ASTRID

Fui ao restaurante, minha mãe disse que o Sr. Reymond tinha uma surpresa para mim. Ele me entregou as chaves do Cadilac da senhora Reymond. Disse que ela gostaria que eu ficasse com ele.

Estou indo com minha mãe até a casa dela pegar o carro, ao olha-lo não posso deixar de lembrar de quando ela me ajudou a superar meu medo de dirirgir.

– Tem certeza que está preparada?

– Sim mãe, vou ficar bem. Pode ir para o trabalho.

– Sei que tem sido forte, mas acho que ainda não está preparada.

Está na hora de assumir para minha mãe que estou pronta e que mudei. Temo falar e magoa-la, mas acho que vou machuca-la mais escondendo. – Mãe eu preciso de espaço. Ela não acreditou de inicio, mas parece estar tentando entender.

– Sei que é difícil para você, foi para mim. Mas estou preparada para assumir o meu corpo do jeito que ele é, com suas limitações.

Choramos um pouco e logo ela entrou no seu carro e voltou para o trabalho, me dando o espaço que eu precisava.

Olho o gazebo e os narcisos que estão esperando o seu tempo de florescer e eu mesma sinto como se estivesse florescido. Precisei de um romance e uma senhora para acordar para a vida.

Na volta passei pelo parque e vi Soluço na quadra de basquete. Paro para falar com ele e deixa-lo saber que não estou com raiva dele. Vou superar e seguir em frente. Ter outros namorados e viver aventuras. Vou até ele tomando coragem.

Ele me vê, mas não para a bola.

– Soluço.

– Por que não me disse que ela morreu?

– Eu queria, mas não consegui. Dei um passo em sua direção.

– Chega para trás, antes que eu te assedie.

Eu sei que mereço isso, dei-lhe uma bofetada e não o ajudei. Mas foi antes de me ajeitar. – Soube que se meteu em encrenca.

– Veio aqui tripudiar mais ou me desafiar a um contra um?

– Sabe que eu não jogo.

Ele me olhou de cima a baixo de forma sugestiva. – Oh, você joga. Não basquete, mas outro tipo de jogo.

– Do quê você está falando?

– Não acredito que você tenha medo de mim.

Me aproximei dele confiadamente. – Eu não tenho medo de você.

– Prove.

– Como?

Ele chegou ainda mais perto. – Descubra.

– Eu não sei o que você está querendo dizer.

– Eu acho que sim. Ele fala tão perto de mim que quase pude sentir suas emoções.

– Você quer que eu te beije?

– Você me destruiu e sabe disso. Ele disse no exato momento em que me levantei na ponta do pé e selei nossos lábios.

Ele puxou minha cintura e colou nossos corpos com força. Me perdi nos seus braços sentindo seu gosto tão bom.

Quando o beijo se tornou intenso, senti ele mudar. Ele me beijava mais forte, mais intenso. Ele estava zangado.

Empurrei-o. – O que você está fazendo?

Ele limpa a boca com as costa da mão. – Garantindo que se assuste. Não é assim que você quer? Agora pode alegar ser a vítima.