I Came Back To You
Ela é o meu melhor refúgio
P.O.V Da Sam
Freddie me avistou, após encerrar a discussão feia com a Carly, apressou os passos vindo em minha direção. Quando se aproximou, logo percebi seu rosto e olhos avermelhados, ele nem mesmo tentou enxugar o rosto, as lágrimas desciam em abudância. Pulei para fora da moto e deixei meu capacete pendurado no guidão.
— Eu odeio a Carlotta! - Se jogou em meus braços completamente arrasado.
Fui para trás com o impacto do seu corpo sendo lançado, porém, mantive o equilíbrio, o segurando com força.
Freddie chorou feito um garotinho em meus braços, soluçando e tremendo até cansar, apenas fiz carinho em suas costas, consolando-o e esperando ele se acalmar.
Vi quando Carly entrou e bateu a porta da casa.
Ela também estava chorando ali na varanda antes de entrar.
— Belinda não é minha filha biológica... - Contou com a voz fraca e muito rouca.
— Meu Deus... - Segurei seu rosto.
Passei os polegares sobre suas bochechas úmidas e suspirei.
Triste por ele e com ódio da Carly.
Como ela pôde ser capaz? Por quê o machucou daquela maneira?
Eu não conseguia entender... Simplesmente não conseguia.
O que havia acontecido com a Shay que costumávamos conhecer?
Aquela mulher não era nem sombra da minha antiga e ex-melhor amiga.
— A menina é filha do Griffin... Aquele filho da puta. - Tremeu e bufou.
— De qualquer forma... A criança não tem culpa. Ela é um anjinho puro e inocente. Você é o pai dela sim, e sei que vai continuar sendo... - Afaguei seus braços.
A bebê já tinha o sobrenome dele.
— Sim, sou o pai dela. Eu a vi nascer! O Griffin não pode tirá-la de mim... Nem mesmo a Carly! - Disse confiante.
Doía vê-lo daquela forma... Tão devastado.
— Está em condições de dirigir? - Perguntei após uns minutos.
Ainda estávamos parados perto da minha Ducati.
— Sim... - Olhou para a BMW.
— Certeza? - Ele ainda parecia atordoado.
Benson apenas assentiu confirmando.
— Não quer deixar o carro aí e vir comigo? - Sugeri.
— Apenas me leve para longe daqui. - Acabou cedendo.
[...]
P.O.V Do Freddie
Logo compreendi como a Sam se sentia pilotando a moto.
Toda a adrenalina do momento.
Intensa, livre e destemida.
Uma alma selvagem.
Por isso que eu a amava.
Aquela mulher linda e maravilhosa era o oposto de mim.
Abracei sua fina cintura, ela usava jaqueta de couro e jeans Skinny.
Eu podia sentir o perfume agradável de seus cachos que esvoaçavam com o vento.
Não sabia quanto estava a quilometragem da sua Ducati, mas Sam acelerou ainda mais.
O vento zumbia em meus ouvidos, assim como o som do motor potente.
Me sentia flutuando sobre duas rodas.
Sendo levado por um anjo rebelde.
Sam era a minha salvação, me levando para longe.
Ela não disse para onde estávamos indo. Apenas me mandou subir na garupa da Ducati.
Assim o fiz confiando nela.
Sam por fim parou a Ducati, olhei ao redor quando tiramos os capacetes, me deparando com a pista, estávamos quase na saída de Seattle, com o tempo meio nublado e nenhum veículo circulando por ali.
— Por quê viemos parar aqui? - Olhei para a enorme placa verde.
Bastaria atravessar para estarmos fora da cidade.
— Que tal extravasar tudo que está sentindo aí dentro? - Veio para perto de mim e ropousou as mãos sobre o meu peito.
Olhei em seus olhos azuis, estavam escuros e nebulosos.
— Como faço isso? - Eu ainda queria chorar.
Fui traído e enganado.
Carly enfiou uma faca afiada em meu peito ao revelar sobre Belinda.
— Grite, berre, vai fundo e coloque toda esta merda para fora. - Me aconselhou.
Me afastei indo para a beira da pista fitando o além, ao longe eu podia ver as docas do porto mais próximo, as águas escuras da baía.
Avistei um navio ancorado.
O tempo fechado só anunciava as águas turburlentas que o céu desabaria sobre Seattle.
Então, dei o primeiro grito.
Queria xingar a Carly por tudo. Praguejar até não poder mais.
Sam se aproximou e eu gritei novamente.
Continuei gritando e gritando.
De raiva, dor e de pura frustração.
Me fizeram de trouxa.
Meu amigo e minha mulher. Bem debaixo do meu teto.
Comecei a berrar rouco e extravasando tudo que sentia no momento.
Colocando toda aquela merda para fora.
Com a Sam em silêncio ali ao meu lado.
E não foi que funcionou? Até que depois me senti melhor.
Desabei ali sobre a grama, de joelhos e ofegante, a Puckett me envolveu num abraço reconfortante.
— Estou aqui com você, meu amor... Agora vai ficar tudo bem. Seremos você e eu, e o nosso filho. Carly nunca mais vai se intrometer entre nós, eu prometo... - Beijou meu ombro, estava atrás de mim, me apertando, suas mãos massageando o meu peito. - Eu te amo, Freddie. - Beijou meu pescoço.
— Eu também te amo, Sammy. - Seu consolo estava acalmando o meu coração.
Só precisava dela naquele momento, Sam estava sendo a minha calmaria.
Um doce remédio para curar a minha dor.
Eu não desejaria estar em outro lugar, ela já era o meu refúgio.
Tudo que eu precisava.
Sam Puckett era a mulher que eu sempre amaria.
Eu não a deixaria escapar novamente.
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