Jornada aos Colossus

Capitulo VI - Agonia na Praia


Montado em seu cavalo, Wander estendeu seu braço para cima, levantando sua espada em direção à luz do sol para descobrir onde estaria o seu próximo inimigo. O feixe de luz dessa vez apontava para trás do Templo, e assim Wander o seguiu até chegar em uma ponte natural de pedra. Chegando na ponte, Agro se assustou com tamanha altura ao olhar para baixo, a Terra Proibida parecia ser uma grande montanha. Abaixo da ponte havia uma pequena praia, mas não parecia ter nenhum monstro ali perto.

Vamos Agro. Deve ser ali onde devemos ir. — disse Wander para seu cavalo.

Atravessando a ponte havia um caminho que levava até a praia. Passando por esse caminho, Wander ouviu um barulho estranho, parecia que algo tinha batido nas montanhas. Depois de chegar à praia, o jovem continuou a andar em seu cavalo à procura de alguma caverna por perto, mas quanto mais ele andava, mais ele ouvia aquele estranho barulho, e mais alto ele ficava. Chegando perto do fim da praia, Wander avistou uma parede diferente e percebeu que o som estava vindo de lá. Ao se aproximar, a parede se quebrou em vários pedaços, e dela saiu um monstro enorme com aparência touro.

Este é Quadratus, o Grande Touro.

Wander olhou assustado para o tamanho da criatura, ela era cerca de 10 metros maior que o primeiro. Um dos chifres do monstro estava quebrado, e sua coluna era totalmente exposta, assim como suas costelas. Ao andar, suas patas faziam um grande estrondo na areia da praia.

O jovem não fazia ideia de como matar a criatura, e resolveu flechá-la perto dos olhos. Quadratus se irritou e seguiu em direção a Wander e Agro. Ele era lento, Wander podia fugir facilmente em seu cavalo. Se aproximando, o grande animal levantou suas patas dianteiras, o que assustou Agro, que subitamente começou a correr para sair do alcance das patas do monstro.

Wander se desequilibrou e caiu do cavalo.

A grande criatura estava prestes a pisotear o jovem com toda a sua força quando Agro voltou correndo, dando chance para Wander segurar-se nele e fugir. Quando as patas de Quadratus chegaram ao chão, Wander e Agro não foram atingidos, mas voaram com o impacto delas na areia.

Então ouviu-se a voz de Dormin:

O lugar mostrado pela luz é seu sinal vital.

Assim Wander se levantou e ergueu sua espada na luz e os feixes apontaram para as patas de Quadratus. “Se eu acertar uma das patas ele deve cair, dando chance de eu escalá-lo.” pensou Wander. Então o jovem pegou seu arco e flecha e se preparou para atirar nas patas da criatura, mas ela estava indo pra outro lado, como se já tivesse se esquecido de Wander.

Por que você está indo embora? — perguntou ele.

Wander assobiou, fazendo com que a criatura olhasse pra trás. Depois de alguns segundos parada olhando pra ele, ela olhou pra frente novamente e continuou a andar.

Parece que ele não quer brigar... — disse com certo remorso. — Mas eu preciso matá-lo para ter minha amada de volta!

Montou em Agro e correu até se aproximar de Quadratus. Quando o touro gigante levantou uma de suas patas traseiras, Wander deu um tiro certeiro com sua flecha embaixo da pata do animal, que caiu com dor. Logo após, ele desceu de seu cavalo e pulou na perna do animal, se agarrando nos pelos.

Depois de Wander escalar até as costas, o animal se recuperou e voltou a andar. Wander, tentando se equilibrar, correu até a cabeça de Quadratus, passando pelas costelas à mostra do monstro.

Chegando à cabeça, o touro tentou tirar Wander de lá balançando-a, mas logo em seguida, o jovem cravou a espada na criatura. Meio tonto e desesperado, Quadratus começou a se mexer violentamente, com as esperanças de Wander cair de lá. O jovem tirou a espada que estava presa na cabeça do monstro, e cravou-a novamente. Quadratus ficou mais agitado e começou a emitir sons muito altos de agonia. Depois de um tempo, ele começou a ficar mais fraco, e não conseguia mais fazer forças para tirar Wander de cima, e então, Wander cravou sua espada pela última vez, silenciando o animal para sempre.

Ao cair, os olhos cheios de lágrimas da criatura se escureceram.

Wander desceu do monstro e ficou olhando o corpo inanimado à sua frente que estava sendo tomado pela escuridão. Depois de um suspiro, uma fumaça saiu de Quadratus e atingiu Wander violentamente, fazendo-o ficar desacordado novamente.

Em Helaryn, após um dia de busca, nenhum dos guardas tinha achado o corpo de Mono. Ao relatarem a Emon, ele ficou preocupado, mas lembrou-se do que um dos guardas havia falado.

Há grandes chances do corpo realmente ter sumido por termos quebrado a maldição ao sacrificá-la, mas... — Emon parou e pensou. — Verei se recebo alguma resposta dos deuses.

Assim Emon foi para o altar onde Mono estava antes de desaparecer, se ajoelhou.

Deuses, perdoem-me por questioná-los, mas a maldição realmente está acabada? Vós tivestes de levar o corpo amaldiçoado ao fim do sacrifício? Por favor, mande-me uma resposta.

Alguns instantes depois, o céu, que estava nublado, clareou e a luz do sol entrou diretamente por uma das janelas e iluminou atrás do altar. Curioso, Lorde Emon levantou-se e olhou para onde a luz estava iluminando, e foi tomado pela surpresa.

Alguém entrou aqui e levou a Espada Ancestral! O corpo de Mono não desapareceu com o fim da maldição, ele foi roubado!