Existe uma tese sustentada pelos cientistas ou astrônomos chamada de “Buraco de minhoca”; São caminhos entre as dimensões que teoricamente possibilitam a viagem interestelares, mas infelizmente, para um ser humano comum é impossível provar essa tese, pois as tecnologias atuais não permitem que alcancem tal feito, por outro lado, para certos seres acima da humanidade isso de fato é, possível.

Percy, Jason e Nico estavam experimentando como é viajar em um “buraco de minhoca” – e se for julgar pelo sorriso desesperado de Percy, olhos arregalados de Nico e a seriedade extrema de Jason, eles não estavam se divertindo nem um pouco.

– Que merda! – Percy conseguiu dizer essas bravas palavras, enquanto os ventos interestelares e luzes de diversas cores batiam em seu rosto.

– Haaa!!!! – Gritou Nico numa atitude de extrema coragem.

E Jason, como todo bom filho de Zeus, ficou calado guardando pra si, seu medo.

Viajar em um buraco de minhoca era como se estivesse se movimentando acima da velocidade da luz, irreal, estranho, mortal e rápido. As luzes de diversas estrelas deixavam o “túnel” onde os três meio-sangues seguiam, colorido como o arco íris, tal fato fez Percy xingar mentalmente a deusa Iris.

A barulheira dos ventos era ensurdecedora, parecia vozes dos campos de lamentação do mundo de Hades, risadas de pessoas loucas ou gritos de todo canto, era uma mescla bizarra de algo que não podia ser visto ou entendido. Era de fato, uma viagem que nenhum ser humano comum conseguiria fazer e sair em seu melhor estado mental.

Assim como começou a viagem acabou. No meio da Baia do rio Hudson, Percy, Jason e Nico foram expelidos voando vários metros acima da superfície e se não fosse o pensamento rápido de Percy e suas habilidades de filho de Poseidon, eles teriam se esbagaçado na agua.

– Que porcaria foi aquela? – Grunhiu Jackson.

– Sinceramente? Não quero saber. – Disse Jason, estralando suas costas.

– Isso foi pior que que viajar pelas sombras. – Nico era o único que estava de pé, fora da baia do rio e saco graças a Percy que manteve todos imunes a água podre do Hudson. – Uau! É como Zeus disse, a Névoa aqui é muito espessa.

Percy e Jason olharam aos redores e puderam sentir o quanto espessa era a Névoa naquela Nova York de outra dimensão. Os três seguiram em direção a Time Square como se não estivessem surpresos de estarem em uma Nova York de outra realidade ou outra dimensão, como se já estivessem acostumados com o “estranho”, afinal, eram meio sangues, viver de estranheza era parte de vida de um Herói.

– Certo, deixando de lado que estamos em Nova York e não estamos sendo caçados por um monstro, o que iremos fazer agora?

– Estou pensando nisso Jackson. – Jason caminhava pala calçada e percebeu que, mesmo naquela hora, umas 20:00 a julgar pela posição da lua, não tinha muitas pessoas e era Nova York, estava sempre cheia e apesar do tempo estar fechado e os raios rimbombando nos céus, não cai uma única gota de chuva. – Tem algo muito estranho aqui.

Nico foi o primeiro a perceber o que era e de longe pode ver um garanhão branco de asas enormes que chegavam a brilhar naquela noite. Nico viu também, dois jovens montados no cavalo alado e uma criatura mais grotesca que já pode ver, grudada nas pernas de um dos jovens, que supostamente, era uma menina.

– Ali. – Ele apontou. – É o Pagasus?

– Sim é. – Determinou Percy. – E está pedindo ajuda.

– Para onde vão? – Perguntou Jason.

– Na direção que estão voando, vão para o central Park

Os três saíram em disparada na direção em que Pagasus voava.

–-------------------- CENTRAL PARK–---------------------------

Pegasus carregava a pequena Emily e Joel, que desesperados fugiram do prédio em que a garota vivia com o pai policial. Na noite passada, Emily teve uma reviravolta em sua vida, muitos acontecimentos mudaram uma triste e monótona vida; Emily que perdera a mãe há poucos meses teve uma visita estranha de uma bela e jovem mulher ruivo, de olhos com íris estranhamente carmesim, pedindo-a para partir com o garanhão e claro que não acreditou até ver com os próprios olhos, não até ver Pegasus.

– Joel! – Ela gritou para o amigo. – Minha perna. – Queixou-se assim que a criatura de coloração cinza se soltava a caia em direção as ruas de Nova York, sendo deixada para trás.

– Calma Emily, logo chegaremos no central Park. – O menino tinha aparência Italiana, cabelos negros, bronzeado e olhos castanhos. – Aguente mais um pouco. – Na noite passada, passara ao lado de Emily com Pegasus, ele diferentemente de menina, estava ali porque ela decidiu chama-lo, pois conhecia muito sobre os mitos antigos.

– Aqueles monstros, o que são eles?

– Não faço ideia Emily, mas se o Pegasus está fugindo deles devem ser algum ser bem poderoso.

Durante o caminho, eles não conversaram mais. Emily sentia muita dor e Joel estava preocupado, aqueles monstros pareciam farejar o ar e instintivamente ele soube que eles os farejaram e podiam segui-los onde for.

O central Park estava abaixo deles quando ambos se deram conta. Pegasus já estava descendo pois estava machucado e mesmo sendo muito forte, já não tinha mais força para sustentar ambos, assim, entraram em um ponto onde ninguém podia vê-los e logo se espreitou pelas arvores.

– Emily? – Joel chamava pela amiga que tinha apagado. – Você está bem?

– Sim, só sinto muita dor em minha perna, mas fora isso, estou bem. – Ele era forte, brava, mas o machucado era profundo e logo poderia ficar pior.

Os minutos seguintes foram angustiantes, Emily apagou por algumas vezes e pode ver Joel conversando com duas pessoas e logo depois viu um deles cuidando de suas feridas, em outro apagão viu Pegasus cheirando seus cabelos louros e outra hora, viu o mesmo garanhão todo negro.

– O que...o que houve? – Ela ainda estava exausta, mas aparentava uma melhora após um médico do exército ter cuidado de seu ferimento.

– Tivemos algumas visitas bem estranha. – Joel contou sobre o encontro do jovem médico do exército e sua mulher o estranho e ofuscante brilho do Pegasus. – Você apagou Emily, no começo me desesperei, mas aquele homem estava próximo e nos viu; ele nos ajudou mas temo que você tenha que ir par ao hospital.

– No momento estamos fugindo Joel, não podemos simplesmente ir para o hospital. – Ele já conseguiu ficar de pé, pelo menos na perna boa. – Temos que nos esconder, meu Pai vai nos encontrar e vamos dar um jeito de sair da cidade.

O Cavalo alado se agitou, era como se ele pressentisse alguém, o que de fato, era verdade.

– Quem são vocês? Porque ele estava desse jeito. – Uma mulher alta, loira de expressões fortes e olhos azuis fitavam com fúria Joel e em segundos estava em cima dele com uma lança apontada para seu pescoço.

–Por favor pare! – Emily tentou correr, mas caiu logo em seguida. Pegasus relinchou o que fez a mulher sentiu um extremo medo no olhar e recuar.

– Perdão meu amigo, não podia imaginar que esses são seus salvadores. – A mulher, que outrora poderia ser extremamente bela, exibia grandes cortes no rosto, estava suja e suas roupas estavam rasgadas, mas ainda assim, não perdia sua imponência. – Por favor, meus caros, queiram me desculpar.

– Sim..sim..- Essas duas palavras foram as únicas que ousaram sair da boca de Joel.

– Moça, quem é você? – Joel grunhiu atrás de Emily, seus olhos estavam vidrados como se ele finalmente percebesse quem era a pessoas a frente dos dois e logo, ele se ajoelhou, o que levou Emily estranhar o gesto do amigo.

– Eu sou Diana, minha jovem. – E deusa sorrio com ternura a menina, que ainda exibia um olhar desafiador a deusa. – Posso entender porque Pegasus a protege.

– Pegs, ele me protege? – Corou.

– Há sim, daqui em diante pode ter certeza que ele ira lhe proteger de qualquer..... – As palavras da deusa sumiram, ela levantou sua lança olhando para todos os lados esperando alguém ou alguma coisa aparecer. – Tem algo vindo para cá, esse cheiro parece familiar...