Jornada aos Colossus

Capítulo VIII - Danças de Cavalos


Wander... — ouviu-se a voz de uma garota.

Wander acordou e mais uma silhueta estava o observando caído. A terceira estátua quebrou e as silhuetas sumiram. Ele foi se levantar e lembrou que tinha quebrado o braço, mas quando foi ver, ele estava totalmente curado, assim como o seu pé. Seu manto também estava intacto, sem contar com a sujeira.

Ele se levantou. “Como eu me curei tão rápido? Não sinto nenhuma dor.” Pensou.

Novamente, a voz de Dormin ecoou pelo Templo.

Teu próximo inimigo é... Na ilha dos vastos campos verdes... Linhas de orientação das tumbas... É gigante de fato, mas temeroso, não é.

Depois de ouvir as palavras de Dormin, Wander montou em seu cavalo e levantou sua espada para saber seu destino. Dessa vez o feixe apontava para frente do castelo de novo, mas um pouco mais à esquerda. Onde chegava em mais um vale. Ao atravessar a passagem, Wander chegou a um lugar bonito cheio de plantas e árvores.

Wander andou cuidadosamente com Agro por uma passagem estreita na parede, que levava até o campo verde onde estaria o colosso.

Ao chegar aos campos, ele viu que havia quatro tumbas em lados opostos no centro. Passando por elas lá estava o próximo colosso, deitado.

Este é Phaedra, o Cavalo de Guerra de Elite.

Ele tinha a aparência de um cavalo, mas possuía as patas parecidas com as de um crustáceo. Em seu focinho havia duas colunas de pedra que ficavam penduradas uma em cada lado. Suas costelas eram expostas onde ficaria a barriga.

Wander voltou com Agro onde estavam as tumbas. Cada tumba tinha um relevo alto e na frente delas tinha uma entrada para de baixo da terra. Wander ficou em cima de uma das tumbas com Agro, esperando Phaedra se aproximar para subir nele. Quando chegou o momento certo, Wander pulou para agarrar-se em uma das colunas de pedra, mas em vão, o animal era muito mais alto do que ele imaginava.

Antes de Wander cair ao chão, Phaedra bateu-lhe com sua pata, jogando-o para perto de outra tumba.

Uma estratégia é considerar esconder-te sob a terra... Use este truque para alcançar suas costas... — disse Dormin.

Wander levantou-se e resolveu ver o que havia dentro das tumbas. Ao entrar em uma delas ele desceu umas escadas e chegou a alguns corredores que davam para a entrada das outras tumbas. Wander saiu pela tumba que estava à sua direita e viu que o colosso estava abaixado o procurando na outra entrada.

Há, esse vai ser fácil. — disse ele.

Wander correu em direção ao rabo do colosso, que estava a uma altura que ele poderia alcançar. Mas antes que pudesse chegar, Agro, que estava perto de Phaedra, correu até Wander, o que chamou a atenção do monstro.

Agro parou na frente de Wander, distraindo-o.

Agro, seu maldit... — antes que pudesse terminar de falar, Agro começou a correr, e ao sair da frente de Wander, o jovem viu uma enorme pata se aproximando, que ao bater nele, lançou-o para longe novamente.

Caído de bruços, Wander estava atordoado. Quando ele se virou, viu Phaedra logo acima preparado para pisoteá-lo. Wander rolou para o lado, desviando de uma das patas, e logo em seguida foi obrigado a rolar de novo para desviar da segunda pata. Wander levantou-se e tentou escapar, mas Phaedra bateu com a pata na frente dele e arrastou pra trás, o derrubando outra vez.

Para não ser pisoteado, Wander tentou desviar de novo, mas o colosso acertou seu manto, deixando-o preso. Wander pegou sua espada para cortar o manto e libertar-se, porém foi impedido quando Phaedra pisou em sua mão e jogou a espada para longe do garoto.

Phaedra ficou arrastando Wander por um tempo e depois levantou a pata a qual o manto estava preso, consequentemente levantando Wander junto. O colosso se equilibrou em suas patas traseiras e ficou batendo no jovem com a outra pata, até que o manto rasgou. Assim, Wander pegou sua espada com a mão esquerda, que não estava quebrada e se escondeu dentro da tumba mais próxima.

A criatura se abaixou para procurar Wander, e assim ele saiu da caverna subterrânea e pulou em uma das colunas penduradas no focinho dela, mas logo caiu, pois não conseguia escalar apenas com uma mão. O jovem então voltou para dentro da tumba. Irritado, o animal começou a pisotear acima da caverna das tumbas, fazendo com que uma das passagens fique soterrada.

Wander então saiu da tumba e atirou uma flecha no focinho de Phaedra, chamando a atenção dele para aquela entrada e depois entrou novamente. Wander foi obrigado a sair pela entrada mais próxima àquela que o colosso estava, pois era a única passagem possível, mesmo sendo arriscada.

Ao sair, ele correu mais uma vez até o rabo do animal, e por sorte conseguiu alcança-lo antes de ser percebido. A criatura subitamente se levantou e começou a sacudir-se, mas Wander já havia chegado às costas dela. Por um infortúnio, Wander não conseguia chegar à cabeça de Phaedra, por causa do longo pescoço sem pelos do colosso. Dificilmente se segurando apenas com uma mão, Wander percebeu que havia uma ferida perto do pescoço do animal e cravou-lhe a espada.

Com dor, Phaedra abaixou sua cabeça, dando chance para que Wander chegasse a ela. E assim, Wander enfiou a espada na cabeça do colosso uma vez. Phaedra deu um grito agudo de dor e sacodiu a cabeça agitadamente. Wander se desequilibrou e bateu com o rosto na armadura de pedra que Phaedra tinha na cabeça, dando-lhe um corte feio na testa. O sangue escorrendo nos olhos atrapalhava sua visão.

Wander levantou seu braço para cravar a espada novamente em Phaedra, mas caiu para trás, voltando para as costas do colosso. O garoto se levantou já com raiva, cravou a espada na ferida novamente e pisou na espada para entrar mais fundo. Phaedra começou a berrar um som que parecia choro de criança. O colosso caiu de dor. Wander tirou sua espada do bicho com dificuldade e voltou à cabeça dele e ficou de pé. Ele levantou o braço e deu o golpe final no colosso com toda a sua força.

Toma isso! — exclamou com um sorriso no rosto que logo foi embora quando viu Agro o observando de longe.

Wander ficou parado em cima de Phaedra o observando escurecer como os outros colossos, mas não se sentia mais feliz por tê-lo matado. E então ele foi atingido pela fumaça que saiu do animal, que o derrubou de cima da cabeça de Phaedra. Wander caiu desacordado perto do rosto do animal, onde estava úmido com as lágrimas do colosso.