Inserção Brasileira
Capítulo 1
- Vamos Brenda, estamos atrasadas, ou você está achando que seu pai irá te esperar eternamente?
-Calma, mãe, nossa parece que o mundo está acabando! Foi papai que insistiu para que eu passasse a metade das férias com ele, agora ele que espere!
Eu disse, calçando meu all star, de cano longo, até parece que minha mãe saberia o quanto é difícil calça- lo, ainda mais com pressa, não ela não saberia, afinal seus sapatos eram simples mocassins marrons e totalmente fora de moda.
E aqui estou, divagando novamente, por isso estou sempre atrasada.
- BRENDA!
-Ô mãe tô pronta! Chega, né?
- Tá levando uma blusa de frio? E a escova de dente? E o remédio para febre? E...
- Mãe, eu to indo para a casa do meu pai e não para uma floresta, deixa de fazer a louca!
-Meu Deus, isso é jeito de falar com sua mãe? Ainda mais agora que vou ficar tanto tempo longe de você!
-É mãe também vou sentir saudade!
Dou – lhe um beijo na testa, sinto um leve aperto no coração, sinto uma lágrima surgir, disfarço, peço a benção e saio de casa.
Meu pai me espera no seu carro, desde o divórcio ele nem mesmo pisa na calçada de casa, jogo minha mochila no banco de trás e entro o carro antes mesmo de dizer olá
- Ansiosa, filha?
-Um pouco. Estou com saudade da Carol, faz seis meses que não a vejo.
- Ela também esta com saudade, aliás, ela ligou avisando que vai dar uma festa e como soube que você estava indo para casa, pediu para te convidar e para te mandar um abraço.
- Legal! Valeu, pai, vou curtir muito. –Coloco os fones de ouvido e me afundo no rock e nem escuto a resposta do meu pai.
E saímos da nossa pequena cidade, rumo a São Paulo.
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