Mas o que Inês não sabia era que já tinha alguém a esperando fazer aquele pequeno gesto para concluir sua vingança e quando ela veio o carro acelerou e Alejandro até gritou mais já era tarde e o carro já tinha batido nela e ela foi ao chão e ele correu até ela...

— Mamãe... – o rosto dele foi o último que Inês viu antes de fechar seus olhos.

Tudo foi tão rápido que Alejandro apenas teve a chance de agir ou seria tarde demais, Inês estava desacordada e parecia respirar com dificuldades quando a ambulância chegou e Alejandro amparou suas meninas que estavam chorando com toda aquela movimentação. O motorista do carro fugiu e quando Inês saiu na ambulância Alejandro levou as meninas para casa o mais rápido possível e quando estava em sua porta Victoriano desceu de seu carro com uma sacola de bebê nas mãos.

Victoriano carrega nos lábios o mais lindo dos sorrisos tinha comprado dois presentes, um para sua filha e outro para o seu amor, ele sabia que ela estaria ali já que tinha avisado que iria passear com as meninas, ele olhou para as meninas e seu sorriso murchou ao ver que elas choravam.

— O que aconteceu? Cadê minha mulher? – Alejandro respirou fundo.

— Entrem meninas que papai já vai falar com vocês! – elas apenas assentiram e entraram. – Victoriano, eu fui buscar as meninas na praça e quando eu cheguei elas me viram e saíram correndo, Inês se assustou e veio atrás delas e um carro bateu nela.

Victoriano sentiu que seu mundo ficava preto e olhou para os dois lados como se não acreditasse no que ele dizia e foi para o carro repetindo para si mesmo.

— Minha filha... minha mulher... – entrou no carro e saiu sem rumo e foi direto para o Hospital.

Alejandro deixou as meninas com a empregada da casa e foi atrás de Victoriano e quando entrou no hospital vinte minutos depois ele estava sentado com as mãos na cabeça como se não acreditasse no que estava acontecendo.

— Como ela está? – Victoriano o olhou.

— O medico ainda não veio falar comigo! – ele levantou. – Quem foi? Você viu quem foi? – estava desesperado com os olhos cheios de lagrimas.

— Eu só vi uma caminhonete preta vindo em alta velocidade e eu acho que foi intencional. – Victoriano apertou os punhos e quando ele ia falar o medico apareceu chamando pelos parentes de Inês.

— Como minha mulher está? – tinha a respiração em alta e o coração acelerado.

— Inês recebeu todo o impacto protegendo seu bebê, fizemos todos os exames e precisamos que você nos autorize a fazer o parto ou será tarde demais! – Victoriano sentiu seus olhos encherem de lagrimas.

— Eu posso ver? Eu posso ver a minha menina nascer? – o médico assentiu.

— Sim, venha comigo! – Victoriano olhou Alejandro que apenas assentiu e ele se foi.

Victoriano foi preparado e levado a sala de cirurgia três e ao entrar e ver o seu amor ali pronta para dar a luz em uma cesariana seu coração bateu ainda mais rápido e ele se aproximou sentando ao lado de Inês que estava inconsciente e com o rosto parcialmente inchado pela batida, ele acariciou o rosto dela de leve e beijou sua testa.

— Eu te amo meu amor e vai ficar tudo bem! – acariciava o rosto dela olhando cada detalhe de seu amor com medo de perde-la ali naquela mesa.

Foram minutos em que ele se perdeu no rosto dela e o choro forte de uma verdadeira Santos foi ouvido e os olhos dele se encheram de lagrimas e ele beijou seu amor.

— É a nossa menina meu amor, é a nossa menina!

Uma enfermeira se aproximou com Helena enrolada em uma manta e ele sorriu e segurou a menina, era tão pequena e perfeita que ele passou o dedo de leve em seu rostinho e ela agarrou o dedo dele segurando enquanto piscava seus pequenos olhinhos como se o guardasse em sua memoria e ele chorou.

— Ela esta bem? – olhou a enfermeira secando seu rosto.

— Sim, ela só precisa ganhar peso e por isso preciso leva-la para a incubadora! – ele assentiu e cheirou sua menina e a deixou ir e ele ficou ali por mais alguns segundos com seu amor e precisou sair.

[...]

DIAS DEPOIS...

Quinze dias, quinze dos quais Victoriano seguiu uma rotina rigorosa de apenas viver naquele hospital em função de sua esposa e sua filha, Helena estava bem ganhava peso e se continuasse assim poderia ir para casa logo. Inês... a Inês essa não despertou e sequia em CTI os médicos não tinham uma resposta paras as perguntas que Victoriano repetia todos os dias.

Naquela tarde quando ele adentrou o hospital ele falou com a recepcionista e logo seguiu para o berçário onde sua menina estava e foi recebido por uma senhora que estava sempre ali naquela hora.

— Boa tarde senhor Santos! – sorriu de leve.

— Boa tarde! Como esta minha menina? – ela deu passagem para ele.

— Hoje vamos fazer algo diferente! – os dois se aproximaram da incubadora e ele sorriu apenas tinha segurado a mãozinha de sua menina sempre que estava ali e contava de Inês e de como ela era a melhor mulher que ele já tinha conhecido.

— O que vamos fazer hoje? – ele tocou a mão de sua pequena.

— Hoje é o papai que vai alimenta-la. – ele a olhou com os olhos brilhando.

— Como? Eu... eu não sei fazer isso! – ela sorriu.

— Eu estou aqui para te ajudar! Tira sua camisa para que ela sinta o primeiro contato com sua pele e sente ali naquela poltrona.

Victoriano tirou sua camisa e sentou na poltrona, seu coração batia tão rápido que ele chegou a quase engasgar com sua saliva. A senhora tirou Helena com cuidado de dentro da incubadora e caminhou uns quantos passos ate ele e a virou para ele e a deitou em seu peito.

— Segure uma mão aqui. – ela colocou a mão dele nas costas dela e ele praticamente a segurava somente com essa mão. – E a outra aqui. – colocou no pequeno bumbum dela e sorriu.

Helena logo se ajustou aos braços do pai e Victoriano foi o homem mais feliz do mundo naquele momento e sorriu com a boca e com os olhos, olhou a enfermeira e seus olhos choraram daria tudo para que seu amor estivesse ali com ele mais infelizmente ela não estava e ele chorou de tristeza e felicidade ao mesmo tempo.

Victoriano olhou sua menina e com o dedo acariciou seu rostinho e ela chupou seu pequeno dedo informando a ele que queria mama e ele sorriu tendo a melhor experiência que poderia ter com sua bebê. A enfermeira veio com a pequena mamadeira na mão e um paninho o ajudou a deita-la em seu braço ela era tão pequena e tão encantadora que quando sugou o bico de sua mamadeira o olhando nos olhos ele sabia que ela conseguiria arrancar tudo dele apenas o olhando daquele modo.

Era o primeiro contato com aquele amor que ele levaria para todo sempre em seu coração e em sua alma...