Fecho os olhos, deixo as incansáveis luzes de minha alma por fim se apagarem. Descanso no romântico noturno todos os meus medos. [...] Aqui afundo em um intrépido breu. Hesitante, sussurro à minha alma: Boa noite, meu tão amado eu.

Entornando-me pelo passado, os grãos das desavenças e dos amores formam a minha aura tão orgulhosa [...] Será eu os resquícios daquilo que outrora fui?

O questionamento inútil abraça e afoga em mágoas a minha confiança. Além de meus medos, quantos demônios habitam dentro de mim?

Romantizo nessa alma as lembranças de teu utópico e irrevogável ser. Ver-te temer assim, intrepidamente ao inevitável, fazia-me apaixonar por esse seu recíproco hábito de solidão. Meu querido, não te acanhes. Abra os olhos, grande guerreiro. Revele os olhos cansados por trás do elmo, retire da compacta terra o teu corpo, abra o caixão, não te finjas de morto.

Vida terrena ou não, nada importa. Apenas afogue-me junto a ti nas margens íngremes do riacho de tuas lágrimas.

  • ID: #71945
  • Títulos: Nenhum
  • Entrou em 20 de dez. de 2010 09:08
  • 5 comentários destacados pelos autores
Carregando...
Carregando...
Carregando...
Favoritos
Carregando...