Just Live — Interativa

3. Primrose, Annabeth e Marge.


Primrose deu um suspiro demorado, mas leve. Seu coração batia forte, sua respiração estava descompassada. Quando entrou de acordo de participar desse salvamento não ficou com tanto medo do jeito que estava agora. Isso não era legal, ficar com medo, não era legal. Sua mãe dizia que era uma arma. O medo. Ele lhe faz correr mais rápido, ter os ouvidos mais agudos, a respiração presa e o fato de não pensar nas coisas, só fazer. Mas mesmo assim, Primrose não conseguia pensar que o seu medo lhe ajudaria em algo.

Todos estavam ali. Todos reunidos prontos para colocar um tipo de pulseira e então partir para um tempo desconhecido, para um lugar desconhecido. Pelo o que Primrose sabia, era o Brasil para onde iriam, salvar um cara chamado Dom Pedro II. Era um inocente, e realmente deveria ser salvo. Além de que eles poderiam derrotar Pitch uma vez por todas. (E os outros que o acompanhavam também).

— Está com medo? — uma voz fez Primrose levar um susto, e colocar a mão em seu coração que batia mais rápido ainda. A garota virou para encarar a menina ao seu lado. Era mais alta que Prim, usava uma roupa bem diferente do que Prim estava acostumada a ver, uma calça de couro, uma saia em recortes por cima com tachas grandes de aço, uma blusa que mais parecia algo enrolado em seu corpo e um casaco de couro por cima, que lhe chegava até os joelhos. Ela segurava um machado em uma mão, e na outra, uma pequena bolsa de pano. — Sou Annabeth Haddock, mas todos me chamam de Anne — falou esticando sua mão. Sua pele era branquinha, e seu rosto parecia não ter imperfeições. Seus olhos eram azuis claros e seus lábios finos e bem cuidados.

Primrose pegou a mão da garota, trocando um aperto de mão com a menina de cabelo louro. Ouvir o sobrenome da garota lhe fez pensar que já o conhecia de algum lugar. Mas não se lembrava de onde.

— Sou Princesa Primrose Jade Fitzherbert — falou seu nome como lhe haviam ensinado. A menina loura arqueou uma sobrancelha, com os lábios se curvando. Anne já imaginou que aquela menina era uma princesinha que vivia em castelo e tinha todo o luxo que quisesse. Lá em Berk não era daquele jeito. Ninguém poderia ser uma patricinha assim, era idiotice; por mais que Annabeth fosse a filha do Chefe, lá não era assim. Ela não tinha o luxo que quisesse.

— Você é filha da Rapunzel e do Eugene, não? — a Haddock perguntou. Prim assentiu lentamente, não conseguindo se lembrar de quem a menina era filha, se culpando imensamente por isso. Anne percebeu, e deu um sorriso maroto. — Eu sou filha da Astrid e do Hiccup, de Berk — a garota falou, e Primrose assentiu, dando um meio sorriso. Então, ela era uma viking.

— Hei garotas! — Marge gritou aproximando das duas, que haviam entrado em silêncio. Ambas fitaram o menino, e Anne apenas revirou os olhos. Achava-o um idiota. Ele não era ninguém menos do que um protegido do Frost, porque deveria ser tão idiota? O Jack não era tão idiota. — O que estão falando? — perguntou já próximo as duas.

Prim apenas observou o menino calada. Não se sentia confortável conversando com pessoas estranhas. Por mais que eles fossem Filhos dos Líderes, e ela também, não se sentia confortável.

— Nada que lhe interesse — Anne respondeu com carranca. Marge tinha fios pretos, bem pretos, pareciam ser pintados de carvão; e algumas pontas eram de vermelho, o que Anne gostava naquele cara, a única coisa, vale ressaltar. Seus olhos eram cinza. Cinza tempestuoso, como o de Astrid, Anne não gostava disso.

— Uh, calma ai menina, só estou tentando ser gentil aqui, ok? — falou mostrando-se um pouco ofendido. Marge adorava irritar as pessoas, e sentia até prazer em irritar algumas. Principalmente as meninas. Era engraçado como o jeito de cada uma agia. Era divertido. — Estou tentando aliviar a tensão antes de ir para sei lá onde — afirmou chacoalhando as mãos.

— É realmente raro ver você nervoso — Anne comentou, dando uma risadinha.

Marge apenas lhe deu um olhar bravo antes de sair dali.

Depois disso, a Rainha Elsa chamou a atenção de todos, e em cima de um palanque de gelo, pediu que todos os que iriam à missão aproximassem daquela máquina que tinha ali no meio. Era grande e transmitia uma luz estranha. Tinha seis mesas com uma pulseira em cada uma. Primrose foi em direção á uma das mesas do meio, junto com todos os outros cinco. Ao seu lado viu Anne e sorriu para a menina, que devolveu meio nervosa, e ao seu outro lado viu uma garota que desconhecia. Voltou em sua mesa.

Elsa desejou sorte a todos, e então desceu do palanque se aproximando de sua irmã. Primrose pegou a pulseira em sua mão, e então a colocou no pulso, como haviam lhe passado as instruções no dia anterior. Para todos haviam passado, para não perderem tempo e desistirem da viagem. A garota fechou a pulseira, e com um suspiro mais pesado que o inicial, apertou o botão vermelho, para poder voltar ao tempo.

A menina fechou os olhos e então sentiu seu corpo ser tacada para frente com brutalidade. Rapidamente abriu os olhos, assustada, mas não viu nada, somente tudo preto. A garota tentou se mexer, mas parecia estar tudo preto, e então por fim sentiu um puxão em seu corpo, e caiu.