Era o quinto mês de Penelope no novo emprego. Ela tentou se ajustar, mas depois de passar mais da metade de sua vida no FBI, com a família BAU, ela não se sentia mais feliz. Suas roupas não eram mais coloridas, seu cabelo era preso em um coque e ela estava constantemente irritada.

Ela queria uma vida diferente, mas percebeu egoisticamente que não conseguiria fazer esse trabalho.

As lembranças de seu jantar com Luke a rodeavam. Eles se beijaram antes que ele a deixasse na sua casa. Ele mandava mensagens para ela.

Ela teve duas semanas para se mudar, mas passou a metade da primeira com Luke. Eles decidiram dar uma chance um para o outro.

— Ei, você está bem? – Hannah, sua nova colega lhe perguntou. – Percebi que seus olhos estão vermelhos. Quer conversar?

— Eu não sei. – Penelope sentiu-se desamparada. – Eu só acho que eu não sirva para esse trabalho. Não tanto quanto eu pensava.

— É a sua equipe BAU, certo? – Hannah nem estava surpresa. – Eu percebi quanto você olha para a foto deles na sua mesa. – Penelope, nós a recrutamos porque você é tipo uma das melhores agentes que existe nesse ramo. Mas saiba que você deveria seguir seu coração.

Se levantando, Hannah tocou o joelho de Penelope e a deixou trabalhar. Ela sabia que Penelope pensava cada vez em sua antiga. E por isso ela fez uma ligação. Talvez Penelope pudesse trabalhar para o FBI e para eles.

Quântico, Virginia.

— Olhar a sala dela não vai trazer ela de volta, JJ. – Reid falou, esperando não soar rude. – Todos sentimos falta dela.

— Eu só queria que ela não tivesse sido chamada. – JJ suspirou. – Eu pareço tão egoísta agora.

— Não, Jeniffer. – Rossi chegou por trás dela e de Reid. – Todos queremos ela de volta.

Luke estava sentado na sala de descanso. Seu sorriso não era alegre. Ele estava frustrado e cansado. A saudade de Penelope doía tanto nele. Talvez mais do que nos outros.

Pela primeira vez na vida, ele conseguiu superar seus medos e a chamou para sair. Ela parecia surpresa por aquele pedido, mas ele estava surpreso por ela aceitar.

— Talvez isso ajude. – Emily colocou uma caneca de café na frente dele. – O que está acontecendo entre você e Penelope afinal?

— Estamos juntos. – Ele foi sincero. – Eu preferia não ter começado essa relação e ter ela trabalhando comigo. Conosco.

— Só para você saber, Alvez. – Emily se levantou. – Eu não teria impedido. E nem o Bureau.

Emily deixou Luke lá quando Tara e Matt se aproximaram dele. Batendo suavemente na sala de Rossi, Emily entrou quando foi chamada.

— Eu preciso de um conselho, Dave. – Emily se sentou. – Recebi uma ligação de Hannah, a nova chefe de Penelope. Ela me disse que Penelope não está bem.

— Ela está doente? – Rossi estava assustado.

— Não, Dave. – Emily respirou fundo. – Hannah a viu com os olhos vermelhos. Ela acha que Penelope tem chorado muito desde que chegou lá. Ela perdeu o brilho dela, as roupas são escuras e a maquiagem mal cobre as olheiras dela.

— Deveríamos intervir? – Rossi pegou um pedaço de papel. – Você sabe que ela e Luke são namorados.

— Eu estou bem com isso, ok? – Emily deu de ombros. – Sinceramente, eu torcia para acontecer. Mas se deixarmos Penelope lá, ela vai acabar morrendo.

Rossi desistiu do papel e começou a discar um número, mas Emily desligou.

— Eu já resolvi isso, Dave. – Emily olhou para o agente mais velho. – Tenho uma reunião com Hannah no vale do silício. Quer me acompanhar?

Dave se levantou e pegou sua mala de viagem. A verdade era que como todos, eles sentia muita falta de Penelope. Ele a considerava como uma filha querida.

O novo analista que deram para a equipe era uma piada. Ele poderia até ser bom em encontrar as coisas, mas demorava o quadruplo de tempo de Penelope. E Emily estava irritada com isso.

Olhando para Luke, Rossi prometeu a si mesmo que traria Penelope de volta. Se Emily tinha o aval do diretor do FBI, então, ele faria pressão. Talvez uma troca de favores.

Embarcando no jato, o silencio caiu entre os dois. Rossi ainda estava preocupado com sua esposa por ela ter sido raptada por Lynch. O novo jato parecia incrivelmente bom, mas ele não sabia o que faltava.

Talvez fossem as lembranças.

Penelope ajeitou os óculos e tentou sorrir durante a reunião de hoje, mas descobriu que não podia mais. Se levantando no final da reunião, ela foi comer algo. O medo de encontrar Shane a fazia ter medo de andar.

Pedindo uma salada simples, Pen se sentou no fundo do restaurante com seu tablet quando sentiu uma mão em seu ombro.

— Finalmente te encontrei. – Shane se sentou à frente dela. – Ouvi dizer que você veio trabalhar aqui. O que aconteceu com a rainha da BAU, que tinha medo da mudança? Não me diga que desistiu do que amava por causa da saída de Derek.

— Você simplesmente não consegue esquecer essa sua obsessão pelo Derek, não é? – Penelope terminou a salada e se levantou. – Adeus, Shane.

Ele a viu sair e imaginou se o jeito de ele a tratar havia algo a ver com Luke Alvez. Ele nunca parou de seguir Penelope.

Emily e Rossi chegaram a organização que Penelope trabalhava. Eles quase engasgaram com a falta de cor daquele lugar. A mesa de Penelope estava quase nua de coisas.

— Agente Prentiss e agente Rossi, certo? – Hannah disse. – Desculpe, geralmente aperto mãos, mas hoje estou com essa caixa de copos de vidro, então...

— Sem problemas. – Rossi sorriu. – Viemos por Penelope.

— Graças a Deus. – Ela colocou a caixa na mesa. – Me acompanhem, sim?

Os dois assentiram e a acompanharam até um escritório. Eles ficaram espantados com a falta de alegria do lugar.

— Bem, como eu disse a agente Prentiss ao telefone, Penelope não tem sido a mesma desde que chegou aqui. – Hannah suspirou. – Eu a pego chorando enquanto olha para a foto da equipe, os olhos dela estão sempre vermelhos, ela não se veste com roupas alegres...

— Nós sabíamos que seria difícil, mas parece pior. – Rossi suspirou. – Eu realmente acho que deveríamos trazer ela de volta.

— Eu concordo. – Hannah puxou uma ficha da gaveta. – O diretor disse que ela vai poder trabalhar para a gente e vocês. Gostaria de saber como isso vai acontecer.

— Bem, eu tenho certeza que o que for melhor para Penelope. Ela é uma pessoa que a equipe realmente sente falta. – Emily explicou. – Especialmente o agente Alvez.

— Eu sei que eles estão juntos. – Hannah assinou a carta. – Por favor, deixe-me saber se ela está feliz de volta.

Emily e Dave se levantaram e apertaram a mão de Hannah. Houve um momento de silêncio antes de ouvirem um grito vindo da estação de trabalho. Aparentemente, um dos computadores havia explodido e Penelope não estava lá.

— Helena, está tudo bem? – Hannah foi até a colega. – O que houve?

— O computador explodiu sozinho. – Helena respondeu. – Eu estava fazendo o relatório do último caso quando a tela ficou preta, houve um símbolo de caveira, daqueles de pirata e ele desligou e começou a pegar fogo.

— Você viu Penelope? – Hannah olhou os códigos relacionados a pesquisa. – Não é o jeito de Penelope, mas está no banco de dados de hackers.

— É do ex namorado psicopata dela. – Helena começou a digitar furiosamente no teclado. – Filho da puta. Ele a segue há anos.

Emily e Dave se olharam e ele soube do que as duas falavam.

Hannah viu o olhar de vaca sagrada nos olhos de Rossi e resolveu ligar para Penelope.

— Penelope, sou eu. – Hannah se afastou um pouco. – Eu preciso realmente falar com você. Por favor, é urgente.

Penelope estava sentada na praça central quando percebeu que estava sendo seguida por alguém.

Ela decidiu entrar em uma das lojas com grandes espelhos para poder olhar sem ser pega. Shane entrou em seguida e Penelope saiu correndo no segundo que ele subiu para o segundo andar.

Entrando rapidamente na sede de seu projeto, Penelope encontrou Dave e Emily por lá. Rossi, para sua própria surpresa se aproximou e a abraçou. Emily a pegou no segundo em que Dave soltou Penelope.

— Estamos aqui para levar você de volta, Penelope. – Rossi falou e enganchou seu braço no de Penelope. – Sua amiga concordou em deixar você voltar.

— Eu Preciso mesmo sair desse lugar. - Pen então olhou para Hannah. – Nada pessoal, mas Shane está me perseguindo por aqui.

— Ele invadiu o computador de Helena. – Hannah suspirou. – Estamos sem um computador.

— Eu vou repor para você. – Rossi disse. – Por deixar Penelope voltar para a gente, eu acho que você merece, senhorita Hannah.

— Obrigado. – Hannah sorriu ao ver Penelope ir junto com seus antigos chefes. – Chame Shane aqui.

Hannah parecia ser uma pessoa doce, mas ela não era exatamente quem dizia ser.

JJ encheu outro bule de café. Emily e Rossi haviam saído para fazer uma entrevista em algum lugar e ela estava ficando preocupada com Luke.

O amigo estava completamente chateado mesmo sabendo que sua namorada estava bem no novo emprego.

— Ei, Alvez. – JJ tentou animar o amigo. – Você vai ficar bem?

— Não sem Penelope. – Luke confessou. – Eu tenho uma má sensação.

Ela apenas assentiu e eles caíram em um silencio cansado.

Emily e Rossi observavam Penelope dormir no jato a caminho de Washington. Eles não sabiam que estava tão ruim, mas parecia que ela não dormia.

Luke estava em sua mesa, com o coração quebrado de saudades. Ele ouviu cliques de salto conhecidos e olhando para o corredor percebeu que era de Penelope. Sua Penelope.

Emily e Dave estavam com as caixas cheias de porcelanas, figurinhas de ação e a coleção de chá dela.

— Meu amor. – Luke a abraçou. – Você voltou?

— Eu espero que sim. – Penelope se sentiu fraca. – Luke, eu não me sinto bem.

— Sente aqui. – Luke a colocou na cadeira. – Você parece quente, querida.

— Pen, o que está sentindo? – Reid chegou perto dela. – Você deveria ir ao hospital.

— É um ataque de pânico. – Rossi se aproximou dela e pos as mãos em suas bochechas. – Garcia, respire.

Ela fez o que Dave lhe pedira e sentiu as mãos de Luke em suas costas.

— Eu sinto muito. – Foi a primeira coisa que Penelope disse logo depois que tudo terminou. – Eu estou um pouco nervosa, ok?

— Eu acho que eles deveriam saber. – Luke viu Penelope apenas assentir. – Penelope tem um Stalker.

Todos olharam para Penelope e Luke como se aquilo fosse a pior notícia. Mas era muito pior.

Emily se sentou. Por algum motivo ela imaginou que a reação de Penelope ao caso do Stalker há algum tempo era por isso. Ela sabia que Penelope e Luke provavelmente estavam trabalhando juntos, mas agora era uma questão de grupo.

Levando Penelope para a sua sala, Emily a fez se deitar um pouco enquanto ela ia pessoalmente em busca de apoio do diretor.

Ela só não sabia que as coisas iriam ficar ruim antes de melhorarem.