It's All About Timing

A scare and our little angel.


O dia em Storybrooke começara tranquilo. Robin acordou um pouco mais cedo do que de costume, e embora quisesse continuar deitado com Regina em seus braços, resolveu levantar e começar a preparar o café. Sabia que ela ficaria feliz em acordar e já ter algo para comer, a gravidez fazia isso com ela.

Deixando-a deitada tranquilamente, ele seguiu para a cozinha e preparou torradas e panquecas, além de um suco de laranja natural. Depois de acordar os meninos, e ter um pouquinho de trabalho de tirar o preguiçoso Roland da cama, ele seguiu para o quarto principal. Por um milagre ele já a encontrou acordada, de frente para o espelho do banheiro fazendo a maquiagem. Ele a abraçou por trás e depositou um beijo em seu pescoço.

— Bom dia. - ele disse.

— Bom dia. - ela respondeu, sorrindo e encarando a imagem deles no espelho. - Me diga que já fez o café? Eu estou faminta!

— Cadê a novidade, Regina? - ele sorriu e ela fez uma careta. - Já fiz sim, com tudo o que você gosta. Como estamos hoje? - ele perguntou, colocando as mãos no ventre de Regina.

— Estamos bem, e com muita, muita fome. - ela respondeu, virando-se para ele e selando os seus lábios.

— Hmm, então vamos descer, e tirar essa fome de vocês logo. - ele disse e Regina encostou a testa na dele por um momento.

— Os meninos já acordaram? - perguntou.

— Já sim. Roland fez manha, disse que queria ficar dormindo mais, mas eu falei que se ele levantasse direitinho ganhava panqueca com chocolate.

— Você daria as panquecas pra ele de qualquer jeito. - ela sorriu, batendo na ponta do nariz dele.

— É, você me conhece muito bem. - ele revirou os olhos, mas selou os lábios com os dela mais uma vez.

Eles desceram para tomar café e Regina foi recebida na cozinha por um Henry sonolento e um Roland animado porque iria ganhar panqueca com chocolate. Num clima gostoso eles tomaram café da manhã e depois Robin os levou para a escola. Quando voltou para casa, encontrou uma Regina prestes a sair para trabalhar.

— Hey, você vai com esses saltos? - ele perguntou, erguendo a sobrancelha, preocupado.

— Sim, não são tão altos, Robin. Pode desfranzir essa testa. - ela mandou.

— Mas vão machucar seus pés, Regina. Você vai se sentir mais cansada com eles. - ele tentou.

— Robin, eu preciso dos meus saltos hoje, e eles nem são tão altos. Eu costumo usar maiores.

— Costumava, quando não estava grávida de quase 6 meses. Não seja teimosa... - ele respondeu e ela revirou os olhos.

— Eu estou grávida, não doente. Posso perfeitamente usar meus saltos, sempre usei.

— Okay, Regina, só não diga que eu não avisei. - agora foi a vez dele de bufar. Respirando fundo ele perguntou - Vamos almoçar juntos?

— Acho que não vou ter tempo de sair. - ela respondeu, indo pegar as chaves do carro. - E antes que você fale algo, eu irei almoçar, não vou esquecer. Me preocupo com nosso bebe também. – disse.

Para Regina foi uma grande surpresa quando descobrira a gravidez, e de certa forma, para Robin também. Porque a morena sempre afirmou que não podia ter filhos. Apesar da surpresa que a pegou nas primeiras semanas, a idéia de que carregava uma vida dentro de seu ventre a fazia perder o ar. As sensações eram todas novas, visto que era a primeira vez que isso acontecia. Claro que se considerava mãe de Roland e Henry, mas ela não gerou nenhum dos dois, fazendo com que a gravidez fosse uma experiência totalmente nova.

— Eu sei disso. – Robin respondeu.

— Às vezes não parece. - ela ironizou.

— Eu só me preocupo com você, vai ficar brava comigo agora? - ele perguntou, sério. Ela suspirou e foi até ele.

— Eu sei disso, sei que se preocupa e sei que se importa. E eu amo que você se preocupe comigo, mas não precisa. - disse, pegando o rosto dele entre as mãos. - Eu tenho que ir trabalhar, a gente se vê depois? - ela perguntou e ele concordou com a cabeça. - Ótimo! - ela o beijou e saiu. O loiro apenas balançou a cabeça, Regina o enlouquecia!

Em todos os sentidos.

*

Tinker viu Regina passar bufando pela sua mesa e entrar em seu escritório. Às vezes ela parava pra pensar qual o motivo de estar ali trabalhando para a prefeita, que era uma mulher difícil de lidar. Mas ela precisava do emprego, e apesar de tudo, ela gostava do que fazia e, mesmo sendo loucura, gostava de Regina.

— Regina, cuidado com o piso molhado! - a loirinha gritou, pra prevenir. A faxineira tinha saído do escritório da prefeita há pouco tempo, e avisara que o chão demoraria para secar, pois a humidade não ajudava

Assim que Regina ouviu o que Tinker disse, revirou os olhos. Pelo jeito todos achavam que ela era uma criança. E ela já estava tão irritada. Porque a reunião havia sido horrível, porque ela estava com fome e porque seus pés estavam implorando para se livrar dos malditos saltos. Ela devia ter escutado Robin, e deveria ter aceitado o convite dele para almoçarem juntos hoje.

O dia não havia como piorar, ela pensou.

Infelizmente, ela estava errada.

Assim que cruzou a porta do escritório, sentiu o chão molhado sobre os seus pés e praguejou. Tudo aconteceu tão rápido que se pedissem para explicar, ela não saberia. De alguma forma ela acabou escorregando e tentou de todas as formas se segurar em alguma coisa, mas o baque com o chão foi inevitável. Nos primeiros segundos, ela permaneceu em choque, ainda no chão. Depois, o medo a dominou, infiltrando-se em todas as células do seu ser.

Seu bebê.

Os olhos encheram-se de lágrimas e ela, ainda no chão, chamou porTinker, que ao ouvir o tom de voz de Regina veio correndo. A loira ao ver Regina no chão correu até ela, assustada.

—Regina? O que acont-você tá bem? Ai meu Deus! - gaguejou, pegando Regina pela cintura e a ajudando a levantar. Tinker sentiu que Regina tremia e a dirigiu até o sofá do escritório. A morena levou as mãos trêmulas até o ventre e começou a sussurrar pedidos de desculpas ao bebê, totalmente em pânico de que algo podia ter acontecido a ele.

— Regina, olha pra mim, você sente dores? - a loira perguntou, nervosa, checando para ver se a morena estava ok. - Regina!

— Eu não sinto nada, Tinker, mas você poderia me levar pro hospital e ligar para o Robin? Acho que eu machuquei o bebê, deuses, como isso foi acontecer? - ela se xingou, colocando a cabeça entre as mãos e chorando.

Sabia que se tivesse causado algo ao seu filho não iria se perdoar. E droga, Robin havia lhe avisado para não sair de saltos. Era culpa dela, como sempre.

*

Robin terminava de comer seu almoço, apenas um sanduíche, quando seu celular tocou. Havia passado a manhã preocupado com Regina, e também chateado, porque odiava quando não conseguia almoçar com ela e garantir que ela comesse direitinho. Ele gostava de cuidar dela, gostava de poder passar esses pequenos momentos do dia com ela. E odiava quando brigavam.

Quando o visor do celular apontou o número dela, ele ficou feliz, achando que talvez tivesse sobrado tempo para almoçarem juntos, mesmo que ele já tivesse comido. Entretanto, sua esperança foi substituída por preocupação quando percebeu a voz de Tinker, e não a de Regina, no telefone.

— Robin, sou eu, Tinker, aconteceu uma coisa. Estou no hospital com Regina, você pode vir para cá?

— O que houve,Tinker? - ele perguntou, com o coração na boca, já se dirigindo para fora da delegacia. O medo invadindo seu ser.

— Ela levou um tombo, Robin. Acho que esta bem, mas ela tá muito nervosa e preocupada com o bebê. Whale está a examinando.

— Eu chego aí em poucos minutos. - ele respondeu, desligando o celular e ligando o carro, disparando em direção ao hospital.

*

Assim que chegou na emergência do hospital, os olhos de Robin não demoraram para pausar em Regina. Como se sentisse que o amado havia chegado, Regina logo encontrou o olhar dele. O queixo tremeu e os olhos encheram de lágrimas, e Robin caminhou apressado até ela, sentando-se ao seu lado na cama e a envolvendo em seus braços. Regina afundou a cabeça no vão do pescoço de Robin e derramou a angústia que estava sentindo.

— Você está bem? O bebê está bem? - foi a primeira coisa que ele perguntou, a preocupação estampada em sua voz.

— O bebê está bem, estamos bem. - Regina sussurrou.

— O que aconteceu, meu amor? Como você foi cair? – Robin perguntou,mas Regina permaneceu em silêncio, abraçada nele. O loiro olhou para Tinker, esperando que ela lhe explicasse o que havia acontecido.

— A faxineira havia acabado de sair, o chão estava molhado, foi um acidente...

— Dr. Whale já esteve aqui? – o loiro perguntou de novo, as mãos passando pelas costas de Regina num carinho suave.

— Sim. – Tinker respondeu novamente, quando Regina permaneceu em silêncio. – Ele examinou Regina e fez alguns exames, aparentemente está tudo bem, estávamos esperandovocê chegar para ele fazer o ultrassom.

Robin concordou com a cabeça e Tinker saiu atrás do Dr Whale. Apesar de ainda estar assustado, o arqueiro sabia que devia ser forte pela mulher em seus braços, afinal, ela levara um susto maior.

— Você precisa se acalmar, meu amor. Se o tombo não fez mal ao bebê, esse seu estado vai. – ele falou, calmamente.

— Eu poderia tê-lo machucado. – ela se lamentou, levantando o olhar para ele.

— Poderia, mas não foi o que aconteceu. Respire fundo, Regina. Foi só um susto, querida. – beijou a testa dela.

— Você me avisou sobre os saltos, disse que não era pra ir com eles...

— Regina, a culpa foi do chão molhado. Você poderia cair com qualquer sapato, sendo um salto ou não. Isso acontece, foi um susto, mas vocês dois estão bem e é isso que importa. Fique tranquila, ok? – ele perguntou, e Regina concordou com a cabeça, embora não estivesse muito convencida.

Logo Whale chegou para fazer o ultrassom e alguns minutos depois o monitor estava ligado mostrando a imagem do bebê. Regina, que havia parado de chorar, recomeçou assim que o som do coração pode ser ouvido. Robin beijou a bochecha dela, aliviado por ouvir aquele som também. O que antes era um momento de tensão transformou-se em um momento de pura felicidade.

— O bebê está bem, o coração forte. Não há com o que se preocupar, foi só um susto. – DrWhale começou a falar, limpando o gel da barriga de Regina. Robin abaixou a blusa dela e deixou a mão ali, de uma forma protetora. – Cair na gravidez é algo comum, Regina. E nos tombos menos graves tudo o que o bebê sente é uma chacoalhada. Você me disse que não bateu a barriga, mesmo assim ficarei de olho nos resultados dos seus exames. Você vai ganhar alta, mas terá que ficar de repouso hoje e amanhã. – ele falou tudo isso enquanto assinava os papeis da alta.

Depois de assinar algumas burocracias, Robin confirmou se Regina estava mesmo liberada e a pegou no colo, saindo do hospital.

— Vamos, vou te levar para casa.

***

Quando chegaram em casa, Robin ajudou Regina a tomar um banho e depois a colocou deitada na cama, pois a mesma reclamava de dor de cabeça.

— Eu vou fazer algo para você comer. – Robin disse, mas quando ia sair do quarto Regina o chamou.

— Fica comigo, eu não estou com fome. – ela pediu, baixinho.

— Mas você tem que comer, Regina.

— Depois, agora eu quero que você deite um pouco comigo, por favor. – ela pediu mais uma vez, e ele entendeu que ela precisava dele. Ele subiu do outro lado da cama e a abraçou por trás. Regina se encaixou nos braços do amado e suspirou contente. – Seu cheiro me acalma.

— Acalma?

— Uhum... – ela sussurrou. – Temos que escolher o nome do bebê. – disse, de repente. Estava feliz por ainda poder escolher um nome.

— Agora?

— Daniel seria um bom nome. – ela disse, sorrindo. Robin levantou uma sobrancelha.

— Marian seria um bom nome. – devolveu.

— Ok, é válido. Próximo nome... – sorriu.

— Eleanor? – ele chutou.

— Anthony? – ela chutou também.

— Charlotte?

— Por que você só diz nome de menina? – ela perguntou.

— Porque vamos ter uma menina. – ele falou, afundando a cabeça no cabelo dela.

— Vai ser um menino, Robin. – ela disse, revirando os olhos.

— Deveríamos apostar. – ele a provocou.

— Eu vou ganhar, fique preparado para perder.

— Você é uma convencida.

— E você me ama, exatamente do jeitinho que eu sou. – ela sussurrou.

— Eu amo, até demais. – ele sussurrou, e eles caíram num silêncio gostoso. – Você me deu um susto hoje, estou feliz que estejam bem.

— Desculpe. – ela falou baixinho.

— Não precisa se desculpar, Regina, só prometa que vai se cuidar? – ele pediu.

— Eu prometo. – ela disse, virando-se de frente para ele.

— Obrigada. – ele sorriu, beijando-a em seguida.

— Eu pensei em um nome. – ela disse depois que se separaram. – Olívia.

— É lindo, Regina! – ele disse, animado. Os olhos brilhavam, e ela soube que se fosse uma menina seria esse o nome.

— Se for um menino, como você quer, poderia se chamar Oliver. – ele sugeriu.

— Oliver é um nome bonito!

— Olívia e Oliver, eu acho que deveríamos tentar gêmeos da próxima vez...

— Próxima vez? Pelo amor de Deus, papai do ano, se acalma.

— Estou calmo.

— É, estou vendo... –ela disse, bocejando.

— Dorme meu amor. – ele beijou os cabelos dela e logo a respiração da morena ficou calma, indicando que ela havia pegado no sono. Robin se abraçou a ela, sentindo-se aliviado por ela estar bem.

***

Assim que Henry chegara da escola subira para o quarto da mãe, para ficar com ela. Robin segurou Roland com ele na cozinha um pouco, para explicar que Regina estava doente e precisava de sossego. O semblante do garotinho logo ficou preocupado ao ouvir que a madrasta estava doente.

— Mas a Gina vai ficar bem, papai? – o garotinho perguntou.

— Vai sim, filho. Ela só precisa de muito sossego e carinho. – o arqueiro explicou.

— Eu tenho uma idéia para ela melhorar logo, papa! – o garotinho exclamou, pulando da cadeira que estava sentado e correndo para o quarto dele.

— Roland, cuidado as escadas! – o homem mais velho gritou, seguindo o menino.

O filho do arqueiro assim que chegou no quarto pegou o ursinho que ficava sempre em cima da cama, um dos seus favoritos, um pequeno macaco de pelúcia que ele nomeou de Steve. Regina havia dado a ele no dia em que se conheceram, quando ela o salvou do macaco voador de Zelena. O garotinho seguiu até o quarto da madrasta e a achou conversando com Henry, o menino mais velho fazendo carinho na barriga dela.

Roland entrou devagar, logo chamando atenção de Regina, que sorriu.

— Oi, mocinho.

— Oi, Gina. – riu, e subiu na cama, sentando-se perto dela. – Papai disse que você ta doente.

— Estou muito melhor, querido, seu pai é exagerado. – Regina disse, e piscou para Roland.

— Mesmo assim, eu pensei que eu podia dar Steve para você hoje. – o garoto começou, timidamente, e entregou o ursinho para Regina. – Ele sempre cuida de mim, Gina, hoje ele pode cuidar de você e do bebê, assim você melhora logo.

— Ah, Roland! – a morena falou, emocionada. – Obrigada, meu amor! – sorriu para o garotinho, abraçando-o em seguida. Robin via a cena com o coração explodindo de felicidade.

Henry deu a ideia de eles assistirem um filme e depois de uma maratona, Roland e o garoto acabaram por dormir nos braços de Regina. Era tarde e todos estavam cansados, pois o dia havia sido uma loucura. Com pena, Robin acordou Henry e o garoto foi dormir em seu quarto, já Roland, o arqueiro pegou no colo, e sabendo que o filho não dormia longe de seu urso, pegou ele também. Porém, no meio do corredor a caminho do quarto de Roland, o pequeno acordou e franziu o cenho.

— O Steve é da Gina hoje, papa. – falou sonolento.

— Mas você não dorme sem ele, filho. Tenho certeza que Regina não vai se importar... – o loiro argumentou.

— Não, papa. – o garoto disse, se debatendo pra sair do colo de Robin. – Ele fica com ela hoje. – esfregou os olhinhos e foi até o quarto do casal. Colocou o urso com cuidado do lado de Regina e lhe deu um beijinho na bochecha. Robin quis morder Roland, pelo cuidado e preocupação com a madrasta.

Depois o garotinho foi até o pai e Robin o pegou no colo, Roland escorou a cabeça no ombro do loiro bocejando. Quando Robin o colocou na cama, ele já estava dormindo de novo. Robin o amava demais, e ficava feliz em ver o menino incrível que ele era.

Assim que voltou ao quarto sorriu para a cena de uma Regina dormindo abraçada a Steve, e sem demorar, Robin se juntou a ela na cama, abraçando-a e caindo no sono.

O susto do dia havia esgotado os dois, mas sabiam que tinham um ao outro, que tinham uma família linda e que conseguiriam passar por todos os problemas se continuassem unidos.