Alejandro sorriu e andou junto a ela, não queria desgrudar de Inês, ela tinha uma energia tão boa mesmo assim tão tristinha pelo que havia acontecido.

— Esta entregue... – Ele queria saber o nome dela.

Inês ia responder quando a voz rouca e estrondosa soou atrás dela.

— Inês... – Victoriano chamou não gostando do que via.

Ela virou o olhou, os olhos voltaram a ficar cristalino e ele se aproximou cheio de ciúmes, estufou o peito e olhou bem para Alejandro.

— Obrigada por me trazer... – A voz meiga e carregada de tristeza soou ao lado dele.

— Alejandro! – Ele sorriu.

— Alejandro, muito obrigada. – Ela se aproximou e tocou o rosto dele. Ele tocou a mão dele. – Depois eu devolvo seu casaco.

— Não se preocupe, fique bem. – Ele olhou Victoriano depois de beijar a mão dela. – Cuide de sua esposa, ela precisa só de um abraço. – Inês olhou Victoriano.

Alejandro saiu e os deixou.

— Inês... – Victoriano tentou falar mais Inês entrou para dentro da casa.

Ela sabia que ele iria fazer uma cena, era sempre assim quando viu alguém perto ou falando com ela.

— Agora não Victoriano! Por favor. – Pediu se encaminhando para o quarto dela.

Ele a seguiu e quando eles estavam dentro do quarto dela, ele soltou.

— Inês, me responde por que está com o casaco de outro homem. - Ofegou bravo. - Um casaco de um homem mais novo que você! - O ciúme havia dominado por completo Victoriano Santos. - Inês o olhava indignada como ele poderia fazer aquela cena de ciúmes num momento como aquele.

— Cale a boca Victoriano, não me ofenda mais! Esta achando que eu sou que tipo de mulher? – Moveu os braços segurando melhor o casaco para não se expor. – Aquele homem mais novo poderia ser nosso filho! Não me ofenda. – Falou já com os olhos cheios de lagrimas.

Victoriano ao ver como ela estava alterada abaixou a guarda e se aproximou mais dela, Inês recuou com certo medo.

— O que foi Morenita? – levou a mão para tocá-la. – Me desculpa, eu fiquei com ciúmes! – Inês saiu de perto dele.

— Você diz me amar, mas na primeira oportunidade você me julga uma qualquer. – Ela virou para ele. – Porque você não pergunta primeiro o que aconteceu pra... Pra depois acusar. – Ela secou o rosto brava. – Sabe por que eu estou com esse casaco? – Ele se aproximou.

— Inês... – Ela fez sinal para ele parar.

— Loreto me atacou, ele me pegou na feira e me levou não sei pra onde e quase... – Ela chorou e tirou o casaco mostrando a roupa rasgada. – Se não fosse Alejandro, ele teria conseguido. – Ela soluçou de tanto que chorava.

Victoriano se sentiu um miserável, como assim ele estava ali fazendo uma cena de ciúmes quando deveria na verdade estar apoiando, dando carinho e força pra ela, ele sentiu a fúria tomar conta de seu ser e socou a parede.

Inês estava ali na frente dele com as roupas rasgas e sentindo que o mundo perdia o chão, ele não havia conseguido possuir seu corpo, mas a tocou, beijou seu corpo, ela sentia as mãos dele em seu corpo e o desespero tomava cada vez mais conta de seu ser, ela olhava Victoriano ali na sua frente sem com o mesmo olhar de desespero e querendo se vingar, sim se vingar porque naquele momento ele queria ir atrás daquele imundo e acabar com a raça dele, Victoriano gritou e Inês tremeu cada pedacinho de seu corpo.

— Desgraçado! – Ele a olhou e se aproximou mesmo ela não querendo e segurou o rosto dela com as duas mãos. – Me perdoa! Me perdoa Inês, eu sei que eu faço tudo errado mais eu te amo e agora mesmo, eu vou matar aquele desgraçado! – Ele beijou a testa dela e a soltou.

Inês sentiu um frio na espinha e o segurou pelo braço e o agarrou contra seu corpo, Victoriano fechou os olhos e beijou os cabelos dela a abraçando.

— Por favor, não vai fica aqui comigo! Por favor, eu preciso de você aqui! – Ela o olhou com o rosto banhado de lagrimas.

Victoriano tocou o rosto dela secando suas lagrimas, seu coração estava negro só de pensar em como Loreto poderia ter se atrevido a tocar em sua mulher, ele beijou o rosto dela a abraçando mais forte, ficou ali por longos minutos ate que a soltou e a olhou.

— Vai tomar um banho. – Ela ia falar. – Eu não vou sair daqui, só vou ate a cozinha pedir um chá enquanto você toma um banho! – Beijou a testa dela.

Inês nada disse queria mesmo um banho e tirar o cheiro daquele homem asqueroso, ela entrou para o banho e ele foi ate a cozinha e pediu um chá, minutos depois quando ele voltou ao quarto ela ainda estava no banheiro, ele se aproximou da porta sentiu tanta vontade de virar aquela maçaneta e entrar ou somente abrir um pouco e olhar o seu amor.

Ele encostou a cabeça na porta e fechou os olhos suspirando, ela estava ali tão perto dele e ao mesmo tempo tão longe, ele ouviu o chuveiro ser desligado e se afastou, sentou na cama e segurou a xícara, ela saiu já vestida, ele a olhou dos pés a cabeça, não trazia chinelo nos pés e no corpo apenas levava um leve vestido de tecido molinho ele não pode imaginar como seria a lingerie dela.

Saiu de seus pensamentos quando ela se aproximou dele e sentou ao seu lado, ele ofertou a xícara e ela pegou agradecendo, nada ali precisava ser dito o simples fato de ele estar ali já a deixava com a sensação de segurança que há pouco tempo atrás ela não sentia, Victoriano levantou e pegou uma escova de cabelo e sentou novamente ao lado dela.

— Vira morenita! – Ela o analisou e ele deu um pequeno sorriso. – Vamos, eu só quero pentear os seus cabelos.

— Você não sabe fazer isso! – Ela sorriu sem mostrar os dentes.

— Eu tenho três amazonas, Inês, não seja medrosa! – Brincou tirando um pouco daquele clima horroroso.

Inês virou e ele tirou a toalha de seus cabelos e secou mais um pouco a ponta dos cabelos dela, pegou a escova e começou a pentear, sem pressa, apenas sentindo ela relação com o toque dele, foram minutos assim ate que ele beijou o ombro dela e a trouxe para ele num abraço, sem a virar apenas mostrando a ela que ele estaria ali mesmo sendo um idiota.

— Vem morenita deita aqui um pouco para descansar. – Ela assentiu.

Eles levantaram e ela tirou o edredom e foi para o meio da cama, sentou cobrindo as pernas e o esperou deitar ao seu lado, ele foi rapidinho depois de olhar naqueles olhos lindos que ela tinha, ele se acomodou e a puxou para ele, beijando seus cabelos acariciou seus braços e puxou melhor a coberta e a cobriu bem.

Inês suspirou e deu um leve sorriso, seu amor estava ali e para ela. Já ao lado de fora da casa, Diana estava conversando com Alejandro sobre a fazenda e de como ela funcionava, ela analisou o currículo dele e o aprovou para o trabalho.

Diana o olhava e ele sempre a fazia sorrir, estavam flertando claramente, eles se gostavam e já haviam se visto antes mais não haviam conversado direito porque ela sempre fugia dele e ali no meio daquela conversa surgiu um Victoriano furioso. Victoriano agarrou Alejandro pela camisa e falou.

— Me diz onde esta aquele verme do Loreto ou eu arranco a verdade de você! – Diana o olhava e não entendia o porquê de tanta agressividade.

Alejandro segurou as mãos dele e o encarou.

— Me solta que eu te digo, não precisa de agressividade! Não comigo. – Victoriano o soltou suavizando mais o rosto. – Eu sei como deve estar se sentindo, se fosse com a mulher que eu amo, eu estaria do mesmo jeito. – Diana não entendeu nada.

— Quem é Loreto papai e do que estão falando? O que aconteceu com Débora? – Victoriano a olhou.

— Depois conversamos, vamos Alejandro! – Alejandro assentiu.

Sabia que dando o endereço para ele ir sozinho não iria ficar tranqüilo e por esse motivo achou melhor que fosse junto para evitar maiores estragos. Victoriano entrou em seu carro e Alejandro entrou e sentou ao seu lado.

Victoriano bufava, enquanto Alejandro contava a ele como encontrou Inês e o soco que levou por defender ela, Victoriano o agradeceu muitas vezes ele por ter salvado a sua morenita, Alejandro não estava muito seguro do que estava fazendo, sabia que Loreto estava armado e temia o pior mais se fosse ele também iria buscar o homem que tentou abusar de sua mulher.

Foram vinte e cinco minutos exatos ate a direção da casa que Alejandro deu a ele, Victoriano freio sua camionete bruscamente em frente a casa, desceu batendo porta, Alejandro veio logo atrás dele com um certo medo do que poderia acontecer, não sabia o porque de sentira aquela opressão no peito mais ele sentia.

Não iria se meter na briga dos dois a menos que fosse o ultimo caso, era a mulher dele e Victoriano estava ali pra mostrar ao seu padrinho que ele não poderia sair por ai atacando a mulher dos outros. Victoriano não bateu na porta, ele simplesmente a chutou a arrombando.

Loreto que estava cochilando no sofá deu um salto ficando de pé, ali estava o par de inimigos de uma vida toda, Victoriano bufava como um animal raivoso preste a devorar a sua presa, Loreto sorriu cinicamente sabia perfeitamente o porquê de ele estar ali, não iria se mostrar com medo, tinha sua arma na cintura mais resolveu esperar para ver qual era a primeira reação dele. Victoriano simplesmente o agarrou pela camisa o encarando.