‘Fuwa Sho’ esse foi o primeiro nome a passar pela mente do presidente Takarada Lori no momento que Kyoko disse que estava grávida. Mas não poderia ser. Como ela poderia estar grávida de uma pessoa que ela queria distância? Claro que não poderia, mas de quem seria? Ren? Nãao, talvez, quem sabe, mas não. É impossível, certo? Kyoko não estava indo pra ficar grávida do Ren, isso é logicamente impossível.

Ele não poderia gritar com ela por estar grávida, e também não poderia aceitar sem falar nada. Mas, espere, antes de tudo ele tem que saber quem é o pai dessa criança.

— Mogami-kun, por favor, venha ao meu escritório. – Lembrou-se com quem estava falando, logo decidiu acrescentar. – Não é um pedido. Precisamos falar sobre o assunto.

— Mas, presidente, eu não quero encontrar uma pessoa. E ela provavelmente estará por aí.

O presidente pensou por alguns momentos, e só poderia ser uma pessoa a qual ela não queria encontrar. E essa mesma pessoa só poderia ser o pai de seu filho, logo ele seria Tsuruga Ren.

— Agora, sim, Mogami-kun, precisamos conversar com urgência. E o melhor lugar pra conversar sobre isso, e você me explicar o que está havendo, é aqui.

— Mas, presidente...

— Sem ‘mas’, Mogami-kun. Espero você em meu escritório em menos de uma hora.

Ela não poderia falar que não iria, ele merecia algumas explicações vindas de sua parte, e ela sabia disso. Mesmo que corresse o risco de encontrar-se com Ren. Ela iria encontra-lo, com certeza iria. Sentia isso no fundo de sua alma.

— Está bem, presidente. Logo estarei aí.

— Aguardo ansioso por explicações, Mogami-kun.


~


Ren estava parado em frente à porta do escritório do presidente Lori. Não sabia o que estava acontecendo, muito menos o que ele queria. Achava que era alguma coisa relacionada a trabalho.

Ele estava curioso em saber sobre Kyoko, já fazia um tempo que não recebia noticias dela. A muito não a via, desde aquela noite.

Iria perguntar ao presidente sobre isso, perguntaria se ela anda fazendo algum trabalho fora, como membro da seção LOVE ME. Havia a muito decidido esclarar algumas coisas, dar algumas explicações a ela. Dizer-lhe que não foi sua intenção magoa-la, muito menor ferir seus sentimentos e orgulho.

Quando sua mãe apareceu de surpresa naquele dia, e ela ouviu-a chama-lo pelo seu nome verdadeiro, ele não sabia o que fazer. A primeira coisa que pensou foi tirar sua mãe dali para que demais pessoas não descobrissem sua verdadeira identidade.

E agora cá estava ele, de frente pra porta do escritório do presidente, para falar-lhe sobre alguma coisa trivial, enquanto ele poderia está com Kyoko tentando explicar-lhe tudo.

Bateu algumas vezes na porta e entrou.

— Espero que assunto seja sério, presidente. Eu tinha outras coisas pra fazer.

O presidente olhou pra Ren, mas como se não o visse. ‘E se for mesmo do Ren? Será que isso sério possível?’ O pensava.

— Ren, a Mogami-kun virá aqui tratar de alguns assuntos que acho que possam ser de seu interesse. – Vendo que Ren não entendia, e ele também não iria explicar, continuou falando. – E quero que você se esconda em algum lugar e ouça bem o que ela vai me dizer, mas, por favor, Ren, não se descontrole e apareça gritando e xingando como se fosse algum louco.

Ren olhou sem entender o que o presidente quis dizer. Ele estava mesmo mandando que ele se escondesse e escuta como alguma criança pequena, ou alguma empregada fofoqueira, o que Kyoko tinha a falar? Talvez ele tivesse entendido mal, só poderia ser isso.

— Como, presidente? Acho que não compreendi o que o senhor disse. Talvez tenha ouvido mal. O senhor quer mesmo que fique escondido enquanto vocês conversam sobre alguma que, obviamente, não me diz respeito?

Olhou para o presidente com incredulidade estampada na face.

— Isso mesmo, Ren. A única coisa errada é que essa ‘alguma coisa’ talvez te diga respeito. – Disse ele pensativo. Olhou para o relógio em sua mesa e disse. – E esconda-se agora, ela já deve estar em frente à porta.

Ren escondeu-se atrás de uma estatua - por alguma razão desconhecida, o presidente mantém uma em seu escritório. – e lançou um olhar de repreensão em direção ao presidente.

Logo que se escondeu ouviu as batidas na porta, e ouviu seus passos em direção ao pequeno sofá.

Presumindo que ela já havia sentado, ouviu-a começar a falar.

— Presidente, serei rápida, não quero ficar aqui por muito tempo. – Olhou ao redor. – Estamos sozinhos?

— Sim, Mogami-kun. – Falou pela primeira vez desde que ela havia chegado. Ela não lhe dera muito tempo pra falar. Presumiu que realmente estivesse com pressa. – Estamos sozinhos, pode começar a explicar por que quer sua demissão.

Ren que estava até agora pensativo atrás da estatua, ficou extremamente surpreso quando ouviu falar de sua demissão. Talvez fosse culpa dele. Talvez ele tivesse magoado tanto que ela queria sair da LME, pra nunca mais precisar olhar pra ele novamente.

Não deu mais tempo de pensar em motivos pra ela pedir demissão, pois logo que começou ouviu-a começar a explicar.

— Você sabe, pedi ajuda ao Shoutaro e ele disse que vai me ajudar. – Fez uma pequena pausa, o tempo que levou pra Ren amaldiçoar até os bisnetos do Fuwa Sho. – Então, presidente, eu decidi voltar pra Kyoto, não quero meu filho, ou filha, por aqui. Queria cria-lo sozinha, mas o Shou insistiu em me ajudar com tudo. Então estamos indo juntos pra Kyoto na semana que vem.

‘Shou? FILHO? Mas que porra é que ela tá falando? Ela está grávida? É meu?’

O presidente sabia que o Ren não ia aguentar muito tempo atrás daquela estatua, decidiu falar antes que ele saísse e começasse a gritar besteiras.

— Ma-

Claro que não adiantou, quando viu o Ren já estava agarrando o braço de Kyoko enquanto gritava com ela.

— COMO ASSIM GRÁVIDA? - Uma pausa. –É MEU, NÃO É? - Outra pausa. Ela baixou a cabeça, e ele tomou isso como um sim. – Você não ia me contar, ia?

— Pra que você queria saber, Ren? Esse filho é meu, MEU. Você entende isso? - Antes que percebesse já estava chorando, fazia muito isso ultimamente. – Você não precisava saber. Eu vou criar esse filho sozinha.

— MAS VOCÊ NÃO FEZ SOZINHA, PORRA!!

— É MEU, REN. FUI CRIADA SEM UM PAI, ENTÃO MEU FILHO PODE MUITO BEM VIVER FELIZ SEM UM.

— VOCÊ FOI FELIZ, MERDA? E AINDA IR MORAR COM O FUWA SHOU! VOCÊ QUER O QUE? QUE ELE CRIE MEU FILHO, MEU, COMO SE FOSSE DELE? - Parou por uns segundos pra tentar se controlar. – Eu tenho tanto direito quanto você, Kyoko. Ele, ou ela, também é meu. Você não faz sozinha, você sabe disso. E eu quero estar perto dele. Você não pode arrancar esse direito meu. E eu não vou permitir que você crie meu filho com o Fuwa. Entendeu?

Kyoko decidiu ignorar a ultima parte sobre criar o filho com o Shou. Ela sabia que nisso estava errada, mas não tinha nada a ver com ele. Ela decidia com quem iria criar seu filho, ou como iria cria-lo.

— POSSO, E VOU.

— Aah, você não vai, você não vai mesmo.

Ele agarrou-a pelo braço, e saiu arrastando-a porta a fora, ignorando totalmente o presidente e sua reação. Ele estava, obviamente, perplexo. Não era pra menos.

Não sabia onde ia leva-la, mas iria leva-la consigo. Tanto ela quanto seu filho pertenciam a ele, e ninguém iria mudar isso.


~


Enquanto estava sendo arrastada pelas escadas por Ren pensava em como foi idiota. Ela não precisava vir à LME, muito menos encontrar-se com Ren. Como o presidente pode fazer isso com ela? Como ele pode engana-la desse jeito?

Ela fugiria, não sabia pra onde, mas iria pra longe de todos eles. Ela já tinha a ajuda de Shou, e isso já era suficiente, pelo menos por enquanto. Iria fugir pra longe, e se dependesse dela o Ren nunca veria ser filho, mas antes de tudo teria que conseguir se libertar das mãos de Ren.

Por um impulso, e coragem – talvez vindos do inferno. – ela o empurrou correu, mas não tinha visto que estava na beira do degrau da escada. Desequilibrou-se e caiu, e a escuridão foi à única coisa que viu, mas antes pode ouvir um grito e uma voz desesperada pronunciar seu nome.

— KYOKO!!


~


Ren estava desesperado. Isso tudo era culpa dele. Ela havia caído alguns degraus da escada, mas não tinha se machucado muito, graças aos céus. Mas não tinha certeza sobre o bebê, e isso que estava o matando aos poucos.

Estava andando de um lado pro outro no corredor do hospital. Pessoas olhavam perplexas pra eles murmurando coisas como: ‘É ele realmente o Tsuruga Ren?’ ‘O que o ator mais sexy de todo Japão faz aqui?’ Entre outras coisas. Ren ignorava todas elas, só queria saber como estava Kyoko e seu filho.

Esperava o médico lhe dar algumas notícias sobre a ‘sua’ Kyoko e ‘seu’ bebê. O bebê a quem ele já amava, e que não fazia mais de 5 horas que sabia de sua existência.

Passou as mãos pelos cabelos bagunçados. Já fazia um tempo que ninguém dava-lhe notícias sobre suas duas pessoas preciosas.


~


Algumas horas depois o médico foi falar com ele. Ren se adiantou a perguntar.

— Como ela está, Dr. Louis?

— Ela está bem, só está descansando um pouco. Dei alguns analgésicos a ela, talvez acorde daqui umas 5 horas.

Ren suspirou de alivio. Parecia que ia poder ver seus sorrisos novamente, mas talvez não direcionados a ele.

Lembrou-se de seu outro bem precioso, de uma pessoa que ainda não havia nascido, mas ansiava por ver seu primeiro sorriso.

— E o bebê?

O Dr. Louis fez uma pausa, suspirou algumas vezes, e Ren já esperava pelo pior quando ele o viu abrir a boca.

— Já o bebê...