Capitulo 7- Quase deu certo

-FABINHO!

Eu continuava gritando, mas parecia ser inútil, ele aparentemente já tinha nos perdido de vista.

-Cala a boca!

O sequestrador gritou pra mim, aquilo estava estanho, ele não usava a costumeira mascara de antes para impedir que eu o visse, tinha resolvido mudar eu e Amora de lugar der repente, tudo aqui estava muito estranho, e justo quando ele resolvia nos mudar de lugar Fabinho encontrava a gente na rua assim. Ou eles eram muito azarados, ou estavam fugindo de algo, talvez estivessem sendo descobertos e tentaram mudar de lugar e acabou não dando tão certo, nem fizeram questão de nos esconder das pessoas, talvez eles estivessem fugindo de Fabinho que acabou nos encontrando, alguma coisa assim tinha acontecido para eles nos mudar de lugar tão der repente e desesperados, e tudo isso tinha estragado nosso plano de fuga, não sabemos como vai ser o próximo cativeiro, mas nesse momento não estou me importando muito, Fabinho nos encontrou, ele esta me procurando, não me esqueceu nem caiu no jogo daquela vagabunda da Karen, que por falar nela, estava quieta de mais no canto dela. Se o principal alvo do plano dela era o Fabinho e se ele sumiu para me procurar, porque ela ainda não apareceu enfurecida e... Claro, talvez por isso ela resolveu limpar a Amora do seu caminho para dar em cima do Bento, mas isso também não faz sentido pois o Bento não é rico.

FGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFG

Peguei meu celular, desesperado, ainda não conseguia me conformar que tinha á perdido novamente, tava tão pertinho, deveria ter empurrado mais gente e corrido mais rápido, e quebrado a cara do maldito que a estava segurando.

Disquei o numero de Malu no celular e esperei.

“-Alo”

“-Malu! Eu- eu achei, eu...perdi, mas tentei, não acredito, você não vai acreditar, tava tão perto, foi quase e eu não consegui, eu...”

“Fabinho, calma! o que foi que aconteceu? O que foi que você achou?”

“A-a-a-a-a- a Giane, eu a encontrei!”

Não conseguia falar coisa com coisa ainda, minha cabeça estava louca, estava em pé no meio de toda aquela gente, olhando e procurando, atordoado, sem conseguir raciocinar direito para conversar com Malu.

“-O QUE? Como?”

Eu conseguia ouvi as vozes no fundo ao lado dela, perguntando o que tinha acontecido.

“Eu estava pro- procurando o cara da foto e... ela der repente apareceu, gritando meu nome e o cara a estava segurando , tentando impedir ela de gritar, a Amora estava junto, o cara saiu correndo arrastando elas e eu corri feito louco atrás, ele atirou, mas não acertou em mim, acho que acertou em outra pessoa, deve estar uma bagunça La, enfim eu corri atrás deles, mas chegamos em um lugar com muita gente e eu os perdi Malu, estava tão perto, tão perto!”

“-Fabinho, calma, meu Deus, não acredito,mas foi assim, do nada?eles simplesmente apareceram na sua frente?”

“-Aham, pareciam estar fugindo de algo, sei La, não prestei muita atenção, mas... Malu, eu olhei para Giane, a ouvi gritar meu nome, ela estava com tanto medo, tão desesperada, nunca a vi assim, nem mesmo quando quase morreu na van do Bento. E eu a perdi, não consegui salva-la.”

“-Fabinho, não foi culpa sua, você fez o que pôde.”

Olhei pra frente e então percebi um cara parado no meio da multidão me olhando, fingi não perceber e vi que tinha outro do outro lado.

“-Ta Malu, a gente se fala depois, tenho que....resolver uma coisa.”

“-O que? Resolver o que Fabinho? O que cê vai fazer?”

“Depois Malu, depois”

Sabia que ela ia ficar no telefone tentando descobri o que eu iria fazer, então tratei de desligar sem esperar resposta, coloquei o telefone no silencioso para que se ela ligasse não fizesse barulho.

Apesar de ter desligado o celular, continuei com ele no ouvido como se ainda estivesse conversando com alguém, percebi os dois caras que se viraram para andar e ir embora, me aprecei em segui-los para ver se descobria algo.

FGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFGFG

E ali estava eu de novo, trancada em um lugar totalmente desconhecido, nojento, frio, era pior que o outro, porque também cheirava mal. Havia uma mancha estranha em uma parte do chão que eu estava torcendo para não ser sangue de ninguém. Pior era que estava sozinha de novo, pois separaram meu cativeiro do cativeiro de Amora.

Fechei os olhos, encostando a cabeça na parede. E meus pensamentos foram para Fabinho novamente.

FLASHBACK

Ouvi o som estranho vindo do meu lado, mas não dei muita atenção, mas logo ele veio de novo, abri os olhos lentamente percebendo que estava abraçada a Fabinho que dormia ao meu lado e ele...roncava. Era a primeira vez que eu o via roncar. Ri e o chacoalhei para que acordasse.

-Acorda Fabinho, anda.

Ele resmungou alguma coisa e voltou a roncar de novo.

-Fabinho! Anda, você esta roncando, e meu pai vai acordar daqui a pouco, anda, levanta logo daí.

Ele nem se quer me deu atenção, cruzei os braços pensando no que fazer. Dei um sorriso travesso e me levantei na cama, ficando de pé e pegando um travesseiro, o ergui no ar e desci com o travesseiro em cima dele.

Fabinho se assustou e se virou, mas mesmo assim dei outra travesse irada nele.

-Que isso Giane! Para!

Ele protegeu os rosto com os braços, mas não parei, então ele me puxou pra cama e cai em cima dele.

-Seu moleque.

Ele disse enquanto eu rolava para o seu lado na cama.

-Você, que estava roncando mais alto que um trator.

-Não estava nada, eu não ronco!

-A não, fraldinha barulhento, me acordou e se não ficar quieto vai acordar o meu pai. Você tem que ir embora, anda.

Disse novamente o apreçando, Fabinho se mexeu preguiçosamente e envolveu seus braços na minha cintura.

-Não...deixa eu ficar mais um pouquinho.

-Se meu pai te pegar aqui...

-Não vai, daqui a pouco eu vou.

Disse e começou a beijar o meu pescoço. O afastei contrariada e sorri pra ele.

-Depois você volta, meu pai vai acordar e nós dois temos que trabalhar esqueceu?

Ele resmungou contrariado.

-Ta bom, mas eu volto depois.

Ele me beijou e se levantou. Indo embora.

Fim do Flashback

Abri os olhos me levantando, olhei pela janela na parede, não era bem uma janela, era mais uma buraco quadrado mal feito com grades de ferro enferrujadas, La fora só via mato e mais mato, e uma estrada estranha de terra, pelo que eu consegui ver não tinha nada em volta.

Escorreguei até o chão novamente. Quando que eu finalmente sairia dali? Era muito no fim do mundo, muito longe para que Fabinho me encontrasse ali. Ouvi um som estranho vindo do lado de fora da minha janela, como se alguém tivesse tropeçado e então, apareceu duas mãos ali, segurando as grades. Sai correndo de perto da janela, mas...

-Giane!

Ele disse em um sussurro desesperado e incrédulo.

-Fa- Fabinho?

Nos olhávamos sem acreditar, estava esperando que fosse um sonho, logo e acordaria sozinha novamente, só com minhas lembranças e um pouco de esperança, esperando que alguém me encontrasse, e sem chances de fugir. Mas, era real, ele estava mesmo ali.

Corri desesperada até a janela e nosso braços se abraçaram, impedidos de se aproximar como gostaríamos por causa das grades, mas só dos nosso braços se tocarem já era o suficiente para termos certeza de que não estávamos loucos e que aquilo era real. Nossas mão foram aos rostos um dos outros e as lagrimas caiam dos olhos de ambos.

-Você, você ta aqui, ta aqui mesmo, me achou.

Eu disse. Ele sorriu ainda mais, me olhando, como se estivesse verificando se eu estava bem, se estava machucada ou coisa assim.

-To, To aqui, te achei, segui eles ontem a noite até aqui e resolvi esperar até o sol nascer pra te procurar, passei por um monte de cativeiro até chegar aqui, parece que não e so você e a Amora que estão aqui não.Mas Vou te tirar daqui e nós vamos pra casa.

-Mas como?

-Ué, vou entrar ai e quebrar a cara de todo mundo.

-Não vai fazer isso não, cê ta louco? Você é um fraldinha, não sabe brigar.

-Posso ter aprendido nesse tempo sabia.

-Aprendeu nada, agora é sério, Fabinho, cê não pode chegar assim cara, eles estão armados, vão atirar em você.

-Mas eu tenho que te tirar daí.

-Liga pra alguém.

Ele pegou o celular e mexeu.

-Não da, não tenho bateria suficiente.

-Então vai pedir ajuda.

-Não vou te deixar aqui sozinha cê ta louca.

-Vou ficar bem Fabinho, vai ser só por um instante, você vai, pede ajuda e esse pesadelo acaba, anda logo. Antes que alguém apareça.

Ele me olhou parecendo pensar.

-Tudo bem, vou o mais rápido que conseguir.

Nos olhamos, e por meio das frestas da grade que nos barrava ele selou seus lábios no meu por um instante, antes de sair para procurar ajuda. Suspirei aliviada, finalmente sairia dali.

Passou algum tempo, talvez uma hora e então eu ouvi um barulho alto, um tiro na sala ao lado. Minha porta foi aberta violentamente, mas quem entrou não foi a policia e nem Fabinho. Era o tal sequestrador, ele me olhava com raiva, Karen entrou logo atrás.

-Você! Tenho certeza que foi você que deu um jeitinho de alertar a policia não foi?

-O que? Não!

-Já perdi minha paciência com você.

Ouvi barulho de cirene de policia ao longe, então o homem loiro ergueu sua arma em minha direção.

-Espera!

Gritei, tarde de mais. Ele puxou o gatilho e ouvi o barulho do revolver disparando e a bala me acertar, o som a minha volta tinha sumido e eu podia ouvir as batidas d meu próprio coração, dor e minha visão ficou embaçada, minhas pernas cederam e eu cai no chão, levando a mão até o local onde a bala me atingiu. Era isso, depois de tudo eu iria simplesmente morrer. Karen e o homem saíram correndo pela porta. E eu fiquei ali, caída no chão só esperando que perdesse a consciência logo.