Heróis da Nova Era - Livro I - Mundo paralelos

IX Hispana - Bravura Indômita, part I


Ao dizer Caos, o ar do templo de Belona ficou denso, pesado e sinistro; era como se alguma entidade houvesse respondido ao nome, e isso deixou todos tensos, inclusive a deusa, que mesmo ao falar e se sentir tremer, permaneceu destemida e brava.

– Minha mãe...- Reyna corou ao perceber o que falara. – Quer dizer, senhora Belona. – Ela viu a deusa sorrir e a falta de tato de Reyna, trouxe de volta o ar puro e leve do templo. – A forma que falou, me faz pensar que as Legiões Hispana e Equestris caçaram as próprias trevas encarnada. – Ela preferiu falar assim, do que dizer Caos.

– Sim, minha filha. – Respondeu, simplesmente. – Tanto a Nona quanto a Decima sempre foram Legiões poderosas que recebiam as missões mais complicadas, e todos os soldados que faziam parte delas, eram meio-sangues ou legados; há, houve também a decima terceira Huno, mas essa não conta.

Reyna queria saber sobre a Huno, dizia a lenda que está Legião sustentava o recorde de nunca ser vencida e nunca sequer ter um membro morto, estava mais para lenda do que realidade, mas assim que a deusa falou sobre ela, Rayna percebeu que ela, de fato, existirá e sua uma Legião dessa existiu, qualquer pretor gostaria de saber sobre seus feitos.

– Sempre achei que a Huno fosse uma lenda. – Falou Frank sem pensar.

– Há, ela existiu garoto, tenha certeza que existiu e foi a maior e melhor, mas também teve o destino mais sangrento e trágico.

Pronto, isso afastou qualquer vontade de conhecer a décima terceira Huno.

– Entendo. – Frank ficou um pouco desapontado. Isso fez Reyna pensar que companheiro sabia algo sobre a Huno, mas no momento, guardou sua duvidas para se ater ao momento.

– Bom, Pretores, para vocês saberem sobre o que aconteceu com Vesta, terei de lhes contar a história sobre IX Hispana e X Equestris, e história verdadeira de cada uma, portanto, espero que vocês tenham paciência.

Antes de obter uma confirmação e deusa passou as mãos nos rostos de Frank e Reyna e ambos caíram em uma espece de transe profundo e foram tomados por uma visão que os levava ao Século II .

Frank e Reyna pareciam dois lares de nova Roma, só que com cores. Ambos viram a Roma, o império outrora imponente, bélico e majestoso que fora governado por inúmeros imperadores, que teve inúmeras Legiões ao comando de cada um e eles visitariam uma Legião em especifica, IX Hispana.

– Centurião, Aurélius! – Uma voz imponente trovejou na entrada de um pequeno e singelo vilarejo. – Apresente-se a a sua corte, o Pretor Maximus o aguarda.

Os cavaleiros que estavam a frente do singelo lugar, não esperaram a resposta do chamado, viraram de costas e rumaram em direção a maciça cidade a frente deles, não muito longe.

O local em sua maioria, era montado por casa de madeira branca, tentando se igualar ao mármore pálido que Roma foi construída. As ruas, eram de barro, mas bem ajeitada, bem alinhada para facilitar o transito de carroças, cavalos e pessoas, apesar do tamanho, era um lugar bem movimentado, pois ali, era vendido todo tipo de armamento, comida e roupas.

O jovem Aurélius, saiu correndo de sua morada, afim de responder o chamado, mas quando chegou pode, apenas, ver os cavaleiros já próximos da entrada da grande Roma, que tinha como principal “propaganda” o Coliseu.

O centurião, era um jovem de cabelos negros, tinha a pele bronzeada, olhos negros com de Belona, tinha a estatura mediana e vestia-se com roupas de couro marrom e sandálias, também de couro. De certa forma, ele possuía a mesma expressão de Reyna, um misto de satisfação com dureza de um comandante e a seriedade de um Juiz. Ao vê-lo, Reyna tremeu, pois no exato momento que o viu percebeu que era seu irmão 19 Séculos mais velho. Ela engoliu o susto e continuou vendo a cena.

Aurélius voltou para a casa e la dentro conversou com uma bela mulher, vestida com uma toga feita para mulheres que realçavam as linhas de seus bustos e curvas de seu corpo e cabelos bem presos num penteado bem trabalhado e singelo. Ela tinha uma expressão doce e delicada, seu olhar caramelado fitavam o jovem Aurélius e quando este, se aproximou, sorriu de forma doce e cativante.

– Meu querido, eu disse para se apressar, o que vai pensar Maximus? – Sua voz era calma e aconchegante, como se pertencesse a deusa da Paz, se é que existe uma. – Você sabe como são os filhos de Júpiter, não é? Sempre apressados, sempre prontos para provarem seus valores. – Ela sorria.

– Como se você fosse diferente, Lucila. – A voz de Aurélius era rouca e forte. – Uma filha de Vênus dizer que um filho de Júpiter é agitado, irônico. – Ele dizia tudo num tom descontraído.

– O que? – Ela deu ombros com aquela voz calma e pacifica que ao mesmo tempo, tinha um tom sensual. – Vai querer me dizer que o amor não é agitado?

– Eu jamais questionaria sua mãe, tenho amor a minha vida, acima de tudo.

Ela riu. Todos sabem que Vênus a deusa do Amor, era, talvez a mais terrível entre os deuses, pois o amor, acaba com qualquer um; ele tortura até a pessoal não aguentar mais e depois? Tortura novamente para a pessoa aprender que o amor, também significa sentir dor. Em alguns casos, ele mata, mas em outros, quando dá frutos, faz com que a pessoa se torne o ser mais completo do universo, enfim, uma faca terrivelmente perigosa de dois gumes.

– Mamãe jamais lhe mataria por contraria-la. – Ele se levantou e deu um beijo bem longo em seu companheiro e se despediu. – Vá, meu Centurião, vá provar seu valor e volte para sua donzela.

– Claro, minha donzela não tão donzela. – Ele a abraçou e fora em direção a Roma. - Prometo que voltarei

ROMA ----------------

Aurélius caminhou por toda a linha pomeriana da bela cidade, o grande Tibre, margeava as bordas do Império com suas reluzentes aguas que refletiam o céu azulado, era como se Tibério, deus do rio e Júpiter, deus do céu, estivessem em harmonia.

O jovem centurião caminhou tranquilamente na cidade bem movimentada, com comerciantes das mais diversas localidades, com os mais diversos itens; se seu vilarejo era diversificado, Roma era cinquenta vezes mais. Aurélius gostava dessa miscigenação que Roma trazia aos olhos de seus habitantes.

– Eu me pergunto, o que será que o pretor está querendo comigo no dia de minha folga. – Ele se aproximou do senado, onde estava marcado para ele se reunir com os dois pretores.

Ao entrar no senado, Reyna pode ver com clareza o quanto o senado de nova Roma é parecido com o senado original e isso a assustou e a deixou com um orgulho imenso dos construtores do acampamento Júpiter.

Aurélios, diferentemente de antes, que caminhava com tranquilidade pelas ruas de Roma, dentro do senado, ele andou rápido e seguro assim, chegando a sala dos pretores com certa rapidez e ao chegar lá, pode ver os dois líderes.

Maximus, era um homem alto, com seus trinta anos, tinha barba negra e bem alinhada no rosto, possuía olhos azuis e cabelos ralos, Reyna imaginou que Maximus tenha puxado a mãe e não o pai. Maximus, usava a mesma armadura que os pretores de nova Roma usavam nos dias atuais com a diferença de que, naquela época, as roupas por baixo da armadura combinam muito mais do que jeans, camiseta branca e tênis.

O outro pretor ao seu lado, era Décimo, um homem mais velho; tinha quase cinquenta anos e já tinha cabelos brancos, pele clara e olhos verdes. Era muito estranho um semideus chegar a aquela idade. Ele usava a mesma armadura que seu companheiro.

– Aurélius, filho de Belona, sente-se e acompanhe seus irmãos. – Disse o velho.

– Como dizíamos. – Maximus olhou feio para Aurélius. – Marte Ultor nos enviou sua missão, Belona também. – Ele parecia um juiz, suas palavras mais pareciam uma sentença do que um recado. – É chegada a hora de marcharmos para mais uma missão, há relatos que em Britânia, Caos reuniu poderes o suficiente para acordar seus soldados os Mahkai(Espiritos Demônios do Combate), Phonoi(Espíritos Demônios do Assassinato e Matar), Androktasiai(Epiritos Demonios da Carnificina) e Hysminai (Espíritos Demônio da Batalha) para cassarem Vesta afim de ceifar a chama do Olimpo.

Sem aguardar a continuidade, Décimo tomou a palavra. – Todos sabemos que os Deamons, como eram chamados em sua época, são filhos da Discórdia, e apesar de sempre vagarem nos campos de Batalha de Marte Ultor, eles sempre servem as trevas, ou seja, a Caos.

Maximus continuou. – Assim como há milhares de anos atrás, recebemos a missão de caçar os Deamons para salvar Vesta e o fogo do Olimpo, pois com a morte dela, os deuses perderem sua imortalidade. – Aquela informação atingiu Reyna com toda a potência e a julgar pela cara de Frank, ele tambem percebeu que algumas informações estavam se conectando.

– Então, tomaremos a mesma missão de Equestris. – Falou Aurélius, de bate e pronto.

– Sim Centurião. – Maximus, apesar do olhar mortal, respeitava Aurélius, pois era como ninguém, um ótimo e leal guerreiro, tirando sua audácia, que sempre aparecia em horas desnecessárias, como aquela. – Todos sabemos que a Legio décima Equestris caçou Caos e fora quase dizimada, contudo, trouxe a gloria a si mesma expurgando os Deamons. Seus sobreviventes, apesar de poucos mais de duas duzias e o mortos, tiveram cânticos em sua honra e sempre povoarão nossas histórias.

– Maximus está certo, mesmo que essa missão seja a nossa última pelo império, a faremos como todas as outras, como sempre fizemos.

– Somente a Hispana fora convocada por Belona a mando de Marte, fomos reconhecidos pelos deuses da Guerra e iremos corresponder ao seu chamado a altura. – Maximus se levantou e todos os presentes na sala deram vivas.

– Vesta corre perigo e apenas nós, Hispana temos o poder para fazer frente ao maior inimigo dos deuses, então, Centuriões, Chefes-Centuriões, preparem a Legio Nona Hispana pois iremos para a nossa última contenda.

Os Centuriões se levantaram e bateram no peito “Avante Romanos”

Aurélius fitou o sol que banhava pelas frestas das janelas o salão da reunião, pensativo. Ele sabia que a promessa de voltar para sua amada não seria cumprida. “- Lucila” murmurou.