Passava da meia-noite quando a equipe finalmente foi permitida no quarto de Penelope. Ela, no entanto, parecia muito diferente do que da última vez que ela foi vista.

Emily olhou para todos e saiu correndo para o banheiro. Era uma visão difícil demais de ver. Pen, a epítome da beleza agora estava com fios e tudo por todos os lados. Curativos, bandagens e pontos.

Luke parecia ter sido cimentado no lugar porque ele não conseguia se mover.

Era demais para ele aguentar.

Finalmente dando um passo à frente, Luke se permitiu sentar em uma das duas poltronas disponíveis.

— O doutor permitiu deixar duas pessoas com ela, pela circunstância da situação. – A enfermeira entregou crachás. – Foram ordens de um tal Mateo Cruz.

— Isso é perfeito. – Rossi acompanhou a garota até a porta e observou Emily sentada longe do quarto.

Ele fechou a porta e andou até ela. Emily parecia ter chorado muito mais do que ela geralmente fazia. O término com Mendoza a fez vulnerável, até admitir para Hotch o que sentia pelo homem.

— Você está bem, Emily? – Rossi ficou parado. – É assustador, não é?

— Eu nem posso pensar no que ela estava sentindo naqueles momentos. – Emily olhou para o quarto. – Como Luke está aguentando?

— Como era de se esperar. – Dave estendeu uma mão para Emily. – Vamos. Eu sei que Reid já disse a você sobre pacientes em coma e como eles podem sentir tudo.

— O bom doutor vai nos obrigar a falar com ela? – Emily brincou. – Se Pen estiver ouvindo, então eu não me importo. Eu quero ver ela e Luke sendo felizes.

— É assim que se fala. – Rossi deu um sorriso calmo e viu Will com Henry e Michael, trazendo nas mãos um buque de flores. – Flores maravilhosas.

— Eu vim assim que JJ me telefonou. – Will deixou Michael abraçar os dois agentes. – Como Luke está aguentando?

— Do mesmo jeito que você quando JJ foi baleada. – Emily foi direta. – Isso não deveria soar tão rude.

— Tudo bem, Emily. – Will suspirou. – Os meninos não podem entrar na UTI.

— Nós dois estaremos aqui fora com eles. – Emily pegou Michael e deu um beijo em Henry. – Quem de vocês dois quer ir tomar um café?

— Eu! – Os dois meninos disseram, não gritando.

JJ estava sentada um pouco na poltrona, o quarto em um silêncio, apenas ouvindo as máquinas que ajudavam Penelope.

Você teria ouvido até um mosquito zumbindo pelo quarto.

— Eu posso contar algo? – Reid quebrou o silencio. – Essa tem muito tempo. Penelope e eu estamos fazendo uma busca no caso da raposa e ela como sempre levava para o lado do humor. Então quando eu perguntei para ela se era ilegal ela apenas continuou a digitar e disse “sim e você vai ser a vadia de alguém”. Nunca disse a ela sobre como todas as brincadeiras dela me faziam melhor.

— Já que estamos nisso. – Derek foi o próximo. – Eu e ela tínhamos um tipo de relacionamento de trabalho paquerador. Sem ciúmes por favor, Luke. Uma vez estamos em um caso e Erin Strauss estava com a gente. Daí ela atendeu o telefone e disse “fale uma baixaria para mim”. Eu precisei me segurar porque estaria sendo suspenso com Penelope.

— Penelope realmente é única. – Dave abriu a porta com Will ao lado. – JJ, ele veio com seus filhos, mas eles não são permitidos. Então, estão com Emily.

— Obrigada. – JJ abraçou o marido. – E Obrigada por vir, Will. Eu precisava de você.

— Eu sempre estarei com você. – Will deixou o buque com Tara e olhou para Penelope. – Como ela está?

— Em coma induzido. – Luke finalmente disse algo. – Os médicos fizeram tudo o que podiam, mas ela precisa ficar em coma até o cérebro se curar.

— Luke. – Will abraçou o agente, nem se importando com opiniões. – Se tem alguém que pode sobreviver é Penelope.

— Eu talvez precise de ar. – Luke viu Derek e realmente estava precisando de um amigo. – Morgan, se importa em vir comigo? Eu poderia usar um amigo agora.

— Claro. – Derek pegou o casaco e deu um beijo na testa de Penelope. – Descanse, querida.

— Eu estou tão feliz, Derek. – Uma sorridente Penelope entrou na casa de Derek e Savannah. – Finalmente eu disse a Luke tudo o que eu sentia por ele. E acredita que ele sente a mesma coisa?

— Eu fico tão feliz por você, Baby Girl. – Derek a abraçou. – E quais são seus planos?

— Eu tenho um novo emprego no vale do silício, mas Luke e eu vamos começar a ver casas para nós dois morarmos. – Penelope abraçou Hank. – E quem sabe começar uma produção de bebês.

— Você vai ser uma mãe incrível, Baby Girl. – Derek sorriu.

— Tia Emily? – Henry percebeu que a agente estava longe. – A senhora está bem?

— Estou pensando na tia Penelope. – Emily confessou. – E em como tem gente que pode machucar os outros assim.

— Você quer saber o que minha mãe sempre diz? – O menino perguntou a Emily, que assentiu. – Ela diz que algumas pessoas gostam de machucar os outros porque o interior está oco. E pessoas como você, ela e a tia Pen, trazem a segurança no mundo.

Emily sorriu com aquelas palavras. Era isso que ela precisava ouvir. De repente, o alto falante do hospital foi inundado com um código azul vindo do quarto de Penelope. Os três deixaram os sorvetes e correram em direção a UTI.

Todos estavam do lado de fora do quarto, Luke sendo contido por Hotch, Rossi e Derek. JJ chorando nos braços de Will e Lewis, nos de Reid. Hotch estava de olhos vidrados e Matt não conseguia olhar.

— VOCÊS PRECISAM SALVAR ELA!! – Luke gritou com todo o pulmão e foi segurado por Simmons. – Deixe-me ir até ela!

— Não, Luke. – Hotch sinalizou para um médico vir tentar conter Luke. – Você tem que se acalmar.

— EU NÃO VOU ME ACALMAR!!! – Luke sentiu uma pequena picada no braço e depois uma letargia. – O que vocês fizeram?

— Alvez, você precisa relaxar, ok? – Hotch gentilmente com a ajuda de Derek deitou Luke no sofá. – Vai ficar tudo bem. Apenas relaxe.

Todos resolveram tapar os ouvidos e então, alguns momentos depois, a situação foi contornada.

Aparentemente algo não foi descoberto, mas logo foi controlado pelos médicos.

Luke, no entanto, depois da explosão, foi levado para um quarto, com uma IV. Ele claramente estava desidratado e precisava rapidamente descansar. JJ e Emily foram com ele. O restante do grupo ficou com Penelope.

Quando Luke foi levado, Hotch e Derek se entreolharam. Aquela explosão era como se esperaria alguém agir nesse tipo de situação. Eles só esperavam que Luke ficasse bem, igual a Pen.