– Paulina meu amor, o que aconteceu? Você está pálida.

– Carlos Daniel eu sei que vai parecer loucura, mas eu juro ter visto entrar em um carro... A Paola!

– Minha vida, você deve ter visto alguém parecida, a Paola está morta, não tem como ser ela! – Disse Carlos Daniel surpreso.

– Tem razão meu amor, vamos para casa? Onde estão os outros? – Perguntou Paulina tentando esquecer o que havia visto.

– Vamos sim, Rodrigo, Patrícia, Estephanie e Miguel já foram, e Vovó Piedade está com Lizete no carro, estão nos esperando.

– Então vamos!

E assim cada um voltou as suas atividades, afinal era sexta-feira. Carlos Daniel foi para a fábrica e Paulina ficou em casa com as crianças.

Na fábrica Bracho, Rodrigo notou Carlos Daniel pensativo e resolveu perguntar o que tinha acontecido.

– Carlos Daniel o que houve você está distante, calado, teve alguma briga com a Paulina?

– Não Rodrigo, na verdade estava pensando em uma coisa que a Paulina me falou, que mesmo sabendo que é impossível me deixou com um mau pressentimento. - Falou Carlos Daniel um pouco aflito.

– Nossa mano, o que a Paulina disse de tão grave?

– Quando acabou o julgamento, ela foi na frente e quando eu a alcancei ela estava paralisada e até pálida, e quando perguntei o que tinha acontecido, ela me disse que tinha visto entrar em um carro alguém que ela pensou que jamais veria, a Paola!

– O que? A Paola? Mas isso é impossível Carlos Daniel, Paola está morta, nós vimos ela ser cremada, não tem como ela estar viva, a Paulina deve ter visto alguém parecida e se impressionado! – Falou Rodrigo indignado.

– Eu sei foi isso que falei pra ela, mas ai eu parei pra pensar, quando a Paola foi levada para o caixão para depois ser cremada, ninguém viu o caixão voltou lacrado, ai nem sei o que estou falando, eu fiquei confuso com essa história, porque se tratando da Paola eu não duvido de nada.– Disse Carlos Daniel confuso, e passando as mãos em seus cabelos, coisa que sempre fazia quando estava nervoso.

– Sim Carlos Daniel o caixão foi lacrado, mas a Paola estava morta, ela ficou horas lá sendo velada para ai então ser levada para a cremação, e lá apareceu até uma parte do cabelo, não tinha como ela estar fingindo.

– Você está certo Rodrigo, vamos trabalhar e eu vou parar de pensar em besteiras.

E assim seguiram o restante do dia, Carlos Daniel trabalhando e Paulina em casa com Gabriela, Fernando e Lizete que devido ao julgamento não tinha ido à escola. Paulina assim como seu amado, também ficou pensando no que tinha visto, e imaginando hipóteses de como sua irmã gêmea poderia estar viva, mas assim como ele não chegou a nenhuma conclusão e resolveu esquecer o assunto.

No outro dia, a família Bracho estava reunida novamente, após um delicioso almoço preparado por Cacilda e vovó Piedade, sentaram-se na sala para conversar, enquanto as crianças brincavam e esperavam dar a hora de todos irem passar a tarde na piscina.

Estavam rindo, conversando, tudo na mais perfeita harmonia, até que eles ouvem um barulho de um carro entrando um cantar de pneus seguidos por uma buzina muito conhecida. Todos ficaram assustados e pensaram ‘- Não pode ser’. De repente a campainha toca, Lalinha eu estava na cozinha correu para atender a porta, e ao abrir ficou branca e paralisada. Paulina ao ver o estado da empregada logo perguntou temendo e já imaginando a resposta:

– Lalinha está tudo bem? Quem é?

– É.. é.. a do.. dona Paola! – Respondeu Lalinha sem tirar os olhos da porta.

– O que?! – Todos falaram juntos.

E assim entra na sala da mansão aquela mulher conhecida por todos, com seu ar de superioridade com seu típico vestido vermelho a cima do joelho combinando com seu batom que era sua marca registrada. Ela se aproximou do sofá em que eles estavam e ao notar a cara de espanto de cada um, falou com seu tom debochado de sempre:

– ‘Hola queriditos’ sentiram saudade?

– O que você está fazendo aqui Paola? Ou melhor, como você está aqui? – Perguntou Carlos Daniel espantado e com raiva no olhar.

– Não é possível, é você mesmo Paola? – Paulina perguntou com lágrimas no olhar, e se perguntando o tempo todo como sua irmã pôde se fingir de morta.

– Calma, eu irei explicar tudo, irmãzinha querida não sabe como senti sua falta, vejo que conseguiu o que tanto queria, se casar com o MEU marido. – Falou Paola aumentando o tom de voz e provocando Paulina.

– Paola por que não vai embora? Sabe que não é bem vinda aqui. – Disse Vovó Piedade rapidamente ao ver o ódio estampado em seu neto Carlos Daniel com as palavras de Paola, e a tristeza em Paulina que não acreditava que aquilo tudo estava acontecendo.

– Hay Piedade, já está me expulsando sem nem me convidar para sentar, que falta de educação, antes você não era assim, lembra de como gostava de mim? Principalmente dos conhaques que eu trazia para você! – Disse Paola com um sorriso debochado estampado em sua face.

– Agora já chega Paola, se não sair por bem, não pensarei duas vezes em te colocar para fora a força! – Falou Rodrigo que até então estava caldo tentando assimilar o que estava passando.

Antes que Paola pudesse responder Estephanie que estava se aguentando para nãqo avançar em Paola levantou-se e disse:

– Isso mesmo, será um prazer te expulsar da nossa casa sua VAGABUNDA!

– Ora, ora, vejo que meus cunhadinhos não mudaram nada, ah e eu não vou sair afinal essa casa também é minha! - Paola falou olhando diretamente para Paulina.

– É muito cara de pau mesmo, essa casa deixou de ser sua no momento em que você viajou e mandou a Paulina no seu lugar, e mesmo depois tendo voltado, quando você ‘morreu’ (ele fez aspas com as mãos) perdeu seus direitos. E se não tem nada melhor para fazer VAI EMBORA porque nós sim temos! – Falou Carlos Daniel tentando se controlar.

– Nossa irmãzinha, o que você fez com meu maridinho, ele agora virou um homem de atitude! – Paola volta a provocar Paulina.

Paulina levanta, se aproxima da irmã, a olha nos olhos e pergunta:

– Paola eu só quero saber uma coisa, como e por que você forjou sua morte?