— Inês... – ela nem deu bola a ele e Connie a seguiu pulando e entraram no quarto batendo a porta.

Victoriano ficou desacreditado no que viu e ouviu e encarou Emiliano que o encarou de volta ficando de pé. Foram longos segundos ali um encarando o outro até que Victoriano quebrou o silencio.

— Não pense que porque eu estou aqui eu quero conversar! – bufou parecendo criança birrenta e Emiliano deu de ombros.

— Eu também não quero falar com um homem que só ouve o próprio umbigo! – Victoriano semicerrou os olhos.

— Você me respeita que eu sou mais velho que você moleque! – bufou mais.

— Olha só Victoriano... – passou a mão no rosto tentando manter a calma. – Eu sei que você não gosta de mim mais eu amo a Connie e eu quero ficar com ela! – foi verdadeiro falando com calma.

Victoriano sentiu o peito pulsar ainda mais rápido e ofegou, ele não podia imaginar que aquele moleque estava querendo furar a sua menina, ele negou com a cabeça era informação de mais para ele imaginar a sua menininha já tendo uma vida de adulto.

— Você não vai furar a minha menina! – falou com desespero.

Emiliano cruzou os braços e o encarou.

— E você pode furar a minha mãe?

— Uma coisa não tem nada a ver com a outra! – bufou.

— Claro que tem! Você acha que eu gosto de saber que você está "furando" a minha mãe. – fez aspas com as mãos. – Se eu não posso estar com a mulher que eu amo, você também não vai ficar com minha mãe!

— Você é um cretino moleque! Acha que sabe alguma coisa? Não vai furar a minha filha enquanto não casar.

— Se o problema é casar, eu caso! – sentenciou.

Victoriano se surpreendeu com o que ele falou e suavizou mais o rosto.

— Olha... Emiliano, eu não quero que você pense que eu não gosto de você pelo pai que tem! Até poderia ser, mas não é. Eu vejo em seus atos que é um bom menino...

— E porque sempre me maltratou? – sentou esperando resposta e Victorianos sentou ao lado dele.

— Porque eu sentia ódio de sua mãe ter dado um filho homem para aquele desgraçado e não para mim! Você tinha que ser meu filho e não daquele desgraçado! – Emiliano suspirou.

— Eu preferia ser seu filho! – confessou e Victoriano o olhou e tocou seu ombro. – Eu queria ser um Santos! Eu sempre tive orgulho de você, quanto te via em cima daqueles cavalos eu sempre pensava que quando crescesse eu seria como você, mas com o passar do tempo tudo que eu fazia te deixava irritado e isso foi me afastando e eu passei a ter raiva ao invés de admiração por você!

Foi a vez de Victoriano suspirar tinha sido um idiota com uma criança que não tinha culpa mais ele não sabia até aquele momento, tinha injusto quando na verdade deveria tê-lo amado ao invés de maltrata-lo como fez.

— Me perdoe por jogar a culpa em você de algo que você nem sabia!

— Eu perdoo se me deixar casar com Connie! – estendeu a mão a ele e Victoriano hesitou um pouco mais pegou na mão dele não poderia impedir eles de ser felizes quando ele mesmo estava ali lutando contra todos para ser feliz ao lado de seu amor!

— Se magoar a minha menina, eu corto a sua cabeça! – ficou de pé assim como Emiliano e os dois se abraçaram com carinho.

— O my good! – a voz de Connie soou e os dois olharam para ela que sorria e batia palmas para eles. – Eu nunca pensei em ver uma cena dessas em toda minha vida! – estava tão feliz que correu pulando nos braços de Victoriano que a segurou e seus olhos foram de encontro ao de Inês que tinha um sorriso no rosto enquanto comia seu sorvete. – Isso significa que vocês se acertaram e eu vou poder namorar em paz? – olhou o pai.

— Não abusa garota! – ele falou rindo. – Só tomem cuidado e não me deem netos porque eu quero curtir o meu filho primeiro! – ele beijou a filha e tocou no ombro de Emiliano e foi em direção a seu amor e os dois entraram para o quarto deixando os dois sozinhos.

— Como conseguiu dobrar o meu pai? – Emiliano nada disse apenas a puxou para um beijo.

[...]

LONGE DALI...

Loreto estava sentado na cantina da cidade bebia como um desesperado enquanto cantava e chamava por Inês e seu filho chorando estava desesperado por ter perdido tudo e agora de verdade mais ele não se daria por vencido e teria sua família de volta por bem ou por mal e com esse pensamento ele bateu na mesa chamando a atenção de todos que ali estavam.

Alejandro como era conhecido como afilhado de Loreto foi acionado e ele entrou na cantina e logo o avistou e foi até a mesa sentando. Loreto o olhou e sorriu apontando o dedo enquanto bebia todo o liquido de seu copo.

— Você é o único que ainda volta por mim mesmo eu errando tanto! – deixou o copo sobre a mesa e voltou a encher.

— Padrinho porque está bebendo tanto? – tirou o copo dele mais Loreto bebeu direto da garrafa.

— Eu preciso disso para não me lembrar! – Loreto via dois dele.

— Vamos para casa! – levantou para ajudá-lo a levantar de sua cadeira.

— Eu não vou! – tentou se soltar e quase foi ao chão, mas ele o segurou e os dois se olharam nos olhos. – Você é igual a sua mãe! – soltou rindo. – Tem o mesmo coração bom que ela. – a voz saiu carregada e Alejandro sentiu seu coração bater forte no peito.

— Você conheceu a minha mãe? – a voz saiu com certo desespero. – Quem ela é? – era a primeira vez em muito tempo que os dois tocavam naquele assunto.

— Eu sei, eu sei e vou te dizer! – sorriu maldoso e Alejandro esperou pela verdade com o coração apertado...