— Ne, Jellal...

— Sim? — Respondeu ele levantando-se do colo da ruiva. Sem querer ele havia dormido ali.

— Sobre o Natsu e a Lucy... — Começou ela pensativa, com a mão sob o queixo, olhando seriamente para os dois babaquinhas que tentavam finalizar sua aposta de algum jeito, porém a única coisa que faziam era balbuciar e balbuciar coisas que ninguém entendia. Todos da guilda já estavam estranhando aqueles dois, se questionando se o Dragon Slayer e a Maga Celestial estavam conversando em alguma língua estrangeira!

Jellal também observou um pouco Natsu e Lucy, assim como Erza fazia e disse:

— Tem razão, temos que fazer algo... Nos beijarmos na frente deles não vai funcionar... Temos que conversar com eles de verdade.

Eles riram e Erza apenas assentiu um “sim” com a cabeça e se levantou.

— Eu falo com a Lucy e você... — Começou ela.

— Fico com o mais difícil. — Disse com a convicção que sua ação não seria fácil, aliás, ele iria conversar com um babaquinha.

— Sim...

— Natsu.

Gotas desceram da cabeça da Scarlet e do Fernandez.

— Mas está ok... Conseguiremos fazer esses dois se tornarem um casal de verdade! — Expressou convicção com as mãos sob a cintura e um olhar esperançoso (fora a estrelinha que piscou sob o alto da sua testa...).

— Sim! — Assentiu Jellal se levantando.

Fora da guilda...

— Há, há, há...! — Riu Wendy descontroladamente, Romeo fazia cócegas na sua barriga. — P-pare, Romeo! Há, há, há...!

— Não vou parar não! — Disse continuando as cócegas e rindo também.

Wendy conseguiu se livrar das mãos do mau-Romeo.

— Há! Me livre-ei! — Jogou na cara do mago, fazendo uma careta infantil.

— Admito! Mas e agora? O que você vai fazer? Porque á qualquer momento eu posso voltar a....— O garoto foi interrompido pela azuladinha pulando sobre ele e começando a fazer cócegas e mais cócegas. — Ah...! N-não...! Há, há, há...! P-pare, Wendy! Há, há, há....!

— Não vou parar que nada! Agora é a sua vez de sofrer!

— Minha vez de sofrer? Oh, não...! — Disse recuando um pouco.

— Sim, sim e sim! — Disse avançando novamente com suas mãos infantis, porém foi dominada pelo Conbolt, que deu várias cócegas na garota. — Ah, não...! Há, há...! Pare, pare!

Wendy tomou o controle da situação de novo e encheu o garoto de cócegas, porém ele virou o jogo mais uma vez, mandando mais cócegas, entretanto segundos depois ela ficou no controle novamente e fez o mesmo, assim em sintonia repetidas vezes. Os dois trocavam a posição de “dominador das cócegas” a cada momento, as cócegas doíam... Mas era uma dor fraca, divertida.

Alguns minutos á frente, os dois já estavam cansadíssimos, jogados num dos bancos do parque.

Wendy deu um risinho fraco e depois respirou fundo.

— Ai, ai... Isso foi divertido.

— Sim, foi... — Falou Romeo e também soltou um risinho fraco.

Os dois fecharam os olhos por um instante, cansados...

— Obrigada, Romeo.

— Huh? Obrigada por o quê? — Disse abrindo os olhos e olhando para a Dragon Slayer do Céu, que também abriu os olhos e dirigiu seu olhar para ele.

— Por hoje.

Romeo continuou sem entender.

— Você... Não precisa agradecer... Q-quer dizer...

— A gente devia fazer isso sempre. — Comentou ela agora sentando-se direito no banco.

Romeo também se ajeitou no banco.

— Como assim? Cócegas, você diz? — Perguntou rindo.

— É-é... T-também... Eu digo... Sair por aí, brincar... Como hoje. Eu gosto de estar com você, Romeo. Você é divertido. — Sorriu simpática.

— E-eu... Também gosto de estar com você, W-wendy... — Falou ele corado, pegando na mão de Wendy.

Wendy rosou.

— A-ah... Q-que bom que acha isso...

Os dois sorriram tímidos para o chão, desconsertados.

— V-vamos voltar para a guilda ou você prefere dar uma outra volta? — Convidou Romeo.

— N-não... Vamos voltar para a guilda mesmo.

E os dois se levantaram, ainda de mãos dadas, e caminharam em silêncio em direção á Fairy Tail, até que...

— M-me solte! — Exclamou Wendy, sendo agarrada por um encapuzado.

— Onde está o meu Master?!

— Seu... Master?! Eu sei lá quem é o seu Master! — Ela tentava soltar o seu pescoço das mãos do homem, mas não conseguia.

— Solte-a, agora! Não quero te machucar!

O encapuzado bufou.

— Até parece que uma criancinha pode me machucar... Mas então... Vocês são da Fairy Tail, não são?

— Somos, mas...! Isso não é da sua conta! Se você não soltar a Wendy agora... Grr... Você vai acabar se queimando...!

— Ui... Queimando? Bom, tanto faz... Onde está o Akihiko-sama?

— Sasato-san...? — Pronunciaram-se a Marvel e o Conbolt juntos.

— Ah, então vocês estão mesmo com ele...

— Espere, eu reconheço essa capa... Você é um Dark Slayer!

— Dark... Slayer? Um dos... Caras da... Antiga... Dark Brotherhood? — Peguntou Wendy.

— Então vocês nos conhecem... — Disse ele jogando Wendy no chão ao lado de Romeo, que a socorreu no mesmo instante, pois ela havia arranhado o joelho ao cair de tal jeito violento.

Cerca de dez pessoas encapuzadas apareceram ali no mesmo momento. Dark... Slayers. Todos de algum jeito sabiam que a luta contra eles ainda não havia acabado. Porém, enquanto isso...

Na Fairy Tail...

— Então, Lucy... Conte-me sobre seus relacionamentos anteriores. Sem cortes. Todos os seus lances amorosos. — Disse Erza.

— Quêê?! — Perguntou ela.

— Com certeza tem um motivo para você não conseguir falar aquela palavra. Sem dúvidas!

— Ok, espertalhona... — Falou baixinho com uma aura azul de desistência. — M-me deixe pensar um pouco sobre isso...

— Ok, qualquer coisa eu estou aqui! — Avisou e continuou olhando para a cara da loira esperando algo.

— Estou vendo...

Num outro canto da mesma guilda...

— Agora diga “beijar”. — Ordenou Jellal com as mãos cruzadas e um olhar sério para Natsu.

— Não dá.

— “Beijar”. — Repetiu.

— Não dá.

— “Beijar”. — Aproximou-se.

— Já disse que não dá! — Se afastou.

— Beijar.

— B-beei... — Começou.

— “Beiiijaaaaaar”. — Falou lentamente.

— B-beei... — Tentou engolindo em seco. — Não dáá...! — Lastimou.

— Natsu!

— O que é?!

Jellal bufou.

— Você por acaso tem algum tipo de trauma relacionado á “beijos”?

— Tenho.

— Me conte.

— Você b-b-beijando a.. Erza... — Disse ele de cabeça baixa.

— A-ah.. C-cláro... — Disse branco, chocado. — Acho que... De algum jeito... Fomos um pouco errados em nos beijar na frente de crianças como você e a Lucy... — Uma aura triste e azul o rodeava.

— Eu não sou uma criança!

— Então prove!

— C-como?

— Apenas ganhe a aposta.

— Só isso?

— É. “Só”. — Disse ele soltando um sorriso travesso que o mago não compreendeu direito.

— V-vou tentar... Mas não te entendi direito... — respondeu o foguentinho de braços cruzados.