Dias depois...

P.O.V Da Sam

— Você acha que vai dar certo? - Minha mãe indagou sobre a minha decisão.

— Não sei, mas vamos tentar, é o que nós queremos, mãe. - Freddie e eu iríamos morar juntos.

— Vou me mudar para dar mais privacidade a vocês. - Disse séria.

— Qual é, mãe? Não precisa de nada disso. - Ela não aprovou muito a ideia.

— Filha, se vai viver com o pai do seu filho, não preciso mais ficar morando aqui com você, acho inapropriado. - Estava mesmo decidida.

Suspirei.

— Está bem. - Apenas concordei. — Preciso pegar o Alex agora. - Eu já estava de saída.

Freddie continuava no apartamento alugado. Ele iria se mudar para a minha casa. Era o melhor para nós... Nosso filho amou a ideia da família reunida.

Fui pegar meu filho na escola primária, ele estava chorando quando cheguei. Saltei da moto já retirando o capacete e corri indo de encontro ao meu pequenino.

— O que houve, amor? Conta para a mamãe. - O peguei no colo preocupada.

Ele fungou esfregando os olhinhos castanhos.

— Não quero mais estudar aqui... - Abraçou meu pescoço.

— O que aconteceu, meu anjo? - Afaguei suas costas, meu filho soluçava.

E chorando muito, Alex contou que uma das coleguinhas implicava com ele e pegava todos os seus lanches, deixando ele com fome e completamente intimidado.

Meu filho estava sendo importunado por uma garotinha que era uma verdadeira pestinha.

Entrei com ele indo ter uma conversa com a diretora.

[...]

— Aqui estão as cópias de todas as chaves. - Entreguei ao Benson.

Ele sorriu pegando o molho de chaves.

Antes pertencia à minha mãe.

Ela rapidamente alugou um apartamento e se mudou depressa.

Minha mãe alegou que não tinha nada contra o Freddie, embora a sua atitude de se mudar imediatamente não me convenceu.

Alex fazia a festa brincando com o Caramelo.

— Filho, tome cuidado com o seu bichinho, ele não é um brinquedo. Não corra muito, cuidado para não tropeçar e cair. - O alertei.

Ele sentou no chão ofegante e deixou o cachorrinho no chão.

O filhote urinou e Freddie riu.

— Você vai limpar só porque achou isso engraçado! - Apontei para ele.

— O cachorro não é meu...

— Mas é do nosso filho! - Rebati.

Freddie não me contrariou, ele foi pegar os produtos de limpeza.

— O papai vai mesmo morar com a gente, mãe? - Alex levantou.

— Vai sim, meu amor. Agora vá para o banho, você brincou muito por hoje. - Ele estava sujo.

Meu pequeno me obedeceu. Ele já sabia tomar banho sozinho. Já estava virando um rapazinho.

— Minha mãe quer que a gente vá almoçar com ela neste domingo. - Meu moreno retornou à sala.

— Confirme a nossa presença. - Nosso filho estava doido para conhecer a avó.

Sentei no sofá, Freddie se abaixou para limpar o piso molhado. Caramelo foi para cima dele abanando o rabo.

Comecei a rir.

— Sai, fica longe, você fez xixi, garoto. - Afastou o cãozinho.

— Vem aqui, coisa fofa. - Chamei o bichinho que olhava para o Freddie querendo atenção.

Ele correu e lambeu minha mão, fazendo cócegas.

— Por quê você está sorrindo, bobão? - Reparei em seu belo sorriso.

— É que estou muito feliz. Obrigado por me aceitar aqui, por ter me dado uma chance. - Ficou emocionado.

Deixei o Caramelo no carpete e fui abraçar o meu moreno, e lhe enchi de selinhos.

Eu também estava feliz por ter ele comigo e com o nosso filho.

Finalmente estávamos juntos depois de tantos anos.

[...]

2 dias depois...

P.O.V Do Freddie

Buzinei pela terceira vez, eu ia levar Sam e Alex para um almoço de domingo na casa da minha mãe.

Mamãe havia nos convidado, eu sabia que ela tinha feito algo bem especial para nos receber.

— ALEX, ANDA LOGO, O SEU PAI ESTÁ COM PRESSA! - Sam apareceu carregando uma mochila no ombro.

Nosso filho surgiu correndo com o cachorrinho indo atrás, o pequeno desceu a varanda e logo atravessou o jardim, o cãozinho se atrapalhou com os degraus de madeira.

Minha namorada parou para pegar o filhotinho.

Minha mãe não ia gostar nadinha, ela nunca deixou eu ter um animal de estimação.

E Alex decidiu levar o Caramelo para a casa da avó.

Prendi o meu garoto lá atrás, verificando duas vezes para ver se o cinto de segurança estava bem colocado.

Sam ia levar o Caramelo no colo.

Ela tinha estilo.

— Você está muito linda. - Aproveitei para lhe roubar um selinho.

Já estava sentada no banco de carona.

— Exagerado! - Riu.

Coloquei o cinto de segurança e liguei minha BMW.

Dirigi para a casa da minha mãe.

Minutos depois...

— Samantha! - Mamãe abraçou a loira e me ignorou quando atendeu a porta.

Alex estava grudado em mim, no meu colo.

— Que bom rever a senhora. - Sam sorriu.

Nem parecia a mesma pessoa que costumava chamar minha mãe de bruxa velha quando éramos menores.

— E cadê o meu netinho? - Ela finalmente largou a nora e se virou para mim, procurando o Alex.

Seus olhos encheram de lágrimas assim que viu meu filho em meu colo.

— Por Deus... Igualzinho a você nessa idade. - Ela nos abraçou desabando em pura emoção.

E era verdade, Alex era uma pequena cópia minha.

Mamãe nem mesmo viu quando o Caramelo invadiu a casa.

— Venha com a vovó, meu príncipe. - Tentou pegar o Alex.

Ele estava acanhado e escondeu o rosto na curvatura do meu pescoço.

— Oh, ele é tímido. Que gracinha! - Sorriu ainda chorosa. - O Freddie também era assim, vivia agarrado nas minhas pernas e se escondia das visitas. - Contou.

Sam riu olhando para mim.

Não aparecemos de mãos vazias, a loira foi até o meu carro buscar o bolo que fez.

Minha mãe estava muito feliz por nos receber em casa.

Aquele almoço também era muito importante para mim e para a Sam.

Minha mãe aprovava o nosso relacionamento, e torcia por nossa felicidade, diferente do passado, antes ela jamais me aceitou com a Puckett.

Entramos e só então, minha mãe reparou no pequeno ser peludo rolando pelo carpete da sala de estar.

Coloquei Alex no chão, ele correu para perto do bichinho de estimação.

— Desculpe, dona Marissa, pelo...

— Tudo bem, querida, deixe o meu netinho brincar com o filhote. - Um milagre ela não ter surtado.

Sam e eu nos entreolhamos surpresos.

Ela estava tão contente que nem se importou de ver a bagunça que logo se instalou na sala.

— Não mexa em nada, não vai quebrar as coisas da sua avó. - Sam alertou para o nosso filho.

Era um menino obediente, embora fosse um pouco peralta.

Ele não parava quieto e gostava de fazer o que todas as crianças de sua idade faziam.

Correr, bagunçar e se sujar.

Sentei no sofá, minha mãe e a minha namorada foram para a cozinha, indo guardar o bolo que Sam fez.

Decidi não contar nada sobre eu não ser o pai biológico de Belinda.

Minha mãe amava aquela criança.

Ela só iria ficar com mais raiva da Carly e com toda a razão.

As duas já se estranhavam há anos.

Carly não era mais a mesma vizinha que foi minha amiga por longa data.

A mulher com quem eu casei, só me causou decepções.

— Papai! - Balancei a cabeça afastando os pensamentos quando meu filho chamou.

— Oi, filho. - Olhei para ele.

— Desamarra. Tá doendo. - Apontou para os cadarços dos tênis.

Sam apertou demais e ele gostava de ficar descalço.

Retirei os seus tênis para deixá-lo mais à vontade.

Logo Alex voltou a brincar com o cachorrinho.

Era tão bom estar na casa da minha mãe.

Não demorou para que Sam e minha mãe nos chamassem para almoçarmos.