Invisible Play - Game Over

Ingenuidade - Imprevistos


Sasesu manteve-se concentrando sua energia em duas áreas diferentes enquanto aquela velha atacava-o com uma espada:

—Concentre-se! -Gritou ela. -A energia da direita está se dispersando!

Sasesu soltou suas respiração e caiu no chão arfando enquanto toda aquela energia se dissipava:

—Que patético... -Reclamou a velha. -Você só aguenta 5 minutos concentrando sua energia em lugares diferentes e resistindo aos ataques de uma velha como eu...

Sasesu retomou seu fôlego enquanto tentava se justificar:

—Você entende que mesmo sendo uma velha, seus ataques com uma espada ainda podem cortar minha pele? Imagina o quanto de energia eu preciso apenas para fazer a minha pele resistir ao aço da espada... -Reclamou ele. -E eu ainda tenho que focar o resto da minha energia em dois outros lugares. Tudo ao mesmo tempo!!!

Ela sentou-se em sua cadeira cansada:

—Meu filho conseguia fazer tudo isso quando tinha 10 anos...

—Seu filho? -Perguntou Sasesu confuso. -Eu não sabia que você tinha um filho, velha.

Ela projetou uma pedra em sua mão e arremessou-a na cabeça de Sasesu:

—Não me chame de velha, pirralho!! -Gritou ela incomodada. -E bem...ele morreu...

Sasesu desviou o olhar um pouco constrangido:

—Desculpa...eu não queria tocar em um assunto triste...

—Não se preocupe, eu não lamento sua morte. -Respondeu ela. -Ele morreu fazendo aquilo que desejou durante toda a sua vida...

—Entendo, como ele era? -Perguntou ele curioso. -Você disse que ele era mais forte que eu com 10 anos, então ele era alguém estupidamente talentoso?

—Não era bem assim, ele tinha uma espécie de doença que fazia com que ele não sofresse alterações com o passar do tempo. Ele era muito forte quando tinha 10 anos, mas seu poder nunca aumentou desde então. Mas mesmo assim...ele nunca desistiu de seu sonho...

—Qual era seu sonho?

A velha olhou-o com raiva em seus olhos:

—Você não acha que está querendo saber demais, pirralho? -Gritou ela. -Volte a trabalhar!!!

Sasesu seguia pacificamente sua vida enquanto as coisas ficavam cada vez mais estressantes com Kurokawa. Com sua mente ainda bagunçada e com pouco sono na noite interior, ele seguiu para aquele edifício para mais uma reunião. Blut recebeu-o já um pouco irritado:

—Você está atrasado...

—Desculpe...eu dormi mal essa noite... -Respondeu Kurokawa com gigantescas olheiras.

Todos sentaram-se naquela mesa como no dia anterior e Blut seguiu para o assunto sem demora:

—A guerra não pode ser impedida, o que nós temos que fazer agora é nos preparamos. -Explicou Blut. -Nós lutaremos por Euler e eles não devem demorar muito para vir aqui para falar conosco. Eu farei o meu melhor para acabar com isso o mais rápido possível, mas para isso eu preciso da ajuda de vocês, você estão dispostos a ajudar?

—Eu meio que não tenho opção... -Respondeu Kurokawa.

—Ficar ao seu lado me parece a melhor escolha... -Respondeu Marwolaeth inconformada.

—Eu preciso da sua proteção, então... -Comentou Micky se aproximando de Blut.

Ele empurrou-a para longe como de costume:

—Esse era o momento em que vocês confiavam as vossas vidas na minha liderança...um caloroso momento de confiança e amizade. -Sorriu ele decepcionado. -Bom, eu arrastar-vos-ia para o inferno comigo mesmo que não quisessem...

Um homem subitamente interrompeu a reunião abrindo a porta bruscamente. Alto, de cabelo loiro e penteado, olhos negros manchados de podridão e um sorriso sarcástico, aquele homem entrou naquele edifício ruidosamente:

—Perdoe a minha interrupção mas eu tenho um aviso importante para voz dizer. -Sorriu ele.

Blut imediatamente levantou-se e encarou-o:

—Você é tão previsível...Vir aqui pessoalmente, você pretende arranjar mais confusão?

—Mil perdões, Senhor Blut, essa jamais foi a minha intenção. -Disse ele abaixando sua cabeça.

Blut pressionou seu pescoço enquanto forçava um sorriso:

—Poderia deixar a falsidade de lado e ir direto ao assunto?

—Eu vim aqui pegar Kurokawa Mito e levá-lo imediatamente para a sala de execução! -Sorriu ele.

Blut apertou seu pescoço com mais força:

—Com a permissão de quem?

—Com a...permissão do conselho...de Euler... -Respondeu aquele homem tentando respirar.

Blut jogou-o no chão para evitar mata-lo:

—O que você está planejando?

Ele recuperou seu fôlego junto de seu sorriso nojento:

—Você acabou de dizer que sou previsível e agora pergunta o que estou tramando? -Riu ele. -Me parece um pouco contraditório...

Blut fechou seu punho e preparou-se para socá-lo. Aquele homem rapidamente levantou suas mãos sinalizando para Blut parar:

—Calma. Eu vim aqui levar Kurokawa para sua execução, depois de ver a longa lista de assassinatos e crimes que este homem cometeu, o conselho rapidamente me deu a permissão para fazer isto.

—Vamos negociar isso. -Sugeriu Blut. -Sente-se, Aleck.

Aleck puxou uma cadeira próxima a Kurokawa e lentamente sentou-se. Ele olhou Kurokawa diretamente em seus olhos e cumprimentou-o com um sorriso falso:

—Nós temos uma longa lista de batalhas, você está sempre tentando ser mais influente que eu em todos os lugares. -Comentou Blut. -Mas o que você ganharia matando Kurokawa?

Aleck sorriu:

—Se eu te dissesse, isso perderia a graça.

Blut perdeu as suas esperanças em descobrir as verdadeiras intenções de Aleck e resolveu se focar em apenas mudar aquela situação:

—Vamos conversar sobre esse assunto quando a guerra que se aproxima acabar. -Propôs Blut.

—Me recuso. -Respondeu Aleck. -Eu tenho tudo preparado para acabar com a vida desse ser humano horrível neste exato momento! E além do mais, eu sequer sei se ele sobreviverá à guerra. Eu não posso desperdiçar a oportunidade de exterminar esse mal com as minhas próprias mãos!

—Eu já te disse para parar com as atuações e as falsidades, nós dois sabemos que você pouco se importa se os malfeitores são punidos ou não. -Retrucou Blut. -E outra, Kurokawa está trabalhando para Euler nesse momento, ele será capaz de trazer muitos benefícios!

Aleck balançou sua cabeça enquanto pensava:

—Me recuso.

Blut bateu na mesa irado:

—O que merdas você quer então?

—Eu quero que ele morra. -Respondeu Aleck. -O melhor que eu poderia sugerir, seria envia-lo junto de um esquadrão com objetivos suicidas e deixa-lo ao menos morrer em combate. Já que este esquadrão está fadado a falhar...

Blut pensou por alguns segundos mas Aleck era bom em manipular pessoas:

—O que? Você não está confiante nas habilidades de seu guerreiro? -Riu ele fazendo provocações. -Ele deve estar se sentindo bem...

Blut interrompeu-o:

—Eu aceito, eu não irei hesitar aqui e cair em mais um de seus truques!

Aleck sorriu:

—Vocês ouviram ele, levem Kurokawa. -Disse ele para alguns soldados que esperavam do lado de fora. -Eu irei me retirar então...

Blut percebeu seu erro tarde demais:

—Então era isso que você queria...desde o começo, você não estava tentando matar ele... -Gritou ele perdendo o controle. -Você planejava afasta-lo de mim para diminuir o impacto que a Realeza causaria na guerra...enquanto pega todos os méritos do trabalho de Kurokawa para você...

Aleck sorriu novamente:

—É por isso que você nunca revela seus interesses ao inimigo...

Blut já podia fazer mais nada, era a segunda vez que ele falhava miseravelmente em um espaço tão pequeno de tempo e isso o frustrava profundamente. A força da realeza havia sido diminuída consideravelmente com a saída de Kurokawa e Aleck iria ganhar todo o mérito pelo trabalho de Kurokawa. A situação ficava cada vez pior.

Kurokawa apenas levantou-se e seguiu aquele homem quietamente, afinal de contas, aquela conclusão ia ao encontro com seus interesses pessoais. Assim, ele estava livre do controle de Blut e podia correr pelo campo de batalha buscando vingança. Ele foi levado até uma prisão onde permaneceria até sua presença ser necessária.

Os guardas tentaram retirar a Eclipse de sua posse mas ele foi bem claro quanto a isso:

—Se tocarem na minha espada, eu vou arrancar os vossos braços...

Sem muito o que fazer naquela pequena cela quadrada, ele contava os dias na parede enquanto brincava com sua energia. Ele sentia falta de seus caramelos já que sua comida não passava de sobras. Tempo passou e um guarda finalmente aproximou-se de sua cela:

—Venha comigo...o seu dia chegou...

Ele levantou-se animado com o que podia estar a vir e dirigiu-se até a porta de sua cela. O guarda demorava para achar a chave e ele já incomodado apenas rasgou as grades com apenas suas mãos:

—Bom, poderia me mostrar o caminho?