Entre poucas ruínas

“Uma vez que a noite desvanecer, ela nunca mais voltará...”

Aquela frase ecoou na minha mente... Eu havia mesmo morrido?

Abri os olhos com certa dificuldade da qual eu não conseguia enxergar nada.

Eu podia ver seis pessoas, elas estavam viradas para mim. E uma delas atacou a outra com uma espada, o brilho da lâmina era atordoante.

A pessoa atacada caiu no chão e não se levantou.

“Uma vez que o dia desvanecer, ele nunca mais voltará”

Aos poucos a minha visão ficou nítida, e eu podia ver.

Satsuki estava no chão, haviam dois sacerdotes, uma garota de cabelos loiros, Len e...

Yosetsuke?

Levantei-me com as únicas forças que tinha. Todos se viraram, e olharam para mim.

– Yosetsuke, oque está fazendo aqui?! – Perguntei.

– Oque VOCÊ está fazendo aqui? – Ele retrucou.

– Eu não vou lhe responder!

– Tudo bem, não precisa.

Eu olhei para Len e para os outros.

– E-e S-satsuki? Oque aconteceu com ela?

– Marie matou-a.

– Marie... Era o nome da minha mãe... - Respondi melancolicamente.

– E o nome da sua avó, era Julienne Marie.

– Sério?

– Sim.

– E como você sabe, hein?

– Meu avô conheceu a sua família...

Lembrei-me de oque Ciel havia falado, então Yosetsuke havia mesmo tido um avô e tal...

– Yosetsuke, espero não estar sendo inconveniente, mas...

– Quem me matou?

Arregalei os olhos, como ele sabia que eu iria perguntar isso?

– É-é...

– Bom, tomara que não se sinta chateada...

– Ai, fala logo!

– O seu pai.

– Afe, e esse drama todo só para falar que havia sido ele?! - Ele sorriu melancolicamente – E... Por que você é tão triste quanto eu?

– Talvez por não ter razões para ser feliz...

– Nossa, que emo! – Suspirei – Cadê a tal Marie?

– Aquela loira, baixinha, e de olhos avermelhados.

Andei até ela, Satsuki estava caída, eu não sei por que, mas me senti mal por isso...

Por mais que ela tenha tentado me matar... Ai sei lá...

Coloquei minha mão no seu ombro, um pouco embaraçada.

Ela virou-se, era uma garota realmente bonita...

– Oi! – Ela disse timidamente.

– O-oi!

– Você é a Julienne, né?

– S-sou...

– Hum...

– E-eu queria te agradecer...

– AWWWWWWWWWN DE NADAAAAA! – Ela me abraçou.

– Ehehehehehe...

Yosetsuke veio até nós e perguntou:

­ ­– Que coisas são essas? – Ele apontou para as orelhas e caudas de gato.

– Ciel me colocou essas coisas horríveis!

– Dãããã! Isso é uma tiara!

– Affs – Respondi – E essa cauda?

– Deve estar presa à sua calça!

E estava mesmo.

Tirei aquela coisa e comecei a pular de felicidade.

– AÊÊÊÊÊ! EU ESTOU NORMAL!

– Julienne, você tem que voltar para o seu mundo...- Yosetsuke anunciou.

– Como?

Ele estalou os dedos e apenas senti uma luz bem forte....

“TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM~~” – Era o despertador.

Abri os olhos, eu estava deitada, sem hematomas, cortes ou coisas do tipo.

Eu sentia uma horrível dor de cabeça, estava no meu quarto, como anteriormente...

Aquilo tudo não se passava de um sonho? Parecia tão real...

Olhei ao redor, Yosetsuke estava dormindo sentado, comecei a rir bem baixo e joguei o travesseiro nele.

– AHM? OQUE? QUANDO? ONDE? COMO? – Ele gritou antes de cair no chão.

– MUAHAHAHAHAHA, BAKA!

Miku entrou no quarto, veio até a cama e me abraçou.

– SAUDADEEEEEEEEEEEEEES~~! – Ela gritou antes de me agarrar. Ela olhou para Yosetsuke – Olá Setsu-kun! Oque faz aqui?

Olhei para Yosetsuke, Miku o conhece?!

– Yosetsuke, você conhece-a?

– Sim, ela era muito amiga da minha mãe.

Olhei para o lado, e lembrei em Gumi... Onde ela está agora?

Continua...