Innocence

Capítulo 24 - Nada, nada mesmo


POV Annabeth

Colei nossas testas, ofegante.

- Me desculpe. – Sussurrei.

- Só me promete que isso nunca mais vai acontecer.

- Prometo. – Respondi quase de imediato. Senti meu peso sumir. Demorei um segundo para perceber que ele havia me levantado.

- Você me ama?

Fiquei parada, querendo dizer que sim. Que amo esse garoto até meu último fiozinho de cabelo.

- Se não amasse, estaria aqui, sorrindo que nem uma idiota? – Perguntei, sorrindo.

- Senti sua falta. – Disse, colocando um fio de cabelo para trás de minha orelha.

- Desculpe. – Repeti.

- Por que fica dizendo isso?

Suspirei.

- Por... Desconfiar de você. Por tê-lo feito passar por isso, por... – Respirei fundo. – Tudo.

- Até por me conhecer? – Perguntou, sorrindo.

- Não me desculpo de nada pelo tempo que passei com você.

- E isso é bom?

Revirei os olhos.

- Claro que é. – Passei a mão na bochecha, secando as lágrimas.

- Agora é a minha vez. – Disse, com um sorrisinho malicioso. – Desculpe por ter deixado a Rachel me beijar.

- Você mesmo disse que ela te beijou, então... Eu acredito. – Dei de ombros.

Sentei no chão, apertando o joelho contra o peito. Logo em seguida, ele sentou ao meu lado, colocando o braço à minha volta; apertando-me contra seu corpo.

- Sério? – Perguntei séria, com o olhar fixamente no dele.

- O quê?

- Você não me odiou? Nem por um segundo? – Me senti uma idiota, uma estúpida, por tocar nesse assunto. Mesmo quando o garoto mais lindo do mundo (Silena que não me ouça) se declara para mim, continuo com essa negatividade.

Ele botou a mão em meu queixo, obrigando-me a encará-lo.

- Annie – Ouvir meu apelido em seus lábios foi o melhor som que eu já tinha ouvido. -; como eu disse antes, nunca te odiei e nunca vou. Nunca seria capaz de uma coisa dessas. Se eu te odiasse, odiaria minha vida, certo?

Corei uns quinhentos graus.

- Eu te amo, Annie. Nunca vou poder fazer uma coisa dessas. E quero que você seja minha para sempre.

- Como pode querer uma coisa que já é sua?

- Pode ser minha, mas não oficialmente.

Entendi o que ele estava dizendo.

- Percy, eu só tenho dezesseis anos.

- E daí? Vivemos em um país livre.

Revirei os olhos.

- Ah, tá. Tenho dois motivos: Eu só tenho DEZESSEIS – Dei ênfase. – anos e meu pai vai surtar se isso acontecer agora. – Insisti.

- E Silena vai adorar planejar. O que você acha? – Perguntou, com os olhos verdes brilhando.

Continuei com minha tentativa fracassada de resistência:

- Percy, ainda estamos estudando. Como você acha que vai explicar isso ao meu pai?

- Tá bom. Mas guarde minhas palavras: Você ainda vai usar uma aliança com meu nome na parte interna.

POV Percy

Annabeth sorriu para mim. Só aquilo valeu a minha vida inteira.

- Eu sei. Mas vamos esperar um pouquinho, OK? Daqui a... Quatro anos você pode me pedir. – Disse.

- Então eu prometo. Daqui a quatro anos, em uma tarde, com o sol se pondo; vou levá-la a uma praia; ajoelhar-me diante de você e pedir sua mão em casamento. Você vai aceitar e vamos nos casar. – Mandei uma piscadela para a razão da minha existência.

Ela soltou uma risadinha tímida.

- Ah, não pode esquecer: A Silena vai pirar se isso acontecer. – Disse, corada.

- Se? – Fingi estar ofendido e levantei do chão. – Não tem “se”.

Ofereci minha mão, minha namorada – Como é bom poder chamá-la novamente de namorada. – a pegou e se levantou.

- Percy... – Sussurrou, com os lábios a cinco centímetros dos meus. – Eu...

- Você o quê? – Perguntei malicioso, sorrindo. – Vai, fala.

- Eu senti muito a sua falta. Eu sei que pode parecer doentio e masoquista, mas eu... Achava que qualquer segundo, achando que você estava com a Rachel, me doía mais. Parecia que eu estava... Morrendo.

- Escuta – Falei, procurando seus olhos. – Sabia que passar todo aquele tempo longe de você acabou comigo? Sabia que eu estava disposto, mesmo que você já estivesse com outro, a vir aqui e implorar? – Ela me mandou um olhar triste.

- Percy, desculpe. Eu sei que fui uma ignorante, patética, estúpida e idiota. Mas... Só queria... – Deu de ombros. – Esquecer um pouco as coisas, sabe?

- Esquecer... A dor?

Ela assentiu com a cabeça.

- A insuportável dor de perda?

Como na primeira vez, ela assentiu. Alguma... Coisinha amarelinha roçou em minha perna; na verdade, foi na calça jeans. Annabeth se agachou e a pegou nos braços.

- Cookie, diga oi para o tio Percy. – Ela disse, rindo. A cachorrinha latiu. – Percy, diga oi para a minha labradora; Cookie. – Ri um pouco com o nome da cadelinha.

- De quem é?

- Tecnicamente? – Me olhou com as sobrancelhas arqueadas. – Silena.

- Eu devia saber.

- Percy, essa aqui é a nossa sobrinha.

Explodimos em gargalhadas.

- Sério! – Ela disse, em meio às risadas.

Fiquei sério.

- Que foi? – Perguntou, preocupada.

- Ué, você disse pra mim ficar sério.

Dei de ombros. Annie revirou os olhos.

- Vem. Silena vai ter um ataque de pânico.

- Ah, tá. Ela vai ter um ataque de pânico quando eu começar a correr atrás dela, da Thalia e da Anna.

Annie me olhou com uma cara de quem não entende nada.

- Elas me trancaram no quarto.

- Achei que você fosse forte. – Disse, balançando os cabelos.

- Forte como? – Perguntei.

- Estou aterrorizada, Percy. – Falou, com o mesmo tom que Silena. – Elas são meninas, você é um garoto.

- Mas a Thalia não é fraca não... – Murmurei.

- Ah. – Entrelacei nossas mãos e descemos as escadas.

POV Lorena

Ri ainda mais.

- Falem sério, vocês trancaram o garoto no quarto?

- É verdade. Mas, com os sentimentos que os dois têm... – Thalia disse; olhando com reprovação para Silena, que se “agarrava” junto de seu namorado.

Eu, Alex, Melanie, Raíssa, Marina e Penny gargalhamos.

- Acho melhor a gente dar uma saidinha e os deixar aproveitarem o tempo deles. – Alexis aconselhou.

- Que nada. – Silena falou, abraçada ao seu namorado. Nesse instante, Annabeth e Percy desceram com as mãos entrelaçadas. Mari deu um gritinho.

- QUE ISSO, CRIATURA! – Anna berrou. – VOCÊ VAI DEIXAR A GENTE SURDA.

- Grande coisa. – Deu de ombros.

Alexis me cutucou e apontou para a janela. Arregalei os olhos.

- Hã... Gente; vou tomar um ar fresco. – Falei e saí da casa. – Josh!

- Finalmente te encontrei. – Ele disse, com o cabelo preto caindo sobre o olho.

- O que você tá fazendo aqui?!

- Te procurando. Ué, somos namorados.

Josh é simplesmente o melhor namorado dos tempos; só que é bastante... Ciumento. Seu cabelo é preto, rebelde e caí sobro os olhos azuis claros.

- É; eu sei. Mas... Como você sabe que estou aqui?

Ele deu de ombros.

- Simples: Passei na sua casa; perguntei à sua mãe e ela me respondeu.

- Sério?

- Dãar, se eu estou dizendo.

- Mesmo assim... – Olhei nervosa para a janela.

- Lori, é sério; estou te procurando desde cinco e meia.

- DA MATINA? – Perguntei, esperando que aquilo não chegasse a ser tão bizarro quanto aparentava.

- É. Queria me desculpar pelo que aconteceu... Sobre a Charm...

Enrubesci.

- Eu só queria te mostrar o quanto ela era única. – Falei firme e fria.

- É; eu sei. Mas você não tem nenhuma amiga que possa ficar com o filhotinho não?

Novamente, olhei para dentro da janela, pensando na Mari.

- Vou tentar. Mas e se eu não conseguir? – Perguntei.

- Bem... Aí vai ser o fim do mundo. Minha mãe vai enfartar se eu levar ela para casa.

- Vou ver o que posso fazer. Mais fique sabendo que eu tenho 15% de chance da Mari aceitar.

- Vai dá-la para a Mari?

- Não sei. Ela está aí com você? – Perguntei, com o olhar fixado no seu.

- Sim. – Mostrou a gatinha pretinha de olhos verdes. Agachei-me e fiz sinal para aproximar-se. A gata miou baixinho e venho em minha direção, preguiçosamente. A tomei nos braços e suspirei.

- Josh, eu sei que a sua intenção foi boa; mais a Charm foi insubstituível.

Ele me mandou um olhar triste.

POV Alex

- AAAAAAAH – Silena berrou. Massageei a orelha -, isso quer dizer que vocês estão juntos novamente?

- Sim, Silena. Não precisa berrar; ninguém aqui é surdo. – Annabeth disse.

- AIMEUDEUS, ANNABETH E PERCY ESTÃO JUNTOS! – Berrou de novo.

- Annabeth? – Anna e Penny chamaram.

- Eu.

- Tem problema se a gente matar a Silena? – Perguntaram juntas novamente.

- Pode fazer o que quiser. – Annie deu de ombros.

- NÃO! – Marina gritou. Nossa. Esse povo ainda me deixa surda. – Vocês vão matar a minha gêmea?

As duas se abraçaram, com carinhas de quem não entende nada.