The Pelennor Fields

Os inimigos se estenderam como um mar negro diante dos portões de Minas Tirith, mas estavam ociosos, com ose buscassem ocasião para atacar, então um estridente grito agudo os deu ordem para que marchassem. Era o maior e o mais pavoroso dos Nazgul Voadores. Seu grito os encheu de pavor e medo, mas os soldados fizeram o que puderam param manter sua posição. Enormes pedras foram atiradas contra a Torre Branca, que cedia e caia sobre seus moradores. Aragorn, Legolas e Gimli partiram para fora do portão com Eomer, Théoden e os exércitos de Rohan e Gondor, para abaterem por terra seus inimigos.

Denethor, o regente se recolheu para dentro de sua fortaleza e ordenou que fizessem uma pira funerária para Faramir, seu filho, supostamente morto em batalha. Pippin, o hobbit que lhe servia de escudeiro, correu apressado pelos corredores, em desespero para encontrar Gandalf, que ajudava a defender os muros contra a ameaça do Rei Bruxo.

— Gandalf!!! — Berrou.

— Peregrin Tûk! O que faz aqui? — Ele puxou o hobbit para seu próprio cavalo.

— Denethor está louco. Ele vai queimar Faramir vivo.

— O quê?!

— Precisamos detê-lo, agora!

O mago então ordenou que se segurasse. Scadufax acelerou e entrou pelas portas do palácio, encontrando uma enorme pira funerária sobre a qual repousava o moribundo Faramir e seu pai, de pé ao lado dele, banhando-se em óleo.

— Denethor! — Ele caiu para trás com a voz do mago, mas pegou uma tocha de algum canto e acendeu a pira.

— Não incomode meu descanso, Gandalf! Eu e meu filho encontraremos Boromir e...

Gandalf o empurrou e ele caiu sobre o fogo, enquanto Pippin arrastava Faramir, com as roupas chamuscadas para longe das chamas. Denethor, entretanto, não teve a mesma sorte, uma vez que seu corpo estava banhado com combustível e o fogo o consumiu em poucos segundos.

A grande escuridão foi causada por uma enorme nuvem de fumaça que emanava de Mordor e cobria o sol. Os vassalos mais temidos de Sauron, os Nazgûl voaram pelo campo de batalha, causando hesitação e desmoralização entre os defensores.

No campo de batalha, grandes orcs e olifantes esmagavam qualquer um que se pudesse em seu caminho. Eowyn e Meriadoc passaram por baixo de um deles com um pouco de sorte, mas logo o enorme cavaleiro Nazgul pousou sua montaria alada e lançou-lhes para longe. Sua fúria estava voltada para Théoden, rei de Rohan, que agora, ferido e desmontado, já não podia mais pelejar contra ele. Eowyn correu até o tio e com sua espada longa, decepou a cabeça da criatura na qual o Rei Bruxo vinha montado. A criatura saltou para cima dela, brandindo uma espada morgul. Eowyn defendeu-se de seus golpes com maestria, enquanto seu tio estava caído ao seu lado.

— Está perdendo seu tempo. Todos estão. — Rosnou a voz pavorosa do Rei Bruxo. — Nenhum homem pode me derrotar.

Eowyn retirou o capacete.

— Eu não sou um homem.

Então apunhalou-lhe no vazio entre o elmo e o restante do corpo sombrio.

Sua espada queimou e ela a soltou, vendo a criatura estremecer e tornar-se em pó diante de seus olhos. Eowyn caiu de joelhos, sentindo suas forças desaparecerem e viu outro Olifante fir na direção ond estavam. Gimli apareceu também, matando alguns orcs e se perguntando onde diabos haveria se enfiado Legolas. Apenas torceria para que não estivesse morto em uma vala por alí. Mas com ose fosse uma resposta àquelas perguntas, o Olifante caiu, a apenas um metro de distância deles e o elfo desceu escorrendo por sua tromba.

— Ahn... Isso ainda conta como um só. — Bufou Gimli.

— Eles são muitos. — Reclamou Aragorn, aparecendo logo em seguida. — Não sei se podemos segurá-los.

A batalha começou a se concentrar em Gondor e seus aliados. Embora os Rohirrim tenham infligido pesadas perdas a seus inimigos, as forças de Sauron permaneceram em maior número e, após a queda do Rei Bruxo, o tenente Gothmog de Minas Morgul assumiu o comando do exército e solicitou reservas de Osgiliath. Os Rohirrim estavam na parte sudeste de Pelennor, com o inimigo entre eles e o Rio Anduin, e os reforços de Gothmog ameaçam capturar o coração de Pelennor, e eles sitiaram os Rohirrim para impedir a fusão das forças Gondorianas.

Os soldados de Gondor e Rohan resistiram até o final da tarde e sua luta perdurou até que nenhum inimigo restasse de pé. Todas as forças inimigas foram derrotadas. Éomer, sobrinho de Théoden e marechal da terra dos cavaleiros, encontrou o corpo do tio ao lado do de sua irmã em meio ao campo de batalha. O rei estava morto e ele pranteou a morte de um e de outro, mas quando abraçou o corpo de Éowyn, ela soltou um suspiro pesado e tossiu. Éomer sorriu com esperança e pediu que a levassem até os curadores.

— Nós vencemos. — Legolas disse com alegria.

— Sim... Mas isso está longe de terminar. — Aragorn deixou os olhos vaguearem por todo o local. Haviam corpos por onde quer que olhasse. Amigos e inimigos, para sua alegria, mais inimigos que amigos. — Vamos sair daqui. Amanhã partiremos para Mordor.

Há algumas milhas dalí, no vau de Imladris, uma outra batalha ocorria. Dareon, Elrohir e os Dúnedain rechaçam os orcs para fora do vau, impedindo que qualquer um deles escapasse. Matando-os sem misericórdia.

— Não os deixem sair! — Ordenou Elrohir. — Eles irão revelar nossa posição.

Não que fosse problema para qualquer um alí matar Orcs. E havia o suficiente para todos eles. Quando o dia começou a se findar, ouviu-se a trombeta dos Galadhrim, e Celeborn desceu por entre a mata de pinheiros, perseguindo os orcs desde a entrada do vale. Elrond, Haldir e Galadriel vinham com eles, retornando vitoriosos do expurgo dos orcs. Agora, a floresta dourada estava sob a guarda de Fangorn.

— Eu saio por poucos segundos e isso aqui já vira uma bagunça?! — Disse Elrond, salvando Elrohir de levar uma flechada, então arremessou sua espada contra o orc que atirava flechas do outro lado do vale. — Onde estão seus irmãos?

— Calion entregou nossa posição.— Disse, sem baixar a guarda. — Ele levou Arwen através do Bruinen, Elladan os seguiu.

— Não sei se ele vai conseguir passar. — A voz de Bilbo chamou a atenção deles. O hobbit voltava com um sorriso travesso e a espada cheia de sangue de orcs. — O rio está bem agitado essa época do ano.

Elrond estreitou o olhar, sem entender exatamente a que Bilbo se referia.

— O que isso quer dizer?

— Ah, nada. Eu só informei para alguns camaradas a direção em que eles deviam ir. Haldir e os outros irão lhe fazer uma surpresa.

Ficaram esperando por algumas horas, logo Elrond viu Elladan retornar com sua filha. Atrás deles, vinham Haldir, de Lórien e um pequeno grupo de elfos, que escoltavam Calion, amarrado em uma das cordas élficas.

— Obrigado pela dica, Bilbo Bolseiro. — Agradeceu Haldir, então olhou para o senhor Elrond. — Ahn... Com sua permissão, senhor, posso cortar a cabeça dessa criatura vil?

— O que?! Nem vem! Eu é que vou cortar a cabeça dele. — Elladan pulou do cavalo e já pegou a espada, mas Elrond o deteve.

— É uma ideia tentadora. — Riu Elrond, embora seu semblante fosse sério. — Mas ninguém vai cortar a cabeça de ninguém, não aqui. Por mais merecedor que seja. — Olhou furioso para Calion, que sentiu o sangue gelar. — Prendam-no. Ele deverá navegar conosco quando for a hora. Talvez a terra abençoada cure o mal que há em seu coração.

Eles não estavam certos disso, mas obedeceram. Trancaram Calion em uma torre sem janelas e deixaram-no sob constante vigilância. Elladan estava impaciente, achava injusto que após todo mal causado, Calion, filho de Caranthir tivesse a oportunidade de ir para Valinor, e embora aquilo o afastasse de vez de sua irmã, não aplacou a raiva em seu coração.

— Nenhuma diferença fará se matá-lo. — Explicou seu pai. — De um modo ou outro, ele irá para Valinor, pois este é o destino dos Eldar.

Elladan bufou contrariado e saiu. Passou o corredor e bateu suavemente à porta do quarto de sua irmã. Não houve resposta, então simplesmente empurrou a porta e entrou.

— Arwen?

Ela pôs parte do rosto pela abertura da porta do banheiro. Estava com uma expressão estranha.

— Não entre.

— Você está bem?

— Não. Quero dizer... Sim. — Elladan franziu o rosto e se aproximou, mas ela fechou a porta. — Não venha aqui.

— Arwen, abra a porta. — Pediu, mas ela ficou em silêncio do outro lado. — Se você não abrir, eu vou derrubar. — A maçaneta se moveu e ela abriu espaço para que seu irmão mais velho passasse. E só então ele notou que suas mãos estavam cobertas de sangue. — Você está sangrando?

— Eu não consigo fazer isso parar. — Disse com uma voz chorosa.

Elladan estava em choque, dividido entre tentar descobrir se poderia ou não estancar o sangramento e entre gritar euforicamente por seu pai.

— Calion feriu você? — Ele notou manchas de sangue ao longo de todo o vestido de sua irmã.

— Não... Não exatamente. — Arwen suspirou. — Eu acho... Acho que estou grávida.

— Anh... — Ele definitivamente deveria gritar por seu pai, mas ficou quieto, aproximou-se com cautela. — Grávida? Quer dizer... Que tem um bebê na sua barriga?

— Eu não sei. — Sussurrou para ele, fazendo sinal para que falasse baixo. — E não sei se bebês fazem as pessoas sangrarem.

O olhar de Elladan tornou-se ainda mais surpreso, mas então um pensamento estranho lhe ocorreu.

— Se você não sabe... Então existe a possibilidade. Espere. Estel engravidou você? Como ele pôde?!

— Elladan, será que você pode falar mais alto? Acho que ainda não te ouviram lá em Mordor.

Ela mordeu o lábio em uma expressão de dor e aquilo o preocupou. Elladan a segurou pelos dois braços e fez com que entrasse na banheira. Talvez um pouco de água quente aliviasse a dor.

— Vou chamar um dos curadores. Ele vai saber o que fazer.

— Não. — Arwen segurou sua mão para que não fosse. — Eles vão contar para o Adar. Ele vai ficar furioso.

— Eu não entendo muito sobre bebês, Arwen, mas acompanhei cada passo da mãe quando estava grávida de você. Sangramentos não são normais. — Ele ponderou. Também não ajudaria muito se tivessem de ouvir os longos sermões de Elrond por horas. — Certo, então vou chamar a avó. Não saia da banheira.

Ela concordou e suspirou ao vê-lo deixar o quarto. Não demorou muito para que voltasse com Galadriel quase enchendo-o de tapas e resmungando algo sobre eles serem os seres mais irracionais e irresponsáveis da terra média. Surpreendente, a senhora dos Galadhrim não ficou surpresa quando soube e viera o mais rápido que pôde para ver a neta, que ainda lutava contra uma dor absurda em seu corpo. Os olhos de Galadriel a fitaram com preocupação.

— Ah, não...

— "Ah, não?" — Arwen a olhou de volta. — O que isso quer dizer?

— Nada. — Galadriel agachou-se ao lado dela e pousou a mão em seu abdômen. — Não encha sua mente agora.

— O que ela tem? — Galadriel o olhou e Arwen teve a impressão de que estava falando com ele, embora não abrisse os lábios.

Elladan ficou no quarto esperando, tal como sua avó lhe havia dito. Estava ansioso, pois não sabia o que estava havendo, e também por medo que Elrohir desse por sua ausência e inventasse de procurá-lo. Independente do que sua irmã mais nova tivesse, uma coisa lhe estava clara: A gravidez era um segredo que Arwen guardara por quase três meses, e ele não pretendia trair sua confiança agora. Até porque, de fato seu pai ficaria furioso.

— Ela dormiu. — Galadriel finalmente retornou, parecendo cansada. — Pode colocá-la na cama?

Ele concordou e foi buscar sua irmã. Após alguns instantes, Arwen estava dormindo sobre sua própria cama, e sua expressão era distante demais do desespero que ele vira em seus olhos mais cedo.

— Me disse que ela ia perder a criança. — Elladan pareceu sentir um luto quase palpável por aquilo. — Mas ela não vai, não é?

— Não... Está tudo bem, agora. Provavelmente foi a agitação. Eu precisei usar a prece de cura de nosso povo. Mas ele está bem e saudável. Às vezes, fortes emoções podem causar esse tipo de coisa.

Ele sentou-se na cama, ao lado de sua irmã e pôs-se a acariciar os cabelos dela, tal como fazia quando era criança.

— Você acha que foi o que aconteceu?

Galadriel negou com a cabeça.

— Vocês demoraram para encontrá-la. — Elladan franziu o cenho. — Não é sua culpa, só... Eu suspeito que foi outra coisa. Por hora, temos que deixar isso em segredo.

Ele assentiu e sentiu um nó se formar em sua garganta.

— Eu queria que nada disso tivesse acontecido. — Galadriel viu algumas lágrimas escorrerem pelo rosto do neto, então o abraçou fortemente.

— Está tudo bem. Sua irmã vai ficar bem, Elladan.

Uma batida na porta os interrompeu. Galadriel se levantou no escuro e a abriu antes que o som acordasse Arwen, então Elrohir os olhou do lado de fora com uma expressão suspeita.

— Elladan está aí? — Sua avó assentiu e logo o gêmeo mais velho também saiu para o lado de fora. — Tenho que falar com você. Estel conseguiu defender Minas Tirith. — Ele sorriu alegremente. — Eles venceram!

— Ah, isso... É ótimo. — Elladan franziu o rosto para ele.

— Não é só isso. Ele está indo para o portão negro de Mordor. — Sorriu mais uma vez. — E nós vamos com ele.