O cara me olhava de forma estranha, misteriosa e fechada. Ele tinha uma linda cara de... Nada.

- Desculpa, mas quem era o cara de ontem a noite? – Oliver Sykes se sentou ao meu lado o que causou uma expressiva cara de WTF

- Desculpa, mas não te interessa. – Falei em um resmungo engasgado. De fato não era do interesse dele

- Se não fosse do meu interesse, não teria perguntado – Ele respondeu como uma criança de cinco anos perguntando de onde vem os bebes

Revirei os olhos ignorando a resposta estúpida dele. Peguei o whisky que o barman arrastou pelo balcão na minha direção. O peguei e bebi sentindo o cheiro forte do álcool

-Gosta de whisky? – Perguntou tentando puxar algum assunto.

- Bem, se não gostasse, obviamente não estaria bebendo, certo?

Eu agradecia muito o fato de ele ter me ajudado naquela história toda com o Bryan, mas sinceramente, agora ele estava sendo um pé no saco

Oliver se calou e pediu uma dose de tequila. Era uma bebida forte, mas se ele gostava, quem era eu para questioná-lo? Ele bebia rápido e eu imaginava o quanto aquilo devia queimar a garganta, sei lá...

- Sabe que te acho bonita – Ele disse depois da quarta dose

Assenti com um suspiro. Ele também era bonito e apesar de eu julgá-lo, ele estava sendo bem aceitável e gentil. Senti o rosto dele se aproximar do meu como se quisesse olhar cada centímetro da minha pele. Olhava bem o rosto dele também. Os cabelos castanhos bagunçados pelo rosto estavam levemente molhados por causa da neve lá fora. Os olhos dele sob a luz artificial do bar estavam um tom de caramelo meio amendoim e descendo para os lábios finos e rosados que formavam um bico pensativo e sexy, porém pareciam um pouco ressecados pelo gelo.

Quando nossos rostos se encontravam há cinco centímetros de distancia, virei o rosto e ele me encarou como se não entendesse o que eu havia feito, mas não me importei muito.

- Qual é o seu problema? – Ele parecia um pouco irritado

- Meu problema? Só não quero te beijar

- Há um minuto você queria.

- AAAAAAH, ótimo – Levantei-me com um suspiro irritado e botei um dinheiro em cima do balcão saindo logo depois

Escutei a porta batendo atrás de mim e abaixei a cabeça andando rápido pelo caminho que havia chegado e senti uma mão no meu braço.

- Não pode ir ainda – Oliver disse alto e em um impulso, minha mão voou para um tapa barulhento em seu rosto o que fez o garoto dar um gemido.

Logo depois ele pegou meu braço e me arrastou para o seu carro logo o religando e dirigindo para algum lugar que eu desconhecia. Ele me odiava, era óbvio, mas por bem ou por mal, esse ódio era recíproco.

Ele olhou para mim e agora seus olhos caramelos pareciam negros de raiva. Me perguntei se o motivo foi o fato de que o recusei. A resposta era obvia e era “sim”.