I Came Back To You

Almoço divertido à três...


1 semana depois...

P.O.V Da Sam

— Mãe, e o meu cachorrinho? Quero ele. Você prometeu. Vamos buscá-lo. - Alex acordou no pique.

Era sábado, por volta das 09h.

— Filho, ele ainda é muito novinho, tenho medo de trazê-lo pra casa, espere mais um pouco. O filhote ainda mama. - Tentei explicar.

— Quero vê-lo. Me leva, mãe. Ou eu vou sozinho. - Quando colocava algo na cabeça, insistia naquilo.

— Mais tarde, não vou incomodar os vizinhos agora. Amor, vá brincar lá no jardim, a mamãe vai se ocupar agora. - Eu tinha coisas para fazer em casa.

— Não quero brincar! Quero ver o meu cachorrinho! - Teimou comigo.

— Alexander! - Lhe lancei apenas um olhar.

Nunca bati no meu filho, nem mesmo o coloquei de castigo.

— Chata! - Logo ficou emburrado, armou a cara fechada, fazendo biquinho.

Eu não queria vê-lo chateado.

— Quer conhecer o seu pai? - Perguntei.

— Hoje? - Me olhou desconfiado.

— Sim, hoje, meu amor. - Percebi que ele não colocou fé em mim.

Ele foi brincar com os carrinhos indo se distrair, tinha uma pista bem legal. Meu menino era louco por carrinhos de corrida.

Não perguntou mais sobre o pai, realmente não acreditou em mim.

Minha mãe tinha ido passar o final de semana em Santa Mônica com umas amigas.

Liguei para o Benson.

— Olá, Samantha! - Atendeu todo cheio de gracinhas, com sotaque latino.

— Quer conhecer o seu filho hoje? - Fui direto ao assunto.

— Claro. Posso levar ele para passear no parque? - Se animou.

— Que tal vir almoçar com a gente? Se puder, é claro. - Convidei.

— Almoçar com vocês? Isso é sério? - Indagou.

— Sim, como amigos podemos colocar a conversa em dia. - Falei.

— Levo alguma coisa? Refrigerante? Ele pode tomar? - Gostou do convite.

Sorri.

— Traga o que quiser, Benson, ele vai gostar. - Respondi.

— Mas e você? - Sua voz ficou mais rouca.

— O que tem eu? - Senti vontade de rir.

Estava me sentindo tão boba.

— Deseja alguma coisa? - Meu Deus.

— Apenas seja pontual, o almoço será servido às 11h:45. Anota meu endereço aí. - Falei.

Passei o endereço, nos despedimos e eu fui cuidar dos preparativos do almoço.

Não contei para o Alex, o almoço com o Benson seria surpresa.

[...]

— Mãe, hoje não é o meu aniversário. - Olhou para o bolo de brigadeiro.

— Eu sei. - Comecei a rir.

— Por quê vai ter fricassê e bolo? - O espertinho reparava em tudo.

Guardei o bolo na geladeira, era um bolo gelado com camadas de chocolate.

— Porque você gosta. Fiz pra você, amor. - Respondi.

O Benson também gostava de fricassê e bolo gelado.

— O que tem no forno? - Alex era muito curioso.

— Costelas, filho. Agora vá tomar banho. Você brincou muito. - Ele estava suado.

— Mamãe, é muita comida. - Me viu pegando a salada para temperar. - A vovó não tá aqui. - Ele também notou a panela de arroz sobre o fogão.

— Amor, o que sobrar guardamos, não se preocupe. - Sorri para ele.

— Tá bom, mamãe. Vou tomar banho. - Ele saiu da cozinha.

Então, eu pude terminar o almoço sossegada.

Após preparar tudo, eu tomei um rápido banho e me arrumei.

Coloquei uma blusa vermelha bonita, uma roupa simples para um almoço de sábado, short jeans de cintura alta, nada muito curto, deixei meus cachos soltos e fiz uma maquiagem leve.

Se fosse um jantar, eu até poderia colocar um vestido e jóias para ficar mais apresentável.

[...]

P.O.V Do Freddie

Além da loja de doces, também passei na loja de brinquedos. Comprei um robô. Ele poderia gostar. Sempre gostei. Sam disse que Alex se parecia comigo, que era inteligente e curioso. Carly sabia, contei que iria passar o dia com o meu filho. Ela não disse nada, mas pela cara que fez, não gostou nadinha. Além do robô, comprei alguns carrinhos de corrida, Sam havia dito que ele curtia e até colecionava.

Comprei refrigerante também, queria poder levar algo para a Puckett. Em forma de agradecimento pelo convite, ela foi legal e gentil me convidando para almoçar na casa dela.

Eu finalmente conheceria o nosso filho.

Parei numa loja de chocolate caro, comprei bombons para a Puckett. Só naquela loja havia os melhores bombons de Seattle, não me importei com o preço.

Sam merecia.

Os bombons especiais valiam cada centavo.

Dirigi ansioso para a casa da Puckett.

Chegando ali, me deparei com uma linda casa.

Sam era mesmo bem-sucedida.

Desci da BMW carregando três sacolas, travei meu carro e fui nervoso até à varanda, estava tão perto de ver o meu filho e rever a Puckett.

Segurando as alças das sacolas só com a mão direita, apertei a campainha com a mão livre.

Aguardei com o coração quase saindo pela boca.

Sam atendeu a porta, mesmo estando simples, continuava linda.

Não pude deixar de olhar para o seu busto avantajado naquele pequeno decote.

— Meu Deus! Você comprou tudo isso? - Olhou para as três sacolas.

Uma delas era grande, bem chamativa.

Ali estava o robô de 50cm e a caixa cheia de carrinhos.

Os doces do Alex estavam na sacola vermelha junto com os bombons da Sam.

E o refrigerante na outra.

— Sim. - Acabei rindo sem jeito.

— Entre, fique à vontade. - Abriu espaço.

— Obrigado. Com licença. - Adentrei sua casa.

A sala de estar era bonita e colorida. Ambiente divertido.

— FILHO, VEM AQUI NA SALA! - Gritou de repente.

Nem tive tempo de reagir, o garotinho da foto que vi, apareceu correndo.

Ele parou ao lado do sofá vermelho e me olhou.

— Oi, garoto. Vim te conhecer. - Acenei com a mão livre.

Alex olhou para a mãe e depois olhou para mim.

Nem saiu do lugar, estava todo desconfiado.

— É o seu pai, se aproxime, filho. - Ela incentivou.

Sorri muito feliz, logo me emocionei.

— Eu trouxe presentes. - Me abaixei.

Alex se aproximou acanhado, ele foi para perto dela.

— Convidei seu pai para almoçar conosco. Diga Oi, meu amor. - Fez carinho no cabelo dele.

Era castanho e liso igual o meu.

— Você é mesmo o meu pai? - Garoto esperto.

Sam riu e eu sorri para ele.

— Sou sim. - Queria chorar, puxá-lo para um abraço.

— Você também é canhoto? - Me encarou curioso.

Não aguentei e comecei a chorar.

— Mãe, ele tá triste. Dá bolo para ele. - Puxou a blusa da Sam.

Era só um menino de 6 anos. Uma criança doce, pura e linda.

Um ser tão inocente.

Meu filho.

— Não estou triste, só é choro de emoção, garoto. Estou feliz por conhecê-lo. - Expliquei.

Vi Sam se abaixar, ela sussurrou algo em seu ouvido.

Alex assentiu e correu para os meus braços.

Ele me abraçou. Retribuí o abraço.

— Eu sempre quis te conhecer, papai. - Eu guardaria aquelas palavras para sempre em meu coração.

[...]

P.O.V Da Sam

— TV só duas horas por dia. Ele não tem celular, nem vídeo-game ou qualquer porcaria eletrônica que vicia. - Contei ao Freddie.

— Nem mesmo um vídeo-game portátil à base de pilhas? - Ficou surpreso.

Neguei balançando a cabeça.

— Jogos educativos apenas. Agora ele não vai largar esse robô. - Alex estava completamente encantado com o brinquedo chique.

— Ele solta raios? Fala? - Se aproximou mostrando para o Benson.

— Ele anda, faz barulhos e simula combates. Vou te ensinar a...

— Que legal! Ele pisca, mamãe! Olha, os olhos dele tem luz verde! - Correu para me mostrar.

— Que bacana, filho. Seu pai ia dizer que vai te ensinar a controlar ele. - Freddie segurava o controle e o manual.

— Tá bom. E o que tem na outra caixa? - Foi para perto da sacola curioso.

— São carrinhos de corrida, sua mãe disse que você gosta. - Tirou a caixa da sacola.

Alex colocou o robô em pé no chão e foi ajudá-lo a abrir a caixa.

— São muitos carrinhos! Todos são para mim? - Ficou bem alegre.

Sorri vendo o meu filho todo animado.

— Parece que você comprou a coleção completa pra ele. - Observei.

— Ainda não... Mas comprei algo para você também. - Freddie tirou uma caixinha da sacola menor.

— Chocolate. - Eram bombons. - Obrigada. - Recebi os doces.

— A mamãe tem uma loja onde vende muito chocolate, tem uma prateleira enorme cheia de...

— Filho! - Chamei sua atenção.

— Ah, é mesmo. Você tem lojas de doces, acabei esquecendo desse detalhe, e ...

— Ela gosta muito, vai comer tudinho, diz pra ele que gostou, mamãe. Seja educada! - Meu menino era uma figura.

— Alexander! - Fiquei envergonhada.

Freddie começou a rir.

— São bombons caros. - Notei a marca.

Uma caixinha custava em torno de 80 dólares.

Eu não vendia doces caros nas minhas lojas. Eram preços mais acessíveis.

— Gostei muito dos brinquedos. A mamãe gostou dos bombons. Mas a gente não tem nada para te dar. Já sei! Você leva bolo para a sua família! - Meu garotinho disse inocentemente.

— Filho, não se preocupe com isso. - Benson passou a mão na cabecinha dele.

— Quando a gente vai comer, mamãe? Estou com fome! Você deve estar com muita fome também... Ela fez muita comida... - Cochichou a última parte para o Freddie.

— Guarde os brinquedos e vá lavar as mãos. - Mandei.

Ele foi obedecer.

— Me ajuda a postar a mesa? - Olhei para o Freddie que não tirava o sorriso do rosto.

— Claro. - Concordou.

Estava todo bobo.

[...]

— Coloca mais comida para ele, mãe. - Alex pediu reparando na quantidade.

— Ele não come muito, amor. - Expliquei.

— Aceito mais um pedaço de costela. - Freddie estendeu o prato.

Coloquei mais molho para ele também.

— Por quê fica olhando muito para ela? Acha a minha mãe bonita? - Perguntou de repente.

— Alexander! - O repreendi.

Senti meu rosto esquentar.

— Sim. Sua mãe é linda! - Ai, meu Deus.

— Parem vocês dois. - Balancei o garfo sentando.

O Benson riu.

Alex estava sentado ao meu lado.

— Agora seja um bom menino e coma caladinho. - Quase implorei.

— Ele fala muito. Puxou a quem, hein? - O cretino prendeu o riso.

— Você também não sabe segurar a língua, né? - Alfinetei.

— Depois quer ver os meus álbuns de fotos? - Nosso filho perguntou.

— Quero ver tudo, garoto. - Respondeu animado.

Desviei o olhar do Benson.

— Vou te mostrar o meu quarto. Quer ver o quarto da minha mãe também? - Socorro.

— Filho, coma. Deixa eu cortar para você. - Senti minha nuca pinicar.

Cortei a carne para ele.

— Relaxa, Sam! - Ele devia estar adorando.

Almoçamos.

Meu filho soltava cada pérolas.

— Me ajuda aqui, nessa caixa tem meus álbuns de fotos. - Alex apareceu na sala carregando uma caixa preta.

Levantei num pulo. Era a caixa errada.

— Filho, não é essa caixa. Dá para a mamãe colocar no lugar. - Pedi.

— É essa sim, estava no guarda-roupa, até subi na cadeira para pegar. - Meu Deus.

Comecei a suar gelado.

Antes que eu pudesse tomar a bendita caixa dele, tudo foi parar no chão, no meio da sala, ele derrubou a caixa...

"Chão, me engula, por favor."

— São brinquedos, mãe? - Se abaixou para juntar.

— NÃO TOCA EM NADA! - Gritei alarmada.

Eu nem conseguia olhar para o Benson.

Estava mortificada.

Ali dentro tinha produtos eróticos.

Mas o Freddie fez questão de pegar um vibrador com formato de batom.

Vi o Alex pegando o frasco de gel comestível.

Olhou para o morango na embalagem.

— Posso comer, mãe? - Misericórdia.

— Larga isso. Não toca em mais nada. E você me devolve isto também! - Puxei o vibrador.

A gargalhada do Benson ecoou pela sala.

Juntei tudo depressa e joguei na caixa.

— Quem quer bolo gelado? - Levantei.

Sorri como se não tivesse morrendo de vergonha.

— Eu quero! - Alex levantou a mão.

— Vamos logo comer esse bolo. - Freddie apressou.

Ele estava segurando a língua porque o Alex estava perto.

Fui guardar os meus brinquedinhos.

Depois servi a sobremesa, nos acomodamos na sala para ver um pouco de TV.

Tirando os momentos constrangedores, tivemos um dia divertido.

Eles se deram tão bem.

E aquilo me deixava feliz.