MOMENTOS ANTES...

— Porque tem tanto medo do meu pai? Ele te ama! – falou sabendo a verdade dele.

Inês o puxou para o sofá e sentou respirando alto.

— Emiliano... seu pai não me ama! – segurou a mão do filho. – Seu pai é um monstro e me quer com ou sem meu consentimento porque ele não respeita a vontade de uma mulher! – Inês tinha que ter calma ou o filho não iria entender.

— O que esta querendo me dizer mamãe? – ele sentiu medo.

— Emiliano, quando eu era jovem... – respirou fundo para começar novamente aquela historia. – Eu sei que seu pai te disse que foi Victoriano quem estragou nosso relacionamento, mas não foi! Eu amava Victoriano com todas as minhas forças e ainda amo e seu pai não aceita isso, nunca aceitou e foi ai que tudo aconteceu...

Emiliano levantou temendo aquela verdade, aquela verdade que não era a sua! Sabia que Victoriano o odiava por ser fruto do amor dela e do pai e agora ali sua mãe estava começando a dizer que não era assim a historia... ele a olhou.

— Eu sempre amei Victoriano e eu ia me casar com ele, mas seu pai uma noite me encontrou indo para casa e... e... – ela começou a chorar. – Ele me violou...

Emiliano sentiu o coração disparar com aquela revelação e os olhos se encheram de lágrimas e ele foi ate sua mãe que ainda estava sentada e ajoelhou frente a ela querendo mais resposta e lá no seu interior ele sabia que o pior estava por vir e sem conseguir controlar a pergunta que o destruiria ele fez a ela...

— Eu não sou fruto de amor? – Inês o olhou e soluçou alto confirmando a ele que não era. – Eu não sou? Ele abusou de você por mais de uma vez?

— Emiliano... – ele se levantou.

— Eu sou fruto de um estupro? – ele gritou. – Você me teve mesmo sabendo que me olharia e veria que eu sou fruto de um ato monstruoso? – ele gritou já deixando suas lágrimas rolarem...

Inês levantou e foi ate ele.

— Meu filho não diga isso... eu te amo, eu te amo desde o ventre mesmo sabendo que você não foi concebido com amor, eu te amo e sempre te amei... – ela tentou tocar seu filho, o seu menino.

Emiliano se afastou transtornado e chorava com ódio e ressentimento por ter deixado o pai tão perto da mãe sabendo que ele era m monstro e que poderia fazer mal a ela a qualquer momento, ele passou as mãos no cabelo e olhando sua mãe ali em sua frente se sentiu culpa e ao mesmo tempo com tanto ódio que ele apenas queria tirar satisfação e saiu porta a fora e Inês foi atrás dele gritando...

— Vamos entrar e tomar um café? - convidou a todos e quando foi responder ouviu a voz de Inês.

— Emiliano espera, por favor! - Victoriano se virou e viu Emiliano descer correndo com o chapéu nas mãos.

— Emiliano... - Connie chamou por ele mais ele não deu ouvidos e saiu com pressa.

Inês logo apareceu e chorava desesperada.

— Vai atrás dele Victoriano, por favor! - Victoriano apenas assentiu e saiu atrás dele.

As meninas foram ate Inês que viu tudo preto a sua frente e desmaiou nos braços de Alejandro. Ele a levou para dentro e a deitou no sofá e Marijô correu ate o banheiro e trouxe álcool para que o pai tentasse acorda-lá.

[...]

Victoriano pegou seu carro e seguiu o táxi em que Emiliano entrou, sabia que ele não estava totalmente recuperado de seu acidente e se preocupou se preocupou ainda mais por ter deixado Inês sozinha e chorando sentiu seu coração arder por saber que se visse Loreto iria quebrar a cara dele.

O táxi parou no mesmo lugar onde ele tinha ido da outra vez e quebrado a cara de Loreto, viu quando Emiliano desceu do carro e correu em direção ao beco e ele parou seu carro e desceu também correndo e indo em direção a eles e ao chegar na porta ouviu o grito de Emiliano ecoar pelos quatros ventos.

— Como você pode ser esse ser desprezível? – Loreto o segurava, não queria ser agressivo com seu próprio filho.

— Emiliano, me solta! Seja lá o que te contaram é mentira meu filho... – Emiliano se enraivou ainda mais e quando foi para dar um soco em sua cara Victoriano entrou e o segurou.

— Não fale a pena Emiliano... – falou e Loreto sentiu vontade de dar um tiro nele.

— Sai daqui, aposto que foi você quem envenenou meu filho contra mim! – avançou com um soco que pegou na cara de Emiliano. – Meu filho me perdoa... – tentou chegar perto e ele recuou.

— Eu não preciso mostrar a ele quem você é, Loreto, você faz isso sozinho! – Victoriano tentava manter a calma. – Vamos embora daqui! – Emiliano também se soltou dele e encarou o pai.

— Eu só quero saber o porquê... – falou sofrido.

— Emiliano, eu amo a sua mãe e tudo que aconteceu foi por culpa dele... – apontou para Victoriano. – Ele entrou no nosso caminho e destruiu a minha felicidade com sua mãe! – queria que o filho acreditasse naquela verdade em que ate ele mesmo acreditava.

Victoriano perdeu os estribos e partiu para cima dele socando ele onde conseguia ate que sua mão cansou e ele parou deixando Loreto caído no chão.

— Você não ama ninguém! É um ser desprezível que usa da sua condição de homem para abusar de mulheres como Inês, a minha vontade é de dar um tiro no meio dessa sua cara e acabar com essa nojeira que é você! – Loreto sorriu.

— A ordem em que as coisas aconteceram não muda o fato que ela foi embora comigo e me deu um filho homem que era o seu sonho em ter com ela! – Victoriano o chutou.

— Um filho do qual é fruto de um abuso... abuso! – Emiliano gritou e também o chutou. – Eu não quero te ver nunca mais, e se chegar perto de minha mãe, eu, mesmo vou te matar! – ele saiu de dentro da casa atordoado.

Loreto olhou para Victoriano e sorriu vendo ele se virar para ir embora e antes que ele fosse despejou sem pena.

— Inês te contou toda a verdade? – ele parou, mas continuou de costas. – Contou pra você que ela teve um filho que morreu?

Victoriano o olho e voltou o pegando pela camisa e o encarando, ele sangrava no rosto mais mesmo assim manteve sua pose. Eles se encaravam como dois inimigos que dariam um tiro na cara um do outro em segundos.

— Mas não se preocupe Victoriano que o filho não era seu! – sorriu maldoso. – Era mais um varão meu, só meu porque você não sabe fazer filho homem! – Victoriano socou a cara dele de novo.

— Você é tão podre que chega a dar pena Loreto! – o jogou no sofá. – Não volte a se aproximar de minha mulher ou eu vou cumpri a minha promessa e te dar um tiro no meio dessa sua cara!

— Ela vai ser minha Victoriano, vai ser minha mais cedo ou mais tarde! Disso você pode ter certeza! – a cara de Victoriano não negava a sua vontade de matá-lo, mas não podia naquele momento.

— O seu problema é não aceitar que ela sempre me amou, que pra você ter ou estar com ela precisava ser a força! Comigo Inês tem prazer não é nada forçado, ela se da a mim seu eu precisar falar alto ou forçar a barra! – se afastou dele. – De você, ela só sente nojo e é por isso que sente tanta raiva, porque ela mesmo ao seu lado somente suspirava por mim, não por você que é um frouxo que precisa da violência para ter uma mulher em sua cama!

Victoriano nada mais disse apenas saiu para ir atrás de Emiliano que para sua surpresa o esperava perto do carro, ele se aproximou e o segurou pelo pescoço e mesmo contra a vontade dele o abraçou e viu que ele chorava novamente.

— Vamos tomar alguma coisa e depois ir falar com sua mãe que deve estar mais que angustiada. – ele o soltou e entraram no carro.

[...]

NA CASA DE ALEJANDRO...

Inês despertou e no mesmo instante levantou correndo e como já conhecia a casa correu para o banheiro e vomitou, Alejandro correu ate ela e a amparou e quando ela soltou tudo que tinha e não tinha no estomago a levantou e a levou ate a pia a olhando seriamente e sem conseguir segurar perguntou.

— Você esta grávida Inês? – ela o encarou...