It Will Rain

Capítulo 21


Acordei no meio da noite, tinha tido um pesadelo, eu não entendi, mas foi horrível mesmo assim. Eram 4:30 da manhã, me levantei para ir ao banheiro, tomar água e comer alguma coisa. Passei pelo quarto do Bruno, a porta estava aberta e ele não estava lá, ainda não tinha chegado, eu tentei não me preocupar, mas tava meio preocupada com ele, tinha saído para o estúdio cedo, e as 10 da noite ele ligou falando que ia demorar, só não achei que iria demorar tanto. Pensei em ligar para o Phil, mas eram 4:30 e ele deveria estar dormindo.

Fiz pipoca e me sentei no sofá, assitindo TV e comendo. TV de 9878766554423412 canais, eu te amo :D dá pra acreditar que estava passando Victorious? *o* Fiquei ali assistindo né e acabei dormindo.

Tinha uma música tocando, cara, era a minha música Moves Like Jagger. Ah, abafa, era o meu celular kk. O Bryan tava me ligando, assim que sentei para atendê-lo, senti uma coisa estranha, um bolo na garganta como se eu tivesse engasgada.

- Bom dia Bryan. - atendi o celular.

- Bom dia, Ash, te acordei?

- Acordou ¬¬

- Foi mal, tem planos para hoje?

- Na verdade não.

- Shopping, pode ser?

- Pode, daqui a meia hora – desliguei o celular. O Bruno tinha passado a noite fora, e eu tinha dormido no sofá. Meia hora depois me encontrei com o Bryan no shopping.

Passei a manhã inteira e praticamente a tarde com o Bryan, eu tinha até esquecido do bolo na garganta. Como era época de natal, o shopping estava lotado e com aquela decoração bonitinha. Tá, eu confesso, não gosto do papai Noel, talvez eu tenha medo dele, mas eu não quero falar de papai Noel. No natal, o espírito consumista toma conta, eu não aguentei e comprei presente pra todo mundo. A pessoa mais difícil era o Bruno, mas no fim eu comprei um chapéu pra ele, um chapéu que eu ia pegar depois u.u

Resolvi que já era hora de ir embora, me despedi do Bryan e fui direto pra casa. No caminho, vi que meu celular estava desligado, talvez fosse a bateria. Assim que cheguei em casa, aquele bolo na garganta voltou, mas agora não era só ele, também senti um aperto no coração, uma vontade de chorar, mas eu não queria chorar. Só entrei em casa, deixei as sacolas na sala e fui até a cozinha, eu precisava de água. Me sentei no sofá, esperando aquilo passar, aos poucos foi passando.

- Onde você foi? – perguntou o Bruno chegando na sala, ele tava estressado ou era impressão minha? – E por que não atendeu o celular? – é, ele estava estressado.

- Eu saí com o Bryan e a bateria do meu celular acabou – respondi, ainda tentando afastar aquela sensação horrorosa.

- Ah, então é isso? – ele passou de estressado a bravo.

- Isso o quê?

- Esse Bryan de novo? Eu não suporto esse cara, não suporto mesmo.

- Você não precisa gostar dele, ele é meu amigo, não precisa ser seu também.

- Então é assim? Você prefere o Bryan?

- Se você agir como uma criança birrenta, sim.

- Talvez esse filho seja dele, não é? Já que você prefere ele, talvez vocês tenham tido alguma coisa por agora, se já não tiveram antes.

- Bruno, eu não quero brigar com você por causa do Bryan.

- O problema é sempre esse, você nunca quer encarar o fato de que esse Bryan quer te tirar de mim.

- Ele não precisa me tirar de você, porque se continuar agindo assim, você vai acabar me perdendo.

- Aí ele vai poder ficar com você, como ele quer.

- Quer saber? EU SÓ SAÍ COM O BRYAN PORQUE VOCÊ DORMIU FORA – Perdi a paciência e comecei a gritar.

- ENTÃO AGORA A CULPA É MINHA? EU DORMI NO SOFÁ DO ESTUDIO E VOCÊ PASSA O DIA TODO FORA COM ESSE CARA? E NÃO ATENDE A MERDA DO CELULAR? ESSE É O SEU JEITO DE ENCARAR A SITUAÇÃO? – Ele gritava de costas pra mim. Me levantei.

- E COMO VOCÊ ENCARA? SE TRANCANDO NO ESTUDIO E FICANDO BEBADO?

- EU QUERIA VOLTAR NO TEMPO E NÃO TER PEGADO O CARRO NAQUELA TARDE EM QUE TE CONHECI. – Meu sangue fervia de ódio. – MINHA VIDA SERIA ÓTIMA SEM VOCÊ.

- AINDA BEM QUE CONCORDAMOS NISS... – Não consegui terminar a frase, senti uma dor horrível na barriga e o Little Peter se mexendo muito. A dor era tanta que eu sentia dificuldade de respirar. Tentei falar mas não consegui. Me apoiei no sofá pra não cair. Olhei pro chão e vi uma poça enorme de sangue e alguma coisa como água nos meus pés. Me desesperei.

- O que foi? Se engasgou com suas mentiras? – Perguntou o Bruno ironicamente ainda de costas.

- Bruno. – Encontrei um fio de voz, ele só deu uma risadinha e permaneceu de costas. – BRUNO. – Chamei mais alto com a respiração entrecortada. Ele se virou com um sorrisinho irônico, mas assim que viu o que estava acontecendo seu rosto passou de irônico a desesperado.