It's All About Timing

You knew I was a thief.


Aquilo era inacreditável. E vergonhoso. Robin não sabia explicar como havia sido pego. Não era como se ele tivesse perdido o jeito de roubar, afinal. Mas de alguma forma ele havia falhado, e agora ele tinha que tentar se explicar para Regina, que era muito mais assustadora do que Emma ou o fato de estar atrás das grades. Além do mais, Robin sentia a decepção nos olhos da prefeita, e isso era realmente o que estava acabando com ele.

Regina andava de um lado para o outro em frente á cela, e ela não sabia nem descrever o que estava sentindo. Ela sabia que Robin tinha uma explicação, mas ela simplesmente não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo. Já faziam alguns meses que Regina e Robin tinham começado um relacionamento, e na verdade, ela podia afirmar que não tinha se sentindo tão completa e feliz há anos. Mas Robin era especial, porque ele sabia exatamente o que fazer para que ela se sentisse feliz, amada, para que ela sentisse que finalmente tinha encontrando seu lugar no mundo.

— Roubando, Robin? Sério? – Regina falou depois de longos minutos, finalmente parando e encarando o homem a sua frente. Ele encarava o chão, sentindo-se culpado demais para encarar os olhos castanhos da mulher.

— Regina, tem uma explicação... – ele falou baixinho, e Regina teve que se esforçar pra ouvir. Ela balançou a cabeça, brava demais para dar ouvidos a ele.

— Robin, eu não consigo acreditar! E não me interessa se tem uma explicação! Não estamos mais na Floresta Encantada, não se rouba as coisas assim aqui em Storybrooke! – Regina ergueu a voz, e nesse momento Robin olhou para ela, o azul se encontrando com o castanho. – Você não pensou em Roland? Não pensou em mim? Você acha que é fácil se livrar da justiça aqui onde estamos? Em algum momento você parou para pensar nisso?

— Regina, eu nem sei como eles descobriram. Afinal, eles têm uma loja cheia daquelas coisas, não achei que eles fossem sentir falta, eles não sentiram esses meses todos que eu estava pegando. – Robin falou, tentando se defender, mas enfurecendo Regina ainda mais.

— Quer dizer que você roubou mais vezes? Deus do céu, Robin! – ela choramingou, olhando para trás para ver se eles continuavam sozinhos, certificando-se que ninguém havia escutado as palavras do loiro. Depois disso Regina voltou os olhos para a imagem do ladrão, escorado na cela, olhando para ela daquela forma que só ele sabia fazer. Respirando fundo, Regina se aproximou um pouco mais da cela.

— Regina, eu não me arrependo do que fiz. Pode ter sido algo muito errado pelos olhos dos outros, mas para mim não foi. Nunca foi. Roubar é natural pra mim, mas roubar de quem tem muito e quer explorar os outros. Eu jamais roubaria sem um motivo, Regina. Eu preciso que você acredite em mim. – Robin pediu, esticando a mão para que Regina a pegasse. A morena ponderou por alguns instantes, sabendo que tudo o que Robin falara era real, que ele não faria isso sem um motivo. Ela continuava furiosa, entretanto.

— Me explique o que aconteceu. – Regina pediu, pegando a mão dele. Robin sentiu os olhos marejarem com o voto de confiança dela, e Regina percebeu isso. É claro que ele não esperava que ela fosse lhe abandonar ali, mas sentiu um pouquinho de medo disso. Algo que agora parecia bobo, porque ele sabia que o que eles tinham era algo construído na base da confiança. Ele sabia que poderia contar sempre com Regina, assim como ela podia sempre contar com ele.

— Tem um casal de senhores que eu conheci logo quando a maldição nos trouxe para cá. Eu os ajudei a se organizarem porque eles estavam simplesmente perdidos e só tinham um ao outro. Roland amou os dois, e acabamos nos tornando bons amigos. Linda adoeceu há alguns meses. Eles precisavam dos remédios, não tinham como pagar. Eu só juntei o útil ao agradável. E deu certo, todo esse tempo. Menos hoje. – ele terminou de falar, tendo a certeza que mesmo que ele estivesse preso agora, ele tinha feito a coisa certa.

— Você não pensou em pagar os remédios com dinheiro? – Regina perguntou. – Me pedir ajuda de alguma forma?

— Regina, você sabe que eu venho tentando arrumar emprego há semanas. E eu já tinha começado isso antes de conhecer você... eu não pensei em pedir ajuda, sei que devia ter feito mas parecia mais fácil fazer do jeito que eu fiz.

— E-eu vou falar com Emma, ver o que posso fazer pra tirar você daqui. Mas eu tenho certeza que o dono da farmácia não vai deixar você sair impune. – ela disse, soltando da mão dele, e Robin sentiu falta do toque no mesmo instante. – Se eu mexer alguns pauzinhos, talvez... – falou, pensativa.

— Eu não quero que você se envolva com isso, eu pago pelos meus erros. Vou arrumar um emprego, pago a quantia que ele perdeu... – Robin falou, interrompendo o que Regina dizia. – Eu vou dar um jeito de consertar isso, eu prometo.

— Nós daremos um jeito. – Regina o corrigiu e sorriu para ele. – Mas ainda estou tão brava com você, Robin, se você tivesse ideia...

— Eu sei, eu sei... – ele soltou um suspiro, passando a mão pelos cabelos. – Eu sinto muito. Foi errado, mas era o que precisava ser feito. Eu não os deixaria na mão, Regina. Eu não poderia ver eles sofrendo e não fazer nada para tentar evitar isso.

— Eu sei que não, Robin... Eu conheço você. – ela disse, se aproximando dele.

— Você sabia que eu era um ladrão quando me conheceu. – Robin falou, e mesmo que tentasse, Regina não conseguiu evitar sorrir. As testas se encontraram, desajeitadas por causa da cela que os separava.

*-*

Na sala da xerife, Robin e Regina se encontravam sentados, escutando o que a mesma tinha a falar. Emma, assim como Regina, sabia que Robin tinha um motivo para ter roubado, e quando Robin a explicou o porquê tinha feito aquilo, ela entendeu completamente a atitude de Robin.

— Bem, eu aconselho você a ir falar com o dono da farmácia, esclarecer o que aconteceu, se ele entender o seu lado Robin, talvez retire a queixa. – Emma explicou, e o arqueiro assentiu com a cabeça. Na conversa com Regina, antes dela sair atrás de Emma, os dois tinham cogitado a mesma coisa.

— Eu pretendo fazer isso sim, Emma. Assim como quero pagar o preço dos remédios que roubei. – ele respondeu, e ouviu Regina suspirar ao seu lado.

— Isso é bom, Robin. Com o pagamento da sua fiança, você está liberado, mas reforço: fique longe dessas encrencas, não quero ter que prender você de novo. – a xerife disse séria. Robin a agradeceu, assim como Regina, e os dois deixaram a delegacia.

Assim que tomaram o rumo para o acampamento dos Homens Alegres, em um silencio tenso, Robin sabia que Regina continuava chateada, e ele não tirava a razão dela, obviamente.

— De zero á dez, quão brava você está comigo? – ele perguntou, e Regina voltou a atenção a ele, logo depois voltando a olhar para a estrada.

— Onze responde a sua pergunta? – ela respondeu, e ouviu ele suspirar.

— Sinto muito. – Robin disse, depois de um tempo, buscando a mão dela, que estava descansando na coxa da mesma. Regina não o impediu que a pegasse, soltando-a apenas quando teve que trocar a marcha do carro. – Você não pensou em me deixar preso para aprender a lição?

— Você acha que eu não pensei? – Regina disse, sorrindo ironicamente. – Mas aí um certo anjinho com cachos castanhos me veio à cabeça, e eu desisti da ideia.

— Tenho tanto a te agradecer, Regina. E eu prometo que vou lhe devolver o dinheiro da fiança... – ele disse, e Regina revirou os olhos.

— Ah, Robin, por favor! – ela o cortou. Eles passaram o resto do caminho em silêncio. – Posso ir ver Roland? – ela perguntou quando eles chegaram e ela estacionou o carro.

— Claro que pode, Regina. – Robin respondeu, e os dois desembarcaram, adentrando juntos a floresta até o acampamento. Assim que chegaram, conseguiram visualizar Roland entretido com Little John, que falava alguma coisa para o garoto. Entretanto, assim que o mais velho desviou os olhos para o casal que adentrava o acampamento, o pequeno também o fez, e em questão de segundos estava correndo até eles.

— Papa! Gina! – gritou, correndo o mais rápido que suas perninhas permitiam. Apesar da saudade que sentia do pai, a primeira pessoa que recebera o abraço do menino fora Regina, que o pegara no colo e o enchera de beijos, o que aqueceu o coração de Robin.

— Oi, meu amor, tudo bem? – Regina perguntou, depois que o garoto parara de sorrir por causa dos beijos.

— Melhor agora que você está aqui. – Roland respondeu, fazendo Regina gargalhar, e ela o encheu de beijos de novo.

— Tão galanteador quanto o seu pai... – Regina comentou, e Robin se aproximou dos dois, piscando para Roland.

Apesar de ter planos para voltar para a prefeitura, Regina acabou passando o resto da tarde no acampamento. O motivo, claro, fora Roland, que não a deixara ir embora nem com promessas de sorvete no dia seguinte. Robin deixou que Regina aproveitasse o tempo com Roland, sabendo que ela estava, sim, chateada, apesar de entender o lado dele, e que ela precisava de um pouco de tempo para refletir sobre o que aconteceu. Ele próprio precisava de tempo, assim como precisava de um emprego, urgentemente.

E foi ali, vendo o carro da prefeita seguir seu caminho para longe dele, que uma ideia lhe tomou a mente, fazendo-o perder até o sono.

*-*

A única coisa que Regina conseguia pensar enquanto terminava de assinar alguns documentos era que ela precisava urgentemente de um tempo de tudo aquilo. Faziam quase duas semanas desde o evento envolvendo Robin, e embora não tivessem parado de se ver, os dois andavam meio afastados. Claro, não era porque eles queriam. Na verdade, a prefeita achava que não conseguiria passar mais um dia sem se resolver com o ladrão, e isso realmente provava que a saudade que ela sentia dele estava a ponto de fazê-la enlouquecer. Entretanto, ela sabia que ele vinha se esforçando o máximo para dar a ela um espaço, além de estar procurando um emprego incansavelmente.

Quando a noite chegou, Regina fechou a prefeitura certa de uma coisa: ela pegaria o carro e dirigia até o acampamento, determinada a passar o resto da noite junto de seus meninos. Entretanto, ela sentiu os olhos marejarem quando seguiu até o carro e avistou Robin escorado no mesmo, observando Roland rodopiar animado na calçada a sua frente. A prefeita pode até ouvir um sonoro “Ela está demorando, papai. Estou com saudades.” vindo de Roland. Os olhos azuis não demoraram a encontrar a figura da mulher, assim como o mais novo não demorou a correr ao seu encontro, assim que a viu.

Robin observou o filho agarrar-se as pernas de Regina, a mesma se abaixando até a altura do menino e lhe dando um beijo na bochecha. O loiro não demorou a chegar até eles, Regina levantando na mesma hora, plantando um demorado beijos nos lábios de Robin, o deixando surpreso. Assim que se separaram, Regina sorriu para ele, e embora soubesse que precisavam conversar, Robin sabia que estava tudo bem.

— Bem, eu e Roland temos uma novidade para lhe contar. – Robin disse, circulando a cintura dela e Roland agarrando a mão de Regina, os três seguindo até o carro.

— Estou ouvindo. – Regina falou, piscando para o menino, que deixou suas covinhas a mostra ao sorrir para a prefeita.

— Eu sou o mais novo funcionário da delegacia. – Robin disse, e Regina parou de andar, olhando espantada para ele, a sobrancelha se levantando.

— Você está brincando. – ela respondeu, e Robin negou com a cabeça, sorrindo para ela. Regina esperou alguns segundos para que ele acabasse negando e falando que era uma brincadeira, mas a fala não veio, e ela se permitiu sorrir com a ideia de Robin, um ladrão, trabalhar na delegacia. – Eu não acredito! – ela exclamou depois de um tempo, se aproximando dele e o envolvendo em um abraço. Robin sorriu, cheirando-lhe os cabelos, e depositando vários beijos na bochecha de Regina depois que eles se separaram. – Parabéns, ladrão! Essa eu quero ver...

— Ah, então é assim? – Ele semicerrou os olhos para ela, mas logo sorriu, sabendo exatamente o que ela estava pensando.

Um ladrão trabalhando em uma delegacia.

— Papai, estou com fome. – Roland reclamou, passando a mão na barriga e chamando a atenção dos adultos. – Agora que você trabalha podemos ir comer batata frita? – perguntou, inocentemente, arrancando risadas do casal.

— Acho que agora que seu pai tem um emprego, eu e você podemos comer batata frita e tomar sorvete a vontade, querido. – Regina respondeu para o menino, e esticou a mão para que Roland a pegasse. Ela piscou para Robin, e o mesmo negou com a cabeça.

— Eu vou falir. – sussurrou, e Regina alargou o sorriso.

— Eu ouvi isso, hein? Deixe de drama! – falou e Robin circulou a cintura dela com os braços, os três voltando a caminhar.

— Granny’s? – ele perguntou, e Regina afirmou com a cabeça.

— Oba! Batata frita! – Roland gritou, largando a mão de Regina e saltitando até o carro, os dois adultos se aconchegando mais um no outro enquanto caminhavam atrás dele.

*-*

Abrindo a porta da mansão, Regina deu espaço para Robin passar com um Roland dormindo em seus braços. Depois de todos esses dias, finalmente Regina sentia que todo o estresse havia deixado seu corpo. Ainda mais depois de ter dividido uma taça de sorvete de chocolate com Roland.

— Coloque ele no quarto de hospedes. – Regina falou, os dois seguindo até o andar de cima. Regina, entretanto, foi em direção ao seu quarto, atrás de um pijama que havia comprado para Roland e deixado ali nas suas coisas. Não era a primeira vez que ela e Robin chegavam em casa com o menino adormecido nos braços, e desde que Robin nunca se prevenia trazendo roupas confortáveis para o pequeno, Regina tomou a frente e comprou algumas peças de roupa para que ficassem na sua casa. Quando chegou no quarto de hospedes, viu a cena de Roland reclamando para Robin sobre trocar de roupa.

— Não precisa, papai. – ele disse, mantendo os olhinhos fechados.

— Filho, de pijama você vai dormir melhor. – Robin explicou.

— Estou com preguiça... – Roland resmungou. Nesse momento Regina adentrou o quarto, chamando a atenção do loiro. Robin deu espaço para que Regina se sentasse ao lado de Roland. A morena o chamou, e curioso como era se tratando de Regina, Roland abriu um dos olhinhos, encarando a morena.

— Vamos por o pijama, quanto mais rápido colocarmos, mais rápido você volta a dormir. – Regina disse e Roland voltou a fechar os olhos, dessa vez sentando-se na cama e erguendo os braços, para que Regina puxasse a blusa que ele vestia para cima. Em menos de minutos, o garoto já estava deitado em baixo das cobertas de novo.

— Não está melhor assim? – Regina perguntou, e Roland concordou com a cabeça. – Viu? Não teime mais com o seu pai, ele sabe o que é melhor para você. – ela disse e Roland concordou, pedindo desculpas para Robin numa voz sonolenta. Regina e Robin deram um beijo nele, desejando boa noite, e antes mesmo que saíssem do quarto, Roland já se encontrava num sono profundo. Os dois saíram do quarto juntos, Regina enlaçando um dos braços ao de Robin.

— Uma taça de vinho? – Regina perguntou, e Robin olhou para ela.

— Como você pode ler meus pensamentos? – o loiro respondeu, sorrindo. – Quer que eu pegue? – ele perguntou, e ela assentiu, seguindo para a sala, enquanto Robin ia em direção a cozinha. Logo ele estava de volta com duas taças e uma garrafa nas mãos. Depois de enchê-las, Robin entregou uma para Regina e sentou-se ao seu lado.

— Estava com saudades. – Regina quebrou o silêncio, tomando um gole de vinho e deitando a cabeça no ombro de Robin.

— Eu também estava. – Robin respondeu, e eles voltaram para um silencio confortável, onde apenas sentiam a presença um do outro e terminavam de tomar suas bebidas. Depois de duas taças, Regina se encontrava deitada no peito de Robin, os dois dividindo o espaço do pequeno sofá. As mãosde Robin vinham e iam pelas costas de Regina, e a mesma tinha os olhos fechados, aproveitando o carinho.

— Esse sofá é tão desconfortável. – Robin disse, sentindo quando Regina abriu um sorriso.

— Ainda bem que você é muito confortável. – Ela respondeu, fazendo Robin soltar uma risada.

— Você é muito esperta, isso sim, senhora prefeita. – o arqueiro disse, buscando o olhar de Regina, que apenas piscou para ele, dando um selinho demorado em seus lábios. Robin ficou a observar todos os traços do rosto de Regina, não resistindo em erguer a mão e contorná-los com a ponta do dedo, fazendo a morena fechar os olhos e suspirar. – Sinto muito pelo que aconteceu. Eu sei que já pedi desculpas inúmeras vezes, mas quero que você entenda que eu não queria ter feito você passar por aquilo. – Robin começou, e Regina abriu os olhos para encarar as íris azuis.

— Eu já desculpei você. Aliás, eu sabia que você era um ladrão quando eu te conheci. – ela brincou, fazendo ele rir por um instante. – Eu pensei muito esses dias Robin e eu sei que não seria você se não quisesse ajudar as pessoas. Eu entendi os seus motivos, ainda acho que podia ter agido diferente, mas agora, já passou.

— Linda precisava do remédio, Regina. Na hora, só me veio isto a cabeça, e como deu certo, eu continuei. – Robin disse, desviando os olhos de Regina e suspirando. – O importante agora é que Emma me aceitou na delegacia, e eu vou poder pagar as coisas para a farmácia, assim como me oferecer para ajudar a Linda com os remédios.

— Na verdade... eu andei pensando sobre as questões dos remédios, Robin, e tive a ideia de fazer algum projeto na prefeitura. Algo que ajude esses senhores e quem mais precisa a conseguir esses remédios de graça. – Regina disse, chamando a atenção de Robin para si de novo. O loiro sentiu o peito explodir de orgulho, ao ver que Regina estava tentando ajudar. A morena percebeu o brilho de felicidade e orgulho nos olhos azuis, e foi logo dizendo. – Por favor, não fique tão feliz, pode ser que nem de certo. E ainda não saiu da minha mente. Eu ando pesquisando, apenas... – Robin a impediu de continuar, puxando-a mais para si e lhe tomando os lábios, em um beijo cheio de amor, gratidão e paixão. Quando eles se separaram, Regina precisou respirar fundo para se recuperar.

— Você tem noção de quão incrível você é? – ele perguntou, segurando o rosto dela entre as mãos.

— Robin, não é nada demais... eu... – ela tentou, mas ele a interrompeu de novo.

— Regina, você nem conhece essas pessoas e tirou um pouco do seu tempo para arrumar um jeito de ajudá-las. Sabe o quão orgulhoso eu estou de você? – Robin disse, e Regina sentiu os olhos marejarem. – Você é incrível.

— Robin... – ela sussurrou, mas não conseguiu continuar, tombando a sua testa na de Robin. – Eu só acho que eles precisam de ajuda e isso é importante para você. Além do mais, eu não quero correr o risco de ter que ir buscar você na delegacia de novo. – Regina explicou, fazendo Robin sorrir.

— Você tem o coração mais incrível que eu já vi. Sou tão sortudo por ter você, Regina. Às vezes me pergunto se eu realmente te mereço, mas não paro para pensar nisso porque eu não quero nem saber o que é viver sem você. – Robin falou, e Regina sentiu os olhos marejarem, pegando o rosto dele em suas mãos e acariciando a barba por fazer, sem saber o que responder. Porque nada parecia suficiente para explicar o que ela estava sentindo agora.

— Eu acho que a única sortuda da história sou eu. – ela respondeu. – Agradeço todos os dias ao universo por ter feito nossos caminhos se cruzarem, Robin. Também não quero saber o que é viver sem você, e espero nunca precisar descobrir. – falou, e Robin sorriu para ela, aquele sorriso de covinhas que Regina sentia seu coração se aquecer ao ver. Os dois juntaram os lábios, buscando mais contato um com o outro conforme o beijo se intensificava.

Regina sabia que ter ido buscar Robin na delegacia seria uma história da qual eles ririam muito no futuro. Ela sabia que aquela situação havia acontecido apenas para fortalecer o que eles sentiam um pelo outro. Que qualquer batalha que Robin enfrentasse, se tornaria uma batalha dela também. A prefeita sabia que Robin sempre seria grato a ela por ter criado o programa para os remédios. E Regina tinha a certeza de que não importava o que acontecesse, os dois estariam juntos para enfrentar qualquer problema. Não importava a situação, os dois iriam resolver.

Juntos.