Reyna não sabia o que fazer; por duas razões: 1º Vesta, conhecida por ser a Deusa do fogo do Olimpo, a chama que jamais cede, que jamais apaga e que, segundo algumas lendas, sustenta a imortalidade Olimpiana; estava ali, bem a sua frente. Toda ferida como se estivesse lutando e ao fugir, foi alvejada não apenas por flechas, mas por espadas e lanças. 2º Belona, a deusa da guerra Romana mal falava com a filha, quem dirá aparecer pessoalmente a frente do Romanos.

– Mãã... – As palavras não saíram. Reyna sabia instintivamente que a mulher, de cabelos longos e negros, olhos duros, perolados e escuro; vestida com armadura da Legião(Elmo plumado, munhequeiras de couro, botas gladiadoras entrelaçadas até o calcanhar e Gladio na bainha e na cintura), era sua mãe.

Frank percebeu que sua colega Pretora não estava em condições de dizer algo e como um bom e rápido líder, se levantou e postou a frente da Deusa da guerra, carregando consigo Vesta, desmaiada em seus braços.

– Lady Belona. – Apesar de estar com uma deusa nos braços, Frank se postou como um soldado leal ao seu comandante, e com uma mão fechada no lado esquerdo de seu peito, prestou seus respeitos. – Nos honra com sua presença

Ela sorria e de certa forma, Belona era linda de um jeito militar de dizer. Suas feições eram delicadas, mas seus olhos emitiam a dureza de um comandante, sua postura, mesmo relaxada, era imponente e bem bélica. Se Frank não amasse uma certa filha de Plutão, ficaria encantado com a deusa, mas isso não aconteceu.

– A honra é minha, Frank Fai Zhang, pretor de Roma e filho da Guerra. - Suas palavras soaram bravas e alta, todos ali puderam ouvir a deusa e isso fez Frank tremer. – Vamos pretores, para meu templo.

Ninguém discutiu; mas muitos estavam curiosos em saber o porquê a deusa da guerra estava ali, principalmente por que, Vesta estava tão ferida e moribunda.

Os soldados dispersaram, Vesta foi levada por Hazel e Dakota e dois filhos de Apolo vindos do Acampamento meio sangue para o templo do deus da cura afim de curar seus ferimentos e Reyna, ainda calada, e Frank, junto a deusa, rumaram ao templo da guerra.

O templo de Belona era, embora, pequeno, majestoso. Colunas jônicas de mármore sustentavam um teto abobadado ornamentado com os símbolos dourados da Legião. Os pisos eram feitos de bronze e reluziam com o brilho poente do sol da tarde. No templo, não havia muitas salas, mas pequenos quartos com armas, gravuras que representam grandes momentos em que a Legião Romana estava em guerra, muitas vitorias eram representadas nas gravuras, inclusive, também, as derrotas, que segundo a deusa, perder também fazia parte de um grande exército.

Ao centro do corredor, um extenso carpete carmesim com bordas douradas seguia até a sala principal; uma sala redonda, com uma mesa de mármore branca com seis acentos distribuídos igualmente em seu raio. No fundo da sala, uma estátua de Belona recém construída, estava imponente em seu pedestal com a mesma armadura, mesmo olhar bravo e destemido. Das janelas os ventos quentes sopravam calmo por entre as festas abertas, fazendo as cortinas brancas dançaram com o som singelo que provinha da praça central de Nova Roma.

– Um belo lugar para se lembrar de Equestris e Hispana. – Disse enigmática enquanto se sentava.

Frank a acompanhou e quando a deusa tirou seu elmo, ele pode ver de onde Reyna tirou aquela feição dura e seria. Reyna se parecia muito com a mãe.

– Sentem-se – Determinou.

Reyna, ainda calada fez o que a mãe ordenou e junto a Frank, olharam para a deusa como se um soldado comum estivesse à frente do próprio César.

– Então...- Belona depositou suas mãos claras e delicadas, o que Reyna estranhou, em cima da mesa de mármore. – Está tão calada que me faz pensar se a ajuda que lhe dei para matar Orion há alguns anos, lhe trouxe algum infortúnio, minha filha.

Aquelas palavras livraram Reyna da falta de ação, algo raro para si mesma. – Perdoe-me, minha senhora. É tantos anos sem ter a presença dos deuses diante de nós, que fico um tanto sem palavras diante de uma aparição destas.

– Ora, mas pelo que me lembro, Marte e Juno vieram aqui. – Disse com um singelo sorriso no rosto.

– Isso foi há muito tempo, desde então, o único deus que vimos, foi Lorde Baco no Acampamento meio sangue.

– Hum...- Belona fitava a filha com olhos extremos e brilhantes, como se estivesse estudando a pretora da cabeça aos pés. – Bom, por hora, vamos nos ater ao que importa.

Frank, pensando em não querer desrespeitar a deusa, se pronunciou. – Desculpe-me, minha senhora; mas gostaríamos de saber o que Lady Vesta está fazendo aqui nesse estado tão calamitoso e porque a senhora veio logo em seguida?

– Pretor Zhang, já ouvir sobre as histórias das Legiões Romanas? – A postura de Belona era ereta, seria mostrando a todos que as conversa paralelas, acabaram.

– Sim, admito que algumas eu desconheço, mas tenho em mente a história de todas as principais...

A deusa moveu as mãos querendo dizendo que estava satisfeita com a resposta.

–Muito bem. Reyna minha filha, diga-me o que você sabe sobre Legio Nona Hispana e Legio Decima Equestris. –

Belona, sabia que Reyna e Frank conheciam a história de Roma, mas aquela pergunta deixou ambos pretores com a antena ligada sobre o que a deusa falou logo quando entrou em seu templo “Um belo lugar para se lembrar de Equestris e Hispana”

Pelos registros, Hispana foi uma Legião que serviu e lutou por inúmeras guerras, trazendo prestigio e vitoria ao Império no período de 58 A.C até 120 D.C quando sumiu e nunca mais foi vista e Equestris foi a Legião montada preterida por Júlio César até sua morte, quando esta foi incorporada na Decima Gemina.

– Muito bem. – Disse satisfeita. – Hispana, realmente sumiu, mas cumpriu com perfeição sua missão alcançado a morte e a gloria e Equestris, assim como a primeira, foi lançada em uma missão no qual o fim era apenas a morte e mesmo assim foram e cumpriram sua contenda e por ser a Legião montada por Julio César, com sua morte, honraram os sobreviventes incorporando-a na recém-criada Decima Gemina.

– Essas missões, o que eram? Perguntou Frank.

– Simples e direto, gosto disso. – A Deusa sorriu. – A missão, pretor Frank, era a caça e destruição de Caos. – Ao falar aquele nome, todos, inclusive a deusa, tremeram.