— Regina, eu já entendi. Amor, eu sei fazer tudo isso, não precisa se preocupar. – Robin afirmou, pela milésima vez no telefone.

— Eu não vou demorar, tem certeza que vocês vão ficar bem? – ela perguntou, de novo.

— Regina, fique tranquila. Vá para sua reunião e boa sorte. Vou te esperar acordado. Agora eu tenho que desligar, se não sua filha vai pegar o celular e sair falando. – ele disse, podendo sentir que ela sorriu.

— Ta bom, encha ela de beijos por mim, até depois. – despediu-se ela.

— Beijos! – ele respondeu, finalizando a ligação e voltando a atenção para a bebê em seus braços. – A mamãe ficou preocupada com a gente, filha. Ela mal sabe que vamos fazer a festa, não é? – ele afinou a voz para falar com a menina, que deu gritinhos de alegria.

Olívia desde que nascera tinha virado a paixão da família toda. Era mimada pelos irmãos, pelo pai e principalmente por Regina. Com seus 9 meses completos, a menininha fazia a alegria da casa. Com Olívia, Regina soube que sua felicidade estava completa, porque ela tinha tudo o que precisava.

Quando a filha completara 8 meses, Regina voltara a trabalhar, e as vezes tinha que ficar em reuniões longamente chatas, enquanto podia estar curtindo sua família. Nesses momentos, Robin entrava, tendo a caçula só pra si. Normalmente os meninos estavam juntos, mas naquele dia os meninos haviam ido dormir na casa de Emma, deixando-o sozinho para curtir a filha.

Robin era apaixonado por ela. Além de ser uma criança extremamente carinhosa, a bebê era linda, ele poderia jurar que era a criança mais linda de todo o mundo. Seus cabelinhos lisos eram de um tom castanho claro, herança de Robin, e os olhos eram castanhos, iguais os de sua mãe. A criança era uma mescla perfeita dos dois, as vezes era brava e determinada como Regina, e as vezes calma como Robin.

As mãos gordinhas de Olívia foram parar no rosto de Robin, e o homem sorriu para ela.

— O que você quer fazer, meu amor? – ele perguntou, esperando que ela respondesse. A menina apontou para a caixa de brinquedos, perfeitamente organizada, mas que o loiro sabia que não duraria muito.

Robin largou a filha no chão e ela foi engatinhando até a caixa, parando as vezes por pura preguiça. Quando chegou lá começou a tirar todos os brinquedos para fora, fazendo ruídos sapecas, rindo dos brinquedos voando pelos ares.

— Sem bagunça, Olívia! – Robin repreendeu, os olhinhos castanhos viraram para ele, mas logo voltaram a caixa de brinquedos. O loiro sentou-se no tapete, escorando-se no sofá, pegando o controle da televisão e procurando algum filme ou desenho infantil. Viu que em uma hora começaria Zootopia e reservou o desenho, virando-se para a pequena - Vamos tomar um banho para assistir o filme, filha? – ele perguntou, levantando-se e pegando a menininha no colo. Olívia se agarrou ao pescoço do pai e quando chegou ao quarto dela, Robin a depositou no berço, sentada, enquanto ia até o guarda roupa da pequena para procurar um pijama. Depois de pegar tudo que era necessário e preparar a banheira, Robin pegou a menina e começou-lhe a dar banho. Quando acabou, ele estava tão molhado quanto ela, a pequena fez a festa dentro da banheira, batendo as mãos e os pés na água, achando que o pai estava achando graça. Robin a mudou com cuidado, e dificuldade, pois a pequena não parava quieta, rindo e batendo as perninhas. Em um dado momento Robin mordeu a barriguinha dela e uma gargalhada gostosa escoou por todo o quarto.

Ele amava aquela menina!

Depois de mudada, Robin trocou de roupa rapidamente e desceu com a menina em seus braços, colocando-a na cadeirinha especial para ela que tinha na cozinha. O ladrão preparou a mamadeira da pequena e um sanduíche para si.

Algum tempo depois, estavam os dois deitados na cama do quarto principal, olhando Zootopia. Olívia tinha um bonequinho de borracha na boca, e ela mordia ele incansavelmente. Robin ficava de olho na menina, encantado nas reações que ela tinha olhando o filme. A cada risadinha e ruído que ela soltava, ele ficava apaixonado demais para desviar o olhar.

Quando Regina chegou em casa, esgotada, foi recebida pelo silêncio do andar de baixo. Subindo as escadas com o salto na mão, a mulher procurou primeiro no quarto da filha, e estranhou quando não a achou lá. Já era tarde e Olívia já devia estar dormindo a tempos. Indo até seu quarto rapidamente, ela abriu a porta e viu o cômodo iluminado somente para luz da TV, e logo depois seu olhar parou na cena mais linda do dia: Robin dormindo com Olívia deitada em seu peito. A respiração dos dois tranquila. Regina imaginou que Robin ficaria dolorido depois com a posição em que estava, mas antes de acordá-lo ela pegou o celular e bateu uma foto dos dois, colocando-a de plano de fundo.

Com cuidado para não acordar a filha, a morena plantou um beijinho no canto da boca de Robin, fazendo-o acordar.

— Se cansou demais, papai? – ela brincou com ele, e o loiro riu, feliz por ver aqueles olhos castanhos que tanto amava.

— Ela estava calma hoje. – respondeu. Regina sorriu e com cuidado pegou a filha no colo e depositou um pequeno beijo no pescoçinho cheiroso do bebê.

— Eu vou por ela no berço. – sussurrou e Robin concordou, sabendo que a morena queria matar a saudade da filha.

Regina saiu do quarto em passos lentos, aproveitando a criaturinha em seus braços. Adorava o cheirinho do cabelo de Olívia, adorava a respiração da menina contra o seu pescoço, adorava o estalo da chupeta da menina. Adorava tudo em sua filha. Chegando no quarto, em vez de colocá-la no berço, Regina foi até a cadeira de balanço e se sentou com a menina no colo. Apesar do cansaço e de querer logo sua cama, não conseguia parar de observar a menina.

Depois de passar longos minutos ali, a morena levantou-se e colocou a pequena no berço, dando um beijo na testa dela.

— Durma com os anjos, Olívia. Eu te amo. – sussurrou, passando a mão pela lateral do rostinho da filha, levemente.

Quando chegou no quarto, Robin já estava na cama quase dormindo outra vez. A morena foi até ele e lhe beijou, o loiro a puxando mais para si.

— Eu tenho que tomar banho. – sussurrou ela.

— Eu vou te esperar, vá rápido. – ele disse, beijando-a mais uma vez e batendo levemente na bunda dela quando ela se virou e seguiu para o banheiro.

Ela sabia que teria que acordar ele depois, pois ele teria dormido de novo. Mas ela não se importava, porque quando tinha esses pequenos momentos com Robin, Olívia, Henry ou Roland, ela sabia. Não havia mais nada no mundo que poderia desejar.

Ela tinha tudo.

“Nunca esqueça quem você é, estrelinha.

Nunca esqueça como sonhar, borboleta.

Que os anjos te protejam,

E a tristeza te esqueça, estrelinha.

Não há razão para chorar,

Deite sua cabeça para dormir, estrelinha.

Que a bondade te cerque,

Talvez eu a encontrarei, estrelinha.

Brilhando muito.

Você respira vida nova para dentro do meu coração partido.

Nunca esqueça quem você é, estrelinha.”

— Little Star (Madonna)