Inserção Brasileira
Capítulo 2
A festa era o aniversário do pai da Carol, achei tudo sem sal, então eu e a Carol fomos pro seu quarto.
- Nossa Carol, surtou? Cadê os posters?
- Tirei, a onda passou. - falou com sua voz monocórdia.
Desde que tínhamos nos reencontrado eu a tinha notado diferente, tá que a adolescência é um período de mudança, mas tanto assim? Em tão pouco tempo?
-Então tá! E aí, a vaca da sua madrasta ainda pega no seu pé?
-Não, a Sandra tem me tratado muito bem, aliás tem sido um amor de pessoa!
Disse ela, indo para frente do espelho, começou a pentear seus longos cabelos castanhos.
- Um amor de pessoa, ah me poupe!Ela mal te deixa conversar com seu pai, parece até que tem ciúme, eu hein, louca de pedra. E aquelas roupas, pensa que tem quinze anos.
- Ela mudou muito!
Carol colocou seus cabelos de lado, foi então que fiquei uma linha clara serpenteando na sua nuca.
- Carol, o que é isso? Esse corte, o que aconteceu?
Um carro passou com os faróis altos na rua e a luz refletiu no espelho, refletiu também dois círculos prata nos olhos da Carol.
-Lente de contato. – me explicou sucinta.
Descemos, e eu ainda estava curiosa em relação ao corte. E em relação a lente e por que Carol parecia sempre estar com medo.
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