Ternos, definitivamente, não eram os melhores amigos de Robin. Enquanto ele tentava arrumar a gravata, tudo queconseguia pensar era que jamais vestiria um daqueles de novo. A primeira vez que teve que vestir um fora em seu próprio casamento, e esse era o único motivo que o fizera vesti-lo. O arqueiro tinha jurado que jamais usaria um novamente, no entanto, a promessa não durara para sempre. Ele sabia que precisava ficar à altura de sua esposa no baile, e também sabia que provavelmente ele iria ser o único a não estar vestido conforme deveria se não o usasse.

Por esse motivo, ele se encontrava de frente para o espelho, tentando ajeitar a gravata. E foi assim que Regina o encontrou, não conseguindo evitar um sorriso. A morena se aproximou dele, chamando sua atenção. Robin se virou para ela e bufou, e Regina sabia que ele estava irritado o bastante a ponto de ir ao baile sem gravata mesmo.

— Você não precisa colocá-la se não quiser, Robin. Já fica irresistível só com esse terno. – Regina comentou, alisando os ombros dele, provocando-o. Robin semicerrou os olhos para ela, se aproximando ainda mais. – E nada de beijos, senhor espertinho. Eu acabei de terminar minha maquiagem. Como estou? – Regina perguntou, se afastando dele, dando uma leve voltinha. Robin nem tinha palavras para descrever o quão deslumbrante Regina estava. O vestido vermelho caia perfeitamente em seu corpo esbelto, e os cabelos soltos na altura do ombro, levemente ondulados, a deixavam ainda mais encantadora.

— Corremos sérios riscos de não ir ao baile. – Robin disse, e a morena olhou para ele confusa. – Eu sinceramente prefiro ficar aqui em casa, fazendo inúmeras outras coisas com você. Senhora Locksley, você é a mulher mais linda do mundo inteiro.

— Seu bobo! – Ela respondeu rindo, se aproximando dele e encostando as testas, algo que eles já não conseguiam viver sem, aquele simples ato se tornara uma marca registrada do casal. – Amo tanto você. – Regina sussurrou, dando um rápido selinho em Robin.

— Amo você, também. – Robin respondeu, depositando um leve beijo na testa dela quando se afastaram. O loiro colocou a gravata nas mãos da esposa, que em poucos segundos a ajeitou devidamente, suspirando em seguida. Se Robin a achava a mulher mais linda do mundo, o que Regina poderia dizer dele, então? O homem mais atraente do planeta? O mais carinhoso? O mais incrível?

Juntos os dois desceram até a sala, onde um Roland impaciente esperava-os. Regina havia ajudado Roland a se arrumar, e ela só conseguia pensar em como era sortuda por ter aqueles dois seres em sua vida. Ela quase se derreteu quando viu o garotinho naquele terno e gravata, e ele se encontrava tão lindo quanto o pai.

O baile que Mary Margaret havia organizado não era a escolha de programa para a família naquela sexta á noite, entretanto, a enteada de Regina sabia muito bem ser insistente quando queria, e, enquanto não tinha Robin e Regina confirmados na lista, a ex-princesa não sossegou.

Na verdade, o casal tinha uma péssima experiência com bailes. A lembrança do ultimo baile não significava nada no momento em que Robin e Regina estavam vivendo, porém, a prefeita ainda tinha calafrios ao imaginar o seu ladrão no chão, o sangue tomando conta de seu traje. E Robin sabia que parte de Regina temia que isso acontecesse novamente. Mesmo com Storybrooke passando por tempos de calmaria, a mente de Regina sempre ficava atenta, porque afinal, nada nunca fora fácil para ela. Mesmo assim, juntos, os dois optaram por participar desse momento.

Entraram no salão com um Roland saltitante entre eles, e Regina teve que confessar que Mary Margaret tinha se esforçado muito na organização. Tudo estava deslumbrante. O salão já estava repleto de rostos conhecidos, e a primeira pessoa que Regina viu fora Henry, no meio da pista de dança, acompanhado de Violet. Roland soltou a mão dos pais para correr até o irmão, e Regina seguiu o mesmo caminho que o garoto.

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Can’t Help Falling in Love soava pelo salão, e os braços de Robin circulavam a cintura de Regina, os braços da morena circulando o pescoço do loiro. Enquanto balançavam ao ritmo da música, os olhos azuis não desgrudavam dos castanhos, e se o fazia, era apenas para depositar delicados beijos nos lábios um do outro.

Take my hand, take my whole life too, for I can't help falling in love with you. – Robin cantou no ouvido de Regina, fazendo a mesma se arrepiar. Regina buscou o rosto dele, segurando-o com as duas mãos e juntando os lábios num beijo cheio de amor. Quando se separaram, a música já havia terminado. Os dois ainda ficaram algum tempo ali, para depois seguirem até a sua mesa. O terno de Roland já se encontrava ali em cima, e sentada envolvida pelos braços de Robin, Regina permitiu os olhos correrem pelo salão, encontrando o filho mais novo dançando junto com uma garotinha.

— Quem é aquela com o Roland? – perguntou e Robin desviou a atenção dela para olhar pra direção que a morena apontava.

— Acho que é uma coleguinha... – Robin respondeu, e voltou a olhar para Regina, que se encontrava com os olhos semicerrados. – Ciúmes, meu amor?

— Eu não tenho ciúmes! – ela disparou, séria, fazendo-o sorrir. – Mas é que... normalmente Roland fica em volta de mim...

— Normalmente quando não tem crianças da idade dele para brincar, não é? Porque nós dois sabemos que isso é difícil de acontecer. Deixe ele se divertir com a coleguinha, isso não quer dizer que ele esteja esquecendo você. – Robin falou, pacientemente, acariciando a bochecha de Regina. A morena olhou para ele, parecendo mais calma.

— Você tem razão... – ela disse, suspirando e deitando a cabeça no ombro de Robin, os dois a observar os casais na pista de dança.

Ficaram assim até que Henry se aproximou da mesa, convidando Regina para dançar. Quando Regina levantou-se e seguiu com o filho, Robin ficou a observando. Os dois dançavam divertidamente a música que tocava, Henry fazendo Regina sorrir sempre. Robin não conseguia desgrudar os olhos dela.

Foi aí que uma mulher sentou ao lado dele, chamando sua atenção rapidamente.

— Você é o pai do Roland, não? – ela perguntou, e Robin concordou com a cabeça. – Eu sou a mãe da Sam. – a mulher disse, apontando para a garotinha que dançava com Roland.

— Ah, sim. – Robin disse, sorrindo para mulher e voltando seu olhar para Regina.

— Sabe que Roland é muito educado? Sam costuma falar sempre dele em casa. É Roland pra cá, Roland pra lá. Ah, eu me chamo Eleanor. Que cabeça minha, nem me apresentei. – Eleanor falou, sorrindo para Robin. O loiro sorriu cordialmente, se apresentando também. Eleanor continuou conversando com ele, e educadamente, Robin a respondia de volta.

Regina e Henry pararam de rodopiar, rindo um do outro. A morena procurou Roland e o viu ainda no mesmo lugar, brincando com a garota. Quando olhou para a mesa, seu coração quase saiu pela boca ao ver que Robin não estava mais sozinho. Uma mulher loira se encontrava com ele, rindo e conversando. A morena sentiu seu sangue ferver, e olhou para Henry, perguntando:

— Quem é aquela mulher com o Robin?

— Quem? – Henry perguntou, seguindo o olhar da mãe. – Ah, eu conheço ela. É a mãe da Sam, coleguinha do Roland.

— Hum, não conheço. – Regina disse, fechando a cara. Henry riu, pois sabia que a mãe estava com ciúmes.

— Vai lá, dona Regina. – ele falou, e Regina olhou para ele, levantando a sobrancelha.

— Eu não, Robin sabe muito bem o que faz. E ele é muito bem casado. – ela disse, respirando fundo e continuando a dançar com Henry, os olhos não desgrudando de Robin e da mulher. Não demorou para que os olhos azuis encontrassem os castanhos, e Robin sorriu para ela, dando uma piscadela. O ato fez a mulher ao lado dele desfazer o sorriso, e Regina soube que ele estava fazendo aquilo porque não havia outra mulher naquela festa que Robin iria olhar que não fosse Regina. Assim que a música acabou, Regina pediu licença para Henry e seguiu até a mesa, onde a mulherzinha ainda não havia desistido de tentar atrair a atenção de Robin.

Quando chegou lá, Regina sentou-se ao lado de Robin, dando um beijo no canto dos lábios dele, fingindo que Eleanor não estava lá.

— Henry me cansou. – ela disse para Robin, sorrindo.

— Bom, isso é uma pena, porque eu pretendia dançar mais algumas músicas com você. – Robin falou para ela, juntando as mãos.

— Você falando desse jeito.... – Regina respondeu sorrindo para ele, o olhar caindo sobre Eleanor. – Ah, oi.

— Olá. – Eleanor respondeu, forçando um sorriso. – Foi um prazer conversar com você, Robin. – ela falou, levantando-se e colocando a mão no ombro de Robin. Regina a fuzilou com o olhar, uma coisa era conversar, outra era tocar o marido dela. Robin jurou que Regina se pudesse teria pulado no pescoço de Eleanor.

— Até mais! – Robin respondeu, cordialmente, apressado para que Eleanor se afastasse deles o mais rápido possível. Regina tirou a mão da de Robin rapidamente, cruzando os braços e olhando para um lugar qualquer da pista. Robin se virou para ela e suspirou. - Regina...

— “Até mais”? – a morena disse, tentando imitar a voz dele.

— Regina, eu estava sendo educado. – ele se defendeu.

— Não me interessa, você não viu que ela estava se jogando pra cima de você? Por Deus, e você aí parado, todo cheio de conversa. – Regina disse, brava.

— Meu amor... eu estava sendo educado, você acha mesmo que eu tenho olhos para outra mulher que não seja você? – Robin perguntou, pegando o queixo de Regina delicadamente, fazendo os olhos se encontrarem.

— Eu sei que não tem... mas ela ainda estava se jogando para cima de você. – Regina respondeu, e Robin sorriu. Que mulher teimosa!

— E ela pode tentar quantas vezes quiser, eu ainda vou continuar amando apenas uma mulher. Uma mulher tão linda, e ao mesmo tempo tão teimosa. – ele disse.

— Eu não sou teimosa! – ela respondeu rápido, fazendo-o rir. Regina também abriu um pequeno sorriso. – Eu sei que você não teve culpa, mas ela que não chegue perto de você de novo...

— Vou cuidar para que isso não aconteça, meu amor... agora, eu acho que você me deve uma dança. – Robin disse, enchendo o pescoço de Regina de pequenos beijos.

— N-não sei se você está merecendo... – ela disse, suspirando.

— Será que não? – ele perguntou, encostando a testa na dela.

— Eu amo você, será que da pra entender? – Regina disse, depois de um tempo.

— Eu também amo você, meu amor. – Robin respondeu, levantando-se e puxando ela para junto de si, tomando-lhe os lábios, fazendo Regina sorrir no meio do beijo. Nesse momento, Roland agarrou as pernas de Regina, fazendo a morena tomar um susto.

— Mamãe, agora é a minha vez de dançar com você. – Roland disse, sorrindo. Regina olhou para Robin, e o loiro tombou levemente a cabeça.

— É, parece que a nossa dança vai ter que ficar para depois. – o arqueiro falou, dando mais um beijo em Regina.

— Temos tempo. – ela respondeu para ele, antes de se afastar com Roland.

Robin dessa vez não se sentou, ficou a observar os amores de sua vida se divertirem na pista, os olhos azuis sempre se encontrando com os castanhos. Esperando que chegasse sua vez de ter a mulher mais bonita do baile nos braços.