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Yellow Tulips.


O clima na sala de espera do hospital universitário da Virgínia era de consternação. Luke estava desesperado, Hotch ainda não podia acreditar no que estava acontecendo e Derek olhava para qualquer mancha disponível.

JJ, no entanto, não parava de pensar em Penelope e como ela deve ter se sentido durante todo o momento presa com Alexei. Ela estava machucada, com um corte profundo na testa, os pulsos em carne viva...

— Já fazem quase quatro horas. – Luke gritou. – Por que ninguém vem nos dizer algo?

— Luke, se acalme por favor. – Emily fez o agente se afastar da porta de saída dos médicos. – Eles estão fazendo o seu melhor.

— Eu preciso dela, Emily. – Luke suspirou. – Eu preciso saber se...

— Eu sei. – Emily abraçou o amigo. – Eu também.

Mais duas horas se passaram. O clima estava ficando insuportável para Luke que saiu correndo para fora. Ele precisava saber como ela estava e ele precisava respirar.

Ele caiu de joelhos na entrada do hospital, lembranças de como Penelope estava presa, machucada em um barranco com um homem morto ao seu lado o invadiram.

Derek foi ao encontro do agente. Ele sabia o que Luke estava passando. Quando sua esposa fora baleada, tudo o que ele queria era bater em alguma coisa. Ele até gritou com Penelope e mesmo assim, ela o perdoou.

— Todos os dias desde que eu comecei a trabalhar com Penelope, eu prometi a mim mesmo proteger ela. – Luke falou, sabendo da presença de Derek. – E agora, eu me sinto completamente uma bosta. Como isso pode ser possível?

— Eu sempre me perguntei isso desde que eu comecei a trabalhar com ela. – Derek olhou pela janela, uma chuva caindo. – Quando ela levou o tiro, eu me senti um incompetente. Quero dizer, eu percebi que havia algo estranho e ao invés de falar com ela, eu disse algumas coisas erradas.

— Como ela ficou depois? – Luke finalmente se levantou do chão. – Ela se recuperou?

— Não se supera isso fácil, Luke. – Derek ainda olhava pela janela. – Não foi fácil. Sei que ela tinha alguns pesadelos, mas ela nunca me deixou ajudar ela. Ela sempre foi independente.

Emily caminhou até os dois homens, tentando não interromper a conversa.

— O médico quer falar com você, Luke. – Ela engoliu em seco. – Talvez seja bom você estar lá também, Derek.

— Certo. – Derek sabia que seriam más notícias. – Está pronto?

— Como se fica pronto para má notícias? – Luke viu Derek assentindo com a cabeça. – Mas vamos logo.

A caminhada pelo corredor ficou cada vez mais rápida a medida que os três chegaram até onde o resto dos agentes estavam.

O médico se virou e Luke congelou vendo o sangue no avental dele. Ele precisou forçar suas pernas a andarem, porque ele estava completamente em choque.

— Agente Alvez, eu suponho. – O médico evitou apertar a mão dele por estar com as mãos cheias de sangue. – Sou o doutor Stephen. Eu operei Penelope.

— Hã, prazer. – Luke ainda estava em choque total. – Então?

— Deixe-me pular todos os jargões e dizer que ela estava em má forma quando chegou na cirurgia. – Ele até se sentou. – Dito isso, eu quero dizer que por hora, ela está em coma induzido. O corpo dela precisa se recuperar. Nós fizemos enxertos com tilápia nos cortes, porque é algo inovador, vindo diretamente do Brasil. Geralmente são usados em queimados, mas estamos testando para cortes em pessoas que são agredidas ou torturadas.

— A proteína da tilápia é quase parecida com a humana e os curativos tem menos chance de infecção. – Reid esclareceu. – Ela pode regenerar peles queimadas e evitar a dor de ter que trocar os curativos diariamente.

— Exato. – O médico sorriu. – Tem mais uma coisa.

Olhando para o médico Luke precisou se sentar. Era agora. Seu coração era audível nos ouvidos e ele segurou seu cordão de anjo.

— Nós notamos que ela estava grávida. – Ele perdeu o sorriso e ficou sério. – Sinto muito por isso. Pelo que pudemos ver era ainda no começo.

— Meu Deus! – Luke começou a chorar de novo. – Isso não pode estar acontecendo.

Todos respiraram fundo. Hotch fechou os olhos e deixou algumas lágrimas caírem, perdendo o exterior fechado. Derek respirou fundo e bateu na parede oposta a ele. Ele nem conseguiu olhar para Luke.

Luke escorregou pela parede e começou a chorar para valer.

— Ela pode ter filhos? – Emily decidiu perguntar antes de começar a chorar.

— Sim, mas não por parto natural. – Ele viu um aceno positivo de Emily. – A queda danificou muito o corpo dela.

— Podemos ver ela? – Rossi perguntou, enquanto algumas lágrimas caiam dele.

— Ela está sendo arrumada na UTI. – O médico viu todos assentirem. – Vou pedir a uma enfermeira vir buscar vocês e levar até ela. Se me dão licença, eu preciso ir para outro lugar.

— Obrigada. – Tara foi a pessoa que agradeceu. – Eu preciso de um momento.

Ela limpou a trilha de lágrimas do rosto e entrou no banheiro. Fechando a porta atrás dela, ela começou a chorar. Tara já era da equipe há tempos, mas ainda achava estranho chorar na frente de todos.

Penelope se tornou como uma irmã. Ela poderia ter Gabriel, mas Penelope era como a irmã que ela queria sempre ter tido. Ela era perfeita, feliz e livre.

Matt cruz acabara de receber a ligação de David Rossi sobre o estado de saúde de Garcia e ele sentou, apenas olhando a paisagem pela janela. Ele era chefe de equipe há muito tempo e não poderia deixar Alexei impune.

Ele tinha contatos que poderiam encontrar Alexei pelo mundo todo.

Pegando uma foto do arquivo da equipe, ele a digitalizou. Ele abriu o site da Interpol e Clayde Easter ficou mais do que feliz em poder ajudar nas buscas.

— A partir de hoje, o nosso número da lista dos mais procurados pelo FBI é este lixo. – Mateo colocou a foto de Alexei e furou com tudo com o alfinete. – Falem com seus contatos e outras agencias. Falem com as autoridades em ilhas, países. Ele machucou uma funcionária perfeita dessa agencia. Eu quero esse cara em uma mesa de autópsia, de preferência com tiros de bala.

Todos olharam para a foto de Alexei e a fotografaram para mandar para contatos, amigos e qualquer agencia que poderiam se lembrar. Penelope era amiga de todos ali e todos queriam esse cara, de preferência morto.

Alexei entrou em um salão de cabelereiro e pediu um novo corte e cor no cabelo. Ele estava loiro, mas queria uma cor comum demais para não ser reconhecido e que não tocassem em sua barba.

Quando ele estava pronto, ele retirou a arma e atirou no cabelereiro que o atendeu. Ele não queria nenhuma testemunha, mas esqueceu de atirar nas câmeras escondidas. O homem havia colocado por suspeita de roubo e Alexei nem tinha conhecimento delas.

Pegando um avião, ele foi para o Brasil, dar uma relaxada no Rio de Janeiro, em busca de ser esquecido por todos e voltar quando Penelope estivesse bem de novo.