La Usurpadora... a história continua

Agora você não me escapa Paola.


Duas semanas depois...

Paola já havia se recuperado bem e estava em seu quarto conversando com Douglas, tinha acabado de colocar Beatriz para dormir, a pequena era muito calma, só chorava quando tinha fome e sono, para a sorte de seus pais, dormia a noite toda, e quando acordava era para mamar e logo já dormia novamente.

— Como eu queria ter conhecido meus pais biológicos e poder ter eles aqui comigo nesse momento tão especial. — Comentou Paola.

— Não fica triste meu amor, você tem a mim, aos meus pais e a toda família Bracho juntos de você. Eu sei que você queria tê-los conhecido, mas infelizmente eles se foram, assim como seus pais biológicos, mas você sabe que apesar disso, nunca esteve sozinha. — Respondeu Douglas.

— Tem razão meu amor, eu agradeço muito por ter vocês na minha vida. — Falou Paola. — Mas mudando de assunto, nós vamos precisar de uma babá para ajudar com a Beatriz, por mais que ela seja um anjinho, eu não tenho a menor experiência com bebês.

— É verdade, nós podemos ver com a Paulina, certamente ela deve ter alguém para indicar. — Falou Douglas.

— Sim, mais tarde vou ligar para ela.

Em seguida, Bráulio bateu na porta do quarto e avisou que tinha visita para a Paola, ela lhe pediu para que deixasse entrar e se surpreendeu ao ver Lalinha.

— Lalinha? Que surpresa.

— Oi Dona Paola, seu Douglas, eu vim visitá-los e conhecer sua filhinha. — Disse Lalinha um pouco sem jeito.

— Você é bem vinda Lalinha, eu vou deixar vocês conversando a vontade. — Falou Douglas e em seguida se retirou do quarto.

— A Beatriz acabou de dormir, mas se puder esperar ela acordar, ficarei muito feliz em te mostrá-la. — Disse Paola.

— Então eu vou esperar já que é meu dia de folga, a dona Paulina e o seu Carlos Daniel falaram que é muito linda, até a Adelina foi vê-la, eu não pude ir no dia, porque fiquei cuidando das crianças. — Respondeu Lalinha.

— Sua visita me deixou bem feliz Lalinha, nós sempre fomos tão unidas, claro que tivemos nossos momentos ruins. — Paola rui ao lembra-se do que fez Lalinha passar.— Mas aqui estamos e para minha sorte, você não guardou rancor de mim.

— Que isso, eu nem poderia, a senhora sempre foi muito boa para mim, sempre me dava uma graninha e presentes. — As duas riram.— O que me alegra é ver a senhora bem, agora casada com o seu verdadeiro amor e quem diria que até mãe seria. E o melhor de tudo é que não perdeu o seu jeito divertido de ser.

— Isso eu não vou perder nunca queridinha, eu mudei sim, agora sou uma pessoa melhor, mais amável, carinhosa e tudo mais, porém a minha personalidade não muda nunca.

— Eu sinto tanta falta de servir a senhora. A dona Paulina sempre foi muito boa comigo, eu sou muito agradecida a ela, porque mesmo depois de tudo, ela manteve o meu emprego, e olha que o seu Carlos Daniel queria me demitir, mas ela o convenceu a me perdoar. Mas apesar disso, era com a senhora que eu queria estar trabalhando.— Contou Lalinha sinceramente. — Eu sinto falta de quando a senhora me contava seus segredos e até das suas ameaças.

— Nossa Lalinha você me pegou de surpresa, não sabia que gostava tanto assim de mim. Mas se quer saber, eu também sinto falta de ter você comigo, agora eu não preciso mais de uma aliada para ajudar a esconder minhas fugas e meus amantes, mas sua companhia sempre foi muito boa. — Falou Paola.

— Que bom ouvir isso dona Paola, porque além de vir conhecer sua filha, eu também vim lhe pedir uma coisa.

— O que foi Lalinha, está precisando de algo? — Perguntou Paola intrigada.

— Eu quero pedir para voltar a trabalhar com a senhora.

— Por essa eu não esperava. — Comentou Paola. — Eu ficaria muito feliz em ter você trabalhando comigo novamente, mas e a Paulina? Você já falou com ela?

— Ainda não, porque queria conversar com a senhora primeiro e ver se me aceitaria de volta. — Explicou Lalinha.

— Então já tem minha resposta, se a Paulina concordar você pode começar quando quiser. — Respondeu Paola sorrindo.

— Muito obrigada dona Paola, eu juro que a senhora não irá se arrepender. — Dizia Lalinha empolgada.

— Assim espero.

As duas seguiram conversando por mais alguns minutos e logo Beatriz acordou. Paola alimentou sua pequena e em seguida a mostrou para Lalinha que ficou encantada com a beleza dela. Logo depois, Lalinha despediu-se e disse que falaria com Paulina e Paola comentou que também conversaria com Douglas e que se não houvesse nenhum problema para eles, ela poderia se mudar para a mansão Maldonado o quanto antes.

Assim que Lalinha saiu, Paola colocou Beatriz, que já estava dormindo em seu colo, no berço e foi falar com Douglas, ela comentou com ele sobre a conversa que tiveram e sobre o pedido da moça de voltar a trabalhar com ela. Douglas concordou, disse que por ele não tinha problema, já que precisam mesmo de uma babá e que Lalinha além de ser muito querida por Paola, também tinha experiência com bebês.

Na mansão Bracho...

Paulina estava no quarto de Carlinhos e Lizete brincando com eles e também com Paulinha e Bernardo, quando Lalinha bateu na porta e disse que precisa conversar com ela. Paulina assentiu e falou para as crianças continuarem brincando que ela já voltaria e foi com Lalinha em um cantinho próximo a janela para conversarem.

— Diga Lalinha, o que você precisa falar tão urgente? — Perguntou Paulina curiosa.

— Então dona Paulina, é que hoje era minha folga né? Ai eu aproveitei e fui visitar a dona Paola, porque eu era a única que ainda não tinha conhecido a Beatriz. E lá, eu fiz um pedido e ela aceitou, agora só depende da senhora aceitar também. — Respondeu Lalinha.

— Que pedido é esse? Se estiver ao meu alcance certamente ajudarei.

— Eu disse para a dona Paola que adoro trabalhar aqui e que sou muito grata por tudo o que a senhora e toda família Bracho fizeram por mim, mas que agora que a dona Paola voltou, eu gostaria muito de voltar a trabalhar para ela. E ela concordou, só disse para eu ver com a senhora antes se não tinha nenhum problema. — Explicou Lalinha.

— Eu não estou acreditando nisso. — Falou Carlos Daniel entrando no quarto.

— O que foi meu amor? — Questionou Paulina preocupada pensando que se tratava de outro assunto.

— Como você pode pedir isso Lalinha? — Ele ignorou a pergunta de Paulina.— Depois de todos esses anos, de a Paulina ter garantido o seu emprego aquela vez quando eu quis te demitir, depois de tudo o que a Paola te vez, foi só ela voltar e você foi igual a um cãozinho abanando o rabinho e pedindo para trabalhar com ela. Francamente eu não esperava isso de você, mas já deveria imaginar.

— Não é nada disso seu Carlos Daniel... — Lalinha tentou justificar.

— Carlos Daniel por que está agindo assim? O que tem de mais a Lalinha voltar a trabalhar com a Paola? Minha irmã já comentou comigo que estava à procura de uma babá de confiança e a Lalinha sempre foi muito próxima dela, não vejo nada de errado em ela aceitar. — Falou Paulina sem entender a atitude dele.

— Essa ‘proximidade’ delas é a questão. A Lalinha sempre foi cúmplice da Paola, a ajudava a esconder seus casos, seus amantes, vivia recebendo presentinhos para isso e depois da sua vinda e do regresso da Paola logo depois, a Lalinha era ameaçada pela Paola e mesmo assim que voltar a trabalha com ela? Isso me parece muito estranho e o pior me faz desconfiar da mudança da sua irmã Paulina.— Desabafou Carlos Daniel.

— Carlos Daniel vamos conversar no escritório, as crianças não precisam ouvir essas coisas. Lalinha pode vir também. — Respondeu Paulina séria saindo do quarto e indo em direção ao escritório.

Assim que os três entraram, Paulina fechou a porta e se aproximou de Carlos Daniel.

— Eu não acredito que depois de tudo você ainda desconfie da Paola, ela ter aceitado a Lalinha de volta não tem nada de mais e outra, ela disse que só aceitaria se eu concordasse, isso não se parece nada com uma atitude da antiga Paola, você não acha? Se a Lalinha quer ir, ela pode ir sem nenhum problema, eu estou ficando direto em casa e também tenho a Adélia para me ajudar. Eu juro que não entendo essa sua revolta. – Falou Paulina.

- Está bem Paulina, faça como quiser. A minha revolta é porque depois de tudo Lalinha só provou que desde sempre só foi fiel a Paola e nunca a família Bracho, só estava conosco depois da suposta morte da Paola, pois não tinha outro emprego, mas agora foi só ela voltar que já vai atrás dela para voltar a ser sua cúmplice.

— Não é nada disso seu Carlos Daniel. Eu sou sim muito grata por tudo o que vocês fizeram por mim, e sobre o que a dona Paola fez de ruim para mim, eu a perdoei, assim como vocês fizeram. Eu tenho sentido que a dona Paulina não precisa mais da minha ajuda com as crianças e por isso fui conversar com a dona Paola, porque sabia que ela estava precisando de uma babá. — Explicou Lalinha.

— Eu já disse, façam o que quiserem, mas se for pra sair, amanhã mesmo quero você fora dessa casa Lalinha. — Disse Carlos Daniel olhando para a emprega e em seguida saindo do escritório irritado e batendo a porta.

— Não ligue para ele Lalinha. — Falou Paulina tentando parecer calma.— Certamente aconteceu algum problema na fábrica e por esse ele está assim. Mas agora já tem nossa permissão, se quiser ir trabalhar com a Paola, pode ir quando quiser.

Lalinha deu boa noite para Paulina e foi para o seu quarto. Paulina, por sua vez, regressou ao quarto das crianças que ainda a esperavam para brincar, ela ficou mais um tempinho com eles, em seguida os encaminhou para o banho e foram todos jantar.

Enquanto comiam, Paulina e Carlos Daniel não trocaram praticamente nenhuma palavra, vovó Piedade notou que estavam calados, mas resolveu deixar quieto o assunto por hora.

Assim que terminaram o jantar, Paulina foi colocar as crianças para dormirem e em seguida Carlos Daniel também foi dar um beijinho de boa noite nos filhos. Assim que Paulina saiu no corredor, vovó Piedade pediu que ela fosse até o seu quarto para conversarem. Quando chegaram, a vovó logo perguntou a ela o que estava acontecendo e Paulina lhe contou sobre Lalinha e toda a discussão que tiveram, vovó Piedade não viu problema em deixar a empregada voltar a trabalhar com Paola e achou incompreensível a atitude de Carlos Daniel, mas pediu para que Paulina conversasse com ele, pois certamente estava tendo algum tipo de problema, talvez na fábrica, por isso acabou agindo assim .

Paulina assentiu, desejou boa noite para vovó Piedade e foi para o seu quarto. Lá, Carlos Daniel estava no banheiro tomando banho, ela pegou suas roupas e foi tomar banho em outro banheiro. Minutos depois, quando retornou, Carlos Daniel já estava deitado na cama, ela foi secar seu cabelo, ajeitou algumas coisas e em seguida foi deitar-se.

Assim que ela deitou, Carlos Daniel a olhou com uma expressão de quem queria conversar e ela respirou fundo.

— Vai me explicar por que você está assim e qual o motivo de toda aquela explosão com um assunto tão pequeno? — Perguntou séria.

— Eu já expliquei meu ponto de vista, não concordo com isso e pronto. — Respondeu Carlos Daniel.

— Ok Carlos Daniel, você não é obrigado a concordar com tudo, não vamos discutir por isso. — Falou Paulina.— Boa noite. — E em seguida ela deu um selinho nele e deitou-se virando de costas para ele.

— Boa noite! — Disse ele virando-se para o outro lado.

Dois dias depois...

Lalinha já estava trabalhando com Paola na mansão Maldonado, ela já estava bem apegada com Beatriz e Paola estava adorando tê-la por perto novamente.

Após amamentar Beatriz, Paola foi até o portão de saída, pois o motorista havia deixado o carro dela que estava na lavação em frente a casa, ela iria até o médico mostrar alguns resultados de exames que havia feito após a gravidez para confirmar que estava tudo certo com sua saúde. Assim que fechou o portão, sentiu um homem tapando sua boca e a puxando por trás, logo que ele a virou de frente e destapou sua boca ela o olhou e ficou assustada.

— Do Donato?

Agora você não me escapa Paola. — Respondeu ele a encarando.

— O que você ainda quer de mim? — Perguntou Paola apreensiva.

— Quero que me ajude a separa a Paulina e o Carlos Daniel.

— HAHAHA — Paola deu sua típica risada.— Você está louco.

— NÃO DEBOCHA DE MIM. — Ele a segurou forte pelo braço.— Se você não me ajudar, pode dar adeus a sua filhinha, ela é tão linda, parece muito com você, seria uma pena se alguém fizesse algum mal a ela não é mesmo?

— VOCÊ NÃO OUSE ENCOSTAR EM UM FIO DE CABELO DA MINHA FILHA. — Gritou Paola nervosa. — O que pretende com isso? Desde quando se interessa em separar minha irmã do Carlos Daniel?

— Desde que eu conheci a Paulina eu me apaixonei por ela, mas como ela sempre foi apaixonada pelo Carlos Daniel nunca dei importância para isso e quando você voltou eu te buscava para ter certeza que era de você que eu gostosa, mas meu amor pela Paulina só aumentou. – Explicou Donato.

— Você realmente acha que se a Paulina se separasse do Carlos Daniel se interessaria por você? Assim só pra saber. — Disse Paola debochando.

— Depois que o meu plano der certo, ela vai ficar bem vulnerável e é ai que eu entro para consolá-la. — Respondeu ele.

— A é? E posso saber o que você espera que eu faça para colaborar nesse seu plano mirabolante?

— É simples querida, você vai levar o Carlos Daniel para a cama e sua querida irmãzinha vai descobrir.