Invisible Play - Game Over

Guerra - Amigos e Inimigos


Lizzy ajeitou-se naquela cadeira tentando não parecer nervosa. A sua frente estava uma mulher branca de cabelos curtos e loiros, a única coisa que as separava era uma mesa de metal.

—Me deixe ver se eu entendi então... -Suspirou ela apoiando suas mãos naquela mesa. -Você quer que eu seja uma das pessoas encarregadas de liderar o ataque a Kepler? Eu? Lizzy Alberc?

—Não sei porque você aparenta estar tão surpresa. -Respondeu a mulher. -Seu pai foi um dos grandes heróis de nossa cidade...

Lizzy apontou para a mulher com suas duas mãos:

—Esse é o problema! Eu não sou absolutamente nada comparada com meu pai!

—Parece que nós tivemos um pequeno mal entendido, eu não procuro por um guerreiro à altura de seu pai. -Explicou ela. -Até porque seu pai foi um dos maiores guerreiros de seu tempo, ele foi até mesmo qualificado para ser "O Herói". Se nós precisássemos de alguém como ele para vencer, essa guerra estaria perdida. O que nós queremos é sim o nome dele.

—Então vocês não estão pedindo para eu ir...vocês estão pedindo para a filha de Lyonel ir?

—Exatamente. -Respondeu aquela mulher sorrindo. -É um trabalho extremamente simples, tudo o que você tem que fazer é fingir ter alguma força e o nome de seu pai fará o resto.

—Sim...me parece uma coisa bem fácil de se fazer...mas eu tenho algum motivo para isso? -Perguntou Lizzy.

—Digamos que...fazer uma cidade inteira como seu inimigo não é uma escolha muito...inteligente...

—Isso foi uma ameaça? -Questionou Lizzy deixando o clima da conversa mais tenso.

A loira levantou-se e andou na direção de Lizzy:

—Não, foi um conselho. -Ela estendeu sua mão. -Então, temos um acordo?

—Eu tenho uma condição. -Disse Lizzy. -Eu posso escolher uma pessoa para me ajudar a fazer este trabalho.

Aquela mulher apertou sua mão:

—Feito...

Ela caminhou para fora daquele lugar elegantemente e deixou Lizzy sozinha com seus pensamentos. Lizzy respirou fundo e deixou seu corpo descansar sobre a mesa:

—O que aquela mulher queria? -Perguntou Nicolas se aproximando.

—Eu vou ter que ir para Euler por algum tempo, por isso eu não poderei treinar com vocês por enquanto... -Respondeu ela.

—Independente do que você vá fazer lá...tome cuidado... -Advertiu ele.

Lizzy levantou-se com seus pensamentos no lugar correto:

—Não se preocupe...eu terei alguém ao meu lado para me ajudar...

Ela arrumou suas coisas e preparou-se para partir para Euler. Enquanto isso, Kurokawa era apresentado a um grupo de outras pessoas. Os guardas retiraram todos aqueles homens de suas celas com violência e os reuniram num lugar aparentemente abandonado. Eles foram jogados como animais no chão e um outro guarda se aproximou:

—Bem, vocês não precisam saber meu nome e eu não quero sabe os vossos. -Sorriu ele ironicamente. -Mas eu vou explicar-vos a situação. Vocês agiram como animais, violaram as regras da sociedade, cometeram diversas atrocidades e por isso vocês serão tratados como animais a partir de agora.

Um daqueles prisioneiros levantou-se e encarou aquele guarda:

—Eu gostaria de não matar um de vocês antes de isso sequer começar... -Suspirou o guarda.

—E o que me impede de te matar? -Sorriu o prisioneiro olhando nos olhos do guarda.

—As algemas que vocês estão usando são um pouco especiais, elas possuem duas funções: elas nos permite localizar-vos a qualquer momento e elas também podem injetar um veneno no vosso organismo. O veneno não é letal mas eu sou...

O prisioneiro riu:

—Você é letal? Não me faça rir.

Aquele guarda fez um sinal com sua mão e as algemas imediatamente soltaram-se do braço do prisioneiro. Ele não pensou duas vezes e atacou o guarda. O guarda suspirou decepcionado e quebrou o braço com o qual o seu inimigo atacou. Ele sequer deu tempo para seu oponente gritar de dor e moveu sua mão para o pescoço de sua vítima:

—Que ele sirva de exemplo...

Seus dedos destruíram todos os ossos do pescoço daquele ser e o corpo do prisioneiro caiu no chão imóvel:

—Continuando o que eu estava dizendo antes, vocês são animais que irão tentar pagar por seus pegados. Vocês invadirão um dos lugares mais protegido da cidade de Kepler: o armazém central, o lugar onde todos os recursos da cidade são armazenados. -Continuou ele. -E claro, nós não esperamos que vocês sejam capazes de o fazer, vocês irão provavelmente apenas morrer no caminho e serão esquecidos.

Kurokawa interferiu:

—Você planeja que nós lutemos com as nossas mãos presas por essas algemas?

—Não se preocupe com isso. -Respondeu o guarda fazendo outro sinal com suas mãos. -Afinal de contas, nós esperamos que vocês pelo menos tentem fazer algo...

Todas as algemas separaram-se e deram total liberdade aos prisioneiros porém continuaram presas em seus pulsos. Vários outros guardas aproximaram-se com diversas armas e uma espécie de uniforme:

—Preparem-se, nós iremos partir em 15 minutos.

Todos aqueles homens pegaram as armas que julgavam ser mais agradáveis silenciosamente e reuniram-se na frente daquela guarda. Aquele homem jogou um mapa para os prisioneiros:

—Neste mapa está marcado o vosso objetivo, agora vão!

Ele abriu um portão pelo qual era possível observar uma planície que se estendia até o horizonte. Todos ali presentes caminharam de forma moribunda até o portão mas um voz ecoou:

—Esperem, eu tenho um membro para adicionar ao vosso grupo. -Gritou um guarda se aproximando arrastando um prisioneiro. -Este daqui foi bem difícil de capturar!

O prisioneiro demonstrava estar profundamente irritado:

—Como vocês ousam me colocar aqui com estes lixos, sendo que fui que ajudei a limpar esta cidade? -Gritava ele enfurecido.

—Você realmente fez a justiça mas a forma com que você a fazia...era tão brutal...tão desumano. -Respondeu o guarda. -No final, você não é tão diferente daqueles que você caçava...

Ele levantou-se e começou a espalhar sua energia por todo aquele lugar, sua intenção assassina preencheu o clima:

—Como...ousa...me comparar com todos esses seres desprezíveis? -Gritou ele.

Antes que ele pudesse atacar, uma dor começou a correr seu corpo e suas pernas rapidamente falharem. Uma queimação que via de dentro impedia o de respirar normalmente e sua visão ficava cada vez mais turva:

—O que...você...fez comigo?

—É veneno das algemas que vocês estão usando, ele também vos impede de usar energia. -Respondeu o guarda se aproximando. -Agora você tem duas opções, irá morrer cumprindo sua missão ou será morto aqui mesmo?

—Irei sobreviver...e matar...todos vocês! -Gritou ele.

—Quanta força de vontade...ainda consegue ser ofensivo mesmo sobre o efeito do veneno... -Sorriu o guarda. -Levem-no com vocês...

Os outros prisioneiros aproximaram e o arrastaram enquanto Kurokawa aproveitou para conferir uma coisa:

—Seu rosto é muito familiar...

Aquele homem olhou Kurokawa e rapidamente encheu-se de fúria novamente:

—O que...você está fazendo aqui? -Gritou ele mesmo sobre o efeito do veneno.

—Ah...eu lembrei de você. -Concluiu Kurokawa. -Você é aquele cara que tentou me matar...se não me engano, seu nome era herói ou alguma coisa assim, não é?