Entrei no salão imenso e observei os idealizadores. Por eu ser do Distrito 11, realmente não achei que eles iriam prestar atenção e mim, eu estava certa. Fui a uma parede aonde estavam depositadas todas as armas imagináveis. Eu peguei uma zarabatana que vinha ao lado de uma bainha e as fixei na perna. Ao lado peguei uma espada e andei até uma tabela touch aonde poderíamos selecionar várias coisas, tudo para deixar nossa apresentação mais emocionante.

–Homens robôs

–Bestantes

–Fogo

–Água

Eu achava aquilo muito importante, porque caso você tivesse uma habilidade especial em nadar você poderia demonstrá-la. Selecionei os homens robôs.

Esperei enquanto encarava um portão que se abria, revelando vários robôs maiores que carreiristas do Distrito 1 e 2.

–Está ciente do que vai nos apresentar? - perguntou um idealizador, e eu apenas sorri ao ver o espanto em seu rosto vendo uma garota de 13 anos encarar homens mecanizados programados para matar.

–Sim, senhor. -respondi com firmeza na voz e os dentes cerrados por acabar de lembrar os machucados que encarei no passado-

Os idealizadores apertaram alguns botões e os robôs se espalharam a minha volta.

Era 6 ao total. Dois atacaram ao mesmo tempo, um segurava uma laça e o outro facas. Ambos atiraram em mim, mas eu desviei, o boneco ambulante que portava armas caiu sobre meu corpo leve e apertou meu pescoço, eu pegue a espada em minha mão e cortei seu pulso, dando rapidamente com a parte chata em sua nuca, com tanta força que se fosse uma pessoa real teria matado ou no mínimo desmaiado, o que para mim era suficiente. O boneco em vez disso se levantou e jogou uma faca em mim, ela passou raspando por minha bochecha, mas eu desviei e enfiei a faca em sua barriga e a girei. Meu virei e dei de cara com um robô mirando uma flecha de metal em minha direção, enquanto outro foi fazer uma chave de braço, mas eu me joguei no chão e rolei para o lado, deixando que um deles "morresse" com a flechada na cabeça. Três já foram, só falta mais três.

Corri para a parede de escalada e guardei a espada em sua bainha e comecei a subir até chegar ao topo e ter visão dos outros homens robôs. Um chegou tão alto quanto eu, mas eu atirei um dardo que passou o centro de aonde seus olhos deveriam estar, apesar deles não terem rosto. Assim ele travou ali mesmo e eu chutei seu rosto, caindo em cima de outro, que jogou o cadáver de metal para um canto e concentrou sua atenção em mim.

Me atirei em canos parecidos com de bombeiros e desci rodando dando um pontapé em um robô, que perdeu o equilíbrio, mas logo voltou ao normal. Ele investiu contra mim e eu joguei o dardo aonde se encontraria seu coração, obviamente, se fosse uma pessoa, ele teria morrido, mas ao contrário, ele se ajustou e me socou, enquanto eu me protegia de seus golpes e com um último da espada, rasguei seu pescoço.

O último homem robô usava uma espada exatamente como e uma zarabatana. Eu dei dois passos para o lado, aonde se encontravam grandes sacos de areia e ele fincou a espada em minha direção, eu corri para trás do saco e escutei ele esvaziando e a areia se espalhando pelo chão metálico. Corri atrás de alguns outros rolos que pendiam no teto tentando acertar o robô, mas ele era mais rápido que eu. Corri até os alvos de arco e flecha e atrás deles comecei a atirar diversos dardos.

Ele me perseguiu e, me procurando atrás dos alvos, deixou as costas livres para mim. Eu o emburrei e o espremi contra a parede. Peguei um pequeno dardo e assoprei.

Acabou.

Fui em direção aos idealizadores e eles esperavam. Eu não percebi, mas agora nenhum deles comia ou bebia, eles apenas me encaravam sérios, como se eu tivesse feito algo terrível.

–E essa foi a garotinha do 11. - falou u idealizador de barba longa com íris vermelhas- Parabéns!! Se saiu muito bem, agora pode ir embora. - assim que terminou a frase começou a rir sarcasticamente e apenas depois de dar o fora do salão eu percebi que sua frase também tinha um tom de sarcasmo.

Olhei para Adam e ele sorriu, mas eu apenas balancei a cabeça em negativo, não como se eu tivesse ido mal, mas eu estava de fato, frustrada com ele por algo que o próprio tinha feito a muito tempo atrás. Adam sempre fazia aquele gesto com a cabeça, um gesto de decepção, e sempre que eu o via vindo dele, desmoronava por dentro.

Dei as costas para Adam e entrei no elevador e subi. Me deparei com Damen me encarando com sua pele branca e olhos azuis claros, quase pulando de alegria.

–VOCÊ FOI BEM??

–O QUE VOCÊ ACABOU INVENTANDO PRA ELES??- Berrou Piscki-

–E então, querida, acha que foi bem? - falou Horquídia-

– E Adam??- perguntou sua estilista-

–Acabou de entrar a pouco tempo. - eles perceberam a minha indiferença sobre aonde ele estava e se calaram, todos sentados no sofá, me obrigando a sentar com eles.

–Então nos conte o que você fez? -perguntou Piscki novamente-

Expliquei tudo para eles, até o primeiro robô que matei á cara dos idealizadores.

–Extraordinário. - exclamou Piscki enquanto imaginava a cena em sua mente-

–Nunca pensei que você fosse capaz de conseguir matar esses robôs. - ele falou rindo- minhas apostas aumentaram agora, para uma garota que eu achei que iria morrer. - ele gargalhou sarcasticamente pela sala, apesar de todos terem ficado quietos. Eu entendi certamente que era uma brincadeira, mas com a morte eu não costumava querer implicar.

Ele não podia ver minha expressão facial, mas sabia que eu tinha ficado furiosa pelas minhas baforadas e pisadelas fortes que os tributos do 10 deveriam ter escutado no andar de baixo.


–HOMEM RIDÍCULO!!- berrei para ele- ENTÃO PORQUE ME AJUDOU? NÃO ERA MAIS FÁCIL ENTREGAR OS PONTOS LOGO E FALAR QUE EU IRIA MORRER??!!

Ele escondeu o rosto entre as mãos e eu me afoguei em meu travesseiro, berrando de frustração até ficar rouca. Era assim que iriam jogar comigo? Era assim que todos duvidavam? Perfeito, eu vou jogar do jeito deles.