— Padrinho o que está tentando me dizer? – Loreto o olhou tentando focar o olhar nele. – Quer saber, é melhor que você descanse por essa noite e depois falamos disso com mais calma! – tentou arrumar Loreto ali mesmo no sofá mais ele o empurrou.

— Me perdoe mais eu tenho que contar! – Loreto chorou. – Eu nunca quis te renegar mais eu estava sentido com ela e depois de sua mãe me abandonar eu deixei que te criassem, mas nunca permiti que fosse longe de mim porque eu sou o seu pai!

Alejandro se levantou no mesmo momento e andou por aquele pequeno espaço da casa, passou as mãos no cabelo e tentou reunir todas aquelas informações que Loreto havia dito a ele, como assim tinha vivido uma vida de mentiras onde seu padrinho na verdade era seu pai, pai? Alejandro o olhou.

— Isso só pode ser uma brincadeira! – recordou de sua infância amarga e tudo por culpa daquele homem que estava ali frente a ele. – Você fez da minha infância um inferno... – tinha ressentimento em seus olhos e ele recordou...

Começo da lembrança...

Era por volta das cinco da tarde quando o pequeno Alejandro de apenas seis anos caminhava para casa, tinha os pés pretos pelo tempo que tinha passado na rua em seu rosto as marcas do sol que o queimavam e o deixavam molinho, nas mãos tinha uma pequena caixinha com suas balas que ele vendia no farol, mas naquele dia ele ia para casa com o coração apertado porque não tinha conseguido vender nada porque tinha fome e a barriga doía e ele apenas ficou sentado embaixo de uma arvore esperando por um pequeno milagre naquele dia que não veio.

Alejandro entrou na casa estava tudo escuro e ele acho que seria a chance de ele não apanhar já que não tinha ninguém na casa, assim ele pensou mais quando se encaminhou até o armário e pegou um pequeno pedaço de pão velho para comer uma voz soou atrás de si.

— Cadê meu dinheiro? – ele virou com a boca cheia de pão sabendo que iria apanhar. – Responde! – ele se aproximou e o segurou pelo braço.

Alejandro encheu os olhos de lagrimas e engoliu o pão o mais rápido que pode olhando nos olhos dele que já começava a tirar o cinto.

— Padrinho, padrinho não me bate, por favor! – ele chorou desesperado e quase perdendo o ar.

— Quando eu digo que quero dinheiro você tem que me trazer ou vai apanhar, você conhece as regras mais parece que gosta de apanhar e hoje vai ser somente para aprender que tem que trazer o meu dinheiro... – e Loreto acertou a primeira cintada nas pequenas pernas magrinhas.

Alejandro pulou mais sabia que não tinha para onde fugir e apenas se movia sentindo as cintadas e chorava, chorava por não ter ninguém que o salvasse das garras daquele maldito homem. Quando Loreto terminou o deixou jogado no chão e ele não tinha forças nem para levantar e apenas ficou ali no chão chorando enquanto Loreto saia de casa, os olhos embaçados de lagrimas apenas pedia que alguém o salvasse...

— Mamãe... – foi o único que ele disse e ficou ali ate adormecer naquele chão duro pedindo um milagre para ele.

Fim da lembrança...

Alejandro olhava a imagem de Loreto ali jogado no sofá sem forças para se manter em pé e chorou aquele homem tão mal não poderia ser seu pai e sem conseguir respirar ele saiu da casa de Loreto e rodou aquela cidade toda com seu carro pensando em como a vida era injusta com ele que já tinha sofrido tanto e agora descobria que seu pai era o homem que mais mal tinha lhe feito.

Depois de muito rodar com seu carro Alejandro parou em frente a sua casa e entrou indo direto para o quarto de suas filhas e abaixou frente a cama dele Sabina que dormia agarrada em seu urso e ele sorriu com os olhos cheios de lagrimas nunca poderia fazer se quer mal a ela que era sua princesa, olhou Marijô e a beijou no rosto a sua menina era tão geniosa que muitas vezes batiam de frente mais nunca poderia se quer colocar o dedo em cima dela mesmo ela merecendo.

Foram longos minutos ali com suas duas meninas e quando ele saindo foi direto para seu quarto e quando entrou deu com a linda imagem de Diana o seu amor ali adormecida em sua cama e ele nem pensou apenas foi para a cama e deitou abraçando ela que despertou e tentou dizer algo mais ele não deixou e apenas beijou seus lábios com muito amor.

— Onde estava? – acariciou o rosto dele. – Estava chorando?

— Não me pergunte nada agora apenas me deixe fazer amor com você? – ela sorriu o acariciando no rosto e o beijou e ali eles foram um do outro...

[...]

MESES DEPOIS...

Alejandro contou apenas para Diana o que tinha descoberto e pediu que ela não contasse a ninguém mais, pois precisava saber se de fato aquela historia era verdadeira e estava sempre lá atrás de Loreto em busca da verdade que sempre desviava do assunto e apenas confirmava que sim era seu pai mais nunca dizia o nome de sua mãe. Débora seguia com seus planos mais não conseguiu trazer Victoriano para perto de si mesmo confirmando que seu bebê era sim um menino, ele nem quis saber dela apenas cumpria com seu papel de pai.

Inês era a mulher mais feliz do mundo com seus sete meses de gestação e duas ultrassons confirmando que o bebê que esperava era uma menina, ela ficou um tanto triste porque sabia que o sonho dele era ter um menino mais o menino não era ela quem carregava e sim Débora o que a deixava um tanto insegura, mas para Victoriano era a coisa mais linda do mundo.

Comprou uma casa enquanto não resolvia seu divórcio com Débora e a decorava dia após dia o quarto de sua nova amazona, compra tudo em tom amarelo, rosa e vermelho que era sua cor preferida para ele o fato de ser uma menina não diminuía seu amor pelo bebê afinal ele tinha planos de em quarenta dias passados o resguarde colocar o seu cavalinho dentro dela e dessa vez daria certo e ele gargalhava pensando nisso enquanto decorava ele mesmo o quarto de sua Helena Huerta Santos.

[...]

AGORA...

Alejandro mais uma vez estava frente a Loreto e o pressionava pela verdade e não sairia dali sem o nome de sua mãe e ele já perdia a paciência com Loreto.

— Fala, eu tenho o direito de saber quem é a minha mãe e porque ela nunca veio atrás de mim! – a voz era firme mais morria de desespero.

Loreto ria da cara dele e tomava um trago de sua melhor cachaça naqueles meses todos que tinham se passado ele tinha se unido com Bernarda contra Victoriano o que deu a ele um bom dinheiro.

— Sua mãe não veio atrás de você porque ela nem sabe que você esta vivo! – soltou logo de uma vez e Alejandro se armou de valor e o pegou pela jaqueta e o jogou contra parede o enforcando.

— Ou me diz a verdade logo de uma vez ou eu vou acabar com você! – tinha o coração acelerado como assim sua mãe não sabia nem que ele estava vivo?

Loreto bateu no braço dele confirmando que iria dizer a verdade e Alejandro o soltou um pouco mais o manteve ali preso na parede. Loreto estava encurralado mais com essa informação faria com que Victoriano sofresse já que Inês havia dado a ele dois filhos homens e depois de um suspirou ele falou.

— Inês... Inês é sua mãe! – Alejandro o soltou de imediato e e negou com a cabeça.

— Inês? Inês é a minha mãe? – Loreto confirmou com a cabeça.

— Sim, Inês é sua mãe e ela me traiu e eu a castiguei! – ele olhava para Alejandro sem um pingo de pena.

Alejandro deixou uma lagrima escapar de seus olhos e acertou um soco no meio do rosto de Loreto.

— E condenou a mim a viver sem o amor de mãe e tendo um pai que somente me fazia sofrer, mendigar para você e seu maldito vicio de cachaça! – pegou a garrafa de cima da mesa e tacou na parede e saiu dali correndo precisava confirmar aquela história.

Quando Alejandro bateu na porta de Inês ele foi avisado de que eles tinham ido ate a pracinha ali perto para que ela caminhasse um pouco e ele correu ate lá e quando parou do outro lado da rua a viu linda com um lindo sorriso no rosto e por uma obra do destino ela estava com suas filha e ele sentiu a mão tremer e as meninas o viram e começaram a gritar por ele e correram no meio da rua sem nem olhar para os lados e no susto Inês também foi para tentar pelo menos segurar Sabina.

Mas o que Inês não sabia era que já tinha alguém a esperando fazer aquele pequeno gesto para concluir sua vingança e quando ela veio o carro acelerou e Alejandro ate gritou mais já era tarde e o carro já tinha batido nela e ela foi ao chão e ele correu até ela...

— Mamãe... – o rosto dele foi o último que Inês viu antes de fechar seus olhos.