensar que não, eu sabia muito bem quem era e o que queria... Via a inveja e a raiva que sentia de você e sabia que seria fácil manipula-lo para que fizesse o que eu quisesse desde que isso te atingisse de alguma forma e aumentasse a confiança e a auto-estima do seu meio-irmão...Vi nele a oportunidade de finalmente alcançar meu objetivo... E assim fiz... O seduzi fazendo parecer que estava sendo seduzida... depois tudo se tornou fácil... o convenci a roubar a fábrica... arquitetei com ele todo o plano para tornar-se acionista majoritário... Ficamos noivos... Fernando fazia tudo... Absolutamente tudo o que eu queria...
Fernando: Eu cai completamente no seu jogo... Quando me aproximei de você, realmente a intenção que tinha era apenas provocar meu irmão... com Laura não me atreveria, não por Edgar, mas por respeito a Albertinho, que sempre foi um amigo leal e companheiro.... Quando dei por mim, eu estava completamente apaixonado... não... diria melhor... cego...fascinado... Eu fiz tanto por você... Faria qualquer coisa... Mas mesmo tudo o que fiz não era suficiente para te fazer feliz... Você precisava mais... A única coisa que iria realmente te fazer feliz era ver Laura infeliz... Quando soube da escola, não sossegou até que Caniço não aceitasse colocar fogo no prédio... O incêndio... Eu pensava que era apenas a construção que ia arder em chamas...
Edgar: Por que Catarina? Por que?
Catarina (indo em direção a Laura com a faca em punho): E você ainda pergunta o porquê? Por causa dela você me deixou... por causa dessa mosca morta você me abandonou quando eu mais precisava! Se não fosse pela sua existência minha filha teria uma família!
Nisto, o político, que há algum tempo entrara na pensão e a tudo ouvia escondido de todos, inclusive do delegado, Guerra e Joaquim, resolve tomar alguma atitude... Sem raciocinar muito, no que iria acontecer consigo, com sua carreira política, com sua reputação ou com a falta dela, resolve que já é hora de terminar com aquela situação... Passa pelo trio a sua frente que acaba o seguindo espantados e entra naquele dormitório causando enorme estranheza em todos os presentes, que olham atordoados para aquele homem parado ali
Bonifácio (entrando e mirando um revolver que traz engatilhado em direção a cantora): O que você está dizendo? Catarina! Nem você mesma sabe de quem a Melissa é filha! O que você não aceita é que Edgar tenha terminado o relacionamento... e não você! A sua raiva é por isso... por que quem não quis mais foi ele... E para se vingar resolve que quem deve assumir a tua filha é justamente quem a rejeitou, claro... ainda mais sendo herdeiro de uma tecelagem, filho de um político influente... E mais ainda se houver suspeita de que o próprio político pode ser o pai... Ah... tem uma coisa que vocês não sabem... O por que ela voltou antes para Portugal... Sabem por que? Porque ela estava me causando problemas!... Como sabem... Eu sou um homem casado... um pai de família... um homem público que... obviamente... como todo homem de minha posição... comete seus pecadilhos... Que devem ficar escondidos em suas alcovas... E não circulando pelos salões da alta sociedade carioca... Gerando o comentários... especulações... Paguei a peso de ouro sua rescisão com a Companhia Lisboeta de Canto Lírico... suas Despesas.... Sua passagem de volta a Portugal... Pensei que tudo estava resolvido... Ela reapareceu... E com ela tudo isto!.. Já Basta! Essa mulher já nos causou problemas demais...
Catarina (correndo em direção a Bonifácio ): Velho asqueroso! Você acabou com a minha vida! Você... só você é culpado de tudo! Vai para o inferno!
Num golpe rápido, profundo e preciso, a cantora perfura o abdomen do pai de Edgar... Bonifácio sente a dor do corte... o sangue saindo pelo ferimento e rapidamente enrubescendo sua camisa... Fala com dificuldade, sentindo o gosto de seu sangue na boca...
Bonifácio: Vou para o inferno... Mas você vai junto...
Com estas palavras se ouve um disparo... e um corpo ir ao chão...