Paulina levanta, se aproxima da irmã, a olha nos olhos e pergunta:

– Paola eu só quero saber uma coisa, como e por que você forjou sua morte?

– É obvio irmãzinha, vocês já sabiam de toda a verdade, de tudo o que eu tinha feito, e se eu `` vivesse ´´ corria risco de ir pra cadeia, e isso jamais. (Respondeu Paola com um cinismo que impressionou a todos).

– O que eu não entendo é como você conseguiu parecer morta, porque você estava na sua cremação, ficou horas dentro de um caixão, imóvel, como é possível? (Perguntou Carlos Daniel incrédulo, porém tentando mante a calma)

– É melhor sentarem, por que a história é longa. (Disse Paola sentando-se no braço do sofá, Carlos Daniel já impaciente, sentou ao lado de Rodrigo, e puxou Paulina para seu lado, o que fez com que Paola lançasse um olhar de ódio para eles).

– Continue Paola! (Pediu Paulina séria).

– Bom, tudo começou quando eu fui internada, lá um médico bonitão que estava cuidando do meu caso, se apaixonou por mim, ele fazia um atendimento maravilhoso, era carinhoso comigo, vivia me dizendo coisas bonitas, e sempre me dava força, e em 3 dias eu já estava bem mais recuperada, e resolvi contar a ele toda a minha história, do meu jeito claro. (Ela soltou sua famosa risada) Sendo assim, nós bolamos um plano para eu parecer morta, e assim poder me livrar da cadeia, de vocês, e ir pra longe onde depois ele iria me encontrar. (Disse Paola com a maior naturalidade do mundo)

– Mas como foi possível você ficar parecendo morta? (Perguntou Rodrigo confuso e irritado)

– Simples cunhadinho, já ouviu falar na história de Romeu e Julieta? Eu só tive que usar meus dons de atriz para fazer todo o drama da cena de arrependimento implorando pra minha irmãzinha casar com o MEU marido, e depois a cena de morte que foi merecedora do óscar né irmãzinha? (Falou ela olhando para a Paulina que retribui o olhar, porém com desprezo). Depois da minha maravilhosa atuação, Marcos, o médico bonitão, me deu uma dose tipo a que a Julieta toma na história, onde paralisa os sentidos por até 24 horas e a pessoa fica parecendo morta, e quando acaba o efeito, volta tudo ao normal. Confesso que fiquei com medo de não acordar mais, só que era a única chance que eu tinha e eu tive que arriscar. (Explicou Paola rindo para si da cara de espanto que todos faziam)

– Eu sabia que você era má, mas não imaginava que seria capaz de cometer uma atrocidade como essa de fingir a própria morte. (Falou Paulina com os olho marejados, ao ver até onde chegou a crueldade de sua irmã)

–Hay Usurpadora, você sempre tão dramática, era a única solução que eu tinha, ou você acha que ia deixar minha beleza acabar dentro de uma cadeia imunda, isso nunca. (Disse Paola com deboche)

– Você forjou a própria morte, isso também dá cadeia, sabia?! (Falou Carlos Daniel provocando Paola).

– Acho que a vagabunda não pensou nisso Carlos Daniel hahaha ela é esperta, mas não o suficiente! (Retrucou Estephanie)

– Olha a múmia resolveu falar, nossa cunhadinha me admiro como você mudou, conseguiu até outro marido bonitão! (Provocou Paola olhando de cima em baixo para Miguel)

– Já chega! (Disse Vovó Piedade já incomodada com tudo aquilo) – Paola fale de uma vez, o que você quer, por que você voltou?

– Calma Piedade, eu nem terminei de contar a história. Depois de tomar a dose, foi toda a cena do velório, onde eu estava lá divando mesmo depois de `` morta ´´, quando fui levada para a sala onde eles lacram o caixão, Marcos me tirou de lá, e obviamente a que foi cremada não fui eu. (Disse Paola)

– Mas então quem foi? Porque deu pra ver um pedacinho do seu cabelo queimando, foi horrível. (Falou Paulina chorando ao lembrar da cena.)

– A que foi cremada foi uma mulher que morreu no hospital naquele mesmo dia, e não tinha família, ela tinha o corpo parecido com o meu, e sobre o cabelo, eu coloquei minha peruca nela, você lembra irmãzinha quando usou ela lá em Acapulco? (Disse Paulina provocando sua irmã como sempre)

– Meu Deus, você é um monstro! (Respondeu Paulina chorando e já muito alterada).

– E onde você esteve esse tempo todo? Quem estava te bancando? (Perguntou Rodrigo intrigado).

– Eu viajei para a Europa, Marcos claro, nunca me encontrou lá hahaha, passei por vários países e fiquei a maior parte do tempo em Londres, e claro nas minhas viagens sempre tinha com quem me divertir. (Nessa hora ela olhou para Carlos Daniel com um sorrisinho).

– Como sempre bancada por seus amantes! (Retrucou Carlos Daniel com raiva)

– Não precisa ficar com ciúmes queridinho, você esteve bem consolado pela minha irmãzinha, não tem do que reclamar. A por falar em você Paulina, sabe quem eu encontrei lá em Londres? O seu adorado Douglas Maldonado, depois que eu expliquei toda a história sobre a invenção da Noélia, ele me perdoou e nos divertimos muito, ele se surpreendeu muito por eu não estar morta, e ficou feliz, ah ele me contou tudo o que tinha acontecido entre vocês, do plano dele com a tal Laura, hay sabe que eu simpatizei muito com ela. Já estava entediada lá em Londres, e depois de saber como andavam as coisas por aqui, quando Douglas resolveu voltar, eu voltei com ele, e aqui estou. (Falou Paola com um sorriso vitorioso)

– Você é pior do que eu pensava! (Disse Carlos Daniel com ódio no olhar)

–Então no dia do julgamento da Laura, foi você mesma que eu vi entrando em um carro. (Afirmou Paulina)

– Foi sim irmãzinha, assim que cheguei aqui na capital, fui visitar a Laura na prisão, e como já disse simpatizei muito com ela, e no dia do julgamento estava presente, disfarçada claro, por isso você me viu.

– E o que você quer com a gente Paola? (Perguntou Carlos Daniel já impaciente)

– Muito simples queridinho, vim recuperar meu lugar!

– Você está louca, eu estou casado com a Paulina, eu a amo, temos nossos filhos e somos muito felizes, não vamos deixar você estragar isso. (Respondeu Carlos Daniel se levantando e já bem alterado).

– Casado? Meu amor você já parou pra pensar que a gente nunca se divorciou, e já que eu não estou morta, você ainda é casado legalmente comigo, e seu `` casamento ´´ com a Usurpadora não vale de nada?!