Ficaram na cama abraçadinhos.

Não fizeram mais amor, apenas aproveitavam a paz, a ternura e os sentimentos nobres que sentiam um pelo outro.

Quando a fome apertou, Kate e Rick decidiram jantar, mas antes disso tomaram banho.

Já no quarto, Kate aproveitou que o Castle ainda estava no banheiro e passou a recolher as coisas que estavam espalhadas pelo chão do quarto.

Ela pegou a calça social, a camisa, o blazer, a cueca do Castle e os arrumou sobre uma poltrona ao lado da cama, colocando os sapatos e as meias dele próximo à porta do quarto.

Depois foi recolher suas próprias coisas e as acomodou sobre outra poltrona. Enquanto estendia o vestido no encosto da poltrona, Kate olhou para a peça listrada e depois de um longo suspiro de satisfação, comentou baixinho — Hummm!!! Hoje foi noite de inauguração, eihm?— ela sorriu, feliz, por ter tido sua primeira noite de amor com o homem que amava — Maravilhoso!

— O que é “maravilhoso”, eihm, Kate? – Castle indagou, saindo do banheiro completamente nu com os cabelos molhados e despenteados.

— O prato que vamos escolher para o nosso jantar, amor. – Kate respondeu com naturalidade, tentando disfarçar não só a sua resposta, mas também a tensão de ver um homem nu saindo do seu banheiro, e ainda mais que aquele homem nu era o amor da sua vida e o homem mais bonito do mundo. Ainda havia gotas d’água no peito e nos ombros dele. E não podemos esquecer de brindar à nossa felicidade.

Castle foi até Kate e deu um beijinho na orelha dela— Ah, pensei que você estava se referindo a mim... – ele pilheriou e ela riu do comentário espirituoso dele.

— Ah, tá... Mas você é mesmo maravilhoso, Rick! Não posso nega isso... – Kate passou os braços pelo pescoço dele e, ficando nas pontas dos pés, o beijou apaixonadamente.

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Depois do jantar eles ficaram no sofá abraçados e trocavam beijinhos.

Depois do banho Kate vestira um pijama cor de rosa e entregou ao Castle um pijama cor de vinho que era do pai dela.

Eles conversavam sobre assuntos relacionados a vida deles, já que, apesar dos pesares, ainda não se conheciam direito.

— Rick, sem querer ser estraga prazeres, eu vou tocar num assunto difícil e muito delicado...

— Diga, amor.

— Bem... Eu amo criança. Amo de verdade mesmo, tanto que estou a meio caminho de ser Pediatra... Mas acredito que ainda não estou pronta para ser mãe agora, principalmente porque ainda tenho um ano de Residência Médica pela frente e se eu engravidar, apesar de ter certeza que eu amaria o bebê e cuidaria dele com todo amor do mundo, eu iria sentir muita dificuldade de cumprir os horários e as tarefas da Residência Médica.

Castle franziu a testa ao vê-la tensa com aquela preocupação — Hey, o que a fez tocar nesse assunto de crianças e gravidez, assim..., do nada?

Kate apontou para uma parede lateral da sala e ele seguiu aquela direção.

— Sim... Uma parede... O que tem aquela parede a ver com crianças? – ele sorriu — ainda não entendo.

Naquele momento ouviu-se um som fraquinho de choro de um bebê e Kate passou a explicar.

— Atrás daquela parede moram meus vizinhos, John e Lucy. Eles acabaram de ter um bebezinho. É a coisinha mais linda desse mundo. E toquei neste assunto porque eu ouvi o chorinho do bebê, daí eu lembrei de falar sobre isso.

Dando de ombros, Castle concordou com ela — Realmente, você está certa quanto ao não querer e não poder ter um bebê agora, principalmente por querer concluir a Residência Médica sem esta preocupação, até porque o tempo é muito apertado. Criança requer muito cuidado e atenção quase integral.

— Exatamente!

— Eu te entendo, amor e, apesar de querer ter mais filhos, creio que ainda é cedo pra falarmos sobre isso.

— Sim, eu sei que é muito cedo, no entanto não nos protegemos quando fizemos amor... – Kate fez um trejeito tenso de preocupação no rosto — Você não usou preservativo.

Castle refletiu, preocupado, sobre esse assunto.

— Como eu era virgem e não tinha ideia de que poderíamos chegar a isso, óbvio que eu não fazia uso de pílula anticoncepcional ou nada do tipo.

A preocupação atingia Castle, mas ele soube lidar bem com isso — Bem, admito que isso não me passou pela cabeça... Confesso também que não ando com preservativos no bolso ou na carteira... – até que ele se lembrou de algo muito importante — E você está no seu período fértil, Kate?

— E é justamente por isso que eu estou mais preocupada, Rick... Meu ciclo menstrual é muito irregular por conta dos meus plantões e também por outros problemas hormonais, portanto, não dá para saber se estou ou se não estou no meu período fértil.

— Ok! Ok! Mas de uma coisa eu estou certo, amor, caso você tenha engravidado...

— Eu não quero fazer aborto – ela o interrompeu abruptamente.

— Hey, de onde você tirou esta ideia louca? – ele até levou um susto diante daquela hipótese e a abraçou forte, mas logo se afastaram. — Kate, jamais me passou pela cabeça te pedir isso, meu amor. O que eu iria dizer, mas você me interrompeu, é que caso você esteja grávida, te juro que vou estar do seu lado e do lado do nosso bebê para qualquer coisa e que eu faria de tudo para você concluir sua residência médica, sem perder aulas ou um só dia de plantão.

Ele a puxou para outro abraço apertado — Eu te amo, Kate e a nossa felicidade depende de sermos parceiros em todos os momentos, não somente no sexo.

— Eu também te amo, Rick, e penso exatamente assim.

— Quando você vai saber se eu serei ou se eu não serei papai novamente, Kate? – Castle deu um selinho nela.

— Ah, meu Deus! Será que eu senti um certo ar de alegria na sua voz, Rick, ou foi impressão minha? – ela ralhou, divertida.

— Não vou mentir que apesar de saber que não seria o momento ideal, confesso que fiquei feliz, sim, com a ideia de você estar esperando um bebezinho nosso, feito com tanto amor, paixão e tesão... Ele seria fruto do nosso amor e não de um momento fugaz. Mas prometo não ficar decepcionado se o resultado for negativo. – ele deu um beijinho na ponta do nariz dela — Hey, mocinha, não quero te ver assim com essa carinha assustada. Eu já te disse que prometo que estarei com você, junto para tudo.

— Bem, amanhã e depois eu estou de folga. O meu próximo plantão será de vinte e quatro horas. Então, assim que eu chegar ao hospital eu vou pedir a Lanie...

— Lanie?

— Sim, Lanie é a minha Orientadora Médica. Vou pedir a ela uma requisição de exame para constatar se estou ou se não estou grávida. Claro que ela vai me dar uma bronca por nós termos nos descuidado tanto, né... – Kate sorriu — Mas tudo bem... Acho que mereço passar por isso... Somos bem crescidinhos e sabíamos dos riscos.

— Mas não quero te ver tensa, ok? – Castle pediu — Sabe, Kate, do mesmo modo que somos crescidinhos e sabemos do risco que corremos ao ter feito amor sem proteção, sabemos também que devemos encarar tudo com tranquilidade, pois, pela milésima vez eu te prometo que ficarei do seu lado e que tudo vai ficara bem. E pode ter certeza que eu vou fazer de tudo para você concluir a sua Residência Médica. Tenho que ser repetitivo, mas creio que só fazendo isso você vai ficar menos tensa, amor.

— Obrigada, Rick! Não vamos mais falar sobre isso.

— Sim, vamos aproveitar que estamos aqui, juntinhos.

— Sim.

— Hey, agora que eu me lembrei de algo, Kate... Você disse que amanhã e depois você não tem plantão... Só que, se não me engano, você me disse que sempre passa suas folgas na cabana dos seus pais... – Ele a abraçou apertado — ... E está aqui comigo. Você vai amanhã?

— Não, Rick, eu vou ficar aqui. Como eu queria conversar com você, eu avisei a eles que não iria vê-los nesta minha folga.

— Eles já sabem sobre mim?

— Ainda não, mas eu quero falar...

— Acho ótimo e quero muito conhece-los. Também quero muito contar para minha mãe e para a Alexis que estamos juntos. Aliás, eu queria colocar no jornal, no rádio e na TV. – ele se levantou e foi até a janela— Eu quero gritar na janela para todo mundo ouvir. – ele riu de felicidade, fazendo-a sorrir.

— Não faça isso, Rick, pelo amor de Deus! – ela ria ao faze aquela advertência.

— Tudo bem. Tudo bem... Mas só porque você pediu. – ele brincou e retornou ao sofá, abraçando-a e dando um beijo estalado na face dela.

— Eu também estou muito feliz por estarmos juntos, Rick. Eu quero ver a carinha da Alexis quando ela souber que eu estou namorando o pai dela. – ela ficou rubra e fez uma careta, demonstrando estar acanhada— Eu falei “namorando”? – ela cobriu o rosto com as mãos.

— Sim, você falou “namorando” com todas as letras, Kate... Acho bom mesmo você ter falado isso mesmo, mocinha, porque esta é a melhor palavra para definir a nossa relação. – ele a puxou para si e a apertou nos braços — Porque depois, se tudo continuar gostoso assim, virão as palavras “noivado”, “casamento”, “filhos”...

Kate deu um longo suspiro de felicidade ao ouvi-lo falar todas aquelas palavras — Ah, como estou feliz! – ela adorou a previsão do futuro dele.

— Eu também, Kate.

— Rick, por falar em filhos, eu queria saber sobre a mãe da Alexis, quer dizer... – ela fez uma ressalva— ... Caso você não se incomode em tocar neste assunto.

— Tudo bem! Isso não me incomoda. O nome da mãe da Alexis era Meredith.

— Era? Você falou no passado.

— Sim... Era! Ela faleceu.

— Realmente... É isso mesmo... Você é viúvo. Ah, sinto muito, Rick!

— Não sinta... Pode ficar sossegada! Tá tudo bem, amor... Eu vou te contar. Eu conheci a Meredith em uma grande festa de aniversário de um dos colegas de faculdade.

— Ela também fez faculdade com você?

— Que nada! – ele zombou — Infelizmente, ela não queria nada com os estudos. O pior é que ela não tinha nem estudos, nem emprego fixo e era uma das garçonetes do evento. Muito depois eu fiquei sabendo que ela vinha de uma família disfuncional.

— Mas você...

— Ah, Kate... Eu era um menino de vinte e um anos, os hormônios à flor da pele e ela estava lá, atraente, cheia de sorrisos, espalhava simpatia para os convidados e isso agradou a todos, inclusive a mim.

— Claro! Você deve ter ficado impressionado.

— Sim, ela era uma ruiva muito vistosa! Fiquei atraído pela espontaneidade e pela alegria daquela moça e, de imediato, me envolvi com ela. Naquela mesma noite ficamos juntos, mas não a procurei mais, pois, pelo pouco que conversamos, vi que ela não tinha nada a ver comigo. Apesar de termos trocado número de telefone, eu não a procurei depois daquela noite e ela também não telefonou para mim, acho que pelo mesmo motivo. No entanto, nós nos descuidamos. – ele piscou o olho para Kate, fazendo menção ao descuido deles próprios.

Entendendo o sinal do namorado, Kate apertou os lábios, demonstrando preocupação— Ela engravidou!

— Exatamente! Quando a Meredith me avisou da gravidez foi apenas com o objetivo de me comunicar e pedir ajuda financeira, já que ela queria fazer aborto. Ela pediu o dinheiro porque era muito caro e ela não tinha a quem recorrer. Ela também me disse que era muito nova para ser mãe e não queria ter um bebê chorão e babão atrapalhando a vida dela, blá, blá, blá.... Ela disse que sabia onde havia uma clínica clandestina para fazer o aborto, pois já tinha feito outros.

Ele percebeu que Kate ficara horrorizada com a indiferença de Meredith sobre um assunto tão delicado.

— Estou pasma!

— Não pense que estou exagerando, Kate... Infelizmente, a Meredith falou assim mesmo, na maior frieza, sem qualquer emoção, e isso me incomodou. Fiquei apavorado com a ideia do aborto. Ela insistiu muito e ficou nervosa e disse que se eu não desse o dinheiro, ela conseguiria em outro lugar.

— Parece um pesadelo, Rick!

— Exatamente! Eu fiquei angustiado com a ideia do aborto. O jeito era eu casar com ela. Eu estava dividido entre casar com uma mulher que eu não amava e compactuar com o abordo do meu bebê. Lógico que eu preferi carregar o meu bebê nos braços. Então a gente se casou unicamente por conta da gravidez. Ela detestou a ideia do casamento, mas eu a convenci.

— Pelo histórico dela, a Meredith devia ser bem mais velha que você.

Castle fez um sinal negativo com a cabeça, reforçando com as mãos — Que nada! Apesar da vida desregrada que a Meredith levava, nós tínhamos a mesma idade.

— Estou perplexa, Rick! Coitada dessa moça! Que vida, eihm! Já vi de tudo naquele hospital e também durante o curso de medicina, inclusive relatos terríveis narrados por professores e colegas, mas ainda consigo me impressionar e até me sensibilizar com histórias assim.

— Imagino!

— Vocês dois não tinham nenhuma afinidade. Mas mesmo assim você se casou com ela.

— Verdade! Eu e ela éramos como água e óleo... Além do sexo nós não tínhamos nada em comum. Nosso mundo e nossos projetos de vida eram completamente diferentes, pois, enquanto eu, um garoto no último ano de faculdade, com mil planos e um enorme desejo de ter minha própria empresa, ela ansiava por festanças, viagens loucas e sem destino certo e outras coisas fúteis.

— Vocês ficaram casados por quanto tempo?

— O divórcio aconteceu quando Alexis tinha apenas um bebezinho com seis meses de vida. Desde o início eu previ que o casamento estava fadado ao fracasso, já que nunca houve amor entre nós, pois, como eu já disse, éramos pessoas com estilo de vida e anseios totalmente diferentes. Enquanto eu almejava por um lar, ela não tinha apego a vida familiar, nem mesmo a própria filha.

— E qual foi a reação dela quando você sugeriu o divórcio? Ela deve ter levado um choque.

— Vou te dizer uma coisa, Kate, mesmo tendo convivido comigo pelos seis últimos meses da gravidez e os seis meses de vida da Alexis, ou seja, por cerca de um ano, a Meredith não mudou em nada. Continuava a mesma desvairada de sempre, tanto que aceitou prontamente o divórcio e não se opôs quando pedi a guarda da Alexis, aliás, até mostrou-se aliviada, já que não tinha vontade de cuidar de uma criança. Ela se sentia presa. Ela me disse que não suportava mais o cheirinho de tudo que se relacionava a Alexis, muito menos o choro dela... Amamentar, então...

— Jura? Ela nem tentou a guarda compartilhada?

— Além da sua liberdade de volta, ela também queria dinheiro e viu que eu não tinha. Imagina!! Um garoto de 22 anos, recém-formado, com um bebê para criar. No acordo do divórcio ela teria direito a uma pensão. Não era muito, mas eu pagava com dificuldade... Pagava só para me livrar dela, mesmo não tendo grana, pois eu ainda estava batalhando duro para montar a empresa. Minha mãe me ajudava a pagar a pensão.

— E, depois, como é que ficou a relação entre vocês? E a Alexis? Creio que para a Alexis a coisa é mais triste ainda.

— Quando a gente pensa que as coisas não podem piorar, vem uma bomba e explode na nossa cabeça, não é? – Kate escutou o que ele disse e, mesmo sendo otimista, ficou a espera de algo horrível.

— O que aconteceu, Rick?

— Meredith faleceu um ano após o divórcio em um acidente de trem na Europa.

— Que tragédia!

— Pois é... Muita infelicidade para uma pessoa só.

— E como é que a Alexis se comporta com relação a ausência da mãe?

— Ela só tem oito aninhos, mas é bem resolvida quanto a isso. Como a minha mãe mora com a gente, Alexis sempre tem a avó por perto.

— Você foi pai muito cedo... Como você avalia isso?

— Quando a Alexis chegou na minha vida eu era um menino de vinte e dois anos e ela nasceu em um momento em que eu precisava trabalhar e ganhar dinheiro para sustentar a mim e a ela, e depois ainda tinha que pagar a pensão da Meredith. Mas quando eu falo “trabalhar”, eu não estou falando trabalhar pouco... Eu precisava era trabalhar bastante e batalhar muito para crescer. Mas te juro que minha filha não atrapalhou em nada. Muito pelo contrário, ela passou a ser minha prioridade e o motivo principal não só para eu prosperar profissionalmente, mas também para eu amadurecer o meu lado pessoal.

— Oh, que lindo!

— Mas não fiz nada sozinho... Minha mãe foi de vital importância nisso tudo, viu, pois ela deu uma pausa na carreira dela de atriz, somente para me ajudar a cuidar da netinha. Além do que, ela tinha aplicações financeiras, que nos ajudou bastante naquele período.

— A Martha sempre me surpreendendo.

— Você não faz ideia de como a minha mãe é maravilhosa! Ela é divertida, de bem com a vida, muito otimista. Ela é ótima e me ama, além de ser apaixonado pela neta.

— Você sabe tudo sobre mim, Rick, e eu estou aprendendo aos poucos sobre você... Já sei sobre a Alexis e agora sei que você mora em um loft aqui perto... Conte para mim sobre o seu trabalho.

— Só se for agora. – ele brincou, disposto a continuar falando sobre si.

— Mas que tal tomarmos uma taça de vinho enquanto você me conta sobre isso, eihm?

Imediatamente Castle se sentou com uma fisionomia que não aprovava aquela ideia — Nada de vinho, mocinha, porque a senhorita pode estar grávida.

Mesmo não esperando aquele rompante, Kate até que achou divertido e fofo o modo como ele praticamente a proibira de beber.

— Você sabe que a médica aqui sou eu, não sabe? – ela debochou de um jeitinho suave e hilário.

— Ah, sei, mas sei também que eu sou seu namorado e o pai do bebê que você pode estar esperando e não vou permitir que você tome uma gotinha de álcool enquanto estiver grávida, ou, pelo menos, enquanto estivermos na expectativa de sabermos o resultado do exame de gravidez.

— Sério, Rick!? – ela parecia não acreditar. Apesar de achar um exagero, achou que ele era um encanto de homem.

— E vá logo se acostumando, porque vai ser assim em todas as vezes em que você estiver grávida.

— Eihm!? Será que eu escutei você dizer, “todas as vezes”? Como assim, “todas as vezes”, Castle?

— Não querendo colocar o carro adiante dos bois, Kate, eu quero te avisar que quero ter dois ou três filhos com você, mas se você quiser mais de três, eu topo!

— Ai, meu Deus! Onde eu fui me meter... – ela revirou os olhos e lamentou num tom divertido.

— Nem posso dizer que ainda dá tempo de desistir de mim, porque eu estaria mentindo... Você nunca vai sair de perto de mim, porque eu te amo, viu, Dra. Katherine Beckett?

— Sim, Sr. Richard Castle. Entendi... Mas saiba que eu não quero mesmo sair de perto de você.

— Ótimo!

— Então está tudo certo, Rick. Entendi! Nada de vinho... Nada de bebida alcóolica, né?

— Exato!

Kate foi até a geladeira e trouxe dois copos de suco de laranja.

— Então me diga, Rick... Conte para mim sobre o seu trabalho. Você trabalha fazendo o que?

— Nunca te falei?

— Não! Não faço a mínima ideia onde você trabalha. Sei apenas que você já me falou sobre as suas reuniões de negócios e ontem, inclusive, você teve outra, tanto que nem conseguiu acompanhar a Alexis na consulta de revisão dela. Ah, na primeira vez em que nos falamos ao telefone, você me disse algo sobre seu chefe deixar ou não você fazer alguma coisa... Não me lembro bem. Imagino que ele deve ser um chato... – neste momento Castle sorriu.

— Ah... Bem, você se formou em Medicina e eu me formei em Administração de Empresas. Enquanto você sonhava em ser médica, eu tinha um sonho em administrar minha própria empresa e graças a Deus eu consegui.

— Então você é um empresário... Então o tal “chefe chato” é você. – Kate riu.

— Exatamente! Eu sou o tal “chefe chato”! – ele também riu.

— Qual o ramo da sua empresa, Rick?

— Com muito esforço eu sou dono de uma cadeia de lojas de móveis planejados que, graças a Deus e muito trabalho, foi sucesso absoluto desde a inauguração.

— E você pensa em abrir filiais em ouras cidades?

— Esse pensamento eu tive desde o início. Claro que nada é muito fácil e suei muito para conseguir e hoje as lojas se espalharam pelo mundo, por meio de franquias

— Sério!? Que maravilha!

— Mas eu atribuo isso não somente a uma administração primorosa que eu faço, mas também a uma mistura de coisas: Ótimos arquitetos e ótimos projetos, material de primeira qualidade, ótimos parceiros, mão de obra qualificada, uma ótima agência de publicidade e propaganda e, claro, ótimos clientes que fazem propaganda boca a boca quando se agradam do produto.

— E esses móveis planejados que você faz são somente para residências ou sua empresa partiu também para o ramo comercial?

— Na verdade, começamos somente com os móveis residenciais, mas, com o tempo, nos especializamos em todo tipo de móveis planejados, inclusive para escritórios, hospitais e consultórios médicos. O hospital onde você trabalha, por exemplo é um dos meus clientes. Todos os móveis de lá foram feitos pela minha empresa, incluindo armários, estantes, camas e berços hospitalares.

— Uaauww!! Estou pasma!

Conversaram por mais algum tempo até que Castle avisou que já devia ser mais de meia noite.

— Já? – Kate pareceu surpresa por ser tão tarde.

— Estou sem relógio... Ficou no seu quarto – ele se levantou, pegou o celular e consultou o horário — Nossa Senhora! Quase uma hora da manhã.

— Hey, volte aqui. – ela o chamou de volta ao sofá.

Ao invés de voltar para se sentar, Castle estendeu as mãos e a convidou para se levantar e assim ela fez e o abraçou em seguida.

Castle a abraçava forte quando anunciou que tinha que ir mesmo embora.

Ao ouvir aquela notícia Kate não conseguiu esconder seu desapontamento.

— Ah, não, amor. Fique aqui comigo. Durma aqui comigo.

— Não posso, Kate. Amanhã você está de folga, mas eu tenho trabalho, pois estamos no meio da semana.

— Eu tenho hábito de acordar cedo, Rick, daí eu te acordo e até preparo um café da manhã delicioso.

— Juro que é tentador, mas...

Ela o interrompeu — Você tem uma das suas reuniões amanhã cedo?

— Não, não tenho.

— Então, amor... Você dorme aqui comigo e depois do café da manhã você vai para casa, se arruma e corre para o seu trabalho. Se você for embora agora à noite eu juro que vou me sentir uma noiva abandonada em plena lua de mel... – ela estava realmente entristecida.

Ele não falou nada, apenas a abraçou forte e deu um beijo apaixonado nela.

Ainda abraçados, ela segredou bem baixinho no ouvido dele — Eu juro que nem vou abusar de você... Não vou te provocar para fazermos amor... Vou te deixar dormir a noite toda, mas, se você quiser e estiver animadinho, aí já é outra história...

Neste momento Castle deu muita risada, pois ela falou aquilo de um jeito muito divertido e ela também riu junto com ele.

— Mas que menininha mais levada você está se tornando, eihm?

— Oh, você me ensinou um monte de coisas maravilhosas e agora...

— Então, eu fico... Não vou deixar minha noiva em plena lua de mel. – ele deu um selinho nela — Então, vamos deitar?

Kate aceitou o convite — Vamos, mas eu nem estou com sono – Kate, involuntariamente, deixou escapar um bocejo.

Rick riu do bocejo que Kate deu, pois era comprovação de que ela estava com sono — Ah, dá para notar que você não está com sono... – ele ironizou e eles riram — Você está parecendo a Alexis quando eu falo que ela tem que dormir.

Kate fez um trejeito engraçado no rosto — Ok! Ok! Ok! Confesso que estou com sono... Mas só um pouquinho...

Ele deu a mão para ela e a conduziu ao quarto — Vamos deitar que amanhã meu dia vai ser longo.

Assim que se ajeitaram sobre o edredom, Castle a trouxe para ficar pertinho dele, abraçadinha — E você, eihm, o que vai fazer no seu dia de folga?

— Dentre algumas coisas, amanhã eu vou ao mercado comprar frutas, alguns mantimentos e material de limpeza. Depois vou ao salão de beleza para fazer as unhas – ela esticou o braço direito e viu que o esmalte das unhas estava começando a descascar.

Conversaram por mais alguns minutos até que o sono os alcançou.

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Nos dois dias noites seguintes, apesar de trabalhar durante o dia, Castle retornava à noite ao apartamento de Kate e dormiam juntos e a cada minuto que passava eles se conheciam e se gostavam mais.

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Continua...