Ária acordou sentindo o corpo todo doer. Ela abriu os olhos letamente e viu Escama olhado para ela. Lentamente ela levantou a cabeça e viu que ela estava no bote com os dragões.

– O que aconteceu? – perguntou olhando em volta. – Onde está minha mãe?

Escama não respondeu. Ária se sentou e viu os restos do barco. Ela ficou em pé e olhou em volta. Ela viu que tinha dois cestos com peixes. Olhando em volta, ela viu alguns cestos flutuando.

– Escama você pode usar pegar aquelas cestas? – a dragoa esticou a cauda e pegou um depois de enrolar a cauda nele e o levou para dentro do bote. Ária abriu e viu que era o seu. Suas coisas estavam todas ali. Escama pegou mais três cestos antes da maré afastas os outros. Ela viu que um tinha alguns grãos e frutas, no outro peixe e o último era da sua mãe. Tinha algumas roupas e algumas armas. – Bom, pelo menos temos comida.

Escama deitou no colo dela. Ária olhou para longe.

– Será que minha família está bem?

O dia se passou lentamente. Ária e os dragões passaram o dia sem nada para fazer. Ária comeu, bebeu água da chuva e fez o máximo para guarda o pouco que ela conseguiu pegar. E os dias se passaram assim. Eles ficaram a deriva sem fazer nada. No segundo dia Ária passou a escrever.

Os dias em alto mar passam lentamente. Escama não me parece bem, acho que ficar tanto tempo longe da terra não está fazendo bem a ela. Ou quem sabe, a mordida era mais grave do que parecia. Li mais de mil vezes o livro, vi que não tinha nada falando sobre os pontos fracos dos transformasas e não encontrei nada. Eu examinei a ferida novamente e pela forma vi que era uma mordida de um Grito da Morte. Perguntou-me o que será desse filhotes se sua mãe morrer? O que será de mim? Estamos a dias no mar e não me parece que possamos ou que vamos chegar algum lugar.

Ária parou de escrever e olhou para o por do sol. Ela sorriu. Essa é sua parte favorita do dia. Ver o sol se escondendo atrás daquela imensidão. Atrás de toda aquela água.

O sol está se pondo. Sempre gostei dessa parte do dia. No mar é tão diferente e tão mais bonito. Não sei o que o dia de amanhã vai me trazer, mas espero que seja uma coisa boa, uma noticia boa.

Ária pegou alguns peixes e deu aos dragões. Depois pegou alguma coisa para comer. Ela dormiu pouco tempo depois.

No outro dia, Ária acordou com Escama batendo no rosto dela, quando olhou para o dragoa viu que ela não estava olhando para ela. Ária olhou em volta e viu uma ilha se aproximando. Ela pegou o remo e começou a remar. Ela viu que provavelmente era uma ilha inabitável, mas estava tão desesperada que não pensou nisso, apenas remo. Depois de duas horas remando, o bote finalmente chegou. Ária pulou o bote e puxou para fora d’água. Escama pulou para fora e se esticou. Depois olhou para ela, Ária olhou em volta e começou a chorar.

– O que vou fazer agora? – perguntou olhando para os dragões que estavam em volta dela. – Escama me ajuda a tirar o bote daqui, depois vamos passar o resto da noite e quando amanhecer vamos ver o que vamos fazer.

Ela pegou a corda e começou a puxar. Escama a ajudou a levar o bote para baixo de uma árvore. Ela entrou. Escama grunhiu e os filhotes subiram e se deitaram com ela. Escama deitou ao lado do bote.

Ária acordou com os raios de sol em seu rosto. Depois de comer e dá os últimos peixes do primeiro cesto para os dragões ela começou a andar. Escama e os filhotes a seguiram. Conforme ela foi andando pela ilha sua teoria de que fosse inabitável se mostrou certa e errada. Na ilha não tinha humanos como ela desconfiava, mas estava infestada de dragões. Todas as espécies. Todos os que tinham no livro e muito outros que nunca ouviu falar. Como nos últimos dias ela passou lendo o livro sabia que aqueles dragões eram desconhecidos para os vikings. Com a ajuda de Escama de Fogo ela conseguiu fazer um abrigo. Ela passou uma semana arrumando as coisas que mais precisava. Água, comida e um abrigo. Com a ajuda dos dragões ela conseguiu fazer tudo.

Ária olhava para as ondas quebrarem na praia. Ela sabia que sua família estava preocupada com ela, mas o que podia fazer? A sua ilha já não era mais a sua casa. Ali era.

...

Longe dali um bote chegava ao porto de Berk. Alguns pescadores que estavam ali ajudaram Sibia e as outras chegaram ao porto e esperavam de certo modo encontrar Ária ali. Stoico que estava esperando a chegada delas foi recebê-las, mas assim que chegaram perto delas percebeu que alguma coisa estava errada. Ele viu que todas olhavam em volta. E quando ele prestou atenção o grupo viu que estava faltando alguém.

– O que aconteceu? – perguntou se aproximando delas.

– Uma tempestade nos pegou. – Sibia respondeu olhando em volta. – Ária chegou aqui?

– Não. – respondeu. – Por que não vamos lá para cima e você me fala o que aconteceu? Phlegma vai levar as outras para desancarem.

Sibia apenas acenou com a cabeça. Eles subiram em silêncio. Stoico a levou para o grande salão. Sibia sentou e se deixou desmoronar.

– Pode me contar o que aconteceu? – o chefe perguntou.

– Como você sabe os Loucos Por Sangue ameaçaram atacar. Apate achou que seria melhor saímos de lá. Tudo correu bem até quatro dias atrás. – ela secou as lágrimas. – Eu acordei com o barulho da tempestade. Olhei em volta e vi que Ária não estava na cama. Quando subi para brigar com ela, vi que ela estava grudada no leme tentando virar e desviar o barco que ia em direção as pedras. Era a noite da Sanguessuga ficar no leme, mas ela estava cansada e não me chamou. Quando a gente bateu, eu as mandei pegarem os suprimentos e irem para os botes. Ária estava tentando pegar o cesto dela quando um raio acertou uma vela e depois o mastro caiu. Essa foi à última vez que eu a vi.

– Vamos manda equipes de buscas, talvez ela tenha conseguido se agarrar a algum pedaço do barco, quem sabe até tenha pegado o segundo bote.

– Obrigada Stoico.

– Vamos achá-la. – Stoico disse colocando a mão no ombro dela. – Sei que ela é uma garota esperta e vamos encontrá-la.

Dias se passaram, assim como semanas. Todos os dias equipes de busca saiam e voltavam sem noticias. Sem esperança e sem saber o que tinha acontecido com Ária. Quando deu um mês que Ária estava desaparecida, ela foi dada como morta. A família de Ária ficou em Berk por um tempo. Eles não estavam prontos para irem embora. Volta para casa sem a filha, sem saber de ela estava mesmo morta, ou apenas perdida esperando que eles fossem buscá-la, era demais para eles.

Stoico não sabia por que, mas ele não acreditava que ela estava mortal. Alguma coisa dentro de si falava isso. Stoico só não sabia o que.