P.O.V - Jade

Edgar: - Prontas pra hoje à noite, bando de putas? Não quero ver nenhuma desculpa do tipo: "Ai, estou menstruada!" "Meu filho está doente" ou "Meu marido vai chegar cedo do trabalho hoje", eu sei que vocês são mães solteiras ou casadas desesperadas pra pôr comida na mesa de casa, e também sei que outras estão aqui só porque tem instinto e alma de puta! Mas hoje a coisa é séria! Vai ser uma despedida de solteiro de um policial! Aqueles machos sarados e gostosos, ui! Queria eu ser mulher. - Falou Ed, o dono da boate em que trabalho.

Sim, sou Garota de Programa, as circunstâncias da minha vida me deixaram sem saída.

Megan: - Tipo eu, não é, Ed? Estou aqui porque quero. Amo 'dar' toda noite, é um prazer. - Falou minha colega de trabalho, metida. Ela estava ali porque era a ovelha negra da família. Estava ali por birra. Sua família era muito rica, donos de uma companhia aérea, a AirLife. Mas diferente dela, a maioria estavam aqui porque assim como eu, não tiveram escolha. Aqui tinham mães, solteiras, mulheres casadas e etc...

Já eu, fui abandonada num Orfanato de Freiras pelos meus pais quando eu tinha apenas dois meses de vida. Morei lá durante minha infância e adolescência. Mas infelizmente quando completei 17 anos, o grande Orfanato da Congregação Santa de Rita de Cássia foi a falência. Muitas crianças foram transferidas para outro Orfanato em Santa Mônica, outras foram adotadas. Mas como faltavam apenas dois meses para eu completar meus 18 anos, me mandaram embora. Foi muita irresponsabilidade das pessoas que trabalhavam lá.

Morei dois longos meses na rua, até que um dia, o Edgar me encontrou, disse que eu era bonita e que tinha uma proposta de emprego para mim. Logo desconfiei, e me ofendi, lógico! Afinal, tinha sido criada pelas Freiras, e durante muito tempo, pensei em ser Freira também. Depois de pôr Ed para correr por ter me feito uma proposta indecente, acabei ficando com seu cartão....Ah, pensei muito, e duas semanas depois, não aguentei passar tanta fome e necessidades, e foi aí que decidi aceitar sua proposta.

Quando estava caminhando para a boate, quase sofri um estupro num beco escuro, e adivinhem quêm me socorreu? Sim, o Edgar deu uma de macho e deu uma bela surra no indivíduo pra correr.

Ele me colocou para dentro da boate Woman Fire. As meninas me acolheram muito bem, depois de uma semana me recuperando do susto, decidi ficar e "trabalhar" lá. Peço perdão a Deus todos dias, mas infelizmente eu não tive escolha.

Toda noite, depois que a boate fecha, tomo banho com sal grosso e rezo um terço. Posso até ser prostituta, mas fui criada num convento, e se não fosse a falência, eu com certeza teria virado Freira também. É uma coisa íntima minha com Deus, um modo de pedir perdão. Mas assim que eu conseguir dinheiro o suficiente, irei fazer faculdade.

Edgar: - Claro, sabemos que és puta de alma e coração. Vamos, meninas, daqui a uma hora os boys chegam e vocês ainda não estão prontas? Mas que coisa! - Deu chilique, como sempre.

Jade: - Calma, Ed, falta pouco. - O tranquilize-o, apertando o espartilho de Lexy, minha melhor amiga ali dentro. Terminei de amarrar. - Prontinho!

Lexy: - Arf, mal consigo respirar. - Minha amiga arfou reclamando.

Edgar: -É porque você está GORDAAAA!!!! Ah, vou passar mal. - Disse pondo a mão no peito se apoiando na parede.

Luiza: - Eu vou pegar água! - Correu para a cozinha. Ele realmente estava passando mal de nervoso. De novo!

Mari: - Calma, Ed! Ai gente, ajuda! - Disse nervosa o abanando. Corri para seu lado. Todas tínhamos muito carinho pelo, Ed. Ele ajudou cada uma de nós de uma forma diferente.

Jade: - O que o Dr. Justin disse sobre a pressão dele? - Ed sofria de pressão alta, e quando ele ficava nervoso, acabava passando mal.

Lexy: - Ah, o médico dele não é mais o Justin, a Megan deu em cima dele na frente da esposa dele! - Falou me irritando.

Jade: - Porra, Megan! Você tem que ser puta o tempo todo? Até na frente da família do cara? - Falei lhe chamando atenção

Megan: - Fazer o quê, se ele me chamou de gostosa? - Disse não dando a mínima, o que me irritou mais ainda.

Jade: Ele disse que o CAFÉ que a mulher dele levou pra ele que estava gostoso! - Falei o óbvio.

Megan: - Dá no mesmo! - Falou passando mais do seu batom vermelho vibrante.

Jade: - SUA BISCATE! - Gritei!

Megan: - Você Também é! - Tentei ir pra cima dela mas o Ed, que já tinha se recuperado, me impediu.

Edgar: - NÃO QUERO SABER DE BRIGA AQUI HOJE! AI AI AI! - Ralhou. - Agora todas se acalmem que eu já estou bem! Não quero nenhuma de vocês com olho roxo ou o nariz sangrando. Só vai me dar prejuízo! - Ele falava assim, mas sabíamos que ele nos tinha como filhas, até a Megan. - Passa mais batom, Jade!

[...]

P.O.V - Beck

Steven: - Cara, você realmente vai perder a despedida de solteiro do Max? Eu já fui nessa boate, só tem gostosas lá! - Falou tentando me convencer a ir na despedida do meu amigo.

Beck: - Tenho muito trabalho pra fazer aqui, sabe aquele caso da Allyssa? Tô batendo cabeça nele, sei que estou quase conseguindo achar o assassino dela, o que você acha? - Falei olhando para ele.

Steven: - Acho que você precisa relaxar. Você não precisa ser delegado o tempo todo. Vem com a gente, você não vai se arrepender. Tem muita mulher bonita lá, vamos? - Falou tentando me convencer, mas eu tinha muito trabalho a fazer...

Beck: - São gostosas? - Perguntei interessado. Acho que uma noite de Sexta sem trabalho não ia fazer mal a ninguém.

Steven: - Muito! Sabem o que fazem. Te garanto! - Eu... Ah, quer saber? Foda-se.

Beck: - Tudo bem, eu vou! - Me rendi. Ele tinha razão, precisava relaxar e se elas forem realmente gostosas, vai valer a pena.

Me levantei, e fomos a caminho da tal Boate.