Inês tocou os lábios dele com os dela, virou um pouco a cabeça encaixando nos lábios dele, levando uma de suas mãos a nuca dele e o trazendo para mais perto, Victoriano tremeu não esperava o beijo mesmo querendo, ele a trouxe mais para ele e buscou a língua dela com a sua a encontrou e desfrutou daquele beijo como se ali eles tivessem selando um recomeço para o amor dos dois.

Victoriano a apertou em seus braços e sorriu no meio do beijo, levou uma mão ate a nuca dela e intensificou ainda mais o beijo, Inês se entregou e tocou o rosto dele com uma das mãos, enquanto a outra o puxava para mais perto de seu corpo. Victoriano virou o corpo dela e a prendeu contra a arvore, o beijo era intenso e eles cessaram somente quando o ar faltou em seus pulmões. Inês o olhou.

— Vamos para casa? – Ela perguntou num sussurro.

— nos ainda temos que conversar! – Ele acariciou o rosto dela.

— Vamos deixar para amanha? – Limpou as lagrimas dele. – Já foram coisas de mais para um dia só! – Victoriano não sabia o que dizer.

— Eu... Eu só queria poder tirar todas essas marcas de você! Do seu coração. – Ele deitou a cabeça no ombro dela.

Victoriano chorou novamente e ela o abraçou, ela já não chorava, doía? Claro que sim mais ela aprendeu a conviver com aquela dor de ser maltratada por um homem sujo que não merecia mais suas lagrimas, mas ali naquele momento para Victoriano era mais difícil saber que a julgou tanto e ela não tinha culpa, nem ele mais doía muito saber que ele não estava lá pra proteger a mulher que ele sempre amou.

— Por favor, não chora mais! – Pediu sentindo seu coração despedaçado por o ver daquela forma.

— Me perdoa. – Segurou o rosto dela entre as mãos. – Ao invés de estar com você, eu te julguei! – Juntou sua testa na dela.

— Você não tinha como saber! Eu não contei você não tinha nem como imaginar, eu disse a você que o amava e ai foi o meu erro! – Ele a beijou de leve. – Perdi o amor de minha vida e... – Parou de falar e o olhou. – Vamos embora! – Implorou.

— Eu prometo que a partir de agora nada de ruim vai te acontecer, eu vou te proteger meu amor! – Secou a pontinha de lagrima que queria escorrer do canto de seu olho. – Vou estar com você para sempre! – Ela se afastou dele.

Inês saiu dos braços de Victoriano e foi para o outro lado, virou e o olhou.

— Você não pode me prometer o que não vai cumprir! Eu só estou debaixo do mesmo teto que você ainda por conta das meninas, mas assim que elas se casarem Victoriano, eu vou embora e deixarei você ser feliz com a mulher que diz amar! – Foi dura e ao mesmo tempo sentia o coração quebrar com aquela declaração.

Ele se aproximou dela.

— Você não pode me deixar Inês! – Ele a segurou pelos braços. – Eu me casei com Débora porque eu estava chateado, aborrecido com você! Eu casei somente pra te ferir. – Soltou a verdade a ela.

— Você já me feria com seus desprezos. – Ela chorou. – Sempre mostrando que eu era uma simples empregada, esse sim era o maior dos desprezos para mim, saber que eu nunca chegaria a dona e senhora dessa casa por um erro meu! Não nego que me doeu ver você se casando com aquela mulher que não te ama, ela somente quer o seu dinheiro e você como todo macho que quer o ego lá em cima, casou pra me ferir e suprir a sua vaidade masculina.

Victoriano a olhou não tinha o que dizer, ela estava certa em quase tudo que dizia, mas ele tinha plena convicção no amor que Débora sentia por ele.

— Inês, Débora me ama isso eu tenho certeza. – Ela sorriu sem alegria para ele.

— Não seja idiota. – Esbravejou. – Ela ama o seu dinheiro, a vida fácil que você proporciona a ela e em troca ela da o corpo pra você desfrutar! Só você não vê, esta cego por aquela mulher! – Ela secou suas lagrimas. – Um dia você vai me dar razão sobre o que eu digo sobre a sua mulher! – Estava brava e virou para ir embora.

Ela não conseguia entender como ele poderia ser tão esperto para algumas coisas e tão "idiota" para outras, mas ela não iria ficar ali vendo ele dizer o quando aquela "piranha" o "amava". Amor? Ela sorriu sem alegria montando em seu cavalo, o olhou e falou antes de ir.

— Continue se iludindo com a sua mulher Victoriano e ela vai te surpreender! – Despejou aquelas palavras e saiu galopando com seu cavalo.

Victoriano a olhou sumir em meio a escuridão, ele estava pasmo com tudo que ela havia dito, sorriu, seria ciúmes? Ele balançou a cabeça negativamente e respirou indo ate seu cavalo, montou e seguiu para casa.

[...]

As coisas na fazendo estavam seguindo seu curso normal, Victoriano ate tentou falar com Inês mais ela sempre se esquivava ou fugia, se concentrou apenas em cuidar de suas meninas, do filho e manter a casa em ordem.

As ligações de Loreto para Inês foram constantes, ela recusava a chamada e ele ligava na fazenda a obrigando a falar com ele, ele queria um encontro com ela, mas Inês se negava, tinha nojo e pavor só de pensar que ele poderia novamente lhe fazer mal. E era justamente isso que ele tinha em mente, queria sua mulher de volta e a conseguiria nem que fosse a força novamente.

Débora não deu paz nessa semana e sempre achava um motivo para insultar Inês e a diminuir, ela estava ficando cansada daquilo e sempre contava ate dez para não revidar mais o dia dela estava chegando e nesse dia ela só iria pegar sua mala e ir embora da fazenda para sempre.

[...]

UMA SEMANA DEPOIS...

Era por volta das onze da manha quando Inês chegou a feira, estava sozinha e somente iria comprar algumas coisas básicas para a fazenda. Ela andava calmamente olhando as coisas e sorria para alguns conhecidos que também passavam por ali.

Inês era observada de longe, mas como estava concentrada em terminar logo aquela compra e ir logo para casa. Ela andou e andou ate o final da feira quando ela sentiu uma mão a puxar. Ela olhou assustada.

— Loreto... – Ele sorriu.

— Olá morenita! – Falou cinicamente.

Inês tentou se soltar mais foi inútil e ele a arrastou dali, a jogou dentro de sua camionete, ela tentou sair mais ele não deixou, entrou correndo para o outro lado e arrancou com o carro. Inês sentia seu coração disparado, ela o olhou.

— Porque não me deixa em paz? Para esse carro. – Ele nada disse só dirigiu.

Cinco minutos depois ele parou em uma vila mais afastada da cidade e desceu, Inês sentiu seu corpo gelar o que ele queria? Abusar dela novamente? Ela quis chorar mais precisava fugir dali e quando ele abriu a porta ela o chutou tentando correr mais ele era mais forte e a segurou pelos cabelos.

Inês chorou e ele a arrastou para dentro de uma das casa, ela rogou a todos os santos para que alguém a ajudasse não iria permitir que ele fizesse novamente o que fez na juventude, ela se debateu mais ao estar dentro da casa ele lhe acertou um tapa e ela caiu sentada no chão.

— Seu maridão aqui estava com saudades! – Se abaixou e a segurou pelo rosto.

Inês virou o rosto chorando e tentando se encolher e o afastar de perto dela.

— O que quer? – Falou num fio de voz.

Loreto a beijou a força cortando seu lábio, ela se debateu e chorou, ele a prendeu em seus braços a deitando no chão.

— Socorroooooo. – Gritou chorando.

— Grita, grita mais que ninguém vai te salvar amor! – Ele lambeu o pescoço dela.

Inês chorou mais e mais gritando por ajuda mais ninguém aparecia e Loreto estava preste a abusar novamente de Inês que somente chorava e não se debatia mais, era inútil lutar, ele iria possuir seu corpo novamente sem pena, ele era assim se queria ele tinha não importava como.

Loreto rasgou a blusa dela e abriu sua própria calça, Inês virou o rosto não queria ver como ele a possuía novamente sem seu consentimento, ela fechou os olhos e sentiu-o deitar sobre ela e beijar seu pescoço, mas o peso dele foi tirado de cima dela repentinamente.

Loreto foi arrancado de cima de Inês que chorava baixinho no chão, não tinha forças nem para abrir os olhos, mas o fez assim que ouviu as vozes.

— Você ficou louco padrinho? – A voz soou forte.

— Me solta e some daqui, ela é minha mulher. – Inês sentou no chão se cobrindo e se arrastando para longe dali.

— Não é assim que se trata uma mulher. – Dizia segurando no colarinho dele.

— Alejandro, some daqui ou eu acabo com você! – Loreto socou a cara dele para que ele o soltasse.

Alejandro revidou a porra nele e gritou.

— Ia pegar ela a força? É isso que você ia fazer? – Loreto o olhou do chão.

Alejandro voltou seus olhos para Inês que estava encolhida na parede os olhando, ele foi ate ela e estendeu a mão.

— Padrinho abaixa essa arma e me deixa tirar ela daqui! – Pedia com certo medo.

Inês olhava o rosto dele machucado pelo soco e as lagrimas rolavam por seu rosto sem que ela conseguisse controlar, ela olhou Loreto e implorou.

— Nos deixe ir Loreto. – A mão que estava agarrada a de Alejandro tremia. – Não me faça mais mal do que já fez. – Implorou.

— Vamos, eu vou levar você! – Ele caminhou com ela sob a mira do revolver.

— Não acabamos ainda Inês! Nem sempre você terá alguém pra lhe salvar. – Sorriu maldoso e abaixou a arma os deixando ir.

Alejandro a tirou de dentro da casa e a levou ate o carro, abriu e pegou um casaco e colocou sobre seus ombros, ela vestiu e se tapou melhor o olhando.

— A senhora esta bem? – Sorriu gentil. – Onde mora?

— Você é o meu herói! – Ele sorriu.

— Não fiz mais que minha obrigação. – Tocou os lábios e gemeu de dor fazendo cara feia.

Inês se aproximou e tocou o rosto dele com cuidado.

— Precisamos cuidar disso!

Alejandro segurou a mão dela e beijou, Inês sorriu de leve e ele a conduziu ate o outro lado do carro e falou:

— Isso não é nada! – Abriu a porta para ela.

Inês entrou no carro e ele fechou a porta, ela não conseguia tirar os olhos dele, Alejandro sentou frente ao volante e a olhou.

— E então, onde devo levá-la?

Inês falou o endereço e ele se surpreendeu teria uma entrevista de emprego ali naquele endereço em duas horas, ele dirigiu em silencio, não queria constranger ela e preferiu ficar o caminho todo em silencio.

Inês agradecia a Deus mentalmente por ele ter chegado e a ajudado naquele momento ou ela não saberia do que Loreto seria capaz, ou melhor, ela sabia sim, mas não queria pagar pra ver. Minutos depois eles chegaram a fazenda e ele desceu para ajudar ela a descer.

Alejandro sorriu e andou junto a ela, não queria desgrudar de Inês, ela tinha uma energia tão boa mesmo assim tão tristinha pelo que havia acontecido.

— Esta entregue... – Ele queria saber o nome dela.

Inês ia responder quando a voz rouca e estrondosa soou atrás dela.

— Inês...