Anna On


Eu estava lá,no chão,chorando e implorando para a Branca acordar...até que a ambulância chega.


–O que houve aqui,senhorita? – me pergunta,o paramédico.


–A minha amiga sofreu um acidente... – e então,eu explico como foi.


–Ok.Deixe-me ver como é que ela está. – diz ele,a examinando. – Sem pulsação.Temos que levá-la com urgência ao hospital mais próximo.


–Por favor,me diga que ela vai ficar bem. – imploro,apertando a manga do uniforme do paramédico.


–Sinto muito,senhorita,mas eu não posso te garantir isso.A única coisa que eu posso te garantir,é que vamos nos esforçar muito,para reanimá-la e não perder a vida dela. – diz ele,se virando e chamando os seu colegas de trabalho,para colocarem a Branca na maca e levarem para o hospital.


Depois dessa,eu fiquei em choque...mais nervosa ainda,então,eu abracei forte o corpo da Branca e comecei à chorar,até que os paramédicos me afastaram dela,a colocando na maca e a colocando na ambulância.Então,pergunto ao mesmo paramédico que pediu as informações da Branca,pra mim:


–Eu posso ir junto?


–Sinto muito,mas não pode.


–Mas,por que?Eu sou a melhor amiga dela. – digo.


–Porque a situação dela é grave,aliás,já não é nem grave mais,é pior,já que ela nem tem pulsação mais...por isso,vamos ter que fazer um esforço imenso para trazê-la de volta,e você pode nos atrapalhar.Você não quer isso,quer?


–Não,lógico que não! – respondo,sem pensar duas vezes.


Assim que acabo de falar,os meus amigos chegam.


–Meu Deus!Pelo amor Dele,me diga que aquela moto estraçalhada e aquele capacete não são da Branca. – diz Demi,nervosa e assustada.


–Bom,se me dão licença,temos que ir. – diz o paramédico,entrando na ambulância e indo embora.


Eu não respondi à Demi,apenas coloquei a mão na boca e comecei à chorar compulsivamente,assustando os meus amigos.


–Meu Deus,Anna,diz pra gente:O que aconteceu? – pergunta Phillip,se aproximando de mim.


Então,eu não esperei nem mais um segundo,e corri para abraçá-lo.Phillip,mesmo sem entender nada,me abraçou forte e isso era quase tudo o que eu precisava agora.


–Me diz que não é o que eu estou pensando... – diz Ster.


Eu apenas assenti,então eles entenderam tudo.


–Como isso aconteceu? – pergunta Demi,chorando e sendo amparada pelo Ster.


–Me desculpe gente,mas eu não estou em condições de explicar isso agora,a única coisa que eu quero agora é ir para o hospital em que ela foi levada. – digo,ainda abraçada ao Phillip.


–Mas ela saiu daqui como?Consciente? – pergunta David.


–Não...muito pelo contrário...ela já estava desacordada e sem pulsação. – respondo,com dor no coração.


Todos ficam chocados,depois dessa.Demi abraçou Ster,que a abraçou de volta.Sel e Tay estavam abraçadas uma com a outra,David estava com as duas mãos na cabeça,andando de um lado para o outro,não querendo acreditar.E eu estava do mesmo jeito:Abraçada ao Phillip.Então,eu saio do abraço dele e vou em direção ao meu carro.


–Vai aonde? – pergunta Sel.


–Não te interessa! – respondo,ríspida,afinal,ainda estava com raiva dela,pelo o que ela me disse,no estacionamento do colégio,momentos antes de eu sair.


–Wow...foi apenas uma pergunta. – diz ela.


–Que eu não estou afim de responder...não pra você. – digo.


–Tudo bem,eu entendo que você esteja chateada com o que eu disse alguns minutos atrás,mas agora,a questão não é eu e você...agora,a questão é a saúde da Branca,então,vamos deixar isso de lado...só agora. – diz Sel.


Pensei no que ela disse...mas não pensei muito,até porque,eu sou teimosa!


–Sabe,é engraçado você estar tão preocupada com a Branca agora,sendo que minutos atrás,você não estava nem aí pra ela! – digo,alto...já tinha perdido a paciência.


–Olha aqui,vocês duas podem parando com isso.A questão agora é a Branca,então,vamos focar nisso e esquecer os problemas externos,ouviram bem? – diz a Demi.


Eu e Selena não dissemos nada.


–E então,Anna...não vai nos dizer onde você vai? – pergunta Demi.


–É meio óbvio,né?Eu vou ao hospital,pra onde a Branca foi levada,pra saber notícias dela. – respondo,abrindo a porta do carro.


–Hey,hey,nem pensar!Você não está em condições de dirigir.Eu vou com você. – diz Phillip,vindo até mim,me impedindo de sentar no banco do motorista e ele mesmo se sentando no banco do motorista e abrindo a porta do passageiro,pra eu entrar.


–Então,vamos!Anna,meu irmão e David,vão no carro da Anna.Selena e Tay,vão no carro da Tay.E eu e Demi,vamos no carro da Demi...Ah,e eu dirijo! – diz Ster,a última parte,olhando pra Demi.


–Affs... – digo.


–O que foi? – pergunta Phillip.


–Você e seu irmão...até nisso se parecem! – digo.


–“Nisso” o que? – pergunta ele.


–Em ser mandão! – respondo.


Ele não respondeu,apenas fez uma cara de desinteressado,esperou o David entrar no carro,e deu a partida.E então,fomos...eu apressando o Phillip,mas sabendo que ele estava indo o mais rápido que era permitido...até que 8 minutos depois,chegamos no hospital.


No Hospital Pachecco De Oliveira...

Fui direto até a recepção,saber onde e como a Branca estava.


–Pois não? – pergunta a recepcionista,assim que chego ao balcão.


–Hu...eu gostaria de saber onde a paciente Josyane Silva está. – digo,ofegante,porque fui correndo até o balcão.


–Deixa eu ver aqui...só um instante. – diz a recepcionista,procurando no computador. – Achei,mas primeiro,me responda uma pergunta:Quem são vocês? – pergunta ela,olhando pra mim e o resto do pessoal,que havia acabado de chegar.


–Érr...bom...eu sou... – pensa,pensa,pensa – Eu sou a irmã dela,e esses são os nossos amigos.


A recepcionista olha desconfiada pra mim...por fim,ela diz:


–Bom,de qualquer jeito,vocês não vão poder vê-la.


Gelei!


–Ué,por que? – pergunta David.


–Porque ela está na UTI. – responde a recepcionista.


UFA!


Enquanto todos ficaram tristes,eu comemorei.


–Ué Anna,por que você está comemorando? – pergunta Ster.


–Vocês não perceberam?Se ela está na UTI,é porque conseguiram reanimá-la. – respondo,toda animada.


Aí,eles finalmente entenderam,e também comemoraram.


Anna Off

Selena On

Tava todo mundo feliz pela Branca estar viva,mas tinha uma coisa que não saía da minha cabeça:A minha desconfiança,ou melhor,a minha quase certeza de que isso tudo foi armado por uma pessoa,mas eu não podia dizer isso pro pessoal,sem ter certeza.Puxo a Tay pra um canto e pergunto:


–Você tá pensando o mesmo que eu?


–Que esse hospital tem cheiro de álcool? – pergunta Tay.


–Não,sua lesada,não é isso,é que...o que?Como assim?Todo hospital tem cheiro de álcool. – digo.


–É,mas esse tem mais. – diz ela.


Affs...tinha que ser loira...


Então eu faço uma cara de “E daí?” pra ela.


–Quer saber?Esquece o cheiro de álcool e foca aqui,tá? – digo.


–Tá,pode falar. – diz ela.


–Definitivamente,você não está pensando o mesmo que eu.O que eu estou pensando é o seguinte:Você não acha que esse “acidente” está um pouco estranho não? – pergunto,fazendo as aspas com os dedos,na palavra “acidente”.


–Está mesmo...afinal,por que um carro iria atravessar o sinal vermelho e iria direto na Branca? – pergunta Tay.


–É isso!Você foi no ponto chave da história! – digo.


–É,porque era melhor o carro ter esperado o sinal ficar verde.Agora,vai tomar uma bela de uma multa. – diz Tay.


Depois dessa,eu fecho os meus olhos,bato a mão na minha testa,e balanço a cabeça negativamente.E eu pensando que ela tinha entendido.


–Não,Tay!Caramba,você é difícil de entender as coisas mesmo,hein?É o seguinte:O carro avançou na Branca de propósito,ou seja,não foi acidente coisa nenhuma. – concluo.


–Tá...e...? – pergunta Tay.


Eu fiz uma cara de “É sério?”.


–Não acredito que eu vou ter que te dizer o que eu acho que foi. – digo,perdendo a paciência.


–Hey,calma...tá,eu sei,foi armação,mas...de quem?


Então,eu vou até o ouvido dela,e digo quem eu acho que foi.


–Nossa,mas isso é uma acusação grave! – diz ela.


–Tá,agora você falou igual à diretora. – digo...de repente,eu tive uma idéia – Já sei como eu vou ter certeza de que foi armação.


–Tá,então me diz:Como? – pergunta Tay.


–Perguntando à uma testemunha. – respondo,sorrindo.


–Tá,mas aonde a gente vai achar uma testemunha? – de repente,ela olha pra mim e entende tudo – Ah,entendi...


–É!Vem comigo. – digo,puxando ela pela mão até a sala de espera,que é onde o pessoal está.


Vou direto até Anna,que estava sentada,com a cabeça baixa e com a Demi ao seu lado,lhe confortando.


–Anna,eu poderia te fazer uma pergunta? – pergunto.


–Já a fez. – responde ela.


Ainda estava com raiva de mim.


–Duas perguntas. – digo.


–Tipo qual?Oh,já sei! “Anna,quando que a Branca vai morrer,pra eu poder comemorar?”.É essa? – pergunta Anna,irônica.


–Para disso,Anna!A Branca é a minha amiga também...eu amo ela também,poxa!Eu jamais desejaria mal pra ela e você sabe disso! – digo,já cansada disso tudo.


–Eu não sei mais de nada!...mas vai lá,faça a pergunta. – diz Anna.


–Quando o carro atropelou a Branca,ele ficou no local até a Branca receber atendimento,ou o carro foi embora,sem prestar socorro,nem nada? – pergunto.


–Assim que o carro atropelou ela,ele foi embora...espera...Como é que você sabe disso? – pergunta Anna.


–“Disso” o que? – pergunto,desententida.


–Do acidente,de como ele foi.Eu não me lembro de ter te contado...FOI VOCÊ!VOCÊ ESTÁ POR TRÁS DISSO,NÃO É? – diz Anna,vindo pra cima de mim,mas é segura pela Demi e o Ster.


–O QUE?NÃO!Você tá louca?Eu jamais faria isso com ela! – digo.


–Então como é que você sabe disso? – pergunta Anna.


–Eu perguntei ao médico,assim que cheguei no hospital. – respondo.


–Eu duvido! – diz Anna.


–Ah,quer saber?Cansei dessa desconfiança...to saindo. – digo,puxando a Tay comigo.


Percebi que todos ficaram me olhando com uma cara de desconfiança.Nem liguei,porque agora eu tinha um objetivo maior em mente,e isso exigia total atenção de mim.Saí do hospital,já sabendo aonde ir.


–Hey,onde nós vamos? – pergunta Tay,assim que saímos do hospital.


–No lugar de sempre,só que agora o assunto vai ser outro. – respondo.


E então fomos até o lugar esperado.


No Lugar Desconhecido...

–Hey,você! – digo,olhando para o indivíduo.


–Ah,pensei que não viria hoje...mas,fala aí,o que vocês querem?...Mesmo já imaginando o que seja. – diz a pessoa.


–Eu te avisei para não mexer com as minhas amigas!O seu problema é comigo! – digo,chegando até a mesa da pessoa.


–Calma Sel. – diz Tay.


–É melhor você ouvir a sua amiguinha aí... – diz a pessoa.


–Cala a boca!Eu sei muito bem que foi você que armou aquele “acidente”. – digo,nervosa.


–Sinceramente?Eu não sei do que você está falando. – diz a pessoa.


–Você sabe muito bem do que eu estou falando.Você atropelou a Branca de propósito! – acuso.


–Você pirou? – pergunta a pessoa.


–Você é quem pirou,fazendo isso com a minha amiga. – digo.


–Eu não fiz isso! – diz a pessoa,nervosa – Eu jamais faria isso com ela.


–Ah,conta outra!Você pode enganar os outros,mas à mim,você não engana! – digo.


A pessoa ficou olhando pra mim e pra Tay,até que diz:


–Quer saber?É melhor as duas saírem da minha sala agora,antes que sobre pra vocês!


Eu fico parada,olhando pra pessoa e por fim,digo:


–Estão desconfiando de mim...meus próprios amigos estão achando que fui eu quem armei isso...estão me acusando de uma coisa que eu não fiz,portanto,isso não vai ficar assim,eu vou provar que eu sou inocente nessa história.


–Você Selena?Inocente?Tem certeza? – pergunta a pessoa,pra me provocar.


–Isso não acabou aqui...toma cuidado. – digo.


–Isso foi uma ameaça?Você tá louca? – pergunta a pessoa.


Eu não digo nada,apenas viro,puxo a Tay comigo e vou embora.


–Foi tenso,hein...tem certeza que foi essa pessoa,Sel? – pergunta Tay.


–Quase certeza,Tay...quase certeza. – digo.


E então,decidimos voltar para o hospital.


Selena Off

Demi On

Eu estava confortando a Anna,até que ela vai beber um pouco d’água para se acalmar.Eu estava sentada,perdida em pensamentos,até que sinto alguém se sentar do meu lado,e quando viro pra ver quem é,dou um sorriso.Era o Ster.


–Eaí,como é que você tá? – pergunta Ster.


–Triste,mas esperançosa. – respondo,dando um sorriso fraco. – E você,como está?


–To igual à você:Triste,mas esperançoso.Acho que quem sentiu mais esse acidente mesmo,foi a Anna e o David.


–David?Oh meu Deus,é mesmo,ele gosta muito da Branca. – digo.


–Fazia tempo que eu não via ele mal desse jeito.Ele se faz de forte,mas eu sei que ele está se esforçando pra não desmoronar. – diz Ster,olhando para o David,que estava sentado,com a cabeça baixa e as duas mãos na cabeça. – Quer dar uma volta aqui por perto,pra se distrair?Eu não gosto de te ver assim.


Pensei no que ele disse.Seria uma boa mesmo dar uma volta,me distrair...qualquer coisa,o pessoal me liga.Olhei para a Anna,que agora,estava abraçada com o Phillip.Então,eu respondi:


–Gostei da idéia...eu aceito o passeio.Vamos?


Ele sorriu e respondeu:


–Vamos.


Então,saímos do hospital,claro,avisando à eles que qualquer novidade,era pra eles me ligarem.Eu e Ster saímos do hospital e ficamos caminhando pelo belo jardim do hospital.


–Ela vai melhorar...logo,logo ela vai estar aqui com a gente,pra fazer aquelas piadas dela. – diz Ster.


Estávamos caminhando lado a lado,pelo jardim.


–Vai sim... – digo,com o olhar distante.


Percebi que de repente,Ster ficou sem jeito.Então,ele perguntou:


–Então,você já superou aquele lance com o Joe?


Eu não gostava de tocar nesse assunto,mas com ele era diferente...eu me sentia à vontade.Então,respondo:


–To no caminho certo pra que isso aconteça. – respondo,sorrindo fraco.


Ele devolve o sorriso,só que mais animado.


–Ah bom...porque se você não estivesse no caminho certo,eu faria questão de te ajudar à entrar nele. – diz ele.


Eu paro a caminhada,olho pra ele e digo:


–Obrigada por tudo.


–Tudo o que?


–Tudo...pelo apoio,pelas palavras de conforto,por estar sempre ao meu lado...você está se tornando um grande amigo pra mim. – digo.


Ele estava sorrindo enquanto eu dizia...até a última parte.Então,pergunto?


–O que foi?Você ficou sério de repente.


–Érr...nada não...deixa pra lá.


–Ah,qual é Ster?Pode confiar em mim.


–É que...é...eu não sei se devo dizer. – diz ele.


–Vamos,vai...pode se abrir comigo. – digo,encorajando-o.


–Você não percebeu ainda,né?


–Não percebi o que? – pergunto,confusa.


Então,ele chega bem perto de mim,segura as minhas mãos,olha nos meus olhos e diz:


–Dems,eu... – ele é interrompido pelo meu celular – Não pode esperar só um minutinho?


Olho o visor do celular,e então respondo:


–Sinto muito,não posso...é a Anna e com certeza é alguma coisa sobre a Branca. – digo e depois atendo.


Falo rápido com a Anna e depois desligo.


–Eaí,o que foi? – pergunta Ster.


–Anna disse que o doutor que está cuidando da Branca,logo,logo vai estar na sala de espera para dar notícias do estado de saúde dela. – respondo.


–Então é melhor voltarmos pra lá.


–Espera,você não ia me dizer uma coisa? – pergunto.


–Deixa pra lá...é melhor irmos...vamos?


–Tá bem...vamos.


E assim saímos do jardim,de volta à sala de espera.


Na sala de espera...

–O doutor já passou aqui? – pergunto.


–Não e eu estou começando à ficar preocupada! – diz Anna.


Eu fui até ela e a abracei.


–Fica assim não...ela vai sair dessa. – digo,ainda abraçada à ela.


Anna apenas assentiu,deixando algumas lágrimas caírem.Depois de um tempo,fomos nos acomodar,esperando o doutor chegar.Dez minutos depois,chega uma doutora na sala de espera,procurando pela “irmã” da Branca,ou seja,a Anna.


–Sou eu! – responde Anna,se levantando imediatamente.


–Bom,o doutor Eduardo pediu desculpas,mas ele não sabe quando vai poder vir falar com vocês.


–Por que? – perguntam todos ao mesmo tempo.


–Porque o quadro clínico da paciente Josyane Silva se complicou,além de ela estar respirando com a ajuda de aparelhos,ela teve também várias hemorragias internas e fraturas,ou seja,ela será submetida à uma cirurgia de emergência. – explica a doutora e então sai.


Anna então,corre em direção ao Phillip e o abraça como se ele fosse a salvação pra tudo isso e chora livremente.Phillip a abraçou forte e disse palavras de força e conforto pra ela.David,dessa vez,não conteve as lágrimas,que rolaram livremente pelo seu rosto.Ster foi confortá-lo.E eu,fiquei paralisada e completamente sem ação.Isso não pode estar acontecendo...isso só pode ser um pesadelo!Eu não posso perder uma amiga assim...se a Branca se for,eu não sei o que vai acontecer,na verdade,eu não quero nem pensar nisso...mas é inevitável.


–ISSO É TUDO CULPA MINHA!!! – grita Anna.


–Hey,não diz isso.Você não tem culpa de nada. – diz Phillip,segurando o rosto dela.


–É lógico que eu tenho!Eu não quis acreditar nela,mesmo ela nunca tendo mentindo pra mim!Por isso ela saiu nervosa daquele jeito. – diz Anna,inconsolável.


–Hey,Anninha,olha pra mim. – digo,chegando perto dela e pegando o rosto dela – Você não foi a única que não acreditou nela não...eu e todos aqui nesta sala,naquela hora,não acreditamos nela,até porque estava difícil,além do mas,o único culpado de tudo é o motorista daquele veículo que atropelou ela.


–Mas ela só saiu de lá daquele jeito,porque eu não quis acreditar nela.Se não fosse por isso,ela estaria aqui,com a gente,bem. – diz Anna,aos prantos.


–Awnn,não,não...você está pensando errado. – digo,a abraçando.


Ela não disse mais nada,apenas me abraçou e continuou chorando.Ficamos assim,até que ela vai se sentar ao lado do Phillip,escorando a cabeça no ombro dele e entrelaçando o braço ao dele.Nesse meio tempo,Selena e Tay haviam chegado.Atualizei elas,sobre o estado de saúde da Branca,e elas ficaram muito tristes.Me sentei num lugar mais isolado do pessoal,até que o Ster se senta do meu lado,mas não diz nada,apenas me dá um abraço,que é tudo o que eu preciso agora.Ficamos assim,abraçados por um bom tempo.


Demi Off

Anna On

Estávamos todos muito apreensivos,querendo saber mais notícias da Branca,e nada.Já eram 23:55hrs,e nada do doutor aparecer.Eu continuava sentada,do mesmo jeito,enquanto o David ficava andando de um lado para o outro,nervoso.Sel e Tay estavam tristes,mas viviam cochichando alguma coisa uma pra outra.E a Demi estava sentada e abraçada ao lado do Ster.


–Hey,linda,estou falando com você. – diz Phillip,me cutucando.


–Ah,oi,o que foi? – pergunto,meio desorientada.


–Quer que eu pegue um copo d’água pra você?Você não parece bem. – diz ele,com uma cara de preocupado.


–Pode ser. – respondo,sem prestar atenção.


Então,ele se levanta e vai buscar um copo d’água pra mim.


–Olá,eu sou o doutor Eduardo.Gostaria de falar com a irmã da paciente... – olha a prancheta - Josyane Silva. – diz,um doutor alto e simpático,assim que entra na sala de espera.


Então,eu desperto de vez,me levanto junto com o pessoal e digo:


–Sou eu!E então,como ela está?


Ele demorou um pouco pra responder.


–Bom,eu gostaria de adiantar que o nosso esforço foi máximo.Bom,fizemos a cirurgia para tentar conter as hemorragias internas que a paciente Josyane Silva sofreu.Conseguimos parar as hemorragias.


Eu e o pessoal ficamos muito felizes depois dessa...as minhas esperanças aumentaram.Nesse momento,Phillip chega com o copo d’água e me entrega,mas apenas o seguro,sem beber.


O doutor continua.


–Mas a paciente teve algumas complicações durante a cirurgia,como insuficiência respiratória,taquicardia...fizemos tudo o que podíamos,mas infelizmente,ela não resistiu...eu sinto muito.


Nesse momento,eu deixo o copo d’água cair no chão.Agora,eu poderia gritar,até acabar com a minha garganta,mas cadê a força pra fazer isso?Eu sinto que não tenho força pra nada mais.Eu sinto como se o meu mundo parasse ali,aliás,como se a minha vida acabasse ali.A única coisa que eu via,era o David chorando descontroladamente e quebrando tudo que estava na sua frente.Demi se abraçou ao Ster,que a abraçou de volta e ela começou à chorar,sendo acompanhada por ele.Selena e Tay se abraçaram e choraram copiosamente.E o Phillip estava na minha frente,chorando,segurando o meu rosto,olhando nos meus olhos e dizendo coisas que eu não conseguia escutar direito.Então,eu me solto do Phillip,e saio correndo pelos corredores do hospital,chorando e gritando “Não!” e procurando pelo quarto em que a Branca estava,até que eu acho,entro e vejo ela deitada na cama,toda enfaixada,com o rosto inchado.Eu escuto o bip contínuo,que indica que não há mais pulsação,que indica que a minha vida se vai com a dela.Então,abraço ela,soluçando de tanto chorar,encosto a minha cabeça no peito dela e imploro:


–Não faz isso comigo,my Best!Pára de brincar comigo,acorda logo!A brincadeira já acabou,chega!Pode acordar,você me pegou nessa,mas agora acorda!Por favor,eu te imploro!Vamos,acorda!Por favor,acorda...


Eu não agüento,e caio de joelhos no chão,chorando compulsivamente,implorando à Deus para trazer a Branca de volta,minha Best,de volta à vida...mas de nada adiantou,porque o bip contínuo não parou...


Continua..........................................................................................................